Construa o caminho que as bicicletas vão aparecer. A Holanda é o país que tem maior tradição de ciclovias no mundo. Na década de 1950 não era assim. O país quase foi engolido pelo transporte individual. Muitas mortes no trânsito, protestos e a solução veio da mobilidade não motorizada. O que eles sofreram na década de 1950, nós estamos sofrendo hoje. A questão é se teremos a mesma determinação de encarar os problemas da mobilidade. O vídeo abaixo é uma verdadeira aula de história e com certeza a gente tem muito o que aprender com a experiência deles. A época do caos urbano vivido por eles é muito parecido com o que vivemos hoje.
Créditos para Autores – David Hembrow – Mark Wagenbuur
Os ciclistas precisam seguir as regras de trânsito. Quando isso não acontece, ele mesmo corre risco de acidente ou terceiros. Na ciclovia de Boa Viagem, o internauta Edson Campos, registrou um acidente envolvendo dois ciclistas. Segundo relato do internauta, ns proximidades da Rua Padre Carapuceiro, em frente ao Edifício Portugal, um militar com uma bicicleta em alta velocidade teria passado para a contramão e se chocado com outro ciclista que vinha em sentido contrário. O militar sofreu um corte no rosto e sentia forte dores na coluna sendo atendido no local por um médico caminhante da orla, dois PMPE e posteriormente levado para a emergência pelo SAMU. O outro ciclista sofre uma pequena escoriação na mão esquerda
No mês passado, o Diario de Pernambuco mostrou os riscos dos ciclistas que desrespeitam as normas de trânsito. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, os veiculos não motorizados devem se adequar às normas de circulação dos veículos motorizados. O problema é que não houve regulamentação. “Aqui em Pernambuco nenhum município regulamentou as normas de circulação dos veículos não motorizados. Sem o instrumento do licenciamento não há como aplicar a multa”, explicou a presidente do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran), Simíramis Queiroz.
Durante quase duas horas, o Diario acompanhou o tráfego na Avenida Boa Viagem e constatou que os ciclistas ignoram o sinal vermelho na ciclovia, sem nenhuma hesitação. “Se não tiver pedestre passando na faixa, eu não paro”, admitiu o ciclista Cleonildo da Silva, 34 anos, porteiro. Ele mora no Ibura e trabalha em Boa Viagem. A bicicleta é o seu meio de transporte. “Eu não vou dizer que cumpro todas as normas de trânsito de minha casa até o trabalho. Os carros não respeitam o ciclista e, em alguns casos, a gente tem que se defender, mesmo que seja errado”, justificou.
Pedalar na contramão, aliás, deixou de ser exceção há muito tempo. Flagrar esse tipo de irregularidade é fácil. Na Avenida Jaime da Fonte, no bairro de Santo Amaro, onde há duas vias largas nos dois sentidos, é comum encontrar ciclistas circulando pela contramão. Foi lá que encontramos a dona de casa, Sandra Maria Cabral Cavalcanti, 45 anos, transportando os dois netos em uma bicicleta pela contramão. Um neto no bagageiro e outro dentro de uma caixa no quadro da bicicleta, o que também não é permitido. “É o único transporte que eu tenho, mas vou ter mais cuidado para não ir pela contramão”. Apesar dos riscos, ela conta que nunca sofreu um acidente.
O Centro do Recife ainda mantém o inacreditável número de 2,8 mil vagas de Zona Azul a R$ 1, com intervalos de duas e cinco horas. E ainda há quem reclame. Pois esse paraíso dos motoristas deve dar lugar aos estacionamentos privados e, antes mesmo do projeto dos edifícios-garagem emplacar, já é possível perceber que ir de carro ao Centro está e ficará cada vez mais caro. O Diario visitou seis estacionamentos no Centro e constatou que o preço por uma hora varia de R$ 7 a R$ 10. Para quem trabalha no Centro, a opção é ser mensalista e o custo fica na faixa dos R$ 200 por mês. Para se ter uma ideia, na Avenida Paulista, um dos endereços mais caros do Centro de São Paulo, a hora de estacionamento varia entre R$ 13 e R$17 e a mensalidade na faixa dos R$ 350.
A nossa escalada à pauliceia segue no mesmo ritmo inflacionário, mas não no mesmo padrão. A maior parte dos estacionamentos no Centro do Recife é improvisada em terrenos baldios e sem a mínima estrutura. Tem até posto de combustível servindo de estacionamento. O negócio que prospera vem se multiplicando nas esquinas dos bairros centrais e ainda não é suficiente para atender à demanda. Na Rua Floriano Peixoto, o Diario visitou quatro estacionamentos. Na Casa da Cultura, onde até o ano passado, a hora custava R$ 3,50, o valor dobrou para R$ 7 e mais R$ 1 pela hora excedente. Não por acaso, muita gente prefere estacionar numa rua lateral. Não é permitido estacionar no local. Mas o custo é R$ 2 para o flanelinha, mesmo arriscando multa de R$ 53, por estacionamento irregular. “Vou demorar pouco tempo e lá dentro (Casa da Cultura) está muito caro”, reclamou o assessor parlamentar, Ubiranílson Soares de Jesus, 27 anos.
Foi com muita indignação, que o representante comercial, Magdiel Ferreira do Nascimento, 44, teve que pagar R$ 1 a mais por ter excedido um minuto da primeira hora. “Vim correndo para pagar os R$ 7 e agora vou ter que pagar R$ 8 por causa de um minuto. Está um absurdo o preço de estacionamento aqui no centro do Recife”, criticou. A Casa da Cultura não é um dos mais caros. Um pouco antes, em um estacionamento de um banco privado, a hora custa R$ 8 e mais R$ 3 pela hora excedente. “Para os clientes, o valor é de R$1,50 e se passar de uma hora custa R$ 5”, explicou o funcionário que não quis se identificar.
Também na Floriano Peixoto, encontramos o aposentado Josival Evangelista, 66 anos, que aluga um terreno e faz dele um estacionamento. Ele cobra por expediente. Para quem estaciona manhã e tarde o preço é R$ 10. Meio expediente sai por R$ 5. “Até o ano passado era R$ 6 os dois horários. Mas tive que aumentar para ficar dentro da média que está sendo cobrada aqui na região”, justificou.
Na Rua da Concórdia, em um estacionamento particular em um terreno com capacidade para 200 carros, o preço é de R$ 8 e R$ 2, a hora excedente. Na mesma rua, em um edifício-garagem, a cobrança é pela hora quebrada. Meia hora custa R$ 5 e a meia hora excendente R$ 3. A Dircon informou que existem 314 estacionamentos legalizados na cidade.
Saiba mais
Quanto custa estacionar no centro do Recife
Zona Azul
2,8 mil vagas
R$ 1
Intervalo de 2h e 5h
Shopping Boa Vista
R$ 4 a primeira hora
R$ 1 por hora excedente
Bairro Santo Antônio – Rua do Sol
R$ 4 a R$ 6 a hora
R$ 1 a R$ 2 a hora excedente
Bairro São José – Rua Floriano Peixoto e Rua da Concórdia
R$ 7 a R$ 10 – a hora
R$ 1 a R$ 3 a hora excedente
Paço Alfândega
R$ 4 a primeira hora
R$ 1,50 por meia hora excedente
314
estacionamentos têm alvará de funcionamento no Recife
25 áreas para os edifícios-garagem
Um total de 25 áreas foi identificado pelo Instituto da Cidade Pelópidas Silveira com potencial para construção de edifícios-garagem. O Instituto chegou a fazer um pré-estudo em três áreas onde é grande a demanda por vaga de estacionamento: Cais de Santa Rita, Boa Vista, nas imediações da Rua da Aurora e, em Casa Amarela, onde funciona a Feira da Sulanca. O edital, lançado pela prefeitura no último dia 24 de março, deu prazo de 60 dias para os interessados apresentarem suas propostas.
De acordo com o coordenador do projeto, Romero Pereira, os interessados devem apresentar um estudo de viabilidade econômica. “Eles devem informar o número de vagas e o valor da tarifa pela hora para que possamos analisar se é viável ou não”, explicou. Segundo o coordenador, até agora nenhuma empresa apresentou proposta. “Já houve várias consultas, mas nós acreditamos que os interessados estejam realizando o estudo de viabilidade para fazer a proposta. Eles estão dentro do prazo”, ressaltou.
Que é um negócio lucrativo, ninguém tem dúvida. Mas nenhum empresário vai querer concorrer com a rua, que sai por R$ 1, na Zona Azul ou pela tabela do flanelinha. “O empresário pode pedir uma medida mitigatória do município como, por exemplo, reduzir as vagas de Zona Azul na área onde ele vai construir. Isso pode ser negociado na proposta”, revelou Romero Pereira.
Para os especilistas em trânsito, quanto mais difícil for estacionar no Centro, melhor para a circulação. Nos grandes centros urbanos já existe até pedágio para quem vai de carro. Por enquanto, ir de carro ao Centro do Recife tem suas vantagens, principalmente para quem tem a sorte de pegar uma das 2,8 mil vagas da Zona Azul.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou na terça-feira (10) o Projeto de Lei 7173/10, do Senado, que torna obrigatório o transporte de produtos perigosos de acordo com regras federais como a Lei do Transporte Rodoviário de Cargas (11.442/07) e normas específicas de agências reguladoras. Atualmente, alguns estados têm normas próprias para o transporte dessas cargas.
A proposta torna atribuição exclusiva das agências nacionais de transportes terrestres (ANTT) e aquaviários (Antaq) a regulamentação do transporte de mercadorias perigosas, em articulação com os órgãos de preservação ambiental. O objetivo da federalização é justamente evitar a proliferação de normas estaduais sobre o tema.
O relator, deputado Décio Lima (PT-SC), recomendou a aprovação da proposta. A CCJ analisou apenas a constitucionalidade e a juridicidade da proposta. Segundo Lima, o texto aprovado ajudará a tornar mais clara a legislação sobre transporte de produtos perigosos. Ele lembra que essas cargas exigem um tratamento diferenciado na legislação.
O projeto será encaminhado para a sanção presidencial, se não houver recurso para sua análise pelo Plenário.
Você sabe como evitar uma situação de perigo no trânsito ao volante? Ou como chegar e sair de casa sem se expor ao risco de ser assaltado? Descubra em mais um capítulo do manual de sobrevivência nas grandes cidades, com Rodrigo Pimentel e Diógenes Lucca.
Os números da violência mostram que não se pode bobear ao volante. Diante disso, como se prevenir de uma abordagem em um semáforo? Como chegar e sair de casa em segurança? E se a prevenção falhar e o bandido anunciar o assalto, o que você pode fazer para não sair ferido?
Diógenes Lucca e o consultor Rodrigo Pimentel saíram pelas ruas de São Paulo e uma simples ronda comprovou o quanto as pessoas andam desprevenidas.
Segundo os especialistas, a falha mais comum entre os motoristas é dirigir com os vidros abertos e falando ao celular. Pimentel afirma que o assaltante quer velocidade na ação e por isso prefere os carros com janelas abertas. Por isso o alerta: portas sempre travadas e vidros fechados.
Os especialistas também dão dicas para diminuir o risco de assalto no semáforo. Segundo Pimentel, a melhor conduta quando os carros estão parando é reduzir a marcha para evitar ficar parado no sinal.
Outro momento em que as pessoas também ficam muito vulneráveis é quando estão chegando ou saindo de casa ou do trabalho. Os especialistas garantem que o tempo para entrar ou sair do carro pode fazer toda a diferença para a segurança. “A primeira coisa a ser feita é não deixar a chave em um lugar muito difícil. Já fica na mão ou no bolso, de fácil acesso”, diz Lucca.
Os especialistas ressaltam que, se apesar de todas as precauções os bandidos anunciarem o assalto, é preciso manter a calma e tentar não fazer nada.
“A partir deste momento, tudo que você fizer deixa de ser uma antecipação e passa a ser uma reação. Primeira coisa: coloque as mãos em uma situação que ele possa ver. Isso sinaliza uma rendição”, explica Pimentel.
O objetivo das “Caixas Amarelas” é avisar ao motorista sobre a área em que não podem parar para não bloquear cruzamentos, mas muitos não respeitam esta regra
A cena é comum. Motoristas parados obstruindo cruzamentos. A infração é recorrente nos horários de maior movimento das vias de grandes cidades. Na pressa de aproveitar um semáforo aberto ou uma passagem de cruzamento, muitos motoristas param no meio das “Caixas Amarelas”, ou “Marcação de área de conflito”, como designa o Código de Trânsito Brasileiro e atrapalham ainda mais a fluidez do trânsito.
Segundo a especialista em trânsito e consultora do Portal, Elaine Sizilo, a definição da Marcação da Área de Conflito está na Resolução 236/07 do Contran. “Esta resolução aprova o Manual Brasileiro de Sinalização Horizontal, e descreve este tipo de marca viária como área da pista em que não devem parar os veículos, para não prejudicar a circulação”, explica Sizilo.
Apesar de conhecerem a sinalização, muitos condutores não se atentam para este fato na hora de atravessar um cruzamento. “Acho que já melhorou bastante, antigamente era muito mais comum ver carros, caminhões e até ônibus bloqueando a passagem de outros veículos, com a caixa amarela, melhorou um pouco”, afirma Eduardo Pacheco, motorista de ônibus. Mesmo assim, muitos ainda cometem essa irregularidade. “Você acha que dá tempo de atravessar e quando vê está parado no meio da via, é realmente constrangedor”, diz Marília Buarque, condutora que algumas vezes já passou pela situação.
Além de prejudicar a fluidez do trânsito, os motoristas que não respeitam esta regra estão cometendo uma infração gravíssima, com multa de R$ 191,54 e acréscimo de sete pontos no prontuário da CNH.
“Esta infração, além de contribuir significativamente com o aumento dos congestionamentos, ainda pode ser a causa de muitas brigas de trânsito, pois muitos motoristas perdem a paciência ao enfrentar este tipo de situação”, conclui Sizilo.
A fabricante japonesa SIM-Drive anunciou na última semana o veículo elétrico com a maior autonomia já registrada. Chamado de SIM-WIL, o carro tem capacidade para rodar até 351 quilômetros em uma mesma carga.
O modelo é fruto de um trabalho em conjunto feito entre a montadora japonesa e a francesa PSA Peugeot Citroën e foi apresentado na última quarta-feira (28) em Tóquio, no Japão. Esta é a segunda edição de um veículo elétrico lançado pela empresa.
O design do automóvel é bastante contemporâneo e em seu formato geral chega a lembrar o Leaf, modelo elétrico da Nissan. O SIM-WIL possui 4,25 metros de comprimento, 1,71 metros de largura e 1,55 metros de altura e capacidade para carregar até cinco pessoas.
O fato de ser um carro elétrico não limita a potência do modelo japonês, que possui velocidade máxima de 180 km/h, consumindo 99,7 Wh/km. Além disso, são necessários apenas 5,4 segundos para que ele acelere de zero a 100 km/h, tornando-o equivalente aos modelos a combustão.
A bateria incorporada no SIM-WIL é a Panasonic 18650, com capacidade total de 35,1 kWh, levando somente três horas para atingir a carga total no modo rápido. Quando plugada a uma tomada tradicional, de 220v, a recarga leva até 12h.
A autonomia de um carro elétrico é o principal empecilho para a sua popularização. Por isso, este é o grande destaque do carro japonês e também deve ser este o diferencial do modelo frente a outros concorrentes, como o Nissan Leaf, que percorre apenas 160 km a cada recarga, e o Volt, da Chevrolet, que tem autonomia de 64 km.
Coluna Mobilidade Urbana – publicada na edição impressa do Diario de Pernambuco – dia 16.04.12
A era do automóvel se instalou no Brasil a partir do governo de Juscelino Kubitschek, que estimulou a indústria automobilística. Meio século já se passou e a cultura do automóvel está mais do que impregnada.
O efeito cascata se dá, até hoje, em todos os investimentos voltados para atender essa demanda. Agora, uma nova lógica começa a ser invertida com a Lei Federal de Mobilidade Urbana nº 12.587/12, que entrou em vigor no último dia 13. Pela primeira vez, se institui diretrizes para priorizar os meios de transporte não motorizados e o transporte público de massa. Coerente no dirscurso, a lei ainda é difícil de ser instituída na prática.
É claro que não será de uma hora para outra. Mas a verdade é que não temos tempo para esperar meio século, até que uma nova cultura se instale. A própria imobilidade não permite mais isso. A questão é se haverá planejamento para mudar essa lógica ou se iremos esperar o total estrangulamento do sistema de circulação.
O tema é tão urgente que os municípios, a partir de 20 mil habitantes, terão que elaborar seus planos de mobilidade para direcionar a forma do crescimento da cidade. O prazo é de três anos. Ou seja, até 2015. Quem fizer isso, já estará muito à frente das cidades que não se prepararem. Para o Recife, o Plano de Mobilidade, que se encontra na Câmara Municipal para ser votado, desde fevereiro de 2011, oferece diretrizes para os próximos 20 anos.
A maior crítica ao plano é justamente a urgência que se tem para hoje, mas pelo menos já existe um plano. A decisão de torná-lo real, depende também de nós. Lá no plano, sairíamos dos atuais 20 quilômetros de ciclovia para 400 km. Seria, ou melhor será, uma nova inversão da ordem. E que venha logo!
Eles têm fama de serem lentos no trânsito, mudar de faixa sem dar a seta, frear sem motivo, estacionar em qualquer lugar e ainda acreditar que a rua é livre para eles. Não é bem assim.
Os números mostram que os idosos não têm nada de lentos no trânsito. De acordo com a estatística do Detran-PE, no topo das infrações de trânsito, mais cometidas por eles, está o excesso de velocidade. Em 2011, foram registradas 13.371 multas por velocidade superior à permitida e em segundo está o avanço do sinal vermelho com 3.509 infrações.
Embora, possa parecer, agora, que eles são velozes e furiosos no trânsito, o fato é que respondem apenas por 6,2% das infrações e proporcionalmente cometem menos erros do que os mais jovens. Nas ruas respondem por cerca de 20% dos condutores cadastrados.
Foi em pleno horário de pico que encontramos o motorista Antônio Nicolau da Silva, 71 anos, saindo do estacionamento de um supermercado, no Parque Amorim, para enfrentar a Agamenon Magalhães em direção a Boa Viagem. Com bom humor e disposição, ele contou as dificuldades que têm no trânsito.
“Os motoristas dirigem muito mal e há carro demais na cidade”, reclamou. Ao lado dele, a mulher Francisca do Nascimento Silva, 63 anos, dona do carro, co-pilota e sem habilitação. Atenta a qualquer deslize do marido nas ruas, ela é dura nas críticas. “Ele já bateu cinco vezes e este último carro já está todo arranhado”, reclamou.
Mas é com ele que Dona Francisca conta para se deslocar pelo Recife. “Nunca quis aprender a dirigir e ele me leva para onde eu preciso ir”, admitiu. Autonomia de locomoção é um direito que ninguém quer abrir mão. Não é diferente com os idosos. Aposentado há 18 anos, Antônio Nicolau dirige com prazer. “Eu me sinto útil e vivo”, afirmou. Qual o momento de parar? “Não pretendo parar de dirigir, enquanto estiver com saúde”.
De acordo com o orientador educacional do Detran-PE, Ari Felipe Brito, a renovação da carteira do idoso é a cada três anos, mas esse prazo pode ser reduzido caso a junta médica identifique limitações de doenças senis que possam comprometer a direção. “É muito importante para o idoso ter autonomia para se deslocar.
E a discussão do momento certo de deixar de dirigir tem que ser conversado, para que ele entenda as limitações”. Ainda, segundo o orientador educacional é preciso oferecer outras opções. “O pedestre idoso que tem dificuldade de andar pode usar uma muleta, o que dirige pode ter a opção de usar outro tipo de transporte ou ter alguém que dirija por ele”. Ele explica que o idoso não pode ficar preso em casa, pois corre o risco de se isolar.
Em Rio Branco, 87% dos condutores envolvidos em acidentes de trânsito apontam como principal causa a falta de atenção. Os dados foram extraídos de pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Data Control, em março deste ano. Desse percentual, 71,3% atribuem a desatenção ao outro condutor, enquanto 12,9% assumem o próprio descuido. Segundo o estudo, apenas 1% desses condutores admitiu estar sob efeito de álcool no momento do acidente.
De acordo com a diretora-geral do Detran, Sawana Carvalho, os dados demonstram que os condutores estão se conscientizando cada dia mais do seu papel enquanto cidadãos. “Estão tomando pra si, e não somente colocando no Estado, a responsabilidade de manter as vias públicas mais seguras, além de também de valorizar a vida”.
Para a realização da pesquisa, o instituto ouviu mil pessoas na cidade de Rio Branco e visa obter informações sobre trânsito de interesse da população de Rio Branco. Os entrevistados foram estratificados por sexo, escolaridade, faixa etária e renda. A margem potencial de erro é três pontos percentuais.
Os dados estatísticos apurados pela autarquia acreana apontam que houve uma diminuição de 3,75% no índice total de acidentes para cada dez mil veículos, tomando como parâmetro os primeiros bimestres dos anos de 2011 e 2012. Atualmente, a frota acreana conta 174.482 veículos. Desses, mais de 120 mil circulam na capital Rio Branco.
O governo do Estado tem apostado em ações educativas. O trabalho de educação de trânsito do Detran é feito diariamente. Abrange não somente as escolas, com o público infanto-juvenil, mas também os adultos, com blitzes nos bares e restaurantes.
Com informações da Agência de Notícias do Acre (Via Portal do Trânsito