Santo Amaro, tem futuro?

Diario de Pernambuco
Por Tânia Passos

Qual o primeiro sinal de crescimento de um bairro? O número de prédios, comércio ou número de carros? Acertou quem apostou no aumento do tráfego. O bairro de Santo de Amaro, que tem hoje um dos quadriláteros mais disputados pelas empresas, trouxe junto os estacionamentos em vias públicas, o aumento das operações de carga e descarga, comércio informal e a sensação de que o bairro do futuro não foi planejado para a sua nova vocação.

O Instituto da Cidade Pelópidas Silveira está elaborando um estudo prevendo edifícios-garagem, ciclovias e vias verdes em Santo Amaro. O estudo deverá servir de emenda para o Plano de Mobilidade da cidade. Mas, até isso acontecer, o impacto do crescimento desordenado é também uma das preocupações do Porto Digital, que expandiu seu território para o bairro e realiza hoje, às 19h, no Teatro Hermilo Borba Filho, um seminário sobre a mobilidade da área.

E a preocupação não é a toa. De acordo com a Dircon, nos últimos dois anos, 476 empresas receberam alvará de funcionamento no bairro. “Nós precisamos saber a cidade que queremos”, ressaltou o presidente do Porto Digital, Francisco Saboya. O impacto da circulação não é apenas dos veículos, mas também do deslocamento das pessoas.

Das novas empresas, uma das que mais chamam atenção pela dimensão é a Contax, que fornece serviço de call center e emprega cerca de 15 mil funcionários. Grande parte dos funcionários usa o transporte público e um número significativo opta pela moto. Um quarteirão inteiro de motos é o retrato da mobilidade que temos hoje.

Para quem depende do transporte público, como é o caso da operadora de telemarketing, Rafaela Martins, a rotina para chegar ao trabalho começa cedo. “Saio de casa às 4h40 para chegar aqui às 6h. Trabalho até o meio-dia e chego em casa por volta das 14h30”, revelou. Se tivesse condições, não teria dúvida em deixar o transporte público.

O que também contribui para a piora na circulação é o aumento das operações de carga e descarga. O bairro tem uma característica de dispor de um grande número de galpões. Em um passado não muito distante, as empresas aproveitavam a proximidade do bairro com o centro e construíam depósitos para armazenar mercadorias. Em Santo Amaro há atualmente 82 galpões. E pelo visto estão operando com toda sua capacidade. Não importa a hora. Uma cena comum no bairro é o motorista ter que esperar, pacientemente, que determinada empresa conclua a tarefa de carga e descarga para poder prosseguir. Há casos em que a via inteira fica obstruída.

De acordo com o diretor de trânsito da CTTU, Agostinho Maia, o bairro de Santo Amaro ainda não foi incluído no perímetro defindo pela portaria do órgão de trânsito, que determina que as operações sejam feitas das 22h até as 5h e durante o dia, em pontos definidos pela CTTU e com veículos de até seis metros de comprimento.

“Até julho devemos incluir Santo Amaro nesse perímetro”, afirmou Agostinho Maia. Na estratégia de ordenamento, o trabalho da CTTU é tentar administrar o caos que já está instalado. Mas como evitar que o problema se instale? De acordo com a diretora da Dircon, Maria José D’Biase, os novos alvarás estão sendo fornecidos com a condição das empresas disporem de uma área dentro do lote para as operações de descarga.

Santo Amaro, ocupação sem planejamento

O bairro de Santo Amaro, no centro expandido do Recife, vem se transformando em uma das regiões mais cobiçadas pelas empresas. Além da aproximação com o centro, há ainda muitos espaços para serem ocupados. A ocupação, no entanto, vem ocorrendo de forma desordenada e a mobilidade do bairro está cada vez mais comprometida.

A Diretoria de Controle Urbano (Dircon) informou que entre as medidas mitigatórias da empresa Contax está a construção de uma praça de alimentação para reunir os barraqueiros que hoje ocupam a calçada na frente da empresa. A Contax também foi responsável pela requalificação e o retorno da Avenida Arthur de Lima Cavalcanti.

As leis mais ignoradas no trânsito

Usar cinto de segurança, não furar sinal vermelho e não dirigir alcoolizado. Essas são regras do trânsito já bastante difundidas entre os condutores. No entanto, existem outras normas que estão bem longe do cotidiano de muitos motoristas porque elas são mais difíceis de serem fiscalizadas ou porque sua existência é desconhecida.

Para se ter uma ideia, de acordo com dados do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), durante os dois primeiros meses de 2012, foram aplicadas 27.944 infrações a veículos que transitaram com velocidade superior a permitida em até 20%. Já quando a infração dizia respeito ao ato proibido de usar buzina entre as 22h e 6h, apenas seis infrações foram aplicadas em todo o ano passado, no estado, e nenhuma neste ano.

O diretor de fiscalização e engenharia de trânsito do Detran-PE, Sérgio Lins, confirma que existem regras no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que são mais difíceis de serem fiscalizadas. “Se um guarda de trânsito multa um condutor por dirigir com uma mão só, o motorista terá mais margem para contra-argumentar. Poderá alegar que estava passando marcha ou sinalizando uma manobra”. O diretor também aponta como uma razão para o alto número de multas por excesso de velocidade e avanço de sinal, por exemplo, o fato de esse tipo de infração ser monitorado por sensores eletrônicos e não por pessoas. “Mesmo com todo o aparato dos agentes de trânsito, as máquinas conseguem uma precisão maior”.

O Vrum/Diario de Pernambuco lista agora algumas regras de trânsito que podem ser desconhecidas por quem dirige, mas que devem ser cumpridas, uma vez que visam prioritariamente a segurança de motoristas e pedestres. Fique atento para também não ser surpreendido por multas.

+As mais ignoradas

Dirigir com uma mão só

Cansaço, comodidade, costume. São vários os motivos que se pode utilizar para justificar o fato de não estar com as duas mãos no volante. Além de comprometer a segurança, o motorista que guia com uma mão está cometendo uma infração média (artigo 252 do CTB). Fazer sinais regulamentares de braço, mudar a marcha ou acionar equipamentos e acessórios são as únicas ações que a lei permite que sejam feitas com uma das mãos enquanto a outra está no volante.

Uso ilegal da buzina

Quando motoristas acreditam que sinalizar com a buzina é a melhor saída, poucos são os que analisam o local e o horário para saber se a ação é legal. Segundo o artigo 227, do CTB, o uso da buzina só pode ser feito com toque breve, para advertir pedestres e outros veículos. De acordo com a legislação, quem usa o item de forma sucessiva e prolongada, entre as 22h e 6h, em locais e horários proibidos pela lei realiza uma infração leve.

Ultrapassar pela direita

É quase certo afirmar que todo mundo que passou por uma autoescola sabe que o certo é ultrapassar pela esquerda. Contudo, na hora em que a pressa fala mais alto, não é difícil encontrar aqueles que ultrapassarão por qualquer um dos lados. O CTB deixa que isso aconteça apenas quando o veículo da frente estiver colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda. Uma infração média será aplicada a quem fizer a ultrapassagem proibida.

Estacionar na contramão

Na luta diária que muitos travam para tentar achar uma vaga de estacionamento, achar um espaço para parar o carro traz muita alegria. Na afobação para ocupar a vaga, muitos podem não lembrar (ou saber) que o artigo 181, do CTB, não permite que o carro seja estacionado na contramão. Parar o automóvel no mesmo sentido traz mais segurança para o condutor na hora de sair com o veículo, pois diminui as chances de uma colisão. A infração neste caso é média.

Muito próximo à esquina

Ainda tratando do dilema de estacionar, imagine encontrar um espaço vazio e que ainda tenha sombra. Perfeito, não é? Mas se este verdadeiro oásis estiver localizado a menos de cinco metros da esquina, a legislação diz que o seu carro não pode ser parado lá. A medida visa a proteção do condutor que está entrando numa rua e pode ser surpreendido por um carro estacionado. Segundo o artigo 181, do CTB, a infração neste caso também é média.

Película no vidro dianteiro

Umas das máximas da direção defensiva é: “veja e seja visto no trânsito”. A dica não pode ser cumprida se películas escuras forem colocadas nos vidros do carro. A Resolução 73 do Contran estabelece que a transmissão luminosa não poderá ser inferior a 75% para os vidros incolores dos para-brisas e 70% para os para-brisas coloridos e demais vidros indispensáveis à dirigibilidade. Mas não é difícil encontrar quem esteja descumprindo a norma e cometendo uma infração média.

Carro lento em faixa rápida

Você já deve ter presenciado a situação em que um veículo em velocidade mais lenta está numa faixa destinada a carros mais velozes. O artigo 219 do CTB fala que transitar em velocidade inferior à metade da máxima estabelecida para a via se caracteriza como uma infração média. A atitude só é válida se as condições de tráfego e meteorológicas não permitam que o condutor trafegue na velocidade recomendado ou se ele estiver na faixa da direita.

Não sinalizar manobra

Utilizar a chave de seta do veículo para indicar a entrada à esquerda, à direita ou mudança de faixa é uma forma simples de evitar colisões que podem trazer danos materiais e físicos para os envolvidos. Perante o artigo 196, do CTB, não sinalizar a manobra implica em infração grave. Já quem deixar de se deslocar, com antecedência, para a faixa mais à esquerda ou mais à direita, dentro da respectiva mão, quando for manobrar para um desses lados comete infração média.

FONTE: Vrum

Mudança de placas para evitar crimes

 

Diario de Pernambuco

Por Anamaria Nascimento

A cena ainda é comum nos boletins policiais. Ladrões praticam um assalto e deixam o local numa motocicleta. A placa é dobrada para evitar identificação durante a fuga. No que depender do Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE), esse tipo de ocorrência não vai mais acontecer ou, pelo menos, deve diminuir nos próximos meses. Novas placas para motos – maiores e não dobráveis – serão instaladas, até o próximo dia 1º, nos veículos novos ou que vão mudar de cidade ou estado. O objetivo é melhorar a visibilidade e evitar que as motos sejam usadas em investidas criminosas.

Outra situação constante nas delegacias é o roubo de motocicletas e monetas – que, muitas vezes, têm as placas adulteradas ou clonadas – para serem usadas em assaltos. Apenas nos três primeiros meses deste ano, 801 motocicletas e monetas foram roubadas ou furtadas no estado. No mesmo período do ano passado, foram 563 investidas semelhantes. Isso representa um crescimento de 42% nesse tipo de crime.

A Secretaria de Defesa Social (SDS) espera que esses números reduzam com o novo modelo de placas do Detran. O delegado da Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Veículos, Nelson Souto, informou que ainda não é possível mensurar o impacto da medida do Departamento de Trânsito nos índices de violência. “Algumas motos já estão com as novas placas, mas como a mudança é recente, ainda não podemos afirmar que ela teve efeito sobre os crimes”, pontuou o titular da especializada. “Mesmo assim, já podemos dizer que a decisão do Detran é muito positiva. Qualquer esforço que tenha como objetivo dificultar a ação criminosa é importante”, completou.

O produtor cultural Anderson Souza, 25 anos, também avaliou positivamente a medida. Ele teve a motocicleta roubada em dezembro do ano passado na Avenida Mascarenhas de Morais, bairro da Imbiribeira. Dois homens armados estavam em outra moto. Um deles desceu da garupa e levou a da vítima. “Prestei depoimento na Delegacia do Ipsep. Naquele dia, mais três pessoas também haviam sido assaltadas da mesma forma. Esse tipo de violência é assustador”, afirmou. A moto roubada tinha sido comprada apenas quatro meses antes do crime. Anderson ainda está pagando as prestações. “Quando eu terminar de pagar, vou investir em um carro. Os assaltantes preferem as motos pela facilidade de levar e para dobrar as placas. Espero que essa decisão do Detran realmente mude isso.”

Mudanças

O diretor de Operações do Detran-PE, Celivaldo Lira, explicou que a resolução para aumentar em 30% o tamanho das placas das motos (de 18,7 por 13,6 cm para 20 por 17 cm) foi tomada em janeiro deste ano. Os donos dos veículos no estado têm até o dia 1º de maio para se adequar. “A tipografia é maior também. Além disso, as placas são feitas agora com um dispositivo de segurança, um código de barras. As empresas que fabricam as sinalizações devem ser aprovadas pelo Detran. O novo formato permite uma comunicação direta entre o órgão e as lojas. Isso evita fraudes e placas adulteradas ou clonadas”, ressaltou.

A mudança nas placas se estende para outros veículos além das motos. Elas devem ser reflexivas (com película especial), mas não vão mudar de tamanho. A resolução deve atingir mais de 460 mil condutores por ano no estado. Pernambuco conta com uma frota de dois milhões de veículos. Assim, todos devem estar com as novas placas até o ano de 2016.

Saiba mais

Número de furtos e assaltos a motocicletas e monetas no estado*

2011:

Furto de motocicleta: 19
Furto de moneta: 130
Roubo de motocicleta: 11
Roubo de moneta: 403
Total – 563

2012:

Furto de motocicleta: 14
Furto de moneta: 206
Roubo de motocicleta: 21
Roubo de moneta: 560
Total – 801

*Dados referentes ao primeiro trimestre de cada ano
Fonte: SDS

Novas placas

As novas placas devem ser instaladas em carros novos, que mudaram de característica ou que foram transferidos de cidade ou estado até o dia 1º de maio

Com o aumento no tamanho, as placas passarão a ter 20 por 17 centímetros em vez dos 18,7 por 13,6 atuais

O preço das placas deve aumentar de R$ 120 para R$ 139

A multa para os condutores flagrados com placa falsificada, inteligível ou não-autorizada é de R$ 191,53

Estimativa – número de carros que mudam de placa por ano**

Veículos novos: 224.849
Veículos com mudança de característica: 9.114
Veículos que foram transferidos de cidade: 202.542
Veículos que foram transferidos de estado: 25.573
Total: 462.078

A frota de carros no estado é de 2 milhões de veículos

O Detran espera que todos os carros do estado estejam com as novas placas até 2016

** Dados de 2011
Fonte: Detran-PE

Denatran quer incentivar parcerias para reduzir acidentes de moto

 

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) pretende incentivar parcerias com instituições em todo o país com o objetivo de reduzir o número de acidentes de moto.

Dentro desta perspectiva, Pernambuco partiu na frente com a criação de um Comitê Estadual de Prevenção de Acidentes de Motos com várias entidades, entre elas o Ministério Público. O primeiro balanço do trabalhou resultou na divulgação de redução de 21% nos atendimentos de vítimas de acidentes de motos na unidade de traumatologia do Hospital da Restauração (HR).

Em uma primeira reunião promovida pelo Denatran para discutir o assunto, estiveram presentes: o diretor do Denatran,Júlio Ferraz Arcoverde, o diretor da Secretaria de Integração da AMB, Flavio Fenoglio, o Coordenador da Justiça Estadual, Walter Pereira, e a Advogada Nina dal Poggetto,

O grupo apresentou um projeto que consiste em campanhas voltadas ao uso responsável do capacete, a conspicuidade (a melhor visibilidade do motociclista), cuidados com óleo na pista e os temidos pontos cegos.

O Diretor do Denatran afirmou a necessidade de parcerias, “No Brasil, toda ação feita em relação à prevenção de acidentes tem apoio do Denatran. Precisamos envolver a sociedade, pois uma ação isolada do governo não trará os resultados desejados”, completou. Em julho acontecerá o II Encontro de Motociclismo da AMB e do IX Brasília Moto Capital.

Com informações do Portal do Trânsito

Armados sim, mas sem briga



Não será um convênio assinado entre a Prefeitura do Recife e a Polícia Federal que irá gabaritar um guarda municipal e, por conseguinte, o agente de trânsito, que integra a corporação, a portar uma arma. Em todo o país, há 68 municípios que já assinaram o mesmo convênio, mas a maioria ainda não recebeu porte de arma. Há vários critérios que precisam ser avaliados: desde a existência de uma ouvidoria e corregedoria, a seleção dos que irão portar arma, um curso de formação com grade curricular pelo Senasp e outro para treinamento de tiro, além da avaliação psicológica. Em Pernambuco, os municípios de Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho assinaram o convênio, mas ainda não conseguiram cumprir as exigências da PF.

O ideal, como disse a presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Maria de Pompéia, era que não houvesse necessidade de armar os agentes de trânsito. E a gente torce para que eles nunca precisem usar a arma. Mas é preciso também levar em conta a vulnerabilidade na qual eles se encontram. De 2003 para cá, quatro agentes foram baleados em serviço e um morreu. A posição de autuar, por si só, já traz uma certa antipatia, imagine então para o infrator que se sente acima da lei e faz de tudo para intimidar.

Por incrível que pareça, os agentes de trânsito temem principalmente o motorista que é policial. Segundo os agentes, há situações recorrentes de intimidações. A partir do convênio, eles esperam se sentir mais seguros e no mesmo patamar de igualdade, por exemplo, dos policiais do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPtran), que andam armados. É claro que violência nunca foi solução para nada. Mas, às vezes, até para promover a paz é preciso mostrar que o outro lado não quer briga, mas exige respeito.

Porto desembarca em Santo Amaro

 

Nesta terça-feira, 24 de abril, a partir das 19h, o Teatro Hermilo Borba Filho (Entradas pela Av. Cais do Apolo, S/N, Bairro do Recife ou pela Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife), vai receber a terceira edição do evento Porto Desembarca em Santo Amaro, cujo tema desta vez será “Perspectivas urbanísticas e de mobilidade para os Bairros do Recife e Santo Amaro após a expansão do Porto Digital”. As vagas são limitadas. Faça aqui a sua inscrição.

Participam do encontro Francisco Saboya, presidente do Porto Digital, que abrirá oficialmente o evento, Milton Botler, presidente do Instituto Pelópidas Silveira, Zeca Brandão, coordenador do Núcleo Técnico de Operações Urbanas do Governo de Pernambuco (NTOU/PE), Ângelo Leite, presidente da Serttel, Marcello Gomes, representante da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI-PE), e Leonardo Guimarães, diretor Executivo do Porto Digital.

A programação do evento será composta por discussões sobre os impactos da atividade portuária, requalificação e acessibilidade no Bairro do Recife, as alternativas para a mobilidade e sustentabilidade urbana na região do Porto Digital, oferta imobiliária, entre outros assuntos relativos à urbanização do Recife.

O ambiente do Teatro Hermilo Borba Filho será personalizado com uma exposição exclusiva do artista plástico Jacaré, feita com bicicletas e materiais recicláveis, que vão inserir os visitantes na temática do evento. Além disso, projeções de imagens do artista Marcelo Lyra sobre a mobilidade ao redor do mundo estarão à mostra no pátio do teatro.
Após o debate, os participantes poderão aproveitar um coquetel de confraternização, chefiado pelo buffet Medialuna. Tudo ao som do MJ Marx, de Recife. A empresa Proa, embarcada no Porto Digital, assina a idealização e produção do projeto Porto Desembarca em Santo Amaro.

Porto Desembarca em Santo Amaro – No final de 2011, a Prefeitura do Recife sancionou a Lei Municipal 17.762/2011, que beneficia empresas de TIC e Economia Criativa instaladas na região do Porto Digital com redução de ISS e amplia o território do parque tecnológico para o bairro de Santo Amaro, no Quadrilátero da Rua da Aurora.
Por este motivo, foi idealizada uma série de eventos com o objetivo de inserir os empresários de TIC e de Economia Criativa, bem como a sociedade civil, na discussão sobre os novos rumos e oportunidades de negócios que surgirão após a ampliação territorial e de atividades do Porto Digital. Os dois encontros anteriores reuniram cerca de 300 pessoas, no Espaço Muda, localizado no Bairro de Santo Amaro.

Recife lidera as capitais no teste do bafômetro

 

 

O Recife foi a capital brasileira que mais aplicou testes de bafômetro (68.373) em motoristas abordados pela Operação Lei Seca nos três primeiros meses deste ano. O Rio de Janeiro foi a cidade em que os motoristas mais se recusaram a fazer o exame (6.567) no mesmo período. Dona da maior frota do país, com quase 7,2 milhões de veículos registrados, São Paulo foi a que mais multou por embriaguez ao volante: 3.564.

O levantamento foi feito com dados relativos ao período que vai de 1º de janeiro a 31 de março. Eles foram fornecidos por departamentos de trânsito (Detran) e governos de 19 estados e do Distrito Federal. Apenas os dados dos estados de Amazonas, Amapá, Santa Catarina, Piauí, Pará, Alagoas e Rio Grande do Norte não foram fornecidos ao G1.

A fiscalização da lei seca é feita de forma descentralizada, e cada estado coordena a operação de forma separada. Os dados deste ano indicam que a descentralização gera números discrepantes pelo país. Enquanto alguns estados têm fiscalização intensiva e aplicação de muitas multas, em outros o controle de motoristas embriagados multou apenas algumas dezenas de infratores durante os três meses.

Nas cinco capitais que mais multaram, estão 75% de todas as notificações. E a soma do total de multas aplicadas por todas as outras capitais não chega nem ao número de multas aplicadas apenas por São Paulo. Em relação ao número de testes de bafômetro, apenas os aplicados por São Paulo, Rio e Recife equivalem a 81% de todos os exames feitos nas capitais.

Enquanto mais de 50 mil pessoas fizeram o teste do bafômetro no Recife, no Rio e em São Paulo, por exemplo, apenas 90 motoristas fizeram o exame em João Pessoa, e 43 foram submetidas ao teste em Palmas, segundo a coordenação da lei seca desses estados. Enquanto mais de mil foram multados por embriaguez ao volante em Vitória (na região metropolitana), em Fortaleza ou em Brasília, apenas 22 receberam multas em São Luís e somente 34 foram multados em Salvador.

Multas
Mais de 12 mil motoristas foram multados nas capitais brasileiras por dirigirem embriagados entre janeiro e março deste ano, o equivalente a 5,7% dos condutores que passaram pelo bafômetro. A capital com o maior número de pessoas multadas foi São Paulo, onde 3.564 motoristas receberam a notificação, segundo a Polícia Militar, o equivalente a 27% das multas do país. São Paulo também tem a maior frota de carros do país, com 7,2 milhões de veículos e 5,6 milhões de motoristas habilitados, segundo dados do Detran-SP.

O total de multas registradas na cidade equivale a 5% dos motoristas submetidos ao bafômetro. Em média, cerca de 20 mil pessoas fizeram o exame em cada um dos três primeiros meses do ano nas blitze de São Paulo.

O Recife ficou em segundo lugar no total de notificações, com registro de 2.410 multas por constatação de que o motorista havia bebido antes de dirigir (quase 19% das multas de todas as capitais), segundo a Secretaria de Saúde do estado. Vitória, Brasília e Fortaleza aparecem em seguida na lista, todas com mais de mil multas, cada uma delas, no primeiro trimestre.

Do lado oposto da tabela, São Luís foi a capital com menor registro de casos de embriaguez. Apenas 22 motoristas foram flagrados infringindo a lei seca entre janeiro e março, segundo o Centro Integrado de Operações de Segurança. A cidade tem uma frota de 981 mil veículos, e não foi informada a quantidade de motoristas que fizeram o teste do bafômetro.

A quantidade de registro de multas em Palmas, em Salvador, em Boa vista, em João Pessoa e em Aracaju também foi baixa. Em nenhuma dessas capitais o total de multados por embriaguez chegou a cem motoristas nos três meses analisados.

Exames
Quase 222 mil motoristas das capitais brasileiras foram submetidos ao exame do bafômetro no primeiro trimestre desse ano, segundo o levantamento realizado pelo G1. A maior parte dos testes, entretanto, foi realizada em apenas três cidades, Recife, Rio e São Paulo, que totalizam 81% dos exames.

O Recife foi o campeão neste quesito, com 68.373 testes do bafômetro, segundo a Secretaria de Segurança, o equivalente a quase 12% de toda a frota de veículos registrada na capital pernambucana (577 mil). No total, 3,5% dos motoristas que fizeram o exame na cidade foram multados por ter sido detectada a presença de bebidas alcoólicas.

São Paulo foi a segunda capital que mais fez testes de bafômetro, analisando 60.485 pessoas, segundo a PM, o equivalente a 1% dos motoristas registrados na cidade. O Rio de Janeiro realizou 50.893 testes do bafômetro no período.

Pelo menos 3 das capitais que forneceram dados ao G1, e o Distrito Federal, não indicaram o total de pessoas que haviam feito o teste do bafômetro. Em Palmas, apenas 43 motoristas fizeram o exame nos três meses, e 26 (60%) receberam multas. Em Curitiba, apenas 208 motoristas fizeram o teste do bafômetro no primeiro trimestre.

Recusas
O total de motoristas que se recusaram a fazer o teste do bafômetro nas capitais brasileiras se aproxima bastante do total de multados por infração da lei seca. Pelo menos 11,8 mil pessoas se aproveitaram do direito a não fornecer provas contra si mesmo para se negarem a passar pelo exame do bafômetro durante o primeiro trimestre de 2012.

O Rio de Janeiro foi a capital que registrou o maior volume de motoristas que se recusaram a fazer o teste, totalizando mais da metade dos números do país nesse quesito. Somente no Rio, 6.567 pessoas se negaram a passar pelo teste, segundo dados do governo do estado, um número equivalente a 12% das pessoas que fizeram o exame no mesmo período na cidade, e 27 vezes maior do que o número de multas aplicadas pela lei seca.

O Recife voltou a se destacar, ficando em segundo lugar na lista de capitais em que mais motoristas se recusaram a fazer o exame. Foram 1.951 pessoas que rejeitaram o teste na cidade.

Em São Paulo, que foi a cidade com maior número de multados pela lei seca e a segunda que mais realizou testes do bafômetro, apenas 187 motoristas se recusaram a fazer o exame. A cidade ficou em 10º lugar nesse ponto.

Fonte: G1  (Via Portal do Trânsito)

 

Recifense vai de carro à esquina

Diario de Pernambuco

Por Ed Wanderley

Chegou a hora de voltar do trabalho ou faculdade e você lembra que deve comprar pães: chegar em casa e aproveitar para esticar as pernas, caminhando, ou fazer uma parada estratégica no caminho? E para ir à farmácia ou restaurante que ficam a duas ruas de distância? Visitar um conhecido a três quadras de casa? A resposta natural e racional seria aproveitarmos essas oportunidades para nos movimentar.
Mas, na prática, o recifense tende a optar pelo automóvel em todas essas situações. Comodidade, hábito, falta de tempo, intolerância às altas temperaturas ou simplesmente receio da falta de infraestrutura e segurança que as ruas da cidade podem oferecer. Por mais diversas que sejam as justificativas, elas revelam uma sociedade mais sedentária e menos conectada ao local onde vive. O resultado acaba sendo não apenas um crescente problema de mobilidade urbana, mas também de saúde pública que, pelos indícios, está longe de encontrar uma solução.

Segundo o presidente do Instituto Pelópidas Silveira, Milton Botler, foi criada, no Recife, uma cultura vulgar, mal vista no mundo inteiro, que torna as pessoas reféns do automóvel. “Isso é ruim para a saúde e para a própria cidade”, explica. Para ele, a culpada seria a sensação de insegurança em toda a cidade, fato que independe da própria criminalidade ou de infraestrutura. “É uma questão de ‘percepção’. Se as pessoas não se sentem seguras acabam em uma cidade cujos prédios têm altos muros e seus moradores abandonam os espaços públicos. Os bairros em que as calçadas apresentam melhores condições de uso são justamente onde elas ficam mais abandonadas”, avalia.

Contrariando o que parece ser uma maioria, Hilton Costa, 48, busca ao máximo evitar o uso do próprio carro. Apesar de residir no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, e trabalhar no bairro da Boa Vista, no Recife, o publicitário estima que 80% de seus percursos sejam realizados a pé. “Planejo meu dia. Só uso o automóvel quando sei que vou me deslocar para longe e com pouco tempo. Prefiro ir trabalhar de ônibus. Nas áreas próximas ao centro, caminhando consigo chegar aos locais sem maiores atrasos e em menos tempo, sem preocupação com estacionamentos, que quase não existem”, explica, com a simplicidade lógica dos poucos pernambucanos que fazem este tipo de trajeto por opção.

De acordo com uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o Nordeste é a região com o menor índice de pessoas fisicamente ativas do país (48%). Para o Doutor em Nutrição da Universidade de Pernambuco Wagner Luiz Prado, a tendência é bastante forte na capital pernambucana, uma das menos ativas do Brasil. “Percebemos que a atividade acaba mais atrelada ao lazer. No cotidiano, as pessoas preferem a comodidade”, explica. A situação é tão alarmante que uma pesquisa desenvolvida na própria UPE mostra que o problema existe mesmo entre os universitários ingressantes em cursos de saúde, que deverão lidar profissionalmente com questões como obesidade, qualidade de vida e prevenção de doenças.

Os resultados apontaram que menos da metade faz exercícios físicos regulares e que uma média de 10% dos alunos de cursos como educação física e enfermagem apresentavam sobrepeso. “As pessoas não entendem que a questão vai além da estética ou da preservação cardiovascular. Atividade física significa qualidade de vida”, complementou Prado.

Conforto e calor
Estevam Marinho Filho
Administrador, 27 – Madalena

Para jovens de algumas décadas passadas, possuir um automóvel poderia ser sinônimo de independência e status. Hoje, para pessoas como Estevam Marinho Filho, 27, é uma questão de necessidade e, como brinca, de sobrevivência. A primeira questão se dá por conta da vontade de atender aos próprios anseios, sem intervenções de terceiros. “Não gosto de depender de ninguém. Mesmo quando vou para qualquer lugar com amigos, temos que ir no meu carro. Não gosto de ter ninguém influenciando o horário para onde eu vou ou volto dos lugares ou me impedindo de fazer o que eu tiver vontade”, explica.

O perfil do administrador de empresas acaba sendo um retrato de uma cultura local, que resulta em uma grande concentração de veículos nas ruas, com uma taxa pouco maior do que um ocupante por carro. “É uma questão de facilidade e, claro, de conforto”, justifica.

Quando fala de sobrevivência, na verdade o jovem se refere às altas temperaturas da cidade. Com uma média histórica de 27ºC, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Recife faz de seus moradores reféns de um clima quente e bastante úmido. “O calor é muito grande. Não tem perigo de eu me deslocar na cidade sem ar condicionado”, conclui.

Hábito e falta de tempo
Bruno Moura
Empresário, 23 – Aflitos

Para algumas pessoas, 70% de todo o tempo que se perde em um dia é atribuído ao trânsito. No caso de Bruno Moura, 23, os mesmos 70% representam o tempo de seu dia que são gastos dentro do próprio carro. Proprietário de uma empresa de comunicação no Recife, o jovem circula entre os municípios da Região Metropolitana durante toda a semana e já fez dos congestionamentos um aliado. “O deslocamento é intenso, então você aprende a aproveitar melhor o seu tempo dentro do veículo mesmo. Telefona, manda e-mail, resolve pendências. Nestes casos, o trânsito infernal até ajuda”, brinca.

Questionado sobre o costume de caminhar pela própria cidade, o empresário admite que, por costume, prefere os arrodeios necessários para se deslocar nas proximidades de sua residência. A academia e a livraria que frequenta ficam em uma rua paralela ao seu apartamento, a 350 metros. Mas a opção acaba mesmo sendo o carro. Por conta dos sentidos da via e da grande concentração de semáforos, Moura percorre entre 800m e 1,1km e, às vezes, gasta três vezes mais tempo para chegar ao destino. “Mesmo com o congestionamento, em especial na Av. Rosa e Silva, acho mais vantajoso não ir andando”. No caminho não feito, o jovem deixa de ter contato com pontos culturais e o Parque da Jaqueira, recursos perdidos entre a ânsia do tempo e o cinza de um asfalto cada vez mais presente.

Praticidade e Planejamento
Betânia Rocha
Juíza, 37 – Casa Forte

Moradora do Recife e juíza em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata pernambucana, Betânia Rocha não enxerga sua rotina sem o próprio carro. Mas, segundo ela, a distância não é o único empecilho para que seu deslocamento seja exclusivamente feito com o auxílio de quatro rodas. “A pessoa anda quando o sistema público de transportes funciona. Em outros lugares para onde viajo, não tenho problemas para caminhar. Aqui? É impossível”, justifica.

Se a dependência do veículo se apresenta quase como uma única alternativa para cobrir a ida e volta do trabalho, nas ruas do Recife, e mesmo ao redor da sua residência, a realidade se repete. E quando se somam questões de falta de segurança e de tempo, discurso comum entre a ‘geração motorizada’ da capital pernambucana, o resultado é um estilo de vida que mantém habitantes mais longe das ruas, o maior tempo possível. Uma vez dentro do carro, procura-se realizar todos os afazeres do cotidiano de uma só vez, especialmente no retorno para casa. “Faço todo um planejamento, elencando o que tenho que fazer ao sair do trabalho e cumpro o roteiro para não precisar ir a pé para lugar algum”, conta.

Infraestrutura
Cassandra Farias
Advogada, 58 – Boa Viagem

Para a advogada Cassandra Farias, a culpa da grande dependência dos recifenses por automóveis é da própria cidade. Sem uma estrutura que permita um caminhar confortável, muita gente acaba deixando de aproveitar o que o município tem a oferecer. “As calçadas estão em péssimo estado. Muitas são íngrimes e são marcadas por diversos buracos. Fica impossível alguém caminhar de salto alto sem correr um risco de se ferir”, explica.

Segundo o Instituto Pelópidas Silveira, apenas no Recife há 5.157,55 quilômetros de calçadas. O problema é que com a divisão de responsabilidade pela manutenção delas, entre a prefeitura municipal e proprietários ou condomínios privados, não se tem um levantamento eficiente de quanto deste total está em bom estado de uso.

Se as calçadas, enquanto recursos públicos disponíveis, não se fazem atraentes, seu complemento é ainda mais mal visto pelos moradores, o que reforça a massiva preferência pelos automóveis. “Os transportes públicos não estão adequados para a demanda e não dá para andar a pé”, defende Cassandra. Com um índice de ocupação média de 76,9 passageiros por viagem,  os ônibus não se mostram uma opção viável.

Insegurança
Tereza Cristina de Andrade
Arquiteta, 64 – Graças

Bastou estacionar o carro um pouco mais distante da casa de uma amiga, em Boa Viagem, para que a arquiteta Tereza Cristina Cunha de Andrade, 64, fosse abordada por um ladrão na rua, enquanto caminhava do automóvel à recepção do edifício. “O porteiro foi quem viu a movimentação e veio me ajudar. O rapaz levaria minha bolsa. Desde então, não vou comprar um pão na esquina que não seja de carro”, conta.

A sensação de insegurança enfrentada pela moradora do bairro das Graças reflete uma cultura coletiva que atribui ao interior de seus próprios veículos, uma alternativa de fuga da violência urbana no Recife. De vidros fechados, marcados pelas películas de proteção (que, no final das contas, pouco a oferecem), os motoristas se previnem como podem. “Para falar a verdade, se eu for a um estabelecimento que não tenha estacionamento bem na frente, prefiro comprar em um outro lugar”, afirma.

A infraestrutura urbana também acaba reforçando a sensação de vulnerabilidade. No bairro em que vive, Tereza Cristina também identifica uma grande deficiência em termos de iluminação pública. Se durante o dia já há receio de circular pelas ruas caminhando, à noite, andar nas vias não é opção. “É horrível você sair de casa se preocupando na melhor forma de esconder o celular”, conclui.

Cinto de segurança também no banco traseiro

 

Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

Foi no final da década de 1950 que o sueco Nils Bohlin inventou o cinto de segurança de três pontos. Quase quatro décadas depois, em 1997, o atual Código de Trânsito Brasileiro (CTB) tornou obrigatório o uso do cinto para todos os ocupantes do carro, seja nas rodovias ou em áreas urbanas. Mas ainda tem muita gente que não leva em conta a importância do equipamento de segurança. Principalmente no banco traseiro do veículo. No ano passado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou um total de 2.938 notificações pela falta do cinto de segurança. A infração aparece entre as seis mais cometidas pelos motoristas que circulam nas rodovias federais que cortam o estado. Na capital pernambucana, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) registrou, em 2011, 4.204 infrações pela falta do uso do equipamento.

O “esquecimento” faz vítimas. Em 2011, a PRF registrou 138 acidentes onde pelo menos um ocupante não usava o cinto de segurança. Esses acidentes resultaram em 118 feridos e 31 mortos no estado. Pelo artigo 167 do CTB, a falta do cinto de segurança é uma infração grave. A multa é de R$ 127,69 e mais cinco pontos na carteira. A presidente do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran), Simíramis Queiroz, chama atenção para os ocupantes do banco traseiro. “Os passageiros que sentam no banco de trás, muitas vezes não se sentem obrigados a usar o cinto e passam a ser uma arma letal para quem está na frente com o cinto”, alerta Simíramis. Ela lembra que com o impacto, o passageiro do banco de trás pode esmagar quem estiver na frente.

A turismóloga Ana Cláudia Melo Pinho, 30 anos, mãe de Natália, 9, e Luís Pedro,4, ensina as crianças desde cedo a usar o cinto. “Eles entram no carro e já colocam o cinto”, revelou a mãe. Natália de 9 anos, sabe usar o cinto de três pontos, mas o irmão Pedro ainda precisa de ajuda. Aliás, pela idade, ele deveria usar a cadeirinha. A obrigatoriedade da cadeirinha infantil é uma determinação da Resolução nº 277 do Contran. Cada equipamento é destinado a uma faixa etária, que varia de zero a 7,5 anos. As crianças acima de sete anos e meio já podem sentar no banco usando apenas o cinto de segurança, mas somente se estiverem no banco de trás do veículo. No banco da frente só é permitido o transporte de maiores de 10 anos de idade.

Cuidado

O dentista Flávio Seabra, 36, levou o filho Felipe, 4, ao shopping e não esqueceu da cadeirinha. “Quando ele tiver maior a gente põe o assento para facilitar a colocação do cinto”, ressaltou a mãe Bárbara Seabra, 37. Ainda, segundo Simíramis Queiroz, também é importante observar a capacidade de cada veículo. “A quantidade de passageiros definida pelo fabricante independe de peso, tamanho e idade. Não adianta dizer que uma criança de dois anos vai no colo. Ela também conta como passageiro”, explicou. O CTB também determina o uso do cinto de três pontos, mas na maioria dos carros, o cinto traseiro, no assento intermediário (do meio), é de apenas dois pontos. “Isso só vai mudar quando a legislação exigir que o fabricante faça a adequação. O cinto de dois pontos ainda é muito usado no Brasil”, disse