Instrutores de trânsito, de volta às salas de aula

 

A Câmara analisa o Projeto de Lei 2911/11, que obriga todos os profissionais das áreas de formação, aperfeiçoamento ou reciclagem de condutores, como diretores, instrutores e examinadores de autoescolas, a participar de curso de atualização em trânsito a cada cinco anos, no mínimo.

“Não é suficiente apenas exigir uma qualificação inicial desses profissionais, especialmente em decorrência das constantes atualizações legais e das novas tecnologias dos veículos”, justificou o autor da proposta, deputado Luciano Castro (PR-RR).

A proposta delega ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) a responsabilidade para estabelecer o conteúdo, a carga horária e a periodicidade do curso.

O deputado deu um exemplo para argumentar em favor da medida: “Será que todos os instrutores de autoescolas sabem orientar corretamente sobre a forma de frear um veículo dotado de dispositivo antitravamento (freios ABS)? Deverá esse tipo de freio ser utilizado da mesma forma que um freio convencional em situações de emergência? Apesar de os freios ABS serem dispositivos gradualmente obrigatórios nos veículos brasileiros desde janeiro de 2010, certamente um profissional desatualizado não saberá responder adequadamente a essas questões”.

A proposta altera o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97).

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Fonte: Agência Câmara

Olinda substitui os semáforos quarentões


Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

Onda verde nos semáforos de Olinda, ainda não. Os modelos quarentões dos semáforos existentes na cidade começaram a ser substituídos por equipamentos mais modernos com tecnologia LED, o mesmo adotado no Recife. Mas a onda verde que sicroniza os semáforos no mesmo tempo de sequência para aumentar a velocidade das vias ainda não é possível perceber.

E há algumas razões para isso. As noves vias previstas para receberem os equipamentos novos ainda não tiveram a substituição em toda a extensão. A prioridade é nos principais cruzamentos. A tática da secretaria de Trânsito é fazer uma onda verde com a intervenção dos agentes de trânsito nos horários de pico. Mesmo que o semáforo esteja fechado o agente autoriza a passagem dos carros para garantir a fluidez.

A expectativa é que até o fim do ano, os 75 grupos semafóricos da cidade estejam renovados. Até agora houve a troca em 40 grupos de semáforos. Cada um com 4 semafóros. Na Avenida Getúlio Vargas há trechos onde houve a susbtituição, mas grande parte da via permanece com os modelos antigos.

A Getúlio Vargas é uma via de mão dupla cortada por vários cruzamentos e faz a ligação com o município de Paulista e Recife. Há tempo merece um olhar diferenciado, mas o trânsito no local ainda é confuso principalmente com os giros para entrada de veículos nas vias do entorno, mesmo sem semáforo.

De acordo com o secretário de Trânsito, Adriano Max a maior preocupação é com a fluidez das saídas da cidade. Na Rua do Sol que dá acesso a Sigismundo Gonçalves e por ela chega a Agamenon Magalhães e Cruz Cabugá, a sicronia dos semáforos foi feita a partir do cruzamento da Rua do Sol até as proximidades do Convento de Santa Teresa. “Mais de cem mil carros circulam na via por dia e para aumentar a fluidez nós usamos também agentes de trânsito nos horários de pico”, explicou o secretário.

Segundo Adriano Max com a velocidade alcançada os carros que saem de Olinda acabam impactando no trânsito da Agamenon Magalhães. “A nossa velocidade é maior que o tempo dos semáforos da Agamenon e a sua calha não suporta o tráfego da onde verde que vem de Olinda e engarrafa”, afirmou.

Treinamento de resgate de vítimas em rodovias de Pernambuco

A Secretaria de Saúde do Recife e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) encerraram o módulo prático do curso de Adaptação ao Serviço Aeromédico. O objetivo é capacitar médicos e enfermeiros para o resgate aéreo para que os profissionais possam a tripular as aeronaves conveniadas com o serviço. Participam da capacitação 18 profissionais, sendo 16 do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu Recife). Acompanhe o vídeo da simulação de resgate com o repórter Wagner Oliveira.

Bike e metrô, cada vez mais próximos!

Um excelente exemplo da união dos ciclistas em prol de uma solução propositiva aconteceu em São Paulo. Acessar o sistema de trens metropolitanos e o metrô é permitido em São Paulo em determinados horários, mas o ciclista deveria subir e descer escadas carregando a própria bicicleta. Esse pequeno detalhe operacional era um grande desincentivo para a integração modal da bicicleta com o transporte sobre trilhos. Mas as perguntas certas e um vídeo bem produzido foram capazes de reverter a situação em favor dos ciclistas.

Por conta do vídeo acima e sua repercussão, os operadores do sistema (CPTM e Metrô) passaram a permitir que os ciclistas utilizem as escadas rolantes, mas somente para subir. Um passo importante para que os técnicos das empresas entendam a dinâmica de circulação e para que os ciclistas ajudem a comprovar que bicicleta na escada rolante é seguro e não atrapalha os demais passageiros.

Fonte: Blog Transporte Ativo – http://blog.ta.org.br/

CTTU interditará avenidas para montagem das estruturas do carnaval


A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) vai interditar três avenidas do centro a partir das 22h da próxima sexta-feira (03). Terão o tráfego suspenso o Cais da Alfândega, a Avenida Dantas Barreto e a Nossa Senhora do Carmo. O bloqueio das vias acontecerá para a montagem das estruturas do Carnaval Multicultural 2012.

Confira o que será montado em cada uma das avenidas e qual o melhor percurso a seguir:

Cais da Alfândega – Um dos pontos bloqueados é o Cais da Alfândega, local onde será montado o Polo Mangue. Com a interdição do Cais, os carros de pequeno porte deverão utilizar a Rua Madre de Deus. Já os de grande porte deverão acessar a Ponte Mauricio de Nassau, Rua do Imperador, Rua Martins de Barros, retornando ao percurso normal. A CTTU recomenda ainda que os condutores evitem transitar pelas áreas durante o período de bloqueios e nos dias de Carnaval. A previsão é que no dia 24 de fevereiro o tráfego volte à normalidade no Cais da Alfândega.

Dantas Barreto – Base para a montagem das estruturas para o desfile do Galo da Madrugada. A via será bloqueada no trecho entre a Avenida Nossa Senhora do Carmo e a Rua Siqueira Campos. A pista deve ser liberada até o dia 26 de fevereiro.

Nossa Senhora do Carmo – Palco dos desfiles das agremiações do Carnaval do Recife. Do dia três até a noite de 15 de fevereiro, a avenida se tornará sentido único, no trecho entre a Dantas Barreto e a Rua do Imperador. Após as 22h do dia 15 até a noite de 17 de fevereiro, o sentido de fluxo dos veículos será invertido. Já a partir das 22h do dia 17 de fevereiro, a Nossa Senhora do Carmo será totalmente interditada. A previsão de liberação total da avenida é para o dia 1° de março, por conta da permanência das arquibancadas no local para o desfile das campeãs, que acontece no sábado (25).

Malha cicloviária nas principais capitais brasileiras

 

Os 120 quilômetros de ciclovias de Curitiba superam a soma da malha cicloviária de três grandes capitais brasileiras: Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte.  Na infraestrutura para o trânsito de bicicletas, a capital paranaense está à frente de São Paulo, que tem 47,2 km de ciclovias, Belo Horizonte com seus 30 km e Porto Alegre, com 7,8 quilômetros. Rio de Janeiro é a campeã com 240 kms e o  Recife aparece na 9ª posição com 21kms de ciclovia.

Para se chegar a um número equivalente à quilometragem de pistas para bicicletas implantadas em Curitiba é necessário somar as malhas cicloviárias de Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte e incluir na conta os 36,9 quilômetros existentes em Florianópolis.

O resultado da somatória é 121,9 km de vias para bicicletas considerando o que existe nas capitais gaúcha, paulista, mineira e catarinense, número praticamente igual ao que Curitiba, sozinha, oferece aos seus habitantes. O cálculo leva em conta a malha cicloviária implantada nessas capitais, sem considerar o que está em obras.

Incluindo na conta as ciclovias em obras nessas cidades, Curitiba ainda tem a maior extensão em vias cicláveis na comparação direta entre as capitais. Em Porto Alegre, por exemplo, são 7,8 km de ciclovias implantadas e 9,4 km em implantação até 2012. Em São Paulo existem 47,2 km de ciclovias de uso restrito a bicicletas, 15 quilômetros das chamadas rotas de bicicletas e 45 km de ciclofaixas de lazer que funcionam aos domingos e feriados. Belo Horizonte tem 30 km implantados e 15 km de ciclovias em obras e Florianópolis tem 36,9 km de ciclovias.

Mais 22,5 km – Curitiba tem mais 22,5 quilômetros de infraestrutura cicloviária em implantação. A maior obra de ciclovia em construção no momento está na Avenida Fredolin Wolf, com 7,6 km, nos bairros Santa Felicidade, São João e Pilarzinho. Esta ciclovia compartilhada vai ser ligada à da Avenida Toaldo Túlio, cuja revitalização foi entregue em fevereiro, com 5,5 km de ciclovia.

Assim, neste eixo, será possível ir de bicicleta desde a BR 277, no Orleans, até o Pilarzinho, passando por Santa Felicidade.
Já a Urbs lançou edital de licitação para ocupação e exploração de seis bicicletários em diferentes pontos de Curitiba: Parque São Lourenço, Centro Cívico, Santa Quitéria, Carmo, Pinheirinho e Jardim Botânico.

Mais 400 Km – Curitiba tem a segunda maior malha cicloviária rede do País, atrás somente do Rio de Janeiro. Porto Alegre, cidade do porte de Curitiba, tem apenas 7,8 km de ciclovias. A meta de Porto Alegre é chegar a 40 km de ciclovias até a Copa de 2014. Até lá, Curitiba deve ter uma infraestrutura cicloviária de mais de 400 km.

Entre os locais que terão mais ciclovias estão a Linha Verde Norte, que está sendo ampliada do Jardim Botânico ao Atuba. Assim, a Linha Verde completa terá 20 km de ciclovias, do Contorno Sul ao Atuba.
A Avenida das Torres, que será revitalizada para a Copa, ganhará 10 km de ciclovias. O primeiro trecho da Linha Azul do Metrô Curitibano, entre a CIC/Sul e Centro da cidade, também abrirá espaço para bicicletas, já que as canaletas do expresso darão lugar a um parque linear com ciclovia num trecho de 13 km. As 13 estações de embarque e desembarque do metrô terão estacionamentos para bicicletas.

Ao largo das bacias do Barigui, Ribeirão dos Padilhas, Iguaçu, Atuba e Vila Formosa, a prefeitura vai implantar mais 14 quilômetros de ciclovias.

Capilaridade – Os 120 quilômetros da malha cicloviária já implantada em Curitiba conectam a cidade de ponta a ponta. São ligações que vão do bairro Cachoeira, no extremo Norte ao Pinheirinho, no Sul, ou do Capão da Imbuia, no Leste ao Orleans, no Oeste.
Para aumentar ainda mais as conexões cicloviárias, a Prefeitura está construindo novas vias para o trânsito de bicicletas, entre ciclovias, ciclofaixas, e calçadas compartilhadas. Gradativamente a malha cicloviária curitibana está sendo ampliada para atingir, ao longo dos anos, a meta de 400 quilômetros prevista no Plano Diretor Cicloviário.

Uma dessas novas conexões é a ciclofaixa da avenida Marechal Floriano Peixoto, que terá um total de oito quilômetros (4 km em casa sentido), desde viaduto da Linha Verde até a divisa com São José dos Pinhais. O primeiro trecho será iniciado em novembro.
Quem usar a ciclofaixa da Marechal no sentido Centro, por exemplo, poderá acessar também a ciclovia compartilhada da Rua Aluizio Finzetto, seguindo pelas ruas João Negrão, Conselheiro Laurindo, Mariano Torres para chegar à área central. Seguindo adiante, o ciclista poderá ir até a Barreirinha pelas ciclovias já existentes, passando pelo Passeio Público e o Parque São Lourenço.
A ciclofaixa será toda pintada em vermelho, terá sinalização especial e vai separar ciclistas dos motoristas. A outra etapa, da ligação até o limite da cidade com São José dos Pinhais, será feita com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a Copa.

Mais de 30 km de ciclovias com obras da Copa e Metrô

O Ippuc está projetando ainda a implantação de 10 quilômetros de infraestrutura cicloviária na avenida Comendador Franco (avenida das Torres). As obras integram o pacote de requalificação do Corredor Aeroporto/Rodoferroviária, financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa 2014.

Previsto no Plano Diretor, o projeto para esse eixo prevê a implantação de infraestrutura cicloviária nos dois lados da avenida das Torres, com sentidos opostos, totalizando 20 quilômetros no trecho até a divisa com São José dos Pinhais.

O primeiro trecho da Linha Azul do Metrô Curitibano, entre a CIC/Sul e Centro da cidade, também abrirá espaço para bicicletas. Parte das canaletas do eixo Pinheirinho/Santa Cândida serão transformadas em ciclovia, num trecho de quase 13 quilômetros.
As 13 estações de embarque e desembarque do metrô terão estacionamentos para bicicletas. Assim, quem estiver pedalando na ciclovia e quiser continuar o deslocamento usando o metrô poderá guardar a “magrela” dentro de uma estação.
O parque linear do Barigui também terá uma ciclovia com cerca de 10 quilômetros, ligando a CIC ao bairro Santo Inácio.

Malha cicloviária nas capitais

Rio de Janeiro – 240 quilômetros de ciclovias.
Curitiba – 120 quilômetros de ciclovias implantadas (22,5 km em construção em 2011); 4 km de Ciclofaixas de Lazer e 43 km projetados, que incluem as obras do eixo Aeroporto/Rodoferroviária e do Metrô Curitibano).
São Paulo – 47,2 km de ciclovias implantadas, 45 km de ciclofaixa de lazer; 15 km de rotas de bicicleta (faixa compartilhada com veículos).
Porto Alegre – 7,8 km de ciclovias implantadas e 9,4 km em construção até 2012.
Florianópolis – 36,9 km de ciclovias implantadas
Belo Horizonte – 30 km de ciclovias implantadas e 10 km em obras.
Vitória – 35 quilômetros implantados e 15 km em obras
Fortaleza – 25 quilômetros
Recife – 21 km de ciclovias
Cuiabá – 1,898 km (1,153 km pavimentados e 745 metros sem pavimentação)
Rio Branco – 60 km
Boa Vista – 21 km

* Fonte: dados fornecidos pelas prefeituras

Blog Meu Transporte

Lei Seca ainda mais dura

Em breve, o condutor embriagado que for parado em uma blitz e se recusar a soprar o bafômetro poderá ser enquadrado na chamada Lei Seca. Isto porque um projeto de lei substitutivo que está sendo analisado pela Câmara dos Deputados deixa de considerar a quantidade de álcool no sangue como a única prova válida contra uma pessoa alcoolizada.

A partir da aprovação, a legislação permitirá que testemunhos, imagens, vídeos e exames clínicos sejam admitidos como evidências possíveis para a comprovação do estado de um condutor. Segundo o deputado federal Hugo Leal (PSL-RJ), que comanda a mudança do texto em parceria com o Ministério da Justiça, uma comissão mista no Congresso pode ser montada logo no início da volta do recesso legislativo, e a aprovação concluída em três meses.

“A mudança principal é a que a gente vinha procurando há muito tempo. É a mudança relacionada às provas. Agora podemos fazer como se faz em outros países, onde há estudos sérios sobre a cientificidade dos métodos usados. Os motoristas de lá passam em testes como andar em linha reta, de atenção etc”, diz o deputado.

Pela nova lei, deixaria de existir o limite de 6 decigramas por litro na corrente sanguínea de uma pessoa para a comprovação. Outra mudança que permite o endurecimento é o valor da multa. Ela dobraria: de R$ 957,65 para R$ 1.915,30. “Há também outras mudanças importantes. São as mudanças das punições”, afirma Hugo Leal. Em caso de reincidência do motorista embriagado, o valor passaria para R$ 3.830.

Pela legislação atual, o motorista alcoolizado tem a suspensão do direito de dirigir por um ano. A punição também passaria a ser multiplicada por dois. O condutor teria que ficar dois anos sem dirigir.

A intenção de alterar a lei surgiu com uma proposta do Senado, de autoria do parlamentar Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que foi aprovada no fim de 2011. “Acho que não haverá dificuldade nenhuma com a proposta. É um tema bastante discutido, que ainda será aprofundado. Mas não há grandes discordâncias políticas sobre o assunto, divergências entre governo e oposição. Em três meses poderemos aprová-la”, conclui o deputado.

Leis para melhorar o trânsito

 

A carona é uma das ideias para reduzir a quantidade de carros ao mesmo tempo nas vias, mas há outras propostas nesse sentido. O deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), apresentou um projeto de lei, que está em tramitação, para tornar obrigatório o uso do transporte escolar coletivo, seja público ou privado, para todos os alunos do ensino fundamental e médio. Segundo ele, o objetivo é impedir que os pais levem os filhos para as escolas e, dessa forma, evitar os congestionamentos.

A presidente da CTTU, Maria de Pompéia, comentou o projeto. “Para o trânsito seria ótimo, sem dúvida, mas não sei como os pais iriam encarar isso”, questionou. Já o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Pernambuco, José Ricardo Diniz, criticou a iniciativa. “É difícil conciliar o roteiro de todas as escolas. O projeto quer resolver uma questão que na verdade deve ser feita com a melhoria do transporte público, mas as prioridades têm sido para o transporte individual”, ressaltou.

O vereador do Recife, Maré Malta (PSD), também já se preocupou em encontrar a solução para o problema. Um dos projetos dele é sobre o rescalonamento do horário do funcionalismo público e das escolas. “Houve muitas críticas ao projeto e eu aguardo um parecer da CTTU, mas acredito que seria viável diferenciar o horário de entrada do funcionalismo e das escolas”, revelou.

Que tal ser o pai da vez?

Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

Não tem jeito. As ruas do Recife vão amanheceram com mais carros hoje por causa da volta às aulas. Mas isso todo mundo já esperava. A questão é: o que pode ser feito para reduzir o caos agora? Se são cerca de 200 mil carros a mais, como ficaria essa conta se entrasse em cena o pai da vez? A ideia da carona para reduzir a quantidade de carros nas ruas não é nova, mas depende do esforço de operacionalização das escolas e dos próprios pais.

A professora Elisângela Galdino da Silva, 37 anos, já faz isso. Uma vez por semana ela é encarregada de levar a filha dela  e os dos vizinhos na escola. “É bem mais prático e econômico também. São cinco crianças que os pais se revezam”, explicou. Para o contador Mário Jorge, 37 anos, a ideia não é ruim, mas ele diz que a escola da filha fica no caminho para o trabalho. “Eu a deixo na escola e na hora do almoço vou buscá-la. No meu caso não acho necessário, mas se for para melhorar o trânsito eu faria, sem problemas”, revelou.

Uma das maiores dificuldades de levar adiante o compartilhamento das caronas é a falta de conhecimento sobre quem está disposto a oferecer e receber o serviço. A dona de casa Maria Marluce da Silva, 50 anos, ainda não teve a oportunidade, mas já pensou no assunto. “Às vezes eu saio de casa para levar meu filho na escola e vejo outros pais saindo no mesmo horário. Seria mais fácil a carona, mas sem conhecer a pessoa fica mais difícil”, revelou.

A escola pode ser o pontapé inicial na operacionalização dessa logística. O diretor pedagógico do Colégio Motivo, em Boa Viagem, Eduardo Belo, acha que é possível incentivar a carona entre os pais. “Acho a ideia excelente e a gente pode desenvolver uma campanha nesse sentido dentro da escola”, revelou. O Motivo tem atualmente 2.500 alunos e ampliou os portões de acesso para evitar os congestionamentos nas ruas do entorno. “São cinco portões com entrada na Padre Carapuceiro, Beira Canal e Faustino Porto com o intuito de melhorar a mobilidade”, afirmou.

Não à fila dupla

Para tentar reduzir os engarrafamentos nas portas das escolas a partir de hoje, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) inicia uma campanha para orientar os pais a não estacionar em fila dupla. Ao todo, 30 agentes irão atuar no entorno das onze maiores escolas do Recife situadas na Rui Barbosa, Rua Dom Bosco e em Boa Viagem. Também haverá 12 arte-educadores para orientar na travessia da faixa de pedestre. Eles irão distribuir cartilhas com orientações sobre o tráfego. “Nós temos também uma peça teatral para levar para dentro das escolas. Inicialmente iremos trabalhar com 50 escolas da rede municipal, mas iremos disponibilizar as apresentações para qualquer escola que nos solicitar”, explicou Francisco Irineu, gerente de educação de trânsito da CTTU.