Radares reduzem 400 acidentes por mês no Recife no primeiro trimestre de 2015

 

Quatro novos radares instalados na Avenida Agamenon Magalhães. Foto - Ricardo Fernandes DP/D.A.Press
Quatro novos radares instalados na Avenida Agamenon Magalhães. Foto – Ricardo Fernandes DP/D.A.Press

Manter os motoristas sob a rédea curta é a estratégia da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) para reduzir os acidentes de trânsito na capital pernambucana com o aumento da fiscalização eletrônica.

Ao todo são 64 radares e sensores em 37 pontos da cidade. Desses, quatro novos começaram a operar ontem, sendo três na Avenida Agamenon Magalhães e um na Avenida Beberibe. Um levantamento da companhia aponta que entre o primeiro trimestre de 2015 e o  mesmo período de 2014, houve uma redução de cerca de 400 acidentes por mês. De 1, 3 mil para menos de mil por mês.

Os radares eletrônicos também trouxeram impacto direto nas infrações de trânsito. Onde há fiscalização eletrônica houve uma redução de até 87% nas infrações, mas a meta é zerar. Com essa estratégia, outros dois pontos já estão em estudo para receber radares: a entrada do Túnel da Abolição, na Torre e nas imediações da Faculdade Estácio de Sá na Abdias de Carvalho.

As quatro novas lombadas eletrônicas que entraram em operação, ontem, vão começar a multar os infratores a partir da próxima segunda-feira. Serão registradas infrações por excesso de velocidade, avanço de semáforo, parada sobre faixa de pedestres e conversão proibida.  O critério para a escolha das vias é o potencial risco de acidente.

Na Agamenon Magalhães passam por dia cerca de 90 mil veículos nos dois sentidos. Além disso, a via possui diversas proibições de giros que, quando desrespeitadas, aumentam a potencialidade de acidentes. Também é o caso da Avenida Beberibe, onde foi identificada a necessidade da fiscalização eletrônica no cruzamento com a Avenida Professor José dos Anjos.

Primeiro radar instalado na Avenida Beberibe no Recife. Foto - Ricardo Fernandes DP/D.A.Press
Primeiro radar instalado na Avenida Beberibe no Recife. Foto – Ricardo Fernandes DP/D.A.Press

Em seis meses, mesmo com os equipamentes existentes na Agamenon, foram registrados 14 acidentes e nove na Avenida Beberibe. “Há uma necessidade de mudança de cultura. A educação pelo bolso ainda é mais eficaz.  Hoje 93% dos condutores não voltam a cometer infração nos pontos onde já foram multados”, revelou o gerente de fiscalização da CTTU, Marcos Araújo.

Os novos pontos beneficiados receberam sinalização conforme a exigência do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e foram identificados a partir de estudos técnicos que levam em consideração a geometria das vias. Na Avenida Governador Magalhães, já existem outros quatro pontos de fiscalização. Já a Avenida Beberibe receberá o primeiro dispositivo.

Saiba Mais

Radares de olho nos motoristas
64 equipamentos
29 lombadas
35 fotossensores
37 pontos diferentes na cidade

Comparativo dos acidentes no 1º trimestre
1.334 era a média de acidentes por mês na cidade no 1º trimestre de 2014
933 acidentes foi a média registrada por mês no 1º trimestre de 2015
400 acidentes a menos por mês

Diagnóstico
14 acidentes registrados na Agamenon Magalhães em seis meses
9 acidentes na Avenida Beberibe em seis meses

Redução dos acidentes
26% menos atropelamentos ( de 36 para 26)
30% menos acidentes de moto ( de 314 para 229 acidentes por mês)
23% menos acidentes envolvendo bicicleta ( de 9 para 7)

As multas e as infrações registradas pelos radares eletrônicos
De R$ 85,13 a R$ 574,62 por excesso de velocidade
De R$ 191,54 e 7 pontos na CNH por avanço de semáforo
R$ 85,13 e 4 pontos na CNH por parada na faixa de pedestre
R$ 127,69 e 5 pontos na CNH por conversão proibida

Os quatro novos pontos de fiscalização eletrônica:
– Avenida Agamenon Magalhães no cruzamento da Rui Barbosa (sentido Boa Viagem)
– Avenida  Agamenon Magalhães no cruzamento da Bandeira Filho (sentido Olinda)
– Ponte Delmiro Gouveia (Pontilhão da Agamenon sentido Conde da Boa Vista)
– Avenida Beberibe no cruzamento com a Professor José dos Anjos (sentido subúrbio)

Fonte: CTTU

Via mangue já reduziu em 41% o tráfego da Domingos Ferreira

Trajeto tornou mais ágil a volta para casa de quem mora na Zona Sul do Recife e em parte de Jaboatão Foto Guilherme Veríssimo Esp DP/D.A.Press
Trajeto tornou mais ágil a volta para casa de quem mora na Zona Sul do Recife e em parte de Jaboatão Foto Guilherme Veríssimo Esp DP/D.A.Press

Em um mês de funcionamento, a Via Mangue já absorveu 41% dos veículos que trafegavam pela Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem. De acordo com a Companhia de Trânsito e Transportes Urbano (CTTU), 19 mil automóveis passam pela via, um aumento de 4 mil veículos se comparado com os primeiros 15 dias de utilização. Os números correspondem ao período de férias e, com a volta das aulas, a companhia espera um acréscimo de 5% a 7% no volume de veículos.

“Essa é a média já registrada no retorno do período escolar nas vias de grande circulação do Recife. Estamos monitorando o tráfego mas é claro que a pista oeste absorveu uma parte dele”, afirmou a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.
Atualmente, cerca de 28 mil veículos circulam na Avenida Domingos Ferreira.

Para Taciana, o maior ganho foi no transporte público. “A avaliação é positiva para o território sul porque, além de se consolidar como uma alternativa viária, a Via Mangue viabilizou a implantação da Faixa Azul na Domingos Ferreira, que prioriza os coletivos”, disse a presidente da CTTU. Segundo a instituição, a velocidade média das 24 linhas de ônibus que operam na avenida aumentou cerca de 50%, passando de 11 km/h para 16,5 km/h. Cerca de 17 mil passageiros do transporte público foram beneficiados.

Quem trafega de carro também sentiu uma redução no tempo da viagem. A estudante de direito Regina Silva, 25 anos, dirige pela Domingos Ferreira diariamente para se deslocar do Pina, onde faz estágio, ao bairro de setúbal, onde mora. “Eu largo às 18h, horário de pique, e, de carro, levava pouco mais de uma hora para chegar em casa. Hoje levo vinte minutos”, contou a universitária.

Infrações
Desde que a Via Mangue foi inaugurada, dia 13 de junho, 810 infrações foram registradas por excesso de velocidade. Embora seja uma via expressa, sem semáforos e construída para dar fluidez principalmente aos automóveis que seguem para os bairros de Boa Viagem, no Recife, e de Piedade e Candeias, em Jaboatão, a velocidade máxima é de 60 km/h, limite em ruas e avenidas do perímetro urbano. As autuações são registradas por um pardal instalado próximo à entrada do Shopping RioMar e por um carro-radar.

Fonte: Diario de Pernambuco

Estudo mostra escassez de freios ABS nas motos brasileiras

Motos no Recife - Foto - Blensa Souto Maior DP/D.A.Press
Motos no Recife – Foto – Blensa Souto Maior DP/D.A.Press

Somente 23% das motocicletas disponíveis no mercado brasileiro oferecem sistema antitravamento de freios (ABS), concluiu um estudo divulgado nesta semana pelo Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária).

A fim de “mapear” o cenário das motos disponíveis atualmente no mercado nacional com ABS, a instituição analisou 357 versões de 199 modelos vendidos por 38 marcas no país, incluindo veículos elétricos.

Os dados fazem parte do estudo “Segurança na Frenagem – identificando motos com freios a disco e ABS”, elaborado pelo Cesvi. O estudo também concluiu que a oferta do ABS é ainda mais escassa nos modelos de baixa cilindrada.

Apenas quatro modelos abaixo de 500cc carregam o dispositivo de segurança eletrônico como opcional: os modelos Honda CBR 250R, CB 300R, XRE 300 e a Kawasaki Ninja 300. Na base da pirâmide – motos de até 150cc -, nenhum dos 10 modelos mais vendidos do país sai de fábrica com o equipamento de série, seja ele eletrônico ou mecânico.

As motos que saem equipadas de fábrica com o item de segurança somam 16% e somente 7% dos veículos de duas rodas oferecem o dispositivo como opcional. Ou seja, atualmente 23% das motos disponíveis ao consumidor brasileiro contam com o ABS eletrônico (de série ou como item opcional).

Numa visão geral do cenário de motos no Brasil, há outros 3% que contam com o chamado ABS mecânico (instalado na roda dianteira). São eles: as Jonny 50, Hype 125; as Miza Easy 125, Drago 150, Fast 150 e Vite 150. Além das Iros Matrix 150 e Vintage 150 e a Vento Triton 100.

O problema é que o sistema antitravamento mecânico não conta com sensor eletrônico e na Europa, por exemplo, não é considerado um ABS propriamente dito. Porém, com a desatualizada legislação brasileira, o país não faz essa distinção e qualquer sistema anti-bloqueio é considerado ABS.

Segundo o instrutor de pilotagem defensiva da Porto Seguro Seguros, Carlos Amaral, o ABS mecânico somente retarda o travamento das rodas e, consequentemente, a frenagem. Isso é apenas um argumento de marketing utilizado pelas marcas para chamar a atenção de seu cliente.

Mas para quem quer uma moto com ABS para ter mais segurança, vai ter que desembolsar, em média, R$ 2.700,00. Hoje, nos carros, o opcional ABS/airbag pode variar entre R$ 1.000 e R$ 1.500.

Vale ressaltar que o Cesvi foi a instituição que começou o estudo sobre ABS em 2007 nos carros, ajudou a transformar o sistema em um item obrigatório de série para todos os modelos produzidos a partir de 2014. A pretensão nas duas rodas é a mesma, afirmou o Cesvi.

Dados alarmantes

Em 2012, segundo dados da CET-SP (Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo), foram registradas 438 mortes de motociclistas na capital paulista. O ABS não é um acessório mágico e não criará uma bolha de proteção para o piloto, mas, de acordo com estudo realizado pelo IIHS (Insurance Institute for Higway Safety), dos Estados Unidos, os acidentes fatais poderiam ser 37% menores nas motos equipadas com o ABS.

Outra pesquisa, feita na Alemanha com 750 motociclistas, aponta que 77% destes realizam frenagens de emergência frequentemente ou muito frequentemente. Nessas situações, 40% deles não freiam com a força necessária com medo de “empinar a traseira” ou travar as rodas. Ou seja, os freios ABS poderiam ajudar esses motociclistas em frenagens mais eficazes e seguras.

Existem outros fatores externos que causam acidentes e o ABS é uma ferramenta a mais para a segurança do piloto. Na Europa, o ABS será obrigatório em todas as motocicletas acima de 125cc fabricadas a partir de 2016. Aqui no Brasil, todos os automóveis passarão a contar com o sistema de freios ABS a partir de 2014. Para as motocicletas o assunto ainda não está em pauta no País.

Fonte: Agência INFOMOTO (Texto: Roberto Brandão Filho)

 

Zona 30: menos velocidade, mais vida

Zona 30

Por

Luiz Flávio Gomes

Em 2011, a Noruega reduziu em 20% o número de mortos no trânsito. Letônia, em 18%. Espanha, em 17%. Bulgária, em 15%. Romênia, em 15%. No Brasil, desde 2000 nosso aumento anual de mortes é de mais de 4%. É hora de acordarmos para um novo mundo, mais civilizado e menos vulgar. Mais prevenção, para diminuir a repressão (que vem tarde demais, quando a vida já se foi).

A baixa velocidade é uma medida menos radical que a proibição de circulação do veículo ou mesmo que a instalação de pedágios urbanos. Ela atende o interesse do motorista assim como a política preventiva de redução de acidente e/ou morte no trânsito (estimulada pela ONU).

Como se vê, a redução da velocidade (sobretudo nos centros urbanos) reduz a sinistralidade assim como a mortalidade. As ruas têm que ser devolvidas civilizadamente aos pedestres e ciclistas, sem proibi-las ao motorista, criando-se um ambiente de convivência pacífica entre eles e os motociclistas e motoristas.

O motorista, além de apressado, acha que tem prioridade. Os pedestres, por sua vez, são impacientes. Estabelecido o conflito entre a pressa e a impaciência, claro que estes últimos (os pedestres) saem perdendo. Estudos realizados no Reino Unido, Alemanha e Nova Zelândia “reconhecem que a pressa e a ansiedade fazem o pedestre seguir de acordo com a própria conveniência. Os pedestres não resistem esperar por mais do que 30 ou 40 segundos” (Luiz Carlos Mantovani Néspoli, Folha de S. Paulo de 28.01.13, p. C9). A zona 30 se apresenta como solução para o conflito espacial entre pedestre e motorista, entre ciclista e motorista ou motociclista etc.

Menos mortes, menos feridos, menos ruído, menos contaminação atmosférica, menos destruição das árvores e do verde, menos restrição ao ato de viver em paz. Imaginar esse cenário efervescente e bucólico ao mesmo tempo no Brasil é uma quimera, porque sabemos que o brasileiro, no volante de um veículo, em geral (há exceções, claro) é um nazista, um fascista (DaMatta et alii: 2010, p. 8).

Ele tenta impor, também no trânsito, as suas superioridades hierárquicas, desrespeitando a igualdade do trânsito. É hora de todos nós nos conscientizarmos e superarmos nossa vulgaridade. A mortandade no trânsito brasileiro faz parte do nosso clima de guerra civil macabra, que parece nunca ter fim.

Nossa reeducação tem que passar (a) pela reeducação democrática (respeito ao princípio da igualdade), (b) pela reeducação cultural (cultura da obediência à lei, que se choca com a concepção aristocrática e hierarquizada da nossa sociedade) assim como (c) pela reeducação religiosa (o fé em Deus e pé na tábua conduz à imprudência, à fatalidade) (DaMatta et alii: 2010, p. 75 e ss.). Grandes desafios desafiam também grandes administradores e grandes povos. Vamos fundo e pé na tábua nesse programa de reeducação e de prevenção.

Quando uma área (normalmente residencial) com o limite de velocidade de 50km/h é redesenhada para o formato ‘Zona 30’, a queda média no número de acidentes é de aproximadamente 25%.

A Zona 30 também tem um efeito positivo no que diz respeito à qualidade de vida: diminuição de ruídos, o pedestre tem mais facilidade para cruzar as ruas e as emissões poluentes são menores. Participe da nossa campanha em favor da Zona 30: www.zona30.com.br

Fonte: Portal do Trânsito

Mortes no trânsito: Europa diminui 5% ao ano, Brasil cresce 4%

 

A taxa brasileira de mortes por 100 mil veículos é 4,9 vezes maior que a europeia! E o trânsito brasileiro mata 24% mais pessoas em número absoluto que a União Europeia, mesmo possuindo uma frota 4 vezes menor.
E enquanto a mortandade no trânsito no Brasil só cresce, atingindo uma taxa média anual de crescimento no número de mortes de 4,06% ao ano na última década (2001/2010), na União Europeia ela só diminui, chegando a uma taxa média de diminuição de 5% entre 2000 e 2009.
Há duas décadas a União Europeia estabeleceu uma Política Púbica voltada exclusivamente para a Segurança Viária, com o intuito de reduzir drasticamente seu número de mortes da década de 90 (75.400) em 50% e conseguiu! (em 2009 o número de mortes de toda a União Europeia chegou a 32.787) Veja:
Se o ritmo de crescimento de mortes no trânsito brasileiro se mantiver estável nos próximos 50 anos (ou seja, continuar crescendo 4,06% ao ano), podemos projetar que o total de vítimas fatais saltará para 313.708 no ano de 2060, totalizando um aumento de 982% em relação ao ano 2000.
Já se o ritmo de redução de mortes no trânsito europeu se mantiver estável nos próximos 50 anos (ou seja, continuar caindo 5% ao ano), podemos projetar que o total de vítimas fatais cairá para aproximadamente 2.500 por ano em 2060, totalizando uma redução de 95% em relação a 2000.
Tanta discrepância serve para demonstrar como políticas de prevenção, maiores investimentos em segurança e educação no trânsito bem como em campanhas de conscientização trouxeram resultados fantásticos na União Europeia (todo um continente), enquanto nossa velha e arcaica maneira de lidar com esse grave problema (novas leis e mais sanções penais e administrativas) só tem contribuído para piorar o cenário de morticínio no trânsito brasileiro.
É chegada a hora, portanto, de deixarmos para trás velhas práticas e passarmos a investir com seriedade na fórmula EEFPP (educação, engenharia, fiscalização, prevenção e punição adequada).
*Colaborou: Mariana Cury Bunduky – Advogada, pós graduanda em Direito Penal e Processual Penal e Pesquisadora do Instituto Avante Brasil.

Fonte: Portal do Trânsito

 

 

Planejamento urbano para reduzir mortalidade no trânsito

O tratamento dado à mortalidade no trânsito brasileiro confirma-se pouco exitoso em anos sucessivos de insistência. Não pelas boas intenções promovidas nessa direção, mas por representar um modelo desarticulado que reduz a questão à modesta plataforma educação-fiscalização-engenharia. O Código de Trânsito Brasileiro/CTB enumera significativos instrumentos de regulação do uso do sistema viário, mas até aqui a sua aplicação se revelou incapaz de reverter a evolução desse trágico quadro, embora não pelo que preceitua, mas pela timidez, inépcia e omissão de gestores ainda reféns de decisões que incentivam o uso do transporte individual motorizado.
É preciso deter essa tendência, porque conceitualmente a mortalidade no trânsito não está exclusivamente associada à logística da circulação viária, como tem sido historicamente tratada no Brasil, mas aos problemas das cidades como um todo. Importantes pesquisadores anotam que nada deve ser experimentado isoladamente nesse contexto, mas sempre em relação ao seu entorno, à sequência de eventos que levaram àquilo, à memória das experiências passadas (LYNCH, 1960).
Portanto, urge observar e agir diferente, agregando às ações possíveis conceitos urbanísticos adequados; considerar que a questão da mortalidade no trânsito está inexoravelmente vinculada ao planejamento urbano, à qualidade da saúde pública; imprescindível à equidade na ocupação e uso dos espaços de mobilidade; necessário ao desenho urbano socialmente inclusivo – logo, imperativo ao caráter coletivo que enseja viver nas cidades.

 

Confirma essa percepção a recente lei que instituiu a Política Nacional da Mobilidade Urbana, lei que emoldura as diretrizes por meio das quais os gestores das cidades brasileiras poderão redimensionar suas políticas urbanas relacionadas ao tema. Com todas as letras a lei diz, em vários momentos, que trânsito é fração da mobilidade e como tal as ações a ele relacionadas devem emergir das políticas de desenvolvimento urbano acompanhadas das respectivas políticas setoriais de habitação, saneamento básico, planejamento e gestão do uso do solo.

 

O exercício do poder e a autoridade na política têm implicações diretas no êxito deste tipo de ação (WALL WATERMAN, 2010), até porque as diretrizes desta lei implicam ousadia na gestão, sugerem quebra de paradigmas (KNEIB, 2011), e confirmam a máxima de que não podemos resolver os problemas utilizando o mesmo tipo de pensamento que usamos quando os criamos (EINSTEIN, 1934).

 

Inova nesse contexto o Governo de Goiás em parceria com o Ministério da Saúde e as 22 Prefeituras Municipais cujos territórios reúnem 73,24% das mortes no trânsito em Goiás (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). Definido como uma das 40 ações prioritárias constantes do Plano de Ações Integradas/PAI o “Observatório da Mobilidade e Saúde Humanas do Estado de Goiás” foi instituído por Decreto Estadual como ferramenta técnica destinada a enfrentar esta adversidade sob a égide do planejamento urbano e da saúde pública.
Programa de desenvolvimento urbano lapidado no mapa estratégico da Secretaria de Estado das Cidades e de vigilância e prevenção a epidemias da Secretaria de Estado da Saúde, o Observatório consolida a visão explicitada na Lei Nacional de Mobilidade Urbana. Concluídos os seminários regionais, o momento é de atitude, gesto, e para isso, ganha o substancial apoio executivo, dentre outros atores, das Prefeituras envolvidas, SEGPLAN, DETRAN e da Universidade Estadual de Goiás/UEG que atuará como plataforma acadêmica para a realização das dezenas de pesquisas e ações imediatas necessárias ao seu intento.
* Antenor Pinheiro é jornalista, Superintendente de Desenvolvimento Urbano e Trânsito da Secretaria de Estado das Cidades/GO e Coordenador da ANTP Regional Centro-Oeste.

Fonte: ANTP

Meta anual de redução de mortes no trânsito

 

Comissão de Viação e Transportes aprovou proposta que determina que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) estabelecerá para cada estado da Federação e para o Distrito Federal, metas anuais de redução do índice de mortos por acidente de trânsito – por grupo de veículos e por grupo de habitantes. A proposta acrescenta dispositivo ao Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97).

O texto determina que a atuação dos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito, no âmbito da política de segurança do trânsito, serão voltadas prioritariamente para o cumprimento dessas metas. Segundo a proposta, as metas objetivarão, ao final do prazo de dez anos, reduzir pelo menos à metade o índice nacional de mortos por grupo de veículos e o índice nacional de mortos por grupo de habitantes, ambos apurados no ano em que a medida for incorporada ao Código.

A proposta aprovada é o substitutivo do relator, deputado Hugo Leal (PSC-RJ), ao Projeto de Lei 5525/09, do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). O projeto original institui o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PRMT), a ser elaborado em conjunto pelos órgãos de saúde, trânsito, transportes e Justiça. Além disso, cria cota anual de fiscalização preventiva de trânsito – 30% da frota.

Para o relator, as soluções para o problema das mortes no trânsito não irão derivar, necessariamente, de um plano nacional. “Embora importante do ponto de vista simbólico, a simples criação formal de um plano nacional de redução de mortes e lesões no trânsito, conforme prevista no projeto, não garante que a vontade do legislador de ver instituídas certas regras e procedimentos seja realizada a tempo e satisfatoriamente pelos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito”, opinou.

No substitutivo, a intenção de Leal foi “preservar a sugestão do regime de metas, dando-lhe uma formulação mais concreta”. Além disso, ele retirou do texto a cota anual de fiscalização. “Pretendi evitar que a lei entrasse em qualquer espécie de abordagem acerca de métodos ou objetivos de fiscalização, os quais devem ser escolhidos no âmbito de cada estado”, argumentou.

Regras
Pelo texto, o Contran fixará as metas de redução de índice de mortos por acidente de trânsito, a partir de propostas dos Conselhos Estaduais de Trânsito (Cetran) e do Conselho de Trânsito do Distrito Federal (Contradife), que realizarão consulta ou audiência pública com a sociedade civil a respeito das metas.

As propostas serão encaminhadas ao Contran até o dia 1º de agosto de cada ano, devendo ser acompanhadas de um relatório sobre o cumprimento das metas fixadas para o ano anterior e de uma exposição de ações, projetos ou programas, com os respectivos orçamentos, para o cumprimento das metas propostas para o ano seguinte.

Conforme o substitutivo, as metas fixadas pelo Contran serão divulgadas em setembro,
durante a Semana Nacional do Trânsito, assim como o desempenho de cada estado e do Distrito Federal no cumprimento das metas vigentes no ano anterior. Essas informações deverão permanecer à disposição do público na rede mundial de computadores, em sítio eletrônico do órgão máximo executivo de trânsito da União.

O Contran definirá as fórmulas para apuração desses índices, assim como a metodologia para a coleta e o tratamento dos dados estatísticos.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será examinado agora pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Fonte: Agência Câmara

Praça do Parnamirim é reduzida

 

Uma discussão sobre a utilização dos espaços públicos para a construção de alternativas para o trânsito do Recife ganhou as redes sociais ontem com a divulgação de uma imagem da Praça Doutor Lula Cabral de Melo, conhecida como Praça do Parnamirim, modificada para criar alternativas para o fluxo de veículos na Zona Norte do Recife.

As obras de recuo da praça já estão sendo feitas há quase duas semanas e devem ser concluídas em 10 dias. A intenção da gestão municipal é criar o binário Estrada do Arraial/Estrada do Encanamento, vias que passarão a ter mão única e vão receber ciclovias até o fim do mês. O objetivo do redimensionamento foi questionado por urbanistas e parte da população. Para muitos, a medida não é suficiente para melhorar a mobilidade da capital.

A paisagista e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Ana Rita Sá lamentou a intervenção na praça de 1.858 metros quadrados, projetada pela arquiteta Ridete Tavares. “O espaço tem uma função paisagística relevante para a área. Trata-se de um ponto muito importante para o bairro do Parnamirim”, destacou. O estudante universitário Tiago Costa, 23 anos, também avaliou o trabalho da prefeitura negativamente. “O trânsito das vias nos arredores da praça é muito complicado. Minha opinião é que a gestão municipal deveria investir mais em transporte público. Essas pequenas ações não parecem surtir muitos resultados, pois o número de carros cresce assustadoramente na cidade”, pontuou.

A Secretaria de Serviços Públicos do Recife, responsável pela obra, informou que, ainda este mês, haverá a criação de um binário entre a Estrada do Encanamento e a Estrada do Arraial, na área que passa pelos bairros do Parnamirim, Casa Forte, Casa Amarela, Tamarineira, e Monteiro. “A intervenção consiste na transformação de ambas as vias em sentido único de circulação, facilitando os deslocamentos dos veículos no sentido cidade e no sentido subúrbio. As obras serão entregues com ciclovias nas estradas do Arraial e do Encanamento”, afirmou a presidente da CTTU, Maria de Pompéia.

Ela ainda esclareceu que não existe a possibilidade de extinção da Praça do Parnamirim, como foi divulgado na internet. “Na verdade, é uma obra de manutenção, e o recuo da praça será pequeno. Nosso objetivo é melhorar o fluxo nos arredores dela, como nas avenidas Dezessete de Agosto e Rui Barbosa”, ressaltou. Com a mudança, a Estrada do Arraial passa a ter mão única no sentido cidade-subúrbio, e a Estrada do Encanamento ficará com o sentido subúrbio-cidade.

O papel dos pais na redução de acidentes de trânsito com jovens


De todos os perigos que os adolescentes podem enfrentar, beber está entre os piores. O álcool representa uma grave e potencial ameaça. Pesquisa divulgada nos EUA, mostra que os adolescentes que bebem têm maior probabilidade de: morrer em um acidente de carro, engravidar, tornar-se um alcoólatra e tentar o suicídio.

Os pais têm uma participação fundamental nessa fase dos filhos, mas para isso é importante que tenham as ferramentas necessárias para conversar com as crianças sobre o álcool.

A pesquisa realizada pela Universidade Estadual da Pensilvânia aponta que o álcool é a droga mais usada pelos jovens, mais do que todas as drogas ilegais combinadas. No entanto, o resultado mostra que há um descompasso quando se trata da relação pais X filhos: um em cada cinco adolescentes bebe com frequência, mas apenas um em cada 100 pais acreditam que a bebida pode ser um problema para o seu filho.

A suposição mais comum entre os pais é “meus filhos são bons meninos, e eu posso confiar que eles vão tomar as decisões corretas”, mas a pesquisa mostra que a comunicação clara e contínua sobre o álcool é fundamental na prevenção das tragédias envolvendo os menores.

Para a especialista em trânsito e pedagoga, Elaine Sizilo, os pais devem conversar com seus filhos constantemente sobre os perigos de beber. Não só sobre beber e dirigir, mas sobre todos os perigos do ato de beber. “Educá-los, impor limites, monitorar o paradeiro, e, o mais importante, tentar explicar, através do diálogo, as consequências que este ato pode trazer para a vida deles. Esta é uma tarefa diária que não pode ser esquecida”, diz Sizilo.

A conclusão da pesquisa é que os pais são a principal influência sobre as decisões de seus filhos sobre se devem ou não beber álcool. “Dar o exemplo ainda é o melhor dos ensinamentos”, conclui Sizilo.

Fonte – Portal do Trânsito