A mesa-redonda realizada ontem à noite para discutir a construção de quatro viadutos na Avenida Agamenon Magalhães se transformou em uma espécie de sabatina com o secretário executivo de Mobilidade de Pernambuco, Flávio Figueiredo.
A apresentação de projetos alternativos pelo engenheiro civil Stênio de Coura Cuentro, na condição de representante da comunidade, e as exposições dos demais debatedores arrancaram aplausos calorosos dos cerca de 100 presentes, mas Flávio Figueiredo não acenou com nenhuma possibilidade de revisão.
“O projeto não tem volta e a licitação está mantida para 10 de fevereiro”, disse o secretário executivo. Promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) e pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE), o debate não teve representação da Prefeitura do Recife. “A comunidade vai avaliar o resultado e estudar recurso judicial”, disse o engenheiro Stênio de Coura Cuentro.
Parte mais frágil do trânsito, os pedestres também acabam contribuindo para o mau uso do celular nas ruas. Muitos evitam o tédio de idas e vindas usando fones de ouvido conectados ao aparelho. E, assim, deixam de ouvir buzinas ou mesmo prestar atenção nos carros que se aproximam da faixa. Ontem à tarde, a equipe do Diario flagrou diversas pessoas atravessando sinais com o celular em punho. Outras, escutando música em fones com volume máximo. Tudo o que tira a concentração pode causar acidentes.
O vendedor Sandro Morete, 49 anos, quase não percebeu que estava sendo fotografado. Ele atravessava a Rua da Aurora, na Boa Vista, quando passou falando ao celular e lendo um documento. “Eu sei que isso tira um pouquinho a concentração na hora de atravessar a rua. Mas olhei o sinal e vi que estava verde para mim”, desculpou-se Sandro, ao perceber que estava sendo observado. Já Wallerson José da Silva, 16, que atravessava a Avenida Dantas Barreto com fones de ouvido, mal conseguia escutar. “Não acho que o fone tira a atenção. Dá para ver os carros normalmente”, garantiu.
O consultor de trânsito Eduardo Biavati disse que adolescentes, como Wallerson, são as principais vítimas da distração causada por fones de ouvido. “O adolescente, por si só, já se distrai mais que os adultos. Então é natural que o aparelho atrapalhe isso e acabe ficando mais vulnerável no trânsito”, opinou.
Ao longo de 2011, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) contabilizou 1.447 postes avariados em decorrência de colisões de veículos. As ocorrências são 42% superiores às registradas no ano anterior. A elevação nos números preocupa, principalmente, quanto à segurança de motoristas e pedestres. Os acidentes também comprometem a continuidade do fornecimento de energia elétrica, provocando transtornos a clientes residenciais, instituições de ensino, comércio e indústrias. Em todo o ano passado, a substituição de postes danificados custou à concessionária aproximadamente R$ 900 mil.
A sociedade, no entanto, é a maior prejudicada. Levando-se em consideração que a troca de um poste dura, em média, de três e seis horas, os condutores dos veículos foram responsáveis por cerca de 6.600 horas de interrupção no fornecimento de energia dos pernambucanos em 2011. “O tempo médio para substituir as estruturas é um pouco mais elevado porque se trata de um serviço complexo. É necessário fazer a retirada do equipamento avariado, a preparação do solo, o transporte e a colocação do novo, além da reposição de todos os cabos de rede que estavam ligados no local”, explica o gerente do Departamento de Serviços de Rede, Aldo Formiga.
O maior número de colisões de veículos com postes registrados pela Celpe em 2011 ocorreu na Região Metropolitana do Recife. Foram 46 intervenções de caminhões que entraram em contato com a rede, mais 284 colisões de veículos diretamente nas estruturas, o que representa 23% do total.
Outra região que apresentou um alto índice de abalroamentos foi o Sertão. A Regional Petrolina, que atende 17 municípios, precisou realizar a troca de 283 estruturas. Na Regional Serra Talhada, a Celpe recolocou 140 unidades. Na maioria dos casos, além de substituir os postes danificados, é necessário recompor a fiação elétrica.
DESPESAS – Após a colisão de veículos contra postes, a Celpe executa a reposição das estruturas avariadas, no entanto, os custos dos serviços devem ser pagos pelo responsável pelo acidente, conforme preconiza o Artigo 927 do Código Civil Brasileiro. O valor do serviço pode ultrapassar R$ 3 mil. Caso o motorista não realize o pagamento, a situação passa para a esfera jurídica, com cobrança em juízo.
Todo mês de janeiro é a mesma coisa: as estatísticas fortalecem o noticiário da mídia que informa graves acidentes de trânsito, principalmente no período entre natal e carnaval.A falta de educação, reforçada pela imprudência e sensação de impunidade rouba muitas vidas e deixa um rastro de sangue nas estradas, cicatrizes nos corações e mentes.
Essa dura realidade continua cada vez pior. Dados divulgados em fevereiro do ano passado pelo Ministério da Justiça indicavam que as mortes de jovens em acidentes de trânsito, nos últimos 10 anos, cresceram mais de 30%. Só neste final de 2011, já somam quase 500 vítimas fatais.
Há 15 anos perdi um filho e uma neta em desastre de carro na cidade de São Paulo. Ele, 25 anos, ela seis meses. Ricardo, ilustrador e cartunista, era casado e tinha três filhos. Mariana, que morreu com ele, a caçula.
Naquela madrugada de 1996, um lacônico telefonema anunciou: morreu Ricardo Filho, morreu Mariana. O irresponsável que avançou o semáforo vermelho e os matou fugiu, desapareceu. Enterrei filho e neta juntos, contra a lei da natureza. Longos 15 anos depois, após uma luta sem trégua marcada apenas pela busca de justiça, jamais de vingança ou reparação financeira, o criminoso foi encontrado e julgado. Respondeu em liberdade à condenação de apenas um ano e nove meses.
Jamais aceitei a condição de vítima. Sofri tudo o que era possível, cheguei ao fundo do poço e voltei, sobrevivente, para seguir meu destino. Mas, cabe mudar a realidade que vivemos neste país: o investimento em educação precisa ser, no mínimo, 10% do PIB, as leis de trânsito precisam ser mais rigorosas, as penas maiores e realmente cumpridas.
O número oficial de mortos no Brasil, vítimas de acidentes de trânsito, é de 35.000 por ano; porém, sabe-se que são contabilizados apenas aqueles que morrem no local do acidente. Muitos acreditam que esse número passe dos 50.000 mortos anuais. A irresponsabilidade dos motoristas não deve/pode ser tratada pela lei como simples acidente, quando na verdade é crime.
Muitos perguntam-me o porquê de relembrar a tragédia que vitimou a nossa família. A resposta é simples: para não acontecer de novo com outras pessoas. Cabe à sociedade, em sua legítima defesa, lutar por mais educação e pela aprovação de leis que estabeleçam novos meios de provar a culpa dos motoristas alcoolizados, dos que dirigem de maneira insana. Também é preciso que as leis sejam mais rigorosas, tenham penas maiores e de fato cumpridas. Por você, por nós, pelo futuro doBrasil.
*Ricardo Viveiros, jornalista e escritor, é autor de vários livros, entre os quais O Poeta e o Passarinho (Editora Biruta) , no qual aborda, de maneira poética, o tema da perda.
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), em conjunto com o Conselho de Agronomia e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE) realizam, hoje, às 19h, no auditório da sede do Crea-PE, uma mesa redonda com a participação do Governo do Estado e a população para discutir soluções que sejam de consenso entre o Poder Público e a sociedade, em relação as obras dos quatro viadutos que irão cruzar a Avenida Agamenon Magalhães.
Estão entre os convidados a Prefeitura da Cidade do Recife, as Secretarias Estaduais da Casa Civil, da Imprensa, das Cidades, dos Transportes, além do Tribunal de Contas do Estado e da União e dos Ministérios Públicos Federal e Estadual.
Os viadutos transversais à Avenida Agamenon Magalhães serão nos cruzamentos com da Rua General Joaquim Inácio – Rua do Paissandu, Av. Rui Barbosa com a Rua Fernandes Vieira, Rua Dom Bosco com a Rua Joaquim Nabuco e Parque Amorim – Rua Bandeira Filho. Já o elevado terá 2,2 quilômetros de extensão, com seis faixas (três em cada sentido) e o trajeto será do Hospital Português até a Rua Buenos Aires, no Bairro do Espinheiro, transversal à Agamenon Magalhães. Além disso, terá 12 metros de altura e 26 metros de largura.
Serviço:
Quando: 24 de janeiro
Hora: 19h
Local: Auditório do Crea-PE, na Avenida Agamenon Magalhães, nº 2978, Espinheiro – Recife
Estudantes e policiais voltaram a entrar em confronto ontem, em novo protesto organizado pelo Comitê contra o Aumento das Passagens, no Centro do Recife. Os manifestantes fecharam alguns cruzamentos importantes como o da Avenida Conde da Boa Vista com a Rua da Aurora, na Boa Vista, sendo esse o principal motivo para a ação dos policiais, segundo a PM. Para tentar dispersar os manifestantes, os policiais recorreram a spray de pimenta e bombas de efeito moral. Mesmo sob forte chuva, o protesto se estendeu por quase três horas e foram entregues rosas. Em alguns momentos, os policiais foram agredidos com pedras. As novas tarifas valem desde o último domingo.
Mais estudantes foram detidos. A Polícia Militar informou que “todos envolvidos em práticas delituosas”. Foram encaminhados para a Delegacia de Santo Amaro e a Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente. Nas duas unidades, o Diario localizou quatro estudantes, entre eles uma adolescente de 14 anos e uma jovem de 26. Todos foram liberados. Dois estudantes ficaram feridos. Um deles afirma que levou um murro no rosto, supostamente desferido por um policial. Hoje pela manhã, os estudantes prometem caminhada entre a Faculdade de Direito do Recife e a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) para denunciar as supostas agressões. “A nossa disposição continua a mesma. Somos contra o aumento das passagens”, contou Thauan Fernandes, 19, presidente da União dos Estudantes de Pernambuco.
O primeiro confronto aconteceu na esquina do Cinema São Luiz. “A gente não podia permitir que o trânsito ficasse impedido de fluir”, disse o tenente-coronel José Antônio da Silva, comandante do 16º Batalhão.
O segundo conflito aconteceu às 13h. O trânsito na Avenida Conde da Boa Vista estava parado quando começou uma nova confusão, desta vez envolvendo agentes da Companhia Independente de Policiamento com Motocicletas. Um dos detidos foi o universitário Bruno Grimaldi, 20 anos. “Reclamei da ação policial”. Ele assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência por desacato e foi liberado. Um policial disse ter sido agredido por ele.
Ontem, por meio de nota oficial, a Polícia Militar informou que a “ação do efetivo policial tem por objetivo garantir a lei e a ordem, bem como o direito de ir e vir dos cidadãos e a própria integridade física dos transeuntes e manifestantes”. E que “o efetivo empregado nesse evento possui treinamento especializado nesta ação e tem atuado sempre dentro dos limites da lei vigente”.
Imprensa
Uma estudante que participava do protesto disse que um policial tomou a sua câmera e afirmou que só a devolveria sem o cartão de memória. Quando uma profissional do Diario estava tentando gravar uma entrevista com o suposto policial, um PM da CIPmotos a empurrou. Mesmo depois de se identificar como imprensa e após seu colega de trabalho entrar na frente do PM, o policial andou em sua direção, com o dedo apontado, e ameaçando prendê-la. A jornalista não foi detida, mas não conseguiu saber o nome do policial, que não portava identificação visível. Uma emissora de TV disse que estudantes jogaram pedras durante filmagens.
A Câmara analisa o Projeto de Lei 2816/11, que garante a realização de leilões públicos a cada seis meses, no máximo, para alienação dos veículos apreendidos por infração de trânsito e não reclamados por seus proprietários. A proposta, do deputado Paulo Wagner (PV-RN), também tipifica como improbidade administrativa a não realização dos leilões pelos órgãos de trânsito.
Se aprovada, as medidas serão acrescentadas ao Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97). Hoje a lei determina que os veículos apreendidos e os animais não reclamados em até 90 dias serão levados a leilão, sem especificar a periodicidade para a venda.
“Os órgãos responsáveis pela fiscalização de trânsito têm deixado sistematicamente de realizar o leilão previsto no Código de Trânsito. Os depósitos da Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e dos órgãos estaduais e municipais ficam cada vez mais abarrotados de veículos, o que resulta na deterioração e perda de valor comercial”, argumenta Paulo Wagner.
O “descaso”, segundo ele, resulta em prejuízos para o meio ambiente e para a saúde pública, pois esses depósitos transformam-se em criadouros de mosquitos e ratos, por exemplo.
A periodicidade proposta no projeto, diz ainda Wagner, evitaria a realização de leilões com poucos veículos, o que não seria interessante economicamente.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Não está disponível ainda nas imagens de divulgação do projeto, mas a solução que os projetistas estão elaborando para facilitar o deslocamento dos pedestres é da implantação de elevadores nas extremidades dos viadutos. A ideia é que o pedestre ou o ciclista possa acessar os elevadores e fazer a travessia por cima do viaduto, onde haverá espaço para o ciclista no elevador, mesmo sem ciclovia. Os elevadores ficarão ao lado dos pilares de sustentação nas duas extremidades, mas apenas em um dos lados. Além dele, haverá também uma escada.
“Não havia sentido a gente fazer ciclovia em cima dos viadutos se as ruas do entorno não dispõem de faixa para ciclistas. Não haveria como fazer essa ligação”, justificou o secretário executivo de mobilidade, Flávio Figueiredo. Para os pedestres que caminharem ao longo das calçadas da Agamenon, a travessia nos cruzamentos será por baixo dos viadutos. Pelo projeto nenhum pedestre vai colocar o pé na avenida nos deslocamentos de um lado a outro da via onde há viaduto.
Ao descer do elevador, a opção será acessar as pistas locais que deverão estar sinalizadas com faixas. “Eu espero que dê mais conforto para o pedestre. A passarela geralmente é extensa e na prática as pessoas não usam”, afirmou a estudante Valéria Soares de Lima, 21 anos. Menos esforço é tudo o que a aposentada Maria da Conceição Pires, 67 anos, espera. “Se for para cansar menos eu acho que vai ser bom. É muito difícil atravessar a Agamenon. Espero que fique melhor assim”, disse.
A logística de conciliar a construção dos viadutos e do corredor exclusivo de ônibus com o trânsito diário ainda não foi definida. Somente com o resultado da licitação a empresa vencedora terá três meses para realizar o estudo. Segundo o secretário executivo de mobilidade, Flávio Figueiredo, a proposta é realizar cerca de 40% da obra no horário noturno. “Além disso, a proposta é usar estruturas pré-moldadas para agilizar o andamento da obra”, afirmou.
A expectativa é que as obras comecem a ser executas até maio. “A gente espera que as obras estejam concluídas para a Copa das Confederações”, afirmou Flávio Figueiredo. Mesmo com um estudo de tráfego, a previsão será de caos duplicado. A avenida é ponto de ligação para os quatro cantos da cidade e as vias do entorno já são engarrafadas. A ideia é que as obras dos viadutos sejam feitas simultaneamente com as do corredor exclusivo de ônibus. A licitação sai em fevereiro.
Os abrigos das paradas de ônibus de Caruaru serão substituídos por novos modelos, a partir do próximo sábado (28). Estão previstos a troca de 180 equipamentos. O trabalho será iniciado nas vias do centro da cidade a exemplo da Agamenon Magalhães. O problema é que o modelo dos abrigos, não apenas de Caruaru, mas da maioria das cidades brasileiras, não protege o usuário nem do sol e muito menos da chuva, mas em muitos casos já é um alento. Há lugares no Recife que, em razão da largura da calçada, é instalado apenas um poste indicando que se trata de uma parada de ônibus.
O projeto dos abrigos de Caruaru foi desenvolvido pela Autarquia Municipal de Defesa Social, Trânsito e Transportes (Destra) e a URB. Serão três modelos. Nos principais corredores de ônibus da cidade onde as calçadas são mais largas e o fluxo de pessoas é grande serão instalados abrigos maiores. Outros dois menores foram projetados para locais onde as calçadas não comportam o primeiro modelo e para onde é feito apenas o desembarque de passageiros.
Com informações da assessoria de imprensa da Destra
Em 2011, o Brasil ostentou um triste recorde. Os casos de invalidez permanente provocados por acidentes de trânsito cresceram 58% em relação a 2010. Durante o ano foram pagas 239.738 indenizações por esse tipo de dano. Chama atenção o fato de que mais de 51% dos acidentados estarem na faixa de 18 a 34 anos, justamente onde se concentra a maior parte da população economicamente ativa do país.
Em São Paulo, o número de acidentes com mortes no trânsito já superou o de homicídios em 2011, de acordo com levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP), divulgado em agosto. Foram 2.370 crimes, contra 2.760 homicídios culposos [sem intenção] por acidente de trânsito. Segundo pesquisadores do Ipea, cerca de 60% do prejuízo econômico decorrente de um acidente viário vêm de perda de produção: a pessoa que morre ou fica incapacitada e deixa de produzir. Os outros custos dos acidentes vêm de atendimento hospitalar, danos ao veículo, entre outros. O Ipea calcula que um acidente com morte custa, em média, R$ 567 mil.
Para a Seguradora Líder DPVAT, o aumento expressivo do número de indenizações é resultado de uma combinação de fatores. “Temos trabalhado para que cada vez mais cidadãos tenham acesso ao Seguro DPVAT. Só em 2011, o sistema ganhou 900 novos pontos de atendimento oficiais. Além disso, a imprudência no trânsito, como a combinação de álcool e direção, alta velocidade e a falta do uso do cinto de segurança nas estradas, tem causados acidentes cada vez mais graves”, aponta o diretor-presidente da Seguradora, Ricardo Xavier.
No ano de 2011, 366.356 pessoas receberam o Seguro DPVAT no Brasil, totalizando mais de R$ 2,287 bilhões pagos. As estatísticas apontam que 58.134 pessoas receberam indenização por morte no período e outras 68.484 pessoas também receberam reembolso de despesas médicas. As motos figuram em 65% dos acidentes indenizados. Nos casos de invalidez permanente, os acidentes com motocicleta representaram 72% das indenizações no período.
Na análise da Seguradora Líder DPVAT, o crescimento da frota de motocicletas tem contribuído para o crescimento do número de acidentes. “O motociclista é um para-choque, muito suscetível a danos devido à sua posição de exposição no veículo. Qualquer batida, que para um motorista de carro resultaria em um dano pequeno, é capaz de deixar um motociclista com alguma sequela”, aponta Ricardo Xavier.
Propostas
Em fórum sobre acidentes de trânsito realizado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) no ano passado, algumas propostas foram apresentadas para reduzir os casos que envolvem motocicletas. Entre as propostas estão a inclusão de formação de direção defensiva e exame de habilitação adequado às condições de trânsito que serão enfrentadas pelos motociclistas, com maior rigor na primeira habilitação.
Outra sugestão é criar categorias na habilitação de motociclistas, definir as áreas de trânsito das motocicletas entre as faixas de rolamento dos automóveis e as regras de circulação das motos nas faixas de rolamento regulares nas vias sem motofaixas exclusivas ou compartilhadas. A velocidade máxima de circulação das motocicletas deve ser específica de acordo com a característica de cada via.
“É importante que o motociclista tenha consciência de que está no veículo mais inseguro e frágil. Deve dirigir de forma preventiva, evitando ser pego de surpresa, por exemplo, em uma fechada brusca”, disse a médica fisiatra Julia Greve.
* Do Blog Portal do Trânsito – Com informações da Seguradora Líder