Nem BRT, nem faixa azul. Agamenon Magalhães é caos de uma ponta a outra

Avenida Agamenon Magalhães, perimetral do Recife, travada. Foto: Ricardo Fernandes DP/D.A.Press
Avenida Agamenon Magalhães, perimetral do Recife, travada. Foto: Ricardo Fernandes DP/D.A.Press

Por

Rosália Vasconcelos

O ramal do sistema Bus Rapid Transit (BRT) da Avenida Agamenon Magalhães corre risco de não sair do papel. Após vários prazos vencidos para o início das obras, o projeto está sendo avaliado pelo governo do estado, que vai decidir se o trecho é prioritário no atual momento. Embora ainda não tenha descartado oficialmente a implantação do BRT na artéria, a Secretaria de Cidades já não trabalha mais com prazos e diz que não sabe se a pauta vai entrar nos planos do estado.

Diante da falta de perspectivas para o projeto, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) estuda implantar uma Faixa Azul na Agamenon Magalhães, com o objetivo de melhorar o fluxo do transporte coletivo no corredor. A velocidade média da via, em horários de pico, é de 17km/h.

“Houve a contratação de empresa para a implantação do Ramal Agamenon Magalhães, mas a companhia não tem interesse em continuar. Está ocorrendo processo de distrato contratual”, informou, através de nota, a assessoria da Secretaria das Cidades de Pernambuco.

Segundo o gerente de Mobilidade da pasta, Gustavo Gurgel, há um termo de compromisso entre a secretaria e a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 120 milhões, para a realização das obras. Ele acrescenta que o grau de prioridade do serviço será uma avaliação administrativa que não se deve à falta de recursos. No inicío do ano, contudo, a pasta justificou que as obras, previstas inicialmente para serem entregues antes da Copa do Mundo, estavam atrasadas porque a verba do governo federal não havia sido liberada.

Análises
Por causa da intenção de implantar o ramal, a via ficou de fora das prioridades da CTTU para a Faixa Azul, sistema de faixas exclusivas para ônibus e táxis com passageiros que deve abranger 60km até o fim de 2016. “A possibilidade de implantar uma Faixa Azul na avenida não está descartada, mas depende dos resultados de uma série de análises técnicas e simulações de engenharia de tráfego, que indiquem a viabilidade de garantir um aumento considerável na velocidade dos transportes coletivos que circulam no local”, ponderou a CTTU, por nota. O órgão afirmou que os estudos serão realizados.

 

Agamenon Magalhães - Foto - Alcione Ferreira DP/D.A.Press

Solução eficaz para os ônibus

O consultor em transporte público Germano Travassos comenta que os ônibus ocupam apenas 30% da Agamenon Magalhães atualmente, e, com as faixas exclusivas, o uso do espaço viário pelo transporte coletivo poderia até 20 vezes mais eficiente.

“A Faixa Azul é uma alternativa barata e simples de melhorar a mobilidade, que deve ser prioritária para as pessoas e não para os veículos. O espaço viário é finito”, opina Travassos. Na Avenida Mascarenhas de Morais, por exemplo, onde os congestionamentos são constantes, foi possível aumentar a velocidade média de 21 km/h para 35,42 km/h.

O consultor disse, no entanto,  que no caso da Agamenon Magalhães, a solução da faixa azul para acomodar os veículos BRT do corredor Norte/Sul é totalmente inadequada, pois compromete os conceitos da operação dos sistemas BRT, e inviabiliza o uso daquela via perimetral na rede estrutural de transporte público da RMR e, em especial, do Recife.
O Ramal de BRT da Agamenon Magalhães faria parte do Corredor Norte/Sul, que liga Igarassu ao Centro do Recife. A proposta era de que o corredor, quando chegasse na altura do Shopping Tacaruna, se bifurcasse. Um outro ramal, que passa pela Avenida Cruz Cabugá até a Avenida Guararapes, está quase concluído. No caso da Agamenon, o corredor se integraria ao Terminal de Joana Bezerra.

Radares reduzem 400 acidentes por mês no Recife no primeiro trimestre de 2015

 

Quatro novos radares instalados na Avenida Agamenon Magalhães. Foto - Ricardo Fernandes DP/D.A.Press
Quatro novos radares instalados na Avenida Agamenon Magalhães. Foto – Ricardo Fernandes DP/D.A.Press

Manter os motoristas sob a rédea curta é a estratégia da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) para reduzir os acidentes de trânsito na capital pernambucana com o aumento da fiscalização eletrônica.

Ao todo são 64 radares e sensores em 37 pontos da cidade. Desses, quatro novos começaram a operar ontem, sendo três na Avenida Agamenon Magalhães e um na Avenida Beberibe. Um levantamento da companhia aponta que entre o primeiro trimestre de 2015 e o  mesmo período de 2014, houve uma redução de cerca de 400 acidentes por mês. De 1, 3 mil para menos de mil por mês.

Os radares eletrônicos também trouxeram impacto direto nas infrações de trânsito. Onde há fiscalização eletrônica houve uma redução de até 87% nas infrações, mas a meta é zerar. Com essa estratégia, outros dois pontos já estão em estudo para receber radares: a entrada do Túnel da Abolição, na Torre e nas imediações da Faculdade Estácio de Sá na Abdias de Carvalho.

As quatro novas lombadas eletrônicas que entraram em operação, ontem, vão começar a multar os infratores a partir da próxima segunda-feira. Serão registradas infrações por excesso de velocidade, avanço de semáforo, parada sobre faixa de pedestres e conversão proibida.  O critério para a escolha das vias é o potencial risco de acidente.

Na Agamenon Magalhães passam por dia cerca de 90 mil veículos nos dois sentidos. Além disso, a via possui diversas proibições de giros que, quando desrespeitadas, aumentam a potencialidade de acidentes. Também é o caso da Avenida Beberibe, onde foi identificada a necessidade da fiscalização eletrônica no cruzamento com a Avenida Professor José dos Anjos.

Primeiro radar instalado na Avenida Beberibe no Recife. Foto - Ricardo Fernandes DP/D.A.Press
Primeiro radar instalado na Avenida Beberibe no Recife. Foto – Ricardo Fernandes DP/D.A.Press

Em seis meses, mesmo com os equipamentes existentes na Agamenon, foram registrados 14 acidentes e nove na Avenida Beberibe. “Há uma necessidade de mudança de cultura. A educação pelo bolso ainda é mais eficaz.  Hoje 93% dos condutores não voltam a cometer infração nos pontos onde já foram multados”, revelou o gerente de fiscalização da CTTU, Marcos Araújo.

Os novos pontos beneficiados receberam sinalização conforme a exigência do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) e foram identificados a partir de estudos técnicos que levam em consideração a geometria das vias. Na Avenida Governador Magalhães, já existem outros quatro pontos de fiscalização. Já a Avenida Beberibe receberá o primeiro dispositivo.

Saiba Mais

Radares de olho nos motoristas
64 equipamentos
29 lombadas
35 fotossensores
37 pontos diferentes na cidade

Comparativo dos acidentes no 1º trimestre
1.334 era a média de acidentes por mês na cidade no 1º trimestre de 2014
933 acidentes foi a média registrada por mês no 1º trimestre de 2015
400 acidentes a menos por mês

Diagnóstico
14 acidentes registrados na Agamenon Magalhães em seis meses
9 acidentes na Avenida Beberibe em seis meses

Redução dos acidentes
26% menos atropelamentos ( de 36 para 26)
30% menos acidentes de moto ( de 314 para 229 acidentes por mês)
23% menos acidentes envolvendo bicicleta ( de 9 para 7)

As multas e as infrações registradas pelos radares eletrônicos
De R$ 85,13 a R$ 574,62 por excesso de velocidade
De R$ 191,54 e 7 pontos na CNH por avanço de semáforo
R$ 85,13 e 4 pontos na CNH por parada na faixa de pedestre
R$ 127,69 e 5 pontos na CNH por conversão proibida

Os quatro novos pontos de fiscalização eletrônica:
– Avenida Agamenon Magalhães no cruzamento da Rui Barbosa (sentido Boa Viagem)
– Avenida  Agamenon Magalhães no cruzamento da Bandeira Filho (sentido Olinda)
– Ponte Delmiro Gouveia (Pontilhão da Agamenon sentido Conde da Boa Vista)
– Avenida Beberibe no cruzamento com a Professor José dos Anjos (sentido subúrbio)

Fonte: CTTU

Qual o futuro da primeira e única perimetral do Recife?

 

Avenida Agamenon Magalhães, primeira perimetral do Recife - Foto - Ricardo Fernandes DP/D.A.Press
Avenida Agamenon Magalhães, primeira perimetral do Recife – Foto – Ricardo Fernandes DP/D.A.Press

A Avenida Agamenon Magalhães talvez tenha sido a via urbana do Recife que mais recebeu projetos para redesenhar o seu sistema viário. O mais polêmico foi o dos quatro viadutos previstos para facilitar a passagem em nível do BRT em 2012. Antes disso, já haviam sido cogitados sete viadutos na década de 1970 e ainda o projeto do urbanista Jaime Lerner, que desenhou um elevado passando do cima do canal para separar o transporte público do trânsito comum. E quando nenhum desses emplacou, houve ainda o projeto do ramal da Agamenon, um dos braços do corredor Norte/Sul. O fato é que 2014 está chegando ao fim sem sinal de obras do BRT na avenida.

O sistema chegou a ser licitado em 2013, mas as intervenções acabaram suspensas. A obra de R$ 96 milhões seria custeada pelo estado, que decidiu aproveitar recursos do PAC e aguarda aprovação da Caixa. A expectativa da Secretaria das Cidades é de retomada em outubro, mas há agora outra questão sobre a via. Urbanistas se perguntam o que é melhor – enquanto cidade inclusiva e sustentável – para a principal avenida da cidade.

A Agamenon é uma perimetral estratégica por ligar o Recife de Norte a Sul e Leste a Oeste. Também é passagem para municípios vizinhos e comporta frota maior do que muitas cidades – 79 mil veículos/dia. Para a arquiteta e urbanista Vitória Andrade, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-PE), a avenida perdeu a sua principal característica de ser interbairros e passou a ser uma via de passagem.

“Acredito que o projeto do Arco Metropolitano (rodovia paralela à BR-101) vai ser importante para reduzir a carga da Agamenon. Grande parte do trânsito é de outros municípios que apenas passam por ela.” Uma das preocupações do presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Roberto Montezuma, está com a articulação da via com o restante da cidade. “Ela tem uma qualidade paisagística real. Mas precisa de calçadas com padrão internacional, iluminação e articulação com o projeto do Parque Capibaribe”.

O ramal do BRT terá corredor exclusivo ao lado do canal. Estão previstas nove estações próximas a semáforos para facilitar a passagem do pedestre. “Serão substituídas as placas de concreto que deram problemas”, informou o secretário-executivo de mobilidade, Gustavo Gurgel. “Essa solução merece debate profundo, pois cria uma barreira do Centro expandido com o resto da cidade”, ressaltou Montezuma.

Viadutos da Agamenon em novo debate

 

O governador Eduardo Campos falou pela primeira vez sobre a polêmica dos viadutos da Avenida Agamenon Magalhães. De acordo com o governador a prioridade do projeto  é garantir velocidade no corredor exclusivo do ônibus. Ele admitiu, no entanto, que os viadutos podem ser substituídos, desde que seja apresentado um projeto melhor,  capaz de garantir velocidade no corredor. “Vamos buscar o consenso, ouvir especialistas e ficar abertos a outros projetos que garantam a fuidez do corredor”, afirmou.

Pelo projeto do governo do estado,   a velocidade média atual (Olinda / Boa Viagem), que é de 20,9 km/hora vai passar para 30,3 km após a construção dos viadutos, sendo o maior ganho no trecho entre a Avenida Rui Barbosa e o cruzamento com a Rua Buenos Aires, cuja velocidade atual em horário de pico é de 5 km por hora e subirá para 18km/h – velocidade quase quatro vezes maior. No trecho Boa Viagem / Olinda, a velocidade média que hoje é de 18,2 km/hora passará para 33,7 km/hora, o que significa um ganho de 54% na velocidade média do trecho. Nesse sentido, no entanto, o ganho maior será no cruzamento com a Rua Paissandu, cujos carros passarão de 7km/h para 40 km/hora – 175% de ganho na velocidade do trecho.

O governador disse ainda que irá aguardar o resultado do estudo de circulação que será elaborado pela empresa que venceu a licitação. Em setembro será concluído o projeto executivo do ramal do Norte/Sul que passará pela Agamenon Magalhães.

As transformações urbanas na Agamenon

Por

Tânia Passos

Não será fácil reimaginar o cenário da Avenida Agamenon Magalhães. Foram mais de quatro décadas lidando com o seu dia a dia dinâmico e, por vezes, congestionado. O modo de circulação da primeira perimetral do Recife irá mudar radicalmente para se adequar ao corredor Norte/Sul. As pistas exclusivas para o BRT, nos dois sentidos, vão ficar ao lado do canal central da via.

Para garantir a velocidade do corredor, serão removidos os semáforos de quatro cruzamentos. Entram em cena os viadutos e as passarelas. Com estes equipamentos, a circulação na Agamenon Magalhães nunca mais será a mesma. E tanto motoristas como pedestres e ciclistas terão que reaprender os caminhos.

Não apenas a circulação, mas também alguns hábitos e costumes serão modificados com o futuro cenário da avenida. Não fazer a travessia em nível, por exemplo, onde haverá passarela, é um deles. Morador do bairro da Boa Vista, o aposentado Antônio Alfredo, 68 anos, terá que buscar outro supermercado para fazer as compras de todos os dias. O local onde hoje está o supermercado Bompreço dará lugar à curva do viaduto da Bandeira Filho. Ao todo, 31 imóveis serão desapropriados. “Tudo por aqui vai ficar muito diferente. Eu espero que seja para melhor.”

As mudanças trazem juntas as incertezas. O comerciante Deomedes Pereira, 48, está preocupado com o seu futuro. Desde que nasceu, ele mora e trabalha na esquina da Rua Montevidéu, em um dos imóveis que serão desapropriados. A área que pertence à família dele tem cerca de 1.250 metros quadrados. O espaço privilegiado serve de estacionamento para dois empreendimentos. “Tenho contrato com a Clínica de Fraturas e com um cursinho. Ao todo, são 35 vagas cobertas. Ainda não sei para onde vou”, revelou o comerciante, que também tem um bar no local.

Também preocupados estão os barraqueiros que comercializam na calçada nos fundos do supermercado. Alguns há mais de 30 anos. Uma equipe da Secretaria das Cidades está fazendo o levantamento da renda diária deles para que sejam indenizados. “Eu preferia outro lugar para trabalhar. O dinheiro da indenização vai acabar”, revelou o comerciante Aldo Paulino da Silva, 58 anos.

Se para quem trabalha no local as mudanças trazem incertezas, imagine para quem vai ser vizinho de um dos viadutos. Inconformados, os moradores da Rua Bandeira Filho já fizeram vários protestos contra a implantação dos elevados. O viaduto passará ao lado de um conjunto de quatro prédios com 72 apartamentos. “Os moradores ainda não sabem como vão sair e chegar em suas casas. Além disso, haverá aumento das poluições do ar e sonora”, revelou a psicóloga Valéria Vieira, 53 anos. Para o governo, o interesse da maioria se sobrepõe à minoria.

 

Waldecy Pinto, um dos idealizadores da Agamenon do futuro

 

Ex-assessor da Secretaria de Planejamento do governo de Geraldo Magalhães, na década de 1970, o arquiteto e urbanista Waldecy Fernandes Pinto, assiste hoje as ideias cultivadas há quarenta anos, serem resgatadas para o presente. Nesta entrevista, ele fala que  teria dúvidas se os viadutos são, hoje, a melhor solução para a mobilidade do Recife. O arquiteto recebeu o Diario em seu escritório no bairro das Graças.

Por Tânia Passos

 

O senhor participou da administração municipal na década de 1970, quando teve início a construção da Avenida Agamenon Magalhães e foram projetados sete viadutos e uma ponte. Não era um exagero para a época?
Estávamos pensando a longo prazo. Era a primeira perimetral da cidade e os viadutos eram importantes para fazer as ligações com os bairros e resolver pontos de conflito nos cruzamentos. Fizemos um plano urbanístico para a avenida que é usado até hoje. Ela é a via mais bem pensada e projetada da cidade. A ideia era uma via de velocidade, mas hoje a gente percebe, que por conta dos congestionamentos e da quantidade de semáforos, a velocidade é cada vez mais baixa.

O que o senhor acha do projeto do governo do estado de implantar quatro viadutos, sendo dois nos mesmos locais apontados há quarenta anos?
Que os viadutos vão melhorar pontos de conflito nesses cruzamentos e melhorar a velocidade da via, por algum tempo, eu sei que sim. Mas não sei como irão se comportar as vias radiais, que estão muito congestionadas. Fico imaginando que a Rosa e Silva, por exemplo, não tem como comportar um fluxo grande.

Mas e se os viadutos tivessem sido construídos naquela época, como poderia ser a realidade atual?
Provalvemente estariam congestionados. Mas também acredito, que se eles tivessem sido construídos há mais tempo, hoje estaríamos pensando em outras soluções, inclusive de melhoria das vias radiais. Como isso não foi feito, o passo está sendo dado agora com bastante atraso.

O senhor acredita se tratar da melhor solução para o trânsito de hoje?
O trânsito hoje está muito diferente e as ruas do entorno estão com a capacidade esgotada. Aqui mesmo onde eu moro, os engarrafamentos são constantes. Mas acredito que para eles terem tomado essa decisão, eles devem ter se baseado em estudos de tráfego. Não há como tomar uma decisão dessa sem embasamento.

Apesar de ser uma via larga, a Agamenon não tem faixa exclusiva para ônibus e muito menos ciclovia. Naquele época vocês não pensavam nisso?
Faixas exclusivas para ônibus sim. Ciclovias não. Quase ninguém andava de bicicleta naquela época. Mas em relação às faixas para os ônibus, a ideia era usar as vias locais para os ônibus. Não sei porque isso nunca aconteceu e hoje elas são ocupadas por veículos. Aliás, as vias locais são muito engarrafadas. Não era para ser assim.

O que o bicheiro Cachoeira tem a ver com os Viadutos da Agamenon?

A empresa JM Terraplanagem e Construções, que compõe o Consórcio JM-Cidade, vencedor da licitação para construção dos viadutos da Avenida Agamenon Magalhães,está sendo citada nas investigações sobre o esquema de corrupção comandado pelo bicheiro Carlos Augusto Ramos, conhecido por Carlinhos Cachoeira. O contraventor mantinha contatos com a JM Terraplanagem, que tem tradição na construção de rodovias em áreas da Região Norte do país, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Em nota, a Secretaria das Cidades informou que o processo licitatório não foi concluído apesare de ter sido publicado hoje no Diario Oficial do Estado, O consórcio vencedor JM-Cidade. Outras quatro empresas ainda concorrem à licitação. O prazo de recurso é de cinco dias úteis e a homologação do processo está prevista para o dia 30 de maio. O consórcio vencedor apresentou a menor propsota de preço no valor de R$ 87 milhões. A obra estava avaliada pelo estado em R$ 130 milhões.

Pelo cronograma que a Secretaria das Cidades pretende manter, mesmo no caso de mudança no nome do consórcio vencedor,  é que as as obras sejam  iniciadas no mês de agosto. A previsão é que após a homologação em maio, o consórcio realize nos meses de junho e julho, o plano de circulação para ser posto em prática durantes a execução das obras.

Divulgado vencedores da licitação dos Viadutos da Agamenon Magalhães

A Secretaria das Cidades divulgou o resultado da licitação para a construção dos viadutos Bandeira Filho, Rui Barbosa, Joaquim Nabuco e Paissandu localizados ao longo da Avenida Agamenon Magalhães. O Consórcio JM-CIDADE foi o vencedor do certame, considerando a oferta do menor preço. Os nomes dos vencedores serão publicados no Diario Oficial do Estado.

O grupo ganhador da licitação apresentou uma proposta  no valor de R$ 87 milhões para a construção dos empreendimentos. O consórcio é formado pelas empresas JM TERRAPLANAGEM E CONSTRUÇÕES e CONSTRUTORA CIDADE, sendo a primeira com sede em Brasília e a segunda em Porto Alegre.

A licitação, iniciada em 06 de março, contou com sete participantes, sendo um grupo desclassificado e outro inabilitado. As cinco empresas habilitadas terão até cinco dias úteis a partir da publicação do resultado para entrar com recurso. A homologação com o resultado definitivo da empresa ganhadora será divulgado até 30 de Maio.

A obra prevê a construção de quatro viadutos na Avenida Agamenon Magalhães, que possibilitarão a implantação do corredor exclusivo de Transporte Rápido por Ônibus (TRO). Os elevados fazem parte da segunda etapa do Corredor Norte Sul, que tem início no Tacaruna e segue até o Terminal de Integração Joana Bezerra. “A proposta da intervenção é priorizar o transporte público”, diz o secretário das Cidades, Danilo Cabral, lembrando que “a via é uma das mais importantes da capital, por onde passam cerca de 100 mil veículos por dia, cuja velocidade média em horário de pico chega a 5 km/hora em alguns trechos”.

Todo o corredor terá 37,9 km de extensão. Os quatro viadutos estarão centradas entre a Ilha do Leite e o Parque Amorim – uma extensão de 2,2 km. Eles serão construídos em 18 meses a partir da ordem de serviço. De acordo com o secretário Danilo Cabral, o fato dos viadutos serem construídos simultaneamente ou não, vai depender do plano de circulação que será entregue ao Estado antes do início das obras. “O Plano irá nos guiar para que façamos todas as rotas alternativas para os motoristas. Com as informações em mãos, faremos um planejamento do tráfego junto à Prefeitura do Recife e um grande trabalho de divulgação para informar todas as mudanças à população”, ressaltou.

Em cada cruzamento, atualmente, são cerca de 3300 veículos por hora em horário de pico (7h às 8h da manhã). Com os viadutos, estima-se que esse número de automóveis aumente para 4200 – um ganho de cerca de 30% no aumento do fluxo de carros na via. Hoje são 15 semáforos em toda Agamenon, sendo 9 de automóveis e 6 de pedestre. Com as intervenções desaparecem os 4 semáforos de automóveis localizados nos pontos de intervenção. As passarelas de pedestres e Estações serão

construídas durante a segunda etapa do Corredor Norte-Sul.

Benefícios: Com as mudanças na Agamenon, a velocidade média atual (Olinda / Boa Viagem), que é de 20,9 km/hora vai passar para 30,3 km após a construção dos viadutos, sendo o maior ganho no trecho entre a Avenida Rui Barbosa e o cruzamento com a Rua Buenos Aires, cuja velocidade atual em horário de pico é de 5 km por hora e subirá para 18km/h – velocidade quase quatro vezes maior. No trecho Boa Viagem / Olinda, a velocidade média que hoje é de 18,2 km/hora passará para 33,7 km/hora, o que significa um ganho de 54% na velocidade média do trecho. Nesse sentido, no entanto, o ganho maior será no cruzamento com a Rua Paissandu, cujos carros passarão de 7km/h para 40 km/hora – 175% de ganho na velocidade do trecho.

Corredor Norte-Sul (1º etapa) – O investimento na obra da primeira etapa (Igarassu ao centro do Recife) é de R$ 151 milhões. A intervenção passa pelos municípios de Igarassu, Abreu e Lima, Paulista, Olinda e Recife e atenderá a uma demanda de 146 mil passageiros. O percurso de 33,2 km vai ter 33 estações interligadas a quatro terminais integrados: Igarassu, Abreu e Lima, Pelópidas Silveira e PE-15. As obras desta etapa foram iniciadas em 06 de janeiro, com a restauração, reforço e substituição das placas de concreto do canteiro central de um trecho da BR-101 e ainda a construção de dois viadutos nos Bultrins.

Corredor Norte-Sul (2º etapa) – Na segunda etapa que tem início no Tacaruna até o Terminal de Integração Joana Bezerra (4,7 km de extensão), o investimento previsto é R$ 110 milhões. Neste percurso, serão construídos, além do corredor de ônibus (pavimentação de toda a via, com implantação de uma faixa segregada para os ônibus articulados), cinco passarelas para a travessia dos pedestres, nove estações no canteiro central da via. Também está previsto o alargamento dos dois viadutos da Avenida João de Barros, e o alargamento do pontilhão de cruzamento das ruas Dr. Leopoldo Lins e Buenos.

 

Fonte: Secretaria das Cidades

Viadutos da Agamenon no centro das discussões

 

 

Diario de Pernambuco

Por Ana Cláudia Dolores

O dia será emblemático para uma das principais artérias viárias do Recife. O governo do estado vai lançar hoje o edital de licitação para escolher a empresa que vai construir o corredor exclusivo para ônibus na Avenida Agamenon Magalhães. Essa é a segunda etapa do projeto do Corredor Norte-Sul, que começa em Igarassu, bifurca no Tacaruna e segue em dois ramais, sendo um pela Agamenon Magalhães até o terminal integrado da Joana Bezerra e outro pela Avenida Cruz Cabugá até a Estação Central. Também hoje o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai promover uma audiência pública para debater as intervenções que serão feitas na Agamenon, sobretudo a construção dos quatro viadutos, ponto polêmico do projeto.
A segunda etapa do projeto do Corredor Norte-Sul está contando com um orçamento de R$ 110 milhões que será aplicado na requalificação e adequação do trecho de 4,7 km entre o Tacaruna e a Estação Joana Bezerra. O valor não inclui as obras dos quatros viadutos que já estão sendo licitadas. O percurso será todo adaptado para receber o sistema de Transporte Rápido de Ônibus (TRO), modelo já aplicado em cidades como Curitiba e Bogotá. Os ônibus serão articulados – a exemplo dos conhecidos ônibus-sanfona – e climatizados.

As passagens serão pagas antes do embarque, numa das nove estações que serão feitas no canteiro central da Agamenon, no mesmo nível da via. Nessas estações, que também serão climatizadas, o passageiro poderá visualizar em painéis eletrônicos a previsão de chegada e saída das linhas. Para garantir fluidez a esse transporte e maior previsibilidade de horário, serão criadas faixas exclusivas para os coletivos, margeando o canal. Além disso, serão feitas cinco passarelas para os pedestres e os quatro viadutos.

O governador Eduardo Campos ressaltou que esse projeto visa dar prioridade ao transporte público na Região Metropolitana do Recife (RMR). “Esse é um projeto pensado no Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) por muitos técnicos que estudaram como melhorar a vida, sobretudo de quem anda de ônibus”, destacou. Ontem, ele apresentou os detalhes do Corredor Norte-Sul ao lado do secretário das Cidades, Danilo Cabral, no Palácio do Campo das Princesas.

Além da Agamenon, haverá um corredor para o TRO na Avenida Cruz Cabugá. A faixa exclusiva será no centro da avenida, onde haverá quatro estações para o embarque e desembarque de passageiros. Com a reformulação, a Cabugá ficará com duas faixas para veículos particulares no sentido Olinda/Recife e apenas uma no sentido contrário. Para dar vazão ao fluxo no sentido cidade/subúrbio, o governo do estado já negociou com a Marinha do Brasil a abertura de uma avenida na Vila Naval, que tem acesso restrito a militares atualmente.

 

Corredor Norte-Sul na Agamenon Magalhães tem edital lançado

 

O governador Eduardo Campos e o secretário das Cidades, Danilo Cabral, lançaram o edital de licitação para a obra do corredor Norte/Sul, que sairá de Igarassu até o Recife, na primeira etapa. O corredor exclusivo de ônibus passará pela PE-15 e ao chegar na Agamenon Magalhães, na altura do shopping Tacaruna irá se dividir em dois ramais: um pela Avenida cruz Cabugá e outro pela Avenida Agamenon Magalhães. O primeiro irá até a Estação Central do metrô Recife e o segundo a Estação Joana Bezerra.

A meta é beneficiar os quase 350 mil passageiros que diariamente fazem o trajeto norte-sul. A etapa prevê obras em 4,7 km da Avenida Agamenon Magalhães, da antiga fábrica do Tacaruna até o Terminal Joana Bezerra. Os trabalhos, orçados em R$ 110 milhões, incluem a construção de um corredor exclusivo de ônibus, a pavimentação de toda a via, cinco passarelas para pedestres e nove estações climatizadas e informatizadas, com painéis fornecendo os horários das linhas.

As estações, com capacidade de até 1.200 passageiros, serão erguidas no canteiro central da Avenida Agamenon Magalhães, sobre o canal, a uma distância média de 400 metros umas das outras. Os dois viadutos da Avenida João de Barros e o pontilhão de cruzamento das ruas Doutor Leopoldo Lins e Buenos Aires serão alargados.

Serão construídas cinco passarelas, quatro delas interligadas aos viadutos da Paissandu, Bandeira Filho, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco, e uma outra ao Shopping Tacaruna, em Santo Amaro e às estações do sistema TRO (Transporte Rápido de Ônibus) que ficarão localizadas ao longo do canteiro central da Avenida Agamenon Magalhães.