Olha a faixa motorista!

Diario de Pernambuco
Por Tânia Passos
Recife e Olinda, cidades históricas, comungam da mesma prática em relação à falta de hábito dos motoristas em respeitar a faixa de pedestre. Nem mesmo as que estão em pontos históricos, onde é comum a travessia de turistas, que não são obrigados a conhecer o comportamento dos nossos motoristas, não são respeitadas e os visitantes acabam correndo mais riscos do que os pedestres locais, que conhecem os perigos. 

O Diario acompanhou o movimento de circulação dos “turistas-pedestres” em dois conhecidos pontos históricos das duas cidades: Marco Zero, no Bairro do Recife, e Alto da Sé, em Olinda. Não foi preciso muito esforço para flagrar os abusos dos motoristas. As imagens foram feitas na quinta e sexta da última semana.

Em Olinda, as obras de acessibilidade no Alto da Sé facilitam os deslocamentos. As faixas de pedestre estão no mesmo nível das calçadas e funcionam quase como lombadas. Já é um recurso para os carros reduzirem a velocidade. Mas há os que aceleram mesmo com o desnível em relação ao calçamento. É o que acontece, por exemplo, em frente ao prédio da Caixa D’Água, onde há um elevador panorâmico. O acesso ao prédio é pela faixa que faz ligação com a pracinha. O espaço tem tudo para ser seguro, mas não é. Flagramos cenas de turistas disputando a preferência com os carros na travessia. Nesses casos, o guia turístico faz as vezes de agente e com a mão levantada faz sinal para os carros pararem. “Se não for assim, eles não param. Mesmo com essa passagem elevada, eles aceleram”, afirmou o guia Hamilton Fernandes, 35 anos.

No Bairro do Recife, passava do meio-dia, da última quinta-feira, quando um grupo de turistas de Santa Catarina visitou e fotografou o Marco Zero. No retorno pela faixa, eles se depararam com carros em velocidade. Depois de esperar em vão que os motoristas dessem a vez, o grupo decidiu se arriscar e mesmo no meio da faixa os carros não pararam.“Acho que o comportamento desses motoristas não reflete a imagem que temos do povo nordestino, que é extremamente receptivo”, afirmou Keila Gonçalves, 21 anos, gerente de vendas. A ultrapassagem do segundo casal, que fazia parte do mesmo grupo foi ainda mais dramática. Nem mesmo uma mulher grávida passando pela faixa foi o bastante para os carros pararem. Somente na metade da travessia um dos carros parou. “Em Florianópolis há um respeito maior pela faixa”, disse o advogado catarinense Sérgio Souza, 50. A presidente da CTTU, Maria de Pompéia revela que há dois aspectos a serem observados: cultural e educacional. “Nossos motoristas não têm, ainda, o hábito de respeitar a faixa”.

A linguagem da mobilidade



 

O uso corrente de diversos termos no que se refere à mobilidade urbana é  baseado no vocabulário da engenharia de tráfego dos 1950, 1960. Repensar os significados das palavras é um caminho fundamental para mudar o entendimento sobre a forma e função da cidade. De maneira brilhante a cidade norte-americana de West Palm Beach na Flórida produziu um documento dirigido aos técnicos da área de trânsito para que pudessem substituir palavras tendenciosas relativas à investimentos e políticas públicas de trânsito.

A diretiva é bastante clara, já na definição do que é tráfego:

A palavra tráfego é corriqueiramente usada como sinônimo de tráfego de veículos motorizados. Existem no entanto diversos tipos de tráfego nas cidades: tráfego de pedestres, tráfego de bicicletas, tráfego de trens. Para garantir a objetividade, se você quer dizer tráfego de veículos motorizados, então diga tráfego de veículos motorizados. Caso esteja se referindo a todo tipo de tráfego, então diga tráfego.

Outro termo empregado de forma errada e que tem definição mais precisa é em relação ao uso da palavra acidente:

Acidentes são eventos danosos em que algo acontece por um azar inesperado ou por acaso. Acidentes implicam na ausência de culpados. É amplamente sabido que a grande maioria dos acidentes (de trânsito motorizado) são previniveis e além de ser possível apontar culpados. O uso da palavra acidente também reduz o grau de responsabilidade e da gravidade associada à situação e invoca um certo grau de simpatia à pessoa responsável. A linguagem objetiva inclui os termos colisão e batida.

Por conta dessa visão, que após o atropelamento dos ciclistas de Porto Alegre em fevereiro de 2011 durante a bicicletada, o termo #naofoiacidente foi um dos mais comentados no twitter. A situação se repetiu na última sexta-feira, 02 de março, quando mais uma ciclista foi morta por um ônibus na avenida Paulista e também em outras cidades brasileiras. O tema foi gancho para um debate ao vivo com Zé Lobo, presidente da Transporte Ativo, e o jornalista ambiental André Trigueiro, assista.

O manual de West Palm Beach ainda trata de diversos outros termos, alguns mais, outros menos simples de serem traduzidos para a realidade brasileira. Em português por exemplo a maior distorção do planejamento viário tupiniquim é o uso do termo “não-motorizado” para tratar de pedestres, ciclistas e outros meios de transporte ativos. Assunto já tratado em um outro post (Transporte não-motorizado).

Exemplos a serem resignificados existem em abundância. Quando uma via fica restrita à circulação de veículos motorizados a comunicação oficial é de que a via foi “fechada”, quando o correto seria dizer justamente o contrário, que a via foi aberta exclusivamente para o tráfego de pessoas.

Repensar o discurso e o uso das palavras é um primeiro passo fundamental para ordenar prioridades e atualizar o planejamento urbano. Afinal, nada mais antiquado do que usar gírias de meados do século XX em pleno século XXI e de certa forma é isso que temos aceitado fazer no que se refere à mobilidade urbana.

A publicação original do manual da prefeitura de West Palm Beach está disponível em pdf. Mais informações no blog Human Transit. O blog “Vá de Bike”, também traz sua visão sobre porque “acidente” não descreve os atropelamentos de ciclistas.

Do Blog Transporte Ativo

Detran: mais rigor nas aulas teóricas

 

Diario de Pernambuco

Por Marcionila Teixeira

As aulas práticas de direção não serão mais as mesmas. Pelo menos para os alunos que tentam burlar a carga horária estipulada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) faltando às aulas. Até o final do ano, o Departamento de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE) vai implantar o sistema de biometria e comunicação on-line também nas aulas práticas. Hoje ele já existe nas teóricas e permite que o Detran fiscalize quem está realmente cumprindo a carga horária exigida nos Centros de Formação de Condutores (CFCs). Isso porque o candidato à habilitação é obrigado a confirmar presença no sistema pondo o dedo no equipamento chamado finger no início, no meio e no fim das aulas teóricas. A comunicação é enviada imediatamente ao órgão.

Até que a biometria seja ampliada para as práticas, outras novidades já estão sendo testadas pelo Detran-PE para garantir uma melhor fiscalização da frequência do aluno. Uma delas é a mudança no Refor, um sistema informatizado onde o aluno agenda suas aulas práticas. Antes, a pessoa fazia a aula e podia informar ao Refor dois dias depois com a data retroativa.

As regras atuais, no entanto, só permitem que o aluno agende, no máximo, com trinta minutos de antecedência da aula. “Dessa forma nós podemos fazer fiscalização, saber se a pessoa listada como participante realmente está em sala”, explicou Amanda Machado, gerente de habilitação de condutores. Outra medida implantada pelo departamento obriga os CFCs a informarem a quilometragem inicial e final do veículo usado pelo aluno.

Levantamento

Amanda Machado informou que a equipe ainda está listando quais equipamentos serão necessários para implantar a biometria nas aulas práticas. “Alguns centros terão que se adaptar, mas outros não. Em breve, vamos publicar portaria com as novas regras, que são exigência da resolução do Contran quanto à obrigatoriedade da realização da carga horária total nos cursos teóricos e práticos”, avisa. Estados como o Rio de Janeiro já aplicam a biometria nas aulas práticas.

Na opinião de Irapuan Oliveira, dono do Centro de Formação de Condutores Tática, na Avenida Norte, no Recife, a medida é boa, mas antes de aplicá-la será necessário aperfeiçoar o atual sistema de biometria aplicado nas aulas teóricas. “Muitas vezes o aluno coloca o dedo para apontar a presença e o sistema não registra, trava ou fica lento. Podemos fazer foto do aluno e mandar depois, mas ainda ocorrem ruídos na comunicação. Há falhas e o problema é maior para quem mora no interior e para resolver a situação precisa vir até a sede, no Recife”, critica

Ciclovias e carros elétricos dão a Bolonha prêmio de mobilidade sustentável

Com 130 quilômetros de ciclovias, uma rede de pontos de recarga para carros eléctricos e uma ampla zona pedestre, a cidade italiana de Bolonha ganhou o prémio da Semana Europeia da Mobilidade de 2011. Bolonha deixou impressionado o júri da Semana Europeia da Mobilidade 2011 com a forma como viveu o Dia Europeu Sem Carros, alargado a um fim-de-semana. 

A cidade italiana instalou uma série de pontos de recarga para veículos elétricos e adoptou um plano de expansão da rede urbana de ciclovias para 130 quilómetros, segundo um comunicado da Comissão Europeia, divulgado terça-feira. Durante a Semana da Mobilidade foi criada no centro da cidade uma extensa zona pedestre, aberta a artistas de rua, vendedores a retalho e associações desportivas e visitada por mais de 60.000 pessoas.

Para promover a mobilidade sustentável, Bolonha promoveu passeios de bicicleta, acções de formação para ciclistas e demonstração de reparações de bicicletas, jogos, passeios e uma exposição de veículos eléctricos.

O painel independente de peritos no domínio da mobilidade decidiu ainda distinguir as cidades de Larnaca (Chipre) e Zagreb (Croácia) com menções honrosas. A primeira criou um “banco de bicicletas” para facilitar a manutenção e a reutilização destas e promoveu exposições, conferências e comprometeu-se a tornar uma das artérias do centro em zona pedestre. Zagreb lançou um projecto para melhorar a sua infra-estrutura de transportes sustentáveis.

“Com as cidades e os seus habitantes a sofrerem cada vez mais com o tráfego congestionado e a poluição, é particularmente oportuno passar dos veículos particulares para outros meios de transporte”, disse o comissário europeu responsável pelo Ambiente, Janez Potočnik. “As cidades de Bolonha, Larnaca e Zagreb encontraram formas criativas de tornar permanentemente mais sustentáveis as suas infra-estruturas de transportes. Faço votos para que inspirem outras cidades nesse sentido.”

Este ano, a Semana Europeia da Mobilidade decorrerá de 16 a 22 de Setembro e o tema será “Mobilidade na direcção certa”. Em 2011 o evento contou com a participação de 2268 cidades de todo o mundo.

Motociclistas poderão ser obrigados a usar jaquetas,calças e botas

 

A Câmara analisa o Projeto de Lei 3206/12, do deputado Onofre Santo Agostini (PSD-SC), que inclui capacete, jaqueta, calça comprida, botas e luvas entre os itens obrigatórios para motociclistas. A proposta acrescenta a medida ao Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), na parte que trata dos equipamentos obrigatórios dos veículos.

Segundo o projeto, a exigência será obrigatória a partir do sexto mês após a definição das especificações técnicas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Onofre Santo Agostini argumenta que a adoção dos equipamentos listados poderá diminuir a gravidade dos ferimentos decorrentes de acidentes com motos no País e também evitar mortes, ao impedir ou minimizar queimaduras, lesões e fraturas.

Mortalidade
Dados do Caderno Suplementar “Acidentes de Trânsito”, do Mapa da Violência 2011, divulgado pelo Instituto Sangari com base nas estatísticas do Ministério da Saúde, mostram que, de 1998 a 2008, a mortalidade de motociclistas aumentou 754%, ou o dobro do crescimento da frota de motos.

O deputado ressalta que o crescimento médio anual da frota ao longo da década foi 16,7% para motos e 6,5% para automóveis. A taxa média de óbito dos motociclistas foi de 92,3 óbitos a cada 100 mil motos. No caso dos automóveis, a frota aumentou 88% e as vítimas de acidentes 57%. A taxa média foi de 38 mortes para cada 100 mil automóveis.

Em 2010, a frota de motocicletas foi estimada em 16,5 milhões de unidades, o equivalente a 25,5% dos veículos motorizados.

Custos
“O impacto de um motociclista acidentado para os cofres públicos é alto, principalmente devido à natureza dos ferimentos, já que a motocicleta oferece pouca ou nenhuma barreira que amorteça o corpo da pessoa”, diz Agostini. “Da perspectiva social, estudos mostram que as vítimas desse tipo de acidente são predominantemente jovens, refletindo em incremento dos números que ceifam o potencial social e de trabalho dos jovens brasileiros.”

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que um paciente vítima de acidente de moto custa, em média, R$ 152 mil aos cofres públicos, só na rede hospitalar. O custo social de cada paciente é de aproximadamente R$ 952 mil, pois envolve atendimento pré-hospitalar, hospital, licença e aposentadoria, entre outros.

Já os itens sugeridos como obrigatórios têm preço total estimado em R$ 650.

Tramitação
O projeto está apensado ao PL 1171/11, que tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Fonte: Agência Câmara

 

Detran promove curso de Educação de Trânsito

 

Nesta sexta-feira(9 de março), o Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (DETRAN-PE) promove a segunda fase de capacitação de 50 socioeducadores da Secretaria Executiva de Educação Profissional do Estado (SEEP) no curso de Educação de Trânsito. O curso, com duração de 8 horas de aulas, acontecerá no auditório da Secretaria de Educação do Estado a partir das 10h.

A segunda fase do programa, iniciado em outubro de 2011, visa monitorar e implementar os projetos já desenvolvidos para aferir o aprendizado obtido na primeira fase, além de lançar uma pesquisa de campo para levantar o perfil de motociclistas dos municípios onde os pedagogos residem, reunindo subsídios para viabilizar estratégias efetivas que reduzam os acidentes de motos nestas localidades. O principal objetivo do programa é formar agentes multiplicadores a fim de que estes profissionais se tornem aptos a orientar pedagogicamente os educadores, alunos e pais e alunos de suas respectivas cidades.

Na primeira fase deste projeto os socioeducadores da SEEP participaram de cinco aulas focalizando o trânsito e suas interfaces nos aspectos legal, social e ético, através de oficinas que possibilitaram a produção de 36 projetos educativos de trânsito a serem desenvolvidos pelas unidades escolares ali representadas. Na sexta, os pedagogos serão divididos em quatro turmas e poderão apresentar o resultado de seus projetos desenvolvidos no primeiro dos encontros

Educação para combate aos acidentes – a capacitação promovida pelo DETRAN para os profissionais da Secretaria de Educação também visa contribuir com os programas Lei Seca e Comitê de Prevenção aos Acidentes de Motos (CEPAM), ambos capitaneados pela Secretaria de Saúde. “Entendemos que trânsito e educação são fatores indispensáveis para a redução dos índices de acidentes no Estado”, enfatiza Fátima Bezerra, presidente da entidade. Nos últimos anos, o Programa de Educação de Trânsito do Detran já capacitou mais de 8.000 profissionais das instituições e das  redes pública e privada de ensino de todo o Estado que, juntos, atingem mais de 345 mil alunos.

 

Fonte: Detran/PE

 

Plano para o caos na Agamenon

 

 

O projeto de construção de quatro viadutos na Avenida Agamenon Magalhães está cada dia mais consolidado e irreversível. Ontem, a Secretaria das Cidades (Secid) abriu os envelopes com os nomes das empresas interessadas em executar as obras. Seis consórcios e uma empresa estão participando do processo de licitação. Em até 15 dias, a vencedora do certame deverá ser conhecida. A expectativa é que até o dia 15 de maio seja dada a ordem de serviço para o início dos trabalhos. No entanto, a Agamenon só poderá se transformar num canteiro de obras quando houver um plano que garanta o mínimo de transtornos aos motoristas e pedestres que circulam por lá diariamente. Para isso, a Secid já começou a adotar medidas para diminuir esses danos, como a viabilização dos planos de circulação e de comunicação que deverão entrar em vigor assim que as intervenções começarem.

De acordo com o secretário das Cidades, Danilo Cabral, o plano de circulação é que vai nortear as demais medidas que serão adotadas na Agamenon Magalhães e no seu entorno para que os transtornos no trânsito sejam menores. A responsabilidade pela elaboração desse plano será da empresa que vencer a licitação. Ela deverá apresentá-lo antes de as obras começarem junto com o projeto final dos viadutos. Já o plano de circulação terá que indicar períodos, horários e endereços de interdições de vias, inversões do trânsito e outras medidas. “São 100 mil veículos que circulam pela Agamenon, o que já satura a avenida”, afirmou.

O plano de circulação vai viabilizar a execução do plano de comunicação, que está sendo chamado de plano de prestação de serviços aos usuários da Agamenon. Essa é uma estratégia que os órgãos de fiscalização e controle do trânsito pretendem fazer em conjunto para informar o cidadão a respeito das mudanças no tráfego, dos trechos e horários críticos e das rotas alternativas para fugir dos engarrafamentos. Segundo Danilo Cabral, além de placas indicativas, arte-educadores e agentes de trânsito nas ruas, pedestres e motoristas receberão as informações via rádio, televisão e internet, por meio das redes sociais, como Twitter e Facebook. Os dois planos devem entrar em prática quando as obras de maior relevância começarem. Os viadutos serão erguidos nos cruzamentos com as avenidas que apresentam as maiores retenções: Bandeira Filho, Paissandu, Dom Bosco e Rui Barbosa. A obra deve ser concluída até dezembro de 2013. O investimento está orçado em R$ 135 milhões.

Novo projeto de lei afrouxa a Lei Seca

 

A tolerância zero para o motorista que dirige depois de beber, estipulada pelo projeto que altera a Lei Seca, deve ficar restrita a penas administrativas, conforme o texto que está sendo fechado na Câmara dos Deputados. Apenas motoristas flagrados dirigindo com mais de 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou com sinais de que beberam antes de assumir a direção poderão ser processados criminalmente.

A alteração discutida pelos deputados cria um parâmetro para diferenciar o motorista que eventualmente bebeu um copo de cerveja daquele que dirige embriagado. Para ambos, haverá multa e perda da carteira de habilitação. Para detectar os sinais de que o motorista bebeu ou está com a capacidade psicomotora alterada, a polícia poderá se valer do bafômetro ou de exames de sangue, caso o motorista se disponha a fazer o teste, ou usar filmagens, fotos e testemunhos.

O Conselho Nacional de Trânsito deverá estabelecer como essas provas poderão ser colhidas. As alterações visam a dar efetividade à Lei Seca, cujo rigor foi reduzido pelo entendimento da Justiça de que os motoristas não são obrigados a se submeter a exames ou ao bafômetro. Os deputados devem tirar do texto e deixar para outro projeto a discussão sobre o aumento das penas. O maior rigor nas penas foi aprovado pelo Senado, mas a Câmara, por enquanto, votará pontos consensuais.

Do Estado de Minas

Comitê nacional de trânsito será ouvido sobre projeto da tolerância zero de álcool

 

O debate em torno de penas mais duras para motoristas que dirigirem sob o efeito de álcool ou outras drogas será levado, no dia 20 de março, ao Comitê Nacional de Mobilização pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito. O comitê, formado por representantes da sociedade e do Poder Público, deverá se manifestar principalmente sobre o Projeto de Lei 2788/11, que criminaliza o ato de dirigir sob o efeito de qualquer concentração de álcool no sangue.

O assunto será discutido na reunião a pedido do relator do projeto na Comissão de Viação e Transportes, deputado Edinho Araújo (PMDB-SP). O resultado da discussão, que terá também a participação de juristas e de técnicos em segurança de trânsito, deverá ajudar o relator na elaboração do texto final da proposta.

Entre outras alterações ao Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9503/97), o projeto determina que dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer substância psicoativa sujeita o infrator à pena de detenção de seis meses a três anos, além de multa e da suspensão ou proibição do direito de dirigir. Atualmente, o condutor deve apresentar pelo menos 6 decigramas de álcool por litro de sangue para que fique configurado crime.

O comitê deverá se manifestar ainda sobre outros pontos do PL 2788/11 e de projetos apensados, como o uso de outros tipos de prova para caracterizar o crime de dirigir embriagado, caso o motorista se recuse a fazer o teste do bafômetro.

“De antemão, entendo que devemos ampliar o rigor da lei e punir motoristas que dirigem alcoolizados. A sociedade entende que hoje há impunidade. Motorista embriagado provoca morte e não vai para a cadeia. Isso tem que mudar rapidamente”, disse o deputado Edinho Araújo, que vai propor audiência pública na Câmara para debater o assunto depois de receber as sugestões do comitê.

Mortes
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou no ano passado 7.552 acidentes envolvendo motoristas embriagados em rodovias federais, dos quais 307 resultaram em morte. Ainda segundo a PRF, 699.903 motoristas passaram por teste de bafômetro em 2011. Dentre eles, 18.895 (2,6%) foram autuados por embriaguez e 8.424 (1,2%) também foram presos.

O Comitê Nacional de Mobilização pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito é integrado por 25 pessoas, que representam cinco ministérios (Cidades, Justiça, Saúde, Educação e Transporte), três secretarias do governo federal (Antidrogas, Juventude e Direitos Humanos), Ministério Público, Poder Judiciário e Câmara dos Deputados, além de 10 instituições da sociedade civil ligadas ao trânsito.

Fonte: Agência Câmara

Táxis estão em falta, pode crer!

Nunca foi tão difícil pegar um táxi na Região Metropolitana do Recife (RMR). Os atrasos estão mais evidentes desde a última semana, quando parte dos taxistas da Teletaxi decidiu entrar em greve, sobrecarregando outras empresas e cooperativas. Os chamados demoram até 40 minutos para serem atendidos. Uma alternativa deve ser definida nos próximos dez dias. A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) finaliza estudo que quer busca a experiência de táxi livre entre o Recife, Olinda e Jaboatão, semelhante à do carnaval. A ideia é que os taxistas possam apanhar e deixar os passageiros das 18h às 6h, de segunda a quinta-feira, e das 18h das sextas às 6h das segundas, nestas cidades.

“Estamos nos últimos ajustes. Acho que isso será importante para melhorar os serviços nos horários estudados, que podem, inclusive, ser modificados”, contou Carlos Augusto Elias, diretor de Transportes da CTTU. Neste primeiro momento, a companhia não pretende ampliar o projeto para outras cidades.

O estudo começou a ser pensado após o carnaval e, para se tornar realidade, depende da aprovação do prefeito João da Costa e da assinatura de um convênio. A frota veicular das cidades e o número de denúncias colhidas pela CTTU embasam o levantamento. Só em 2011 foram 264 reclamações. No carnaval deste ano, o órgão somou 46 queixas. Ontem, o presidente do Sindicato dos Taxistas de Pernambuco, Everaldo Menezes, afirmou que só irá falar sobre o estudo se for convocado pelo prefeito João da Costa.

O Recife tem um táxi para cada 251 habitantes, índice que está dentro da proporção de um veículo para cada 300 pessoas estabelecido pela lei municipal 12.914, de 1977. A capital tem 6.125 táxis. Em Olinda são 850 e em Jaboatão há 790 unidades. Os três municípios somam quase oito mil veículos.

A CTTU está criando novos pontos de táxi. Até o fim deste mês, eles devem chegar a 320. Com as ruas paradas, os taxistas estão deixando de circular para atender em pontos fixos. Sem táxis nos principais corredores, os passageiros superlotam as cooperativas e a demanda não é suprida. Ontem, a administradora Rosaneide Garcia, 28, que mora em Natal, esperou por mais de 30 minutos por um táxi. Ela chegou ao Recife no início da tarde e reprovou o serviço das cooperativas. “Liguei ainda dentro do ônibus em virtude da demora”, revelou.

Segundo o diretor-presidente da Teletaxi, Nivaldo Cavalcanti, a greve não afeta nem 20% dos taxistas associados à empresa. “Estamos abertos ao diálogo”, falou.