Uma avenida que nasceu grande

Avenida Agamenon Magalhães - arquivo/DP.D.A.Press
Por
Tânia Passos

Ao inaugurar, na década de 1970, a primeira perimetral da capital pernambucana, o então prefeito Geraldo Magalhães queria deixar um marco de modernidade para a cidade. E deixou. A localização estratégica da Avenida Agamenon Magalhães foi fundamental para o adensamento do seu entorno e, os bairros se multiplicaram. Um dos reflexos desse adensamento e do consequente aumento da frota de veículos no Recife pode ser visto a olho nu. Nos dez bairros lindeiros à avenida há uma população de 120.641 moradores, quase a população de Boa Viagem, a maior da cidade.

Para quem mora a Oeste da via, as chances de ficar travado no trânsito são maiores. Os moradores do Espinheiro, Graças, Derby, Campo Grande, Torreão e Paissandu dispõem de menos opções de travessia para o sentido Leste. Além das pistas locais, os motoristas têm basicamente as avenidas Norte, Rui Barbosa e ainda alguns acessos pelo Derby. Os que moram a Leste da via, como nos bairros de Boa Vista, Santo Amaro, Soledade e Ilha do Leite, têm mais opções de acesso ao Centro e Zona Sul. Já nos sentidos Norte e Oeste precisam passar, necessariamente, pela perimetral.

Para reduzir os congestionamentos na Agamenon Magalhães, que recebe um tráfego diário de mais de 100 mil veículos, os urbanistas apontam duas frentes: redução das necessidades de deslocamentos por meio das novas centralidades e criação de novas opções de acesso para quem fica a Oeste da cidade. De acordo com a presidente do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira, Evelyne Labanca, o Rio Capibaribe é hoje uma barreira geográfica que obriga as pessoas que moram na região Oeste a passar pela Agamenon Magalhães. “O impacto maior é na Agamenon Magalhães, que funciona como passagem para vários pontos da cidade”, afirmou. Segundo ela, já estão previstas ações dentro do PAC da Mobilidade para as construções das pontes da 3ª perimetral e da semiperimetral. “São duas conexões que vão reduzir as distâncias de quem precisa atravessar o rio, e isso irá refletir também na primeira perimetral”, explicou Labanca.

Agamenon Magalhães - Foto - Alcione Ferreira DP/D.A.Press
O urbanista César Barros defende a implantação de mais pontilhões para ajudar na travessia da Agamenon no sentido Oeste/Leste. Atualmente, a avenida dispõe de oito cruzamentos. “Quem vem da Rua Amélia, por exemplo, é obrigado a pegar a pista local, que já é muito congestionada. Um pontilhão no sentido do Círculo Militar levaria os motoristas até o acesso à Avenida João de Barros”, afirmou o arquiteto. Ele também defende outros usos para as pistas locais. “A Agamenon tem 12 faixas, é uma senhora avenida e todas são para o carro. Mesmo com a pista exclusiva que será feita para o transporte público, as vias locais poderiam ser cedidas para o pedestre e permitir apenas o tráfego de veículos de emergência ou, no máximo, dos moradores locais”, observou o arquiteto.
Na melhoria das centralidades, a arquiteta Evelyne Labanca, ressalta a importância de apostar nessa lógica. “A mobilidade não pode ser dissociada da ocupação do uso do solo. São necessárias pequenas centralidades sustentáveis. Quem mora na Rua do Futuro, por exemplo, dispõe de vários tipos de comércio e serviço, que ajudam a reduzir os deslocamentos de carro e ampliar as opções de circulação a pé”, destacou.

(Des)centralizar o Recife

 

Centro do Recife - Foto - Alcione Ferreira

Por

Tânia Passos

Pelo menos dois terços da população do Recife se deslocam para trabalhar em apenas um terço do território do município. Imagina o que isso significa em termos de deslocamentos! O Centro do Recife, onde fica a Região Político Administrativa 1 (RPA-1), é o ponto de maior convergência de pessoas, seguido da RPA-6, onde está o bairro de Boa Viagem. Não é de se espantar que praticamente todas as linhas de ônibus se dirijam ao Centro. Fazer o caminho da descentralização do comércio, serviços, frentes de trabalho e ainda moradia e lazer é um passo importante para a melhoria da mobilidade.

Com uma área de 219 quilômetros quadrados e uma população de 1,5 milhão de pessoas distribuídas em 94 bairros, o Recife não tem muito para onde crescer. Por isso, é preciso replanejar as suas centralidades urbanas. A área territorial, onde estão inseridas as seis RPAs, revela não apenas desigualdades sociais, mas também um descompasso entre as áreas mais populosas, adensadas e motorizadas, que interferem diretamente na mobilidade de uma cidade.

O bairro de Boa Viagem, o mais populoso com quase 123 mil habitantes, tem também a maior taxa de motorização, com 1,3 habitante por carro. Em Peixinhos, que tem a menor taxa de motorização da cidade, são 16,77 habitantes por carro. O problema não é o fato de nem todo mundo ter esse meio de transporte, mas sim a ausência de uma diversidade de modais para alcançar as centralidades.

Mobilidade Travada

Trabalhar a descentralização dos centros urbanos é uma das missões do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira para os 500 anos do Recife. De acordo com a presidente, Evelyne Labanca, até dezembro de 2013 estará pronto o termo de referência do edital que vai selecionar uma empresa de consultoria para uma pesquisa em todos os bairros. O estudo vai apontar o que cada um precisa para evitar que os moradores necessitem se deslocar. “Quanto mais as pessoas tiverem acesso aos serviços, comércio, trabalho e moradia na própria região, sem precisar percorrer grandes distâncias, melhor será. E esse é o nosso desafio para o Recife que queremos em 2037”, apontou Labanca.

Leia a matéria completa no Diario de Pernambuco

Indústria da multa. Será?

 

Lobada eletrônica foto - Cecílisa Sá Pereira DP/D.A.Press

Por

Marcelo Araújo

O assunto é bastante espinhoso, e nada simples. Tendo sido o primeiro Secretário de Trânsito de Curitiba, e já passado o período de quarentena, e na condição de Presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR tenho a obrigação de me manifestar sobre o assunto ‘INDÚSTRIA DE MULTA’.

A primeira coisa, ao meu ver, é definir claramente o que se entende por Indústria de Multa, pois se for autuar fatos tipificados como infração de trânsito é o cumprimento da Lei nos termos do Art. 280 do CTB, e não fazer isso é prevaricar. Também não acredito que essa rotulação possa ser feita sem o apontamento de casos concretos que tenham se configurado como desvio de condutas, qual seja, agentes que tenham feito autuações de fatos que não existiram, ou que equipamentos tenham sido manipulados para flagrar o que não existiu ou que apagaram o que existiu.

O próprio Prefeito já se manifestou no sentido que não ficou provada qualquer irregularidade no contrato da atual prestadora cujos equipamentos estão sendo objetos de ‘ocupação’.

Gostaria de convidar formalmente o Secretário para um debate sobre o assunto, visto que a OAB não foi convidada a participar das discussões. A primeira declaração do Secretário causou um desconforto muito grande perante os agentes de trânsito, tanto que já no dia seguinte houve agressão e desrespeito ao trabalho deles, que culminou em processo judicial.

Fonte: Portal do Trânsito

Leia mais:

http://www.esmaelmorais.com.br/2013/05/vem-ai-novo-modelo-de-multa-eletronica-em-curitiba/

http://portaldotransito.com.br/blog/post/a-suposta-industria-da-multa-e-a-sua-materia-prima

Bicicletadas por mais respeito

 

Ciclista - Foto - Alcione Ferreira DP/D.A.Press

Nesta terça-feira (14), ciclistas saem às ruas mais uma vez em busca de melhores condições para o uso da bicicleta. O evento conhecido no Brasil como Bicicletada ocorre tradicionalmente na última sexta-feira do mês, mas terá edição especial devido ao grande número de acidentes envolvendo bicicletas nas últimas semanas.

Na descrição do evento que agrega ciclistas de todo o país é manifestado o desejo de pedalar por mudança: “não queremos mais ser insultados, atropelados e mortos na insanidade do trânsito!”. No Recife, a concentração ocorre às 19h, na Praça do Derby.

Leia mais no portal Bike PE

Obras do Corredor Norte/Sul chegam à Avenida Cruz Cabugá

Avenida Cruz Cabugá - Foto Júlio Jacobina

A Avenida Cruz Cabugá começa nesta terça-feira a receber as primeiras intervenções para a construção do corredor exclusivo de ônibus Norte/Sul. Ao longo da via, seis estações do Transporte Rápido por Ônibus serão construídas e, nesses trechos, a pista será alargada.

Seguindo o cronograma da obra, a Secretaria das Cidades atuará com duas frentes de trabalho, sendo a primeira na Praça General Carlos Pinto (em frente ao Shopping Tacaruna) e, a segunda, em frente à Praça 11 de junho (no lado oposto ao Palácio Frei Caneca).  Nos dois locais, a construtora retirará as interferências não visíveis, como a drenagem urbana e as tubulações de água. Só após a conclusão desta fase, a empresa iniciará a construção da pista.
O fechamento parcial das duas praças traz mudanças apenas para os usuários do Sistema de Transporte Público de Passageiros. Parte da Praça General Carlos Pinto, localizada em frente ao Shopping Tacaruna, será transformada em uma pista para carros. Por esse motivo, as duas paradas existentes no espaço serão desativas e relocadas. Os dois pontos (localizados no sentido subúrbio/cidade) passarão a ter como ponto de embarque e desembarque de passageiros a calçada em frente ao estacionamento do Shopping (antes do semáforo de pedestre).

Já na Praça 11 de Junho, as duas paradas de ônibus (sentido cidade/subúrbio), no lado oposto à vice-governadoria, serão desativadas e relocadas para frente do Hospital da Marinha. Parte desta praça também será reduzida para abrigar uma pista para carros.

Em julho deste ano deve ter início a construção das estações no canteiro central da Avenida Cruz Cabugá. As estações serão construídas nos moldes do sistema Transporte Rápido por Ônibus e serão equipadas com pagamento antecipado da tarifa e ar-condicionado. Para agilizar a construção desses pontos a SECID montou um método construtivo diferenciado. As estações serão montadas com base de concreto e estrutura metálica de aço. A estrutura metálica será construída fora do espaço da Avenida (interferindo menos no tráfego local) e instalada de forma rápida. Cada estação será construída em uma média de quatro meses.

Só na Av. Cruz Cabugá serão construídas seis estações. Elas ficam localizadas em frente a Praça Gen. Carlos Pinto e do Terreno da Marinha do Brasil; a Praça 11 de Junho e da Compesa; em frente a Praça Gen. Abreu e Lima e do Mercado de Santo Amaro; em frente da Rua Artur Coutinho; em frente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus e em frente do Parque 13 de Maio.

Confira que linhas de ônibus terão os pontos de embarque e desembarque modificados durante as obras:

1º ponto: Praça General Carlos Pinto (em frente ao Shopping Tacaruna)

Novo ponto de embarque: calçada em frente ao estacionamento do Shopping.

117 -CIRCULAR (PREFEITURA)

822-JARDIM BRASIL I (CRUZ CABUGÁ)

824-JARDIM BRASIL II (CRUZ CABUGÁ)

831-AGUAZINHA

838-ALTO DA CONQUISTA

841-NOVA OLINDA

843-ALTO DA BONDADE (VILA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO)

844-SANTA CASA

847-ALTO NOVA OLINDA

851-CÓRREGO DO ABACAXI

852-CAIXA D’ÁGUA

958-COSTA AZUL

971-AMPARO

973-CASA CAIADA

974-JARDIM ATLÂNTICO

981-RIO DOCE (CONDE DA BOA VISTA)

983-RIO DOCE (PRINCESA ISABEL)

992-PAU AMARELO

993-CONJUNTO PRAIA DO JANGA

994-CONJUNTO BEIRA MAR

2º ponto: Praça 11 de junho (lado oposto ao Palácio Frei Caneca)

Novo ponto de embarque: em frente do Hospital da Marinha

911-OURO PRETO (COHAB)

915-PE-15

921-OURO PRETO (JATOBÁ I)

926-OURO PRETO (JATOBÁ II)

946-IGARASSU (BR-101)

967-IGARASSU (SÍTIO HISTÓRICO)

976-PAULISTA (PREFEITURA)

977-PAULISTA (CONDE DA BOA VISTA)

Plano B para o BRT no Recife

Corredor Leste/Oeste - Foto - Roberto Ramos DP/D.A.Press

Por

Tânia Passos

A operação dos corredores de tráfego Norte/Sul e Leste/Oeste do sistema BRT (Bus Rapid Transit), sigla inglesa para transporte rápido por ônibus, pode começar em março de 2014, com menos da metade da frota.

O Grande Recife Consórcio de Transporte está trabalhando com um plano B para colocar em prática se o processo de licitação das linhas de ônibus da Região Metropolitana não for concluído até agosto. São necessários seis meses para que os veículos no modelo BRT sejam entregues pelo fabricante. O governo trabalha com a possibilidade de os coletivos serem encomendados até setembro, para iniciar o sistema em março.

Dos 180 ônibus previstos para os dois corredores, incluindo os 5% de reserva, deverão ser compradas, inicialmente, 40 unidades  para os dois corredores. Com uma frota menor, a ideia é iniciar a operação com um terminal de integração, dos quatro que cada um dos corredores terá. “Vamos iniciar em março no Norte/Sul, com o Pelópidas da Silveira, e no Leste/Oeste, com o terminal da 3ª Perimetral. A cada mês, um terminal entra em operação por corredor. Nosso cronograma é que em maio de 2014 o sistema esteja operando com toda sua capacidade”, informou o presidente do Grande Recife Consórcio, Nelson Menezes.

Segundo ele, enquanto o sistema não for concluído, os outros terminais vão operar com os ônibus convencionais no trânsito misto. No caso do Norte/Sul, haverá possibilidade dos ônibus utilizarem o corredor exclusivo até chegar ao terminal da PE-15. “É mais fácil instalar paradas convencionais na PE-15, mas não na Caxangá, explicou.

A missão da compra dos ônibus ficará com as empresas que atualmente circulam nos dois corredores. No Norte/Sul estão as empresas Itamaracá e Cidade Alta e no Leste/Oeste as empresas Rodoviária Metropolitana e CRT. Essas duas últimas informaram por meio de assessoria, que vão aguardar o edital de licitação.

Cada ônibus está orçado em cerca de R$ 800 mil. De acordo com o presidente do Grande Recife, Nelson Menezes, os empresários que hoje exploram as linhas de ônibus nos dois corredores deverão realizar a compra dos coletivos, mesmo que a licitação não esteja concluída. “Caso as empresas que comprarem os ônibus não vençam a licitação, o edital vai prever o repasse para as que vencerem”, afirmou Nelson Menezes.

O lançamento do segundo edital de licitação do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP) deve ocorrer até o fim deste mês. No edital anterior nenhuma empresa se interessou em partipar da licitação. “Nós entendemos que o edital terá que passar por alguns ajustes, mas sem perda da qualidade do serviço”, revelou Menezes.

Leia mais na edição do Diario de Pernambuco

 

Três minutos de espera…

 

Terminal da Macaxeira - Foto - Hélder Tavares DP/D.A.Press

Por

Tânia Passos

Em março de 2014, os corredores Norte/Sul e Leste/Oeste estarão em operação, segundo a Secretaria das Cidades. Mas ainda há uma certa inquietação do que vai mudar na prática na vida dos usuários de ônibus. O Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP) tem uma frota de três mil ônibus e transporta por dia quase dois milhões de passageiros em cerca de 400 linhas.

No modelo atual, a maior parte das linhas de ônibus converge para o Centro do Recife. Para os especialistas é um modelo ultrapassado, que sobrecarrega o Centro e aumenta o tempo das viagens. A proposta dos dois corredores é reduzir o intervalo das viagens e o número de ônibus para o Centro, a partir das integrações.

O problema é que além da resistência natural dos usuários em mudar de transporte ao longo do trajeto, as integrações existentes não oferecem, hoje, nenhum tipo de conforto e segurança em relação ao cumprimento dos horários. São filas gigantescas, tempo de espera além da conta e desorganização nos embarques. A simples menção da integração já deixa o usuário de cabelo em pé e, para convencer de que o BRT virá para mudar, é preciso que a integração funcione com eficiência e isso se traduz, principalmente, em espera mínima pelo transporte.

O sistema BRT promete ônibus com intervalos de três a cinco minutos nas estações, uma promessa que pouca gente está acreditando, mas que na verdade é a base do sistema BRT: regularidade nas viagens. Que sejam os três minutos!

Navegabilidade do Capibaribe entrará em nova etapa

Rio Capibaribe Foto - Gil Vicente DP/D.A.Press

Começa hoje mais uma etapa para o projeto de navegabilidade do Rio Capibaribe. O edital de licitação para contratar a empresa que irá construir as futuras estações de embarque e desembarque foi publicado hoje no Diario Oficial do Estado.A empresa que vencer a licitação também irá cuidar de toda a sinalização náutica.  A previsão é que a empresa inicie os trabalhos em 90 dias.

Também estão sendo feitos os serviços de dragagem ao longo do corredor por onde irão passar as embarcações. De acordo com o secretário das Cidades, Danilo Cabral, a previsão é que em julho estejam sendo construídas as estações. A expectativa é que em julho estejam sendo construídas as estações. Antes disso, em maio, serão escolhidos os tipos de embarcações que serão utilizadas.

O programa prevê a integração da navegabilidade.A calha do Rio Capibaribe será utilizada como rota para o transporte público, promovendo a integração do uso das embarcações com o sistema de ônibus e de metrô, onde o usuário pagará uma única passagem. As estações também vão oferecer bicicletários.

Cerca de 335 mil usuários deverão ser atendidos pelo sistema de navegação, que será composto por duas rotas: Norte e Oeste, totalizando 13,9 km. O trajeto contará com sete estações climatizadas, que terão ainda acessibilidade plena, guichês para emissão dos bilhetes e estacionamento para quem quiser deixar o carro para fugir dos congestionamentos e pegar o barco. Todo o projeto está orçado em R$ 289 milhões. Os recursos são do governo federal, por meio do PAC da Mobilidade.