A decisão da Justiça do Trabalho de considerar a greve dos rodoviários abusiva e determinar a retomada às atividades a partir da 0h desta sexta causa tumulto nas principais ruas do Centro do Recife no início da noite desta quinta-feira (05). Ao deixar a sede do Tribunal Regional do Trabalho 6ª Região (TRT6), o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviários de Pernambuco, Patrício Magalhães, foi agredido verbalmente pela categoria. Chamado de Judas, traidos e culpado, teve que sair as pressas do prédio. Alguns manifestantes mais exaltados apedrejaram seu carro. A categoria indignada com a resposta dada pelo TRT sai a pé do Cais do Apolo e promete fechar a Avenida Conde da Boa Vista hoje. A Polícia Militar já foi chamada e acompanha a classe.
Aos gritos de “a luta continua, a greve vai para a rua”, os motoristas garantem que não vão obedecer a recomendação da Justiça do Trabalho. Centenas de rodoviários estão nas ruas nesta noite exigindo que a situação seja revista e demonstrando indignação com a decisão. Aproximadamente 200 manifestantes estão sendo escoltados por viaturas do Batalhão de Polícia de Trânsito, dez equipes do policiamento com cavalos, seis motos e 50 policiais militares do 16º Batalhão. Além de equipes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU). A Avenida Guararapes já foi ocupada pelos grevistas, bem como a Conde da Boa Vista. O grupo chegou por volta das 19h30 na Avenida Agamenon Magalhães, no Derby, onde deverá haver a dispersão. Eles seguem um carro de som. O trânsito nas vias está lento devido à manifestação.
Além de ter considerado a paralisação abusiva, a Justiça do Trabalho também determinou que os dias de paralisação fossem descontados dos salários dos trabalhadores. Quanto às reivindicações, foi decretado reajuste médio de 7%. O salário dos motoristas que atualmente é R$ 1.395 passará a ser de R$ 1,5 mil. Os fiscais e despachantes que anteriormente recebiam R$ 903, vão ganhar R$ 970. Os cobradores saem de R$ 645,50 para R$ 690. O vale-refeição teve acréscimo de 14,2% e passou de R$ 140 para R$ 160.
Durante a reunião, dos 17 desembargadores que votaram, apenas um preferiu se abster. Dez votos consideraram a paralisação abusiva, outros seis acrescentaram à abusividade, a questão da multa. O sindicato terá que pagar R$ 20 mil por ter decretado a paralisação a partir da 0h da quarta, mas os motoristas terem parado de exercer suasa atividades e causado o caos no centro da cidade após a assembleia da categoria.
Fonte: Redação do Diario de Pernambuco