O entorno dos domicílios particulares de Porto Alegre (RS) é o que possui maior acessibilidade para cadeirantes do País. A informação é de estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgado na última sexta-feira (25). De acordo com o levantamento, as áreas ao redor de 23,3% dessas casas possuem rampas para cadeirantes. Número bem superior a média nacional, que é de 4,7%.
O estudo levou em consideração apenas as cidades com mais de 1 milhão de habitantes. Assim, o segundo município com mais acessibilidade no entorno das casas é Brasília, com 16,5%; seguida por Curitiba, com 12,2% e Goiânia, com 10,2%.
Na contramão, Fortaleza (CE) teve o menor índice, com 1,6%. Em seguida, São Luís (MA) registrou apenas 1,9% das casas com rampas para cadeirantes no entorno.
O estudo do IBGE analisou 47.264.208 dos 48.759.012 domicílios urbanos do Brasil — o que representa 96,9% do total de imóveis particulares em área urbana. Segundo o Instituto, não foi investigado o entorno das casas que ficam em aglomerados irregulares como favelas e outras comunidades de baixa renda.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) espera vender 3,77 milhões de carros novos em 2012. Isso graças às reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciadas pelo Ministério da Fazenda na última segunda-feira (21), em Brasília.
A medida foi comemorada pelo setor. Em teoria, a desoneração fiscal pretende incentivar o consumo interno e segurar o crescimento econômico do país. Um de seus efeitos práticos e imediatos, porém, será desafogar o estoque das montadoras. Nos pátios, atualmente, há 366 mil automóveis parados, esperando compradores. Mas não foram só os empresários que ficaram felizes com o anúncio do ministro Guido Mantega. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC também festejou a iniciativa. A indústria automobilística brasileira emprega diretamente 145 mil trabalhadores, e o empurrãozinho nas vendas – que iam mal – deverá evitar demissões em massa.
Em entrevista à Rede Brasil Atual, a Anfavea, por meio de sua assessoria de comunicação, defendeu a ideia de que há espaço para uma maior “motorização” do Brasil. Se comparamos a quantidade de carros por habitante circulando no país com outras nações do mundo desenvolvido ou emergente, as vendas poderiam dobrar facilmente. Em 2020, as montadoras estimam que o mercado automobilístico brasileiro – que já é o quarto maior do mundo – deverá atingir a marca de 6 milhões de vendas ao ano. De acordo com levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), existem 35 milhões de veículos acelerando pelas ruas e estradas brasileiras.
Em quantos dias está o estoque das montadoras? Com a redução do IPI e IOF, em quanto tempo a Anfavea acredita que será liquidado?
O estoque de veículos nas fábricas e nas concessionárias em 30 de abril era de 366 mil veículos, equivalente a 43 dias de vendas. As novas medidas de estímulo ao setor automotivo, válidas até 31 de agosto próximo, deverão impactar positivamente no mercado de veículos, com redução direta dos preços dos produtos ao consumidor e disponibilização de maior volume e maior acessibilidade de crédito para o financiamento das compras. Mais do que reduzir estoques, as medidas objetivam a retomada do ritmo de mercado e do crescimento nos próximos meses.
A soma das reduções de IPI e dos descontos sobre os preços de lista oferecidos pelas montadoras como contrapartida representará redução de aproximadamente 10% nos preços dos veículos 1.0; de 7% nos preços dos veículos flex com motor entre 1.0 e 2.0; e redução de 4% para os veículos comerciais leves. A disponibilização de recursos de depósito compulsório dos bancos para a comercialização de veículos, a redução do IOF nas operações financeiras, bem como a flexibilização dos financiamentos concorrerão para destravar o crédito ao consumidor final.
A expectativa da Anfavea é de que, com as novas medidas, possa ser revertido o atual momento de queda e de indefinição do mercado de veículos, restabelecendo-se a dinâmica do consumo e da produção automotiva no país. As previsões iniciais para este ano são de um mercado interno de 3,8 milhões de veículos e produção de 3,49 milhões de unidades.
O presidente Cledorvino Belini fala que ainda há espaço para a “motorização” do Brasil? Por quê? Como isso se daria?
A afirmação de que ainda há espaço para o incremento da taxa de motorização no Brasil tem a ver com a relação habitantes/veículo no país. Enquanto nos países da Europa Ocidental e no Japão essa relação gira em torno de dois (um veículo para cada dois habitantes), e nos Estados Unidos tende a uma relação de um por um, temos no Brasil uma relação da ordem de 6,5.
Podemos comparar tal relação com a de países de status econômico e social equivalente ao nosso, como, por exemplo, com Argentina,4, e México, 3,6. Dessa forma, e considerando a população brasileira e as perspectivas de desenvolvimento econômico e social do país, projeta-se um potencial do mercado brasileiro em 2020 da ordem de 6 milhões de veículos/ano. Ou seja, o Brasil deve continuar como um dos maiores mercados automotivos do mundo no futuro (hoje somos o quarto). Mas não queremos ser apenas um grande mercado, mas também um destacado produtor automotivo global.
A Anfavea previa demissões caso o IPI não fosse reduzido? Com a redução do IPI, as demissões ou férias coletivas estão suspensas?
A Anfavea não faz previsões sobre emprego, assunto restrito a cada empresa. A entidade registra o número de emprego, o que faz em caráter regular, com ritmo mensal. Hoje estão empregados nas montadoras 145 mil pessoas. Considerando-se os empregos nas empresas fornecedoras de autopeças, na rede de concessionárias, centros de serviços etc., mais de 1,5 milhão de pessoas têm seus empregos ligados ao setor automotivo.
Como a redução do IPI impactará nas vendas? Quantos veículos mais a Anfavea prevê que serão vendidos?
Certamente, a redução do IPI e demais medidas de destravamento de crédito, considerando ainda os descontos de preços ofertados pelos fabricantes, terão impacto positivo nas vendas. Ainda é cedo para quantificar tal impacto favorável, mas se pode dizer que é certo que venha a ocorrer. As projeções da Anfavea para 2012 são de vendas internas de 3,77 milhões de veículos, crescimento de 4% a 5% sobre 2011.
As medidas de incentivo do consumo darão tão certo como em 2008/2009?
Os precedentes de medidas dessa natureza permitem sustentar que a estrutura do incentivo terá impacto favorável nas vendas e, em consequência, na produção.
Quais as consequências do aumento de veículos particulares circulando pelas cidades brasileiras?
A questão da mobilidade urbana não deve ser vista a partir de um ou outro aspecto isoladamente, como a quantidade de veículos nas ruas, que são apenas a parte mais visível do problema. A mobilidade urbana deve ser vista a partir de um conjunto de fatores: quantidade de veículos, transporte individualizado, transporte público eficiente, adensamento residencial e populacional, infraestrutura viária, engenharia de trânsito, planejamento urbano e o uso racional do automóvel, além da educação do consumidor.
O veículo dos anos futuros será muito mais avançado na performance, design, dirigibilidade, conectividade, funcionalidade, eficiência energética, emissões baixas ou zeradas, segurança, acessibilidade, manutenção e reciclabilidade no descarte. A equação automóvel – meio ambiente – mobilidade urbana será construída com produtos corretos e avançados por parte da indústria, com legislações, planejamento urbano e políticas públicas, pelo poder de Estado, e com disciplina e respeito às leis por parte do consumidor.
Coluna Mobilidade Urbana – publicada no dia 28.05.12 no Diario de Pernambuco
Por Tânia Passos
Uma situação recorrente no período chuvoso é que o trânsito fica muito pior do que em dias normais. A primeira impressão é que os motoristas não sabem dirigir em vias alagadas. De fato, a velocidade fica mais lenta, mas a quantidade de água, em muitos casos, impede realmente o desempenho do carro eé comum muita gente ficar no “prego”. Se é ruim para quem está no carro,imagine então para o pedestre que é obrigado a por o pé na “lama”.
O Recife é uma cidade onde a drenagem das águas pluviais já é,normalmente, complicada devido o baixo nível em relação ao nível do mar, mas há outros complicadores que nunca foram levados em conta e ajudam a fazer jus à “Veneza brasileira”. A impermeabilização do solo é uma delas. Não apenas das vias, mas dos prédios, das casas, dos estabelecimentos que não dispõem de um sistema de drenagem e despejam toda a água nas ruas.
O sistema de drenagem do Recife é antigo e ultrapassado. Nossas galerias de águas pluviais não suportam a quantidade de água e lixo queacumulam. O resultado é que as ruas ficam intransponíveis. A Prefeitura do Recife ensaiou, há dois anos, a realização de um plano diretor de drenagem, o primeiro a ser feito em quase 500 anos de história. Mas o governo municipal já está na reta final e o plano nunca ficou pronto.
Embora pareça que estamos fadados a passar pelos mesmos problemas a cada inverno, os engenheiros são unânimes em dizer que qualquer problema de drenagem tem solução técnica. A questão é a relação custo benefício. Algumas intervenções têm soluções mais baratas, outras não. Eu diria que, se levarmos em conta os prejuízos causados pelas vias alagadas, essa conta já teria sido paga muitas vezes. Basta lembrar que o município gasta mais de um R$ 1 milhão por ano em operações tapa-buraco e não há nada que prejudique mais o asfalto do que á água. E, se formos contabilizar os prejuízos dos motoristas e comerciantes, toda vez que o trânsito trava, o crédito estaria algumas centenas de vezes acima de qualquer investimento que já tivesse sido feito.
Estamos a dois anos da Copa de 2014 e corremos um sério risco de afogar nossos visitantes. É bom também lembrar que daqui a dois anos, a nossa frota de veículos não será mais a mesma. A essa altura já teremos, comcerteza, os corredores exclusivos de ônibus em funcionamento, mas essa é só uma parcela do público que utiliza o transporte público, a outra terá que continuar a dirigir em meio aos alagamentos, como sempre fez.
Será lançada na quinta-feira (24) a Frente Parlamentar em Defesa das Ciclovias, que tem como objetivos debater políticas públicas de mobilidade urbana e atuar pela implantação de ciclovias nas cidades brasileiras. O ato de lançamento será realizado às 9 horas, no Plenário 13. Antes disso, às 8h30, haverá um passeio ciclístico da Catedral até a Câmara.
A iniciativa de criação da frente parlamentar é das deputadas Marina Santanna (PT-GO) e Rebecca Garcia (PP-AM) e dos deputados Márcio Macêdo (PT-SE), Policarpo (PT-DF) e Vicentinho (PT-SP). Rebecca Garcia, que será coordenadora da frente na região Norte, disse que pretende viabilizar propostas alternativas e sustentáveis para aumentar a quantidade de ciclovias, principalmente na Amazônia.
Entre as metas da frente parlamentar estão também a discussão de medidas de integração entre a bicicleta e os modos coletivos de transporte, e o incentivo à adoção de políticas e ações para implementação de infraestrutura do sistema cicloviário brasileiro.
Além de parlamentares que integram a frente, participarão da solenidade de lançamento representantes dos ministérios dos Transportes, da Saúde, do Meio Ambiente e das Cidades; do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran); e das entidades União dos Ciclistas do Brasil Rodas da Paz e Pedal Goiano.
Com informações da Agência Câmara de Notícias
O Detran do Paraná vai notificar, a partir da semana que vem, 36.616 motoristas paranaenses que não pagaram multas vencidas até dezembro de 2010. São 67 mil infrações, que somam um valor aproximado de 19 milhões de reais. Caso não sejam pagas, as multas serão executadas judicialmente, o que pode resultar em bloqueio de bens e acarretar consequências, como dificuldade de obtenção de crédito, por exemplo.
De acordo com o diretor-geral do Detran, Marcos Traad, o objetivo da multa é punir e educar os motoristas que desrespeitam as leis de trânsito. A inscrição das multas não pagas no Cadastro de Dívida Ativa é feita anualmente pelo Detran e representa a última oportunidade para que os devedores regularizem a situação antes da abertura de processo judicial.
De acordo com o diretor Administrativo Financeiro do Detran, Ivaldo Patrício, só são inscritos no cadastro, os débitos dos devedores que já tiveram a oportunidade de defesa e esgotaram todos os recursos disponíveis nas esferas administrativas. O diretor disse ainda que todo o valor recolhido com as multas será destinado para melhorias de trânsito.
No site www.detran.pr.gov.br, no menu Dívida Ativa, é possível consultar o extrato para saber se há débito inscrito e imprimir a guia de recolhimento para efetuar o pagamento. As dívidas não sofrem reajustes nesta fase. Já no caso de execução judicial, os valores são corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor mais reajuste de 0,5% ao ano sobre o valor da multa.
Fonte: Agência Estadual de Notícias (Via Portal do Trânsito)
Cidades como São Paulo, Curitiba e Vitória já desfrutam das facilidades e os passageiros podem consultar os horários de ônibus online. Na capital pernambucana os ônibus já dispõem de GPS, mas o sistema de monitoramento foi suspenso e uma nova licitação será feita. A previsão dos passageiros acompanharem o horários dos ônibus na Região Metropolitana do Recife só em 2013.
Quem depende do transporte público para se locomover pela cidade sabe que nem sempre a tabela de horários é cumprida pelos motoristas de ônibus. Às vezes, os veículos já começam o itinerário atrasados e, na maioria dos casos, o trânsito é o grande vilão da história. Inspiradas pelo problema, algumas cidades brasileiras já tentam minimizar os contratempos para o pessoal que usa o sistema.
A solução encontrada pelas prefeituras é o rastreamento de cada veículo através de dispositivos GPS. Em Curitiba, São Paulo, Vitória, Belo Horizonte e algumas outras cidades, a tecnologia já foi ou está sendo testada e pretende informar aos passageiros quanto tempo ele vai precisar esperar até o embarque. Mas, e como essa coisa toda funciona?
São Paulo
Cada cidade possui um sistema único. Em São Paulo, onde o transporte por ônibus presta serviço a 6 milhões de pessoas diariamente, as linhas são rastreadas e o passageiro pode ver na internet o exato local onde o veículo se encontra.
Dessa forma, os paulistanos podem se programar antes mesmo de sair de casa e não perder tempo esperando no ponto. Quem preferir também pode rastear o seu ônibus pelo celular. Na loja de aplicativos para smartphones Android, é possível encontrar alguns títulos com a mesma função.
O sistema começou a funcionar oficialmente no final de março deste ano, e todos os 15 mil veículos que operam em São Paulo já estão sendo monitorados. No entanto, o site Olho Vivo ainda não disponibiliza para os passageiros as informações de todas as linhas da cidade. Para a estudante Gabriela Alves, a novidade é muito útil porém pouco divulgada. “Esse sistema só funciona na internet e pouca gente sabe que existe. Para deixar o acesso mais fácil, tinha que ter um aplicativo oficial para celular”, sugere.
Fazendo um contraponto ao número limitado de linhas cobertas pelo serviço, Gabriela afirma que o Olho Vivo não falhou nas vezes em que ela precisou utilizar o site. “Nas poucas vezes que eu usei, ele foi bem preciso”, revela.
Curitiba
Na maior cidade do sul do país, além do rastreamento por GPS, os veículos da frota curitibana também contam com conexão com a internet através da rede 3G. Uma central de informações processa os dados e mostra o tempo para chegada dos ônibus através de painéis de LCD ou letreiros luminosos próximos os pontos de parada.
O sistema está em teste em dois terminais de ônibus da cidade e, por enquanto, monitora uma linha de grande fluxo e três com pouca circulação. De acordo com a URBS (empresa que administra o transporte na cidade), até o início do ano que vem os 22 terminais de Curitiba vão ganhar quase 700 painéis luminosos. As estações-tubo também vão receber os equipamentos.
Nos veículos, estão sendo instalados pequenos computadores equipados com Linux e adaptadores GPS/3G da Ericson. Com isso, o motorista pode obter informações da rota e caminhos alternativos em casos de lentidão. Na fase de testes, o sistema está utilizando os serviços de internet da operadora Vivo.
Além disso, a cidade também está testando um sistema de monitoramento interno por câmeras nos veículos e nos terminais. Nos novos biarticulados da cidade, com cerca de 30 metros de comprimento, o problema da pouca visibilidade das últimas portas para o motorista vai ser sanado com esses equipamentos. O condutor vai poder enxergar quem está saindo e entrando no veículo e, provavelmente, as mochilas de mais ninguém vão ficar passeando do lado de fora do ônibus.
Belo Horizonte e Vitória
A capital mineira começou a testar o sistema de rastreamento por GPS no transporte coletivo em 2009. No entanto, somente no ano passado a cidade resolveu retomar a instalação dos equipamentos. Por lá, estão sendo instalados totens que informam o tempo para a chegada do ônibus em vários pontos da região central da cidade. O sistema é similar ao de Curitiba, mas pretende disponibilizar os equipamentos na rua, enquanto na capital paranaense os painéis estarão nos terminais ao lado de cada parada de ônibus.
Em Vitória, são 63 linhas monitoradas e a forma de consulta é via internet. Assim como em São Paulo, o passageiro deve visitar o Ponto Vitória e escolher no mapa o ponto de ônibus que deseja consultar. Porém, na capital do Espírito Santo, a comunicação dos veículos com a central de dados pode ter intervalos de até 20 minutos. Dessa forma, algum local congestionado pode deixar a previsão bastante deturpada.
Outras cidades do país também entraram na onda do GPS e estão monitorando suas frotas. No entanto, na maioria delas o sistema apenas serve de referência para que os condutores não atrasem a viagem. Nestes casos, as informações ainda não são repassadas para os passageiros. Se você utiliza o sistema de transporte público de uma dessas cidades, nos conte como anda a qualidade dos serviços de informações e se eles realmente funcionam como prometido.
A indústria automobilística nacional está em desaceleração. E como o freio no consumo não combina com a nova política de juros baixos e crédito farto encampada pelo governo Dilma Rousseff, o Ministério da Fazenda tratou de anunciar uma nova ofensiva para reverter a apatia deste mercado: zerou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros de mil cilindradas. A medida, válida até o dia 31 de agosto para montadoras que integram o regime automotivo, também reduz pela metade – de 13% para 6,5% – o imposto sobre automóveis a gasolina de até 2 mil cilindradas. Os utilitários tiveram o tributo reduzido de 4% para 1%.
O anúncio feito ontem à noite pelo titular da pasta, Guido Mantega, ocorre dez dias após a primeira “tacada” para tirar a indústria do sufoco, com a queda de juros para os financiamentos de automóveis em cerca de 800 concessionárias de todo o país. O programa, lançado pela Caixa Econômica Federal e o Banco PanAmericano no dia 11 deste mês, baixou a taxa mínima de juro no empréstimo dos bancos para financiamento de veículos para 0,97% ao mês, com prazo de pagamento de até 60 meses e financiamento de 70% do valor do veículo.
Mas a estratégia dos bancos mostrou-se insuficiente para reverter uma queda que, somente no primeiro trimestre, impactou em vendas 13,27% menores na Região Metropolitana do Recife, segundo dados da Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio-PE).
De acordo com o novo pacote, o preço do automóvel popular novo vai cair até 10% com os descontos que as montadoras devem dar. Sobre o preço de tabela, o valor cairá 2,5% para carros de mil cilindradas, 1,5% entre mil e 2 mil, e 1% para utilitários. As empresas vão manter os empregos e prometeram fazer promoções.
Para as montadoras do Mercosul e México, o IPI de carros populares até mil cilindradas será reduzido de 37% para 30%, de 41% para 36,5% no caso dos carros flex de mil a 2 mil cilindradas e de 46%para 36,5% nos movidos a gasolina. Já os utilitários importados terão alíquota reduzida de 34% para 31%.
“Estamos diante do agravamento da crise internacional, e isto está trazendo problemas aos emergentes. Exige esforços redobrados para manter a taxa de crescimento em um patamar razoável”, explicou Mantega durante a coletiva. “As medidas anunciadas, sem dúvida, atendem à demanda do setor”, completou o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) contabilizam 244.853 unidades vendidas em abril, 13,8% a menos que em março.
O ministro também anunciou que o governo vai liberar parte do compulsório dos bancos para a compra de veículos, o que elevará a oferta de crédito. Ainda baixou de 2,5% para 1,5% o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das pessoas físicas e cortou os juros do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico para compra de máquinas e equipamentos. (Com informações do Estado de Minas )
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio 20), marcada para o mês que vem, no Rio de Janeiro, terá como um dos temas em debate o incentivo ao uso da bicicleta. Além de bicicletários, os organizadores da conferência prometem disponibilizar bicicletas para os participantes circularem entre os locais do evento.
Mesmo antes da conferência, o município do Rio de Janeiro já tinha decidido fazer da bicicleta um dos principais meios de transporte da cidade. Em quatro anos, a prefeitura ampliou em 120 quilômetros (km) a rede de ciclovias e ciclofaixas do município que, de 150 km em 2008, já soma 270 km.
A meta é ampliar para 300 km até o fim do ano e, até 2016, ano das Olimpíadas no Rio, chegar a 450 km. Para José Lobo, presidente da organização não governamental (ONG) Transporte Ativo, que estimula o uso de bicicletas na cidade, números ainda longe do ideal.
Ele destaca, no entanto, que o tamanho da malha cicloviária não está entre os maiores desafios para quem opta pela bicicleta como meio de transporte no Rio de Janeiro. Segundo Lobo, um dos principais problemas enfrentados pelos ciclistas é o desrespeito dos motoristas.
“Capitais como Amsterdã [na Holanda] e Copenhague [na Dinamarca], onde o uso da bicicleta é gigantesco, não têm uma malha muito maior do que a nossa. O que acontece lá é que os motoristas são educados. Todas as ruas e pessoas estão preparadas para lidar com o ciclista, então, você pode circular na cidade inteira com segurança, independentemente de ter uma estrutura segregada [para o ciclista]”, disse Lobo.
Segundo ele, a conscientização dos motoristas é fundamental porque, em determinados lugares, não há como instalar ciclovias. Nessas áreas, os ciclistas precisam dividir espaço com carros e ônibus. “A gente nunca vai conseguir ter ciclovias na cidade inteira. As pessoas precisam saber que aquela bicicleta que está no trânsito não está atrapalhando, mas ajudando o trânsito a fluir melhor”.
Outro problema citado é a falta de estacionamentos específicos para bicicletas, os chamados bicicletários. Ele explica que esses serviços são fundamentais para que as pessoas passem a usar mais a bicicleta como meio de transporte e, também, para facilitar a integração com ônibus, trens, barcas e metrôs. “A bicicleta é um grande veículo de bairro, para distâncias de 3 a 5 quilômetros. Por isso, é importante estar integrada ao transporte público. Eu posso pedalar até o metrô ou o terminal de ônibus, mas, muitas vezes, não tenho onde guardar a bicicleta. Uma legislação do ano passado liberou os ciclistas para prender as bicicletas nos postes, mas não é a mesma coisa”, disse.
Segundo o subsecretário municipal do Meio Ambiente do Rio, Altamirando Moraes, há mais de 3 mil bicicletários públicos (nos quais é possível estacionar pelo menos duas bicicletas por vez) na cidade. Até a Copa do Mundo de 2014, a proposta é instalar mais mil.
Ele explica que a prefeitura também facilitou o processo para que o comércio instale bicicletários nas calçadas. Basta solicitar a instalação, por e-mail, para a Secretaria de Meio Ambiente. Moraes informou ainda que a prefeitura instalou bicicletários em diversas estações de trem e metrô da cidade.
Coluna Mobilidade Urbana – publicada no Diario de Pernambuco no dia 21.05.12
Por Tânia Passos
A operacionalização do trânsito do Recife não é e nunca será uma tarefa fácil. Exige complexidade não apenas na estrutura humana, mas também em relação a tecnologia disponível. Muito se diz sobre a ausência de agentes de trânsito, mas temos hoje um efetivo de 600 agentes, muito acima de muitas capitais do Nordeste e, proporcionalmente, somos superior ao efetivo da maior metrópole do país. O que nos falta então?
Um dos maiores desafios da engenharia de tráfego do Recife é conseguir se antecipar aos acontecimentos e tentar minimizar os efeitos de uma situação já estabelecida. Para isso é preciso perceber, rapidamente, o que se passa, onde e porque. São informações importantes para que as providências sejam tomadas. Em muitas situações essa percepção não acontece. Ou ocorre tardiamente.
Vamos relembrar aqui alguns incidentes: um semáforo travado no vermelho na Avenida Boa Viagem, entre às 6h e 8h, provocou um engarrafamento gigantesco. O primeiro agente de trânsito só chegou ao local duas horas após o incidente. Apesar da avenida dispor de câmeras de monitoramento. E mais recentemente, uma das faixas do Viaduto Capitão Temudo amanheceu fechada. A construtora “esqueceu” de reabrí-la para o tráfego. O trânsito na Zona Sul travou em todas as vias. O problema só foi resolvido quatro horas depois.
São situações evitáveis ou que poderiam ser minimizadas com maior rapidez, desde que fossem percebidas pela nossa engenharia de tráfego. O olhar para o trânsito é tão levado a sério em São Paulo, que há agentes de trânsito em cima dos prédios olhando com binóculos se algum motorista está fazendo alguma bobagem que atrapalhe o trânsito. Fico imaginando que falta faz o olhar de um agente ou das próprias câmeras para avisar os pontos de conflito e agilizar as soluções. Olhar para o trânsito na sua totalidade, talvez seja isso que falte à nossa engenharia. E de preferência logo cedo. A experiência tem mostrado que no amanhecer a engenharia ainda está de olhos bem fechados.
A internauta Vanessa Ramos nos enviou a foto de um carro abandonado na Rua Gervásio Fiorante, nas Graças. Segundo ela,o carro foi deixando no local há meses.
De acordo com Vanessa, o local tem deficiência de vagas devido a ocupação dos espaços por clientes de um centro comercial sediado na via e dos pais de alunos do Colégio Encontro, que se sentem à vontade de fazer fila dupla, bloqueando o tráfego local. A quem devemos apelar: CTTU, DETRAN, APEVISA?
Na verdade Vanessa, como se trata de uma via pública, a responsabilidade é da CTTU.E nós esperamos que os agentes de trânsito tomem alguma medida.