Desconforto no transporte público do Recife traduzido em números do Idec

Passageiros na integração do Terminal Joana Bezerra - Foto Allan Torres Especial DP/D.A.Press
Passageiros na integração do Terminal Joana Bezerra – Foto Allan Torres Especial DP/D.A.Press

A rotina dos dois milhões de usuários do transporte público da Região Metropolitana do Recife poderia ser melhor se medidas simples fossem adotadas em respeito ao cidadão.

Olhar o serviço do transporte público sob o olhar do passageiro é a proposta da pesquisa que o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) está realizando em 11 capitais brasileiras. Depois de São Paulo e Belo Horizonte, agora é a vez do Recife e do Rio de Janeiro entrarem na berlinda. A pesquisa apontou 490 irregularidades nas duas capitais e muitas vão além do transporte propriamente dito.

Falta de iluminação adequada nas paradas, sujeira nos terminais integrados, infiltrações nas paredes dos terminais, freadas bruscas, circular com portas abertas e ônibus parando no meio da via para o usuário entrar ou descer são algumas das irregularidades.

Mas há ainda aquelas “imbatíveis”: superlotação, atrasos e falta de informações. Durante duas semanas de março, um pesquisador utilizou o transporte público da capital pernambucana das 7h às 10h e das 17h às 18h e deixou as suas impressões em relatório.

Mas para quem já é acostumado a cumprir os mesmos trajetos todos os dias já não são mais apenas impressões. “A superlotação é o que mais me incomoda. Dificilmente consigo lugar para sentar”, contou o eletricista Durval Lima, 65 anos, na linha PE-15/Boa Viagem. Para a auxiliar de serviços gerais Taciana Torres, o aperto é a pior parte. “Tem hora que falta até ar para respirar”.

Acessibilidade não adequada  na plataforma e trens sem climatização foram algumas das irregularidades apontadas no metrô Recife Foto - Allan Torres Especial DP/D.A.Press
Acessibilidade não adequada na plataforma e trens sem climatização foram algumas das irregularidades apontadas no metrô Recife Foto – Allan Torres Especial DP/D.A.Press

A pesquisa antecede o lançamento da campanha #chegadeaperto, que o Idec vai realizar em junho no Recife. Mais do que alertar sobre a superlotação, a ideia é chamar atenção para a cadeia que integra o transporte. “O transporte público deve ser prioridade. Pagamos pelo serviço”, ressalta o coordenador da pesquisou, João Paulo Amaral.

A interrupção da viagem e os atrasos deveriam se reverter, segundo o pesquisador, na restituição da passagem. O metrô do Recife chega a ter 15 evacuações dos trens por mês e em alguns casos, os usuários completaram o percurso a pé. “O Código de Defesa do Consumidor garante direito de devolução. Na pesquisa, não identificamos funcionários do metrô do Recife treinados para fazer isso”, detalhou Amaral.

Campanha do Idec #chegadeaperto será lançada em junho no Recife Foto - Allan Torres Especial DP/D.A.Press
Campanha do Idec #chegadeaperto será lançada em junho no Recife Foto – Allan Torres Especial DP/D.A.Press

Dados entregues ao poder público para melhorias

Os critérios para avaliar o transporte público foram divididos em quatro eixos: estrutura das estações ou paradas; estrutura do meio de transporte; qualidade da viagem e atendimento ao usuário. De acordo com o Idec, os resultados foram encaminhados às prefeituras e órgãos responsáveis pela gestão do transporte nas duas capitais.

Em nota, o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano ressaltou o compromisso do governo do estado em oferecer transporte público seguro e de qualidade. E cita a licitação das linhas de ônibus como forma de regulamentar a prestação de serviço por meio de contrato, que poderá ocasionar penalidades para empresas que descumprirem normas.

A pesquisa, no entanto, vai além da responsabilidade dos empresários do setor e chama atenção do estado em relação à estrutura de estações e paradas. Com relação à segurança, o Grande Recife informou que dentro dos veículos há câmeras que detectam qualquer infração que venha a ocorrer internamente e que elas são encaminhadas à Secretaria de Defesa Social (SDS).

De acordo com a assessoria de imprensa do metrô do Recife, o órgão não recebeu nenhum relatório do Idec referente à pesquisa. Ainda segundo a assessoria, os trens foram reformados e climatizados e as novas estações do metrô foram construídas dentro das normas de acessibilidade. Sobre os atrasos e interrupção das viagens do metrô, o gerente de comunicação Salvino Gomes disse que a empresa não adota a política de devolução de dinheiro

A calçada dos sonhos pretende resgatar espaço perdido para o pedestre sem mexer nas árvores

 

Calçada construída com recuo para plantio de árvores, em Poço da Panela, segundo a Lei dos 12 Bairros - Recife - Foto Paulo Paiva DP/D.A.Press
Calçada construída com recuo para plantio de árvores, em Poço da Panela, segundo a Lei dos 12 Bairros – Recife – Foto Paulo Paiva DP/D.A.Press

Uma tentativa de resgatar espaço para os pedestres, após décadas de omissão da legislação de uso e ocupação do solo, começa a se desenhar a partir de um plano de incentivo ao aumento da área das calçadas. O Instituto da Cidade Pelópidas Silveira está concluindo um estudo para viabilizar financeiramente uma espécie de troca de “favores”.

A ideia é que condomínios ou casas residenciais possam devolver espaços às calçadas fazendo um recuo no muro do imóvel e em troca o município poderá bancar a obra. Esse recuo pode ser em toda a extensão do imóvel ou apenas fazendo uma espécie de S para contornar obstáculos a exemplo das árvores.

A proposta que deverá constar na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015, deve ser apresentada neste semestre. “Os condomínios vão poder pleitear fazer parte desse programa de incentivo. E nós vamos priorizar os bairros mais arborizados e de muros altos, que dificultam a acessibilidade do pedestre”, explicou a presidente do Instituto, Evelyne Labanca.

Calçcada toda ocupada por uma árvore. O proprietário que quiser fazer recuo no muro, a PCR bancará a obra - Foto Paulo Paiva DP/D.A.Press
Calçcada toda ocupada por uma árvore. O proprietário que quiser fazer recuo no muro, a PCR bancará a obra – Foto Paulo Paiva DP/D.A.Press

O tamanho do incentivo será definido no estudo. “A gente quer propor uma alternativa que seja viável ao município, mas que também atraia os proprietários dos imóveis”, explicou. O resgate dos espaços para o pedestre é uma forma de reduzir uma dívida histórica do município. Segundo os urbanistas, a legislação de uso e ocupação do solo do Recife sempre esteve omissa em relação à área de passeio.

O dono do lote não era obrigado a fazer recuo para liberar o trecho de calçada e o sistema viário, por sua vez, definia a largura da via. “Rua para dois carros têm sete metros de largura, independentemente do que sobra para a calçada. Cuidar do pedestre é uma mudança de paradigma importante”, ressaltou a arquiteta Vitória Andrade, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-PE).

Um dos exemplos onde a lei funcionou positivamente é a chamda Lei dos 12 bairros, ou Área de Reestruração Urbana (ARU) de 2001, que ela estabelece recuo dos lotes. Um exemplo é o Edifício Sítio Donino, no bairro do Poço da Panela. O recuo possibilitou plantio de árvores e a calçada ficou livre. “Isso só foi feito porque existe uma legislação, do contrário o edifício tomaria a área da calçada”, afirmou a professora Fabiana Luna, 40

Paradas de ônibus do Recife com wi-fi

Paradas de ônibus do Recife vão ter wi-fi Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Paradas de ônibus do Recife vão ter wi-fi Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

Por

Anamaria Nascimento

Até sexta-feira, 10 paradas de ônibus do Recife vão se tornar pontos de inclusão digital. Uma parceria entre a Cittati, empresa que desenvolveu o aplicativo Cittabus, e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) vai levar internet wi-fi gratuita às paradas. Com área de abrangência de cerca de 60 metros, o sinal conta com velocidade de sete megabytes por segundo (o equivalente à velocidade da internet 4G) e não tem restrição de senha.

As paradas que receberão o projeto ainda não foram definidas. A Cittati informou apenas que os pontos que vão receber wi-fi serão os de grande movimento na capital pernambucana, como os da Avenida Agamenon Magalhães. A única parada com internet wi-fi confirmada foi a que fica em frente ao Real Hospital Português, na Ilha do Leite. Os bairros das Graças, Aflitos e Parnamirim, na Zona Norte, também serão contemplados nessa primeira fase.

“As paradas participantes estarão sinalizadas. Além de facilitar o download do aplicativo, a internet poderá ser acessada para outros fins, como pesquisas e interação nas redes sociais”, explicou o gerente da Cittati, Carlos Sampaio. A internet poderá ser usada 24 horas e não será necessário efetuar login. “Basta o usuário entrar na rede aberta Cittabus e navegar”, ressaltou o presidente da Urbana-PE, Fernando Bandeira.

 

Primeira Zona 30 do Recife será implantada em junho em 22 vias do bairro histórico da cidade

 

Bairro do Recife terá Zona 30 em 22 vias do bairro. Foto - Inês Campelo DP/D.A.Press
Bairro do Recife terá Zona 30 em 22 vias do bairro. Foto – Inês Campelo DP/D.A.Press

O Bairro do Recife vai sediar a primeira área de Zona 30 da cidade. Isso significa que em 22 vias do bairro, em um perímetro de 15 mil metros quadrados, a velocidade da via passará a ser de 30km/h a partir de junho.

A iniciativa ocorre 31 anos depois que a Alemanha inaugurou o modelo de redução do limite de velocidade para dar mais segurança ao pedestre, ao ciclista e ao próprio motorista no compartilhamento dos espaços. Em Barcelona, na Espanha, a Zona 30 já alcançou 200km de vias.

A redução da velocidade é indicada para ruas que possam privilegiar a circulação de pedestres e vias locais de bairros residencias. No Bairro do Recife, circulam em média 17 mil veículos e a velocidade média é de 40km/h. O bairro também é ligação entre o Centro e a Zona Sul.

Das vias que terão redução de velocidade estão a Rua Madre de Deus e a Alfredo Lisboa, que hoje funcionam como binário. “Essas vias são, na verdade, atalhos. Há outras alternativas de rotas. A Alfredo Lisboa deveria funcionar como uma via parque e quem usa a Madre de Deus, tem a opção de usar a via Cais da Alfândega, que fica na margem do rio”, sugeriu o urbanista César Barros, que também defende a redução de velocidade.

O limite de velocidade tem impacto sobre a segurança. Em uma velocidade de 30km/h, as chances de uma pessoa morrer são de 5%, mas com 10km/h a mais essas chances ampliam para 45% de possibilidade de morte. “Em todos os países que adotaram a redução, as mortes no trânsito diminuíram”, afirmou o presidente do Instituto Avante, o jurista e professor Luiz Flávio, um dos maiores defensores da Zona 30.

Em janeiro, a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, ainda não estava convencida da Zona 30. “Estamos criando um padrão de 40km nas áreas das ciclofaixas”, disse na ocasião. Ontem, porém, ressaltou: “É uma mudança de mentalidade para todos nós”. E o prefeito completou: “É uma ação que busca melhoria da qualidade de vida. A prioridade é para as pessoas”, afirmou Geraldo Julio.

Semáforo testado em Londres mede o tempo do verde de acordo com a demanda de pedestres

pedestre na faixa2

 

Um amontoado de pedestres aguarda o semáforo fechar para, enfim, atravessar a rua. Alguns, mais apressados, inclusive arriscam a própria vida entre um carro e outro. Muitas vezes, inclusive, a quantidade de gente aguardando no semáforo é superior a de veículos trafegando. A cena é comum nos centros urbanos cujas vias foram projetadas para priorizar os carros e não os pedestres.

Em resposta a esta realidade, Londres está desenvolvendo uma tecnologia que traz mais segurança para quem está a pé. É o Pedestrian Scoot, um sensor que calcula o número de gente esperando para atravessar e, de acordo com a quantidade detectada, o equipamento prolonga o tempo para que mais pessoas atravessem. Ou seja, ele oferece mais eficiência e otimização nas viagens a pé.

A iniciativa faz parte dos esforços de Londres para reduzir em 40% o número de pedestres mortos ou feridos até 2020. Os locais escolhidos para a fase de testes foram as faixas de pedestres próximas às estações Balham e Tooting Bec do metrô. Atualmente, 550 travessias da capital inglesa contam com um cronômetro que indica o tempo restante para a travessia – tecnologia também presente em cidades brasileiras.

O prefeito de Londres, Boris Johnson, afirmou ao Cities Today: “Estou orgulhoso por Londres ser a primeira cidade no mundo a experimentar este equipamento de ponta, que beneficiará os pedestres pela cidade. Uma inovação como esta é chave para que Londres se mantenha eficiente no caminho de vias mais seguras para todos”.

Fonte: The City Fix Brasil (via Portal do Trânsito)

Obras de mobilidade do Recife deixam o pedestre na rua

 

Obras do corredor Norte/Sul na Avenida Cruz Cabugá atrapalhham mobilidadde do pedestre Foto Alcione Ferreira DP/D.A.Press
Obras do corredor Norte/Sul na Avenida Cruz Cabugá, no Recife, atrapalhham mobilidadde do pedestre – Foto Alcione Ferreira DP/D.A.Press

O Recife se transformou literalmente em um canteiro de obras e se pra quem está de carro a vida não tem sido nada fácil, para o pedestre a situação é bem pior. Duas importantes obras que vão ajudar a melhorar a mobilidade na cidade estão trazendo transtornos aos pedestres durante a sua execução. Embora os transtornos sejam consequência óbvia em qualquer obra, cuidados com a segurança dos transeuntes devem ser prioridade. Mas tem se tornado comum cenas de pessoas caminhando pela pista espremidas entre carros e tapumes.

Obras de drenagem e melhoria das calçadas na Rua Princesa Isabel, no Recife, deixam os pedestres na rua - Foto - Alcionne Ferreira DP/D.A.Press
Obras de drenagem e melhoria das calçadas na Rua Princesa Isabel, no Recife, deixam os pedestres na rua – Foto – Alcionne Ferreira DP/D.A.Press

Na Avenida Cruz Cabugá estão em construção seis estações do corredor Norte/Sul. Em um dos trechos nas imediações da Rua Araripina, a obra de alargamento da pista está isolada da calçada até a pista de rolamento. E o pedestre na rua. “A gente tentou passar por dentro, mas não foi permitido e voltei para a rua”,contou a operadora de telemarketing, Maria Regilma Santos, 24 anos. Já na altura da Câmara do Recife, a estação central que está em obras também serve de ponto de travessia dos pedestres. “A orientação é que tenha um espaço seguro para o pedestre. No caso do trecho que teve a calçada interditada foi em razão de demolições no local. Nesse caso, o ideal era o pedestre usar a calçada do lado contrário”, explicou o secretário executivo da Secretaria das Cidades, Gustavo Gurgel.

Pedestre ujsa a rua para conseguir passar com o carrinho de bebê na Rua Marquês do Pombal, Santo Amaro - Foto - Alcione Ferreira DP/D.A.Press
Pedestre ujsa a rua para conseguir passar com o carrinho de bebê na Rua Marquês do Pombal, Santo Amaro – Foto – Alcione Ferreira DP/D.A.Press

Obras para melhoria da calçada, também trazem transtorno ao pedestre é o caso da Rua Marquês do Pombal, em Santo Amaro. Embora tenha sido instalado um corredor que poderia ser usado pelos pedestres não há sinalização e o espaço é dividido com os trabalhadores da obra e placas da própria obra. “Eu passei com o carrinho do bebê pela rua mesmo. Não havia como passar”, revelou a dona de casa Livilane Urbano, 19. Em outra obra do município, na Rua Princesa Isabel, os pedestres têm a opção de seguir pela calçada destruída ou pela pista. “A orientação que foi feita às empreiteiras é destinar um espaço para os pedestres. Vamos providenciar para que seja corrido”, afirmou o gerente geral de obras públicas do município, Ricardo Fausto

Ameciclo divulga nota de luto pela morte de dois ciclistas no Recife

Protesto pela mortes de ciclistas no Recife em 2012 - Foto - Hélder Tavares DP/D.A.Press
Protesto pela mortes de ciclistas no Recife em 2012 – Foto – Hélder Tavares DP/D.A.Press

A Ameciclo e os seus associados lamentam profundamente a morte de mais dois ciclistas na capital pernambucana. Kléber Cristiano Cavalcanti morreu neste sábado, 22 de março, atropelado por um automóvel na Avenida Recife por volta de meia noite. José Ferreira da Silva morreu às 17h40 de terça-feira, 25 de março, atropelado por um ônibus no Pina. Ambos queriam chegar em casa e encontrar suas famílias, mas não conseguiram.

O trânsito tem assassinado mais de 600 pessoas ao ano no Recife, número equivalente ao de homicídios por armas de fogo na capital, segundo os dados compilados pelo Observatório do Recife (ano 2011). No entanto, pouco tem sido feito para mudar essa realidade. A política adaptou seu discurso, mas não suas ações. Ainda é priorizado o tráfego motorizado e suas altas velocidades em detrimento da segurança e da vida das pessoas.

Os orientadores de trânsito estão preocupados com que os motoristas parem e avancem nos semáforos e não são posicionados próximos às faixas de pedestres, educando o motorista para o respeito quanto a eles; as campanhas de educação indicam uma simetria irreal entre ciclistas e motoristas, desprezando o que diz o Código de Trânsito Brasileiro, que diz que os maiores devem proteger os menores;

As ações que são colocadas sobre a alcunha de “mobilidade” incluem até aquelas que só oferecem mais espaço para os carros. Coincidentemente, o ciclista morto no Pina trabalhava em um delas, a Via Mangue, e voltava para seu alojamento pelo caminho mais curto que lhe é permitido, já que a infraestutura da cidade é pensada na totalidade para os veículos automotores.

A Companhia de Trânsito e Tráfego Urbano (CTTU) apenas se preocupa com o fluxo de veículos, deslocando diversos agentes quando acontece uma colisão fatal para reorientar o trânsito, mas não há uma preocupação prévia para evitar essas mortes. A CTTU não tem como meta a redução de mortes no trânsito, se preocupando apenas com a aceleração do fluxo mortorizado. Mostra-se totalmente ineficaz a sua Central de Atendimento, sendo recorrentes as reclamações dos pedestres nos jornais de grande circulação e redes sociais contra a Companhia.

Seguindo a política local, reportagens na imprensa noticiam com maior ênfase o engarrafamento decorrente das colisões (que na verdade são reflexo direto da quantidade de carros e não das ocorrências) do que a perda de mais e mais vidas no trânsito. Além disso, matérias irresponsáveis, como a da Folha de Pernambuco, escrita pelo jornalista Rodrigo Passos, publicada na edição do dia 23/03/2014, imputa irresponsavelmente à vítima a culpa por suas mortes. Descrevem como um conflito a convivência entre modais motorizados e de tração humana, quando o que acontece é uma chacina.

Enquanto a sociedade pernambucana e os gestores públicos não acordarem para esse cenário, as mortes no trânsito ainda serão tratadas como “acidentes” e o engarrafamento será o maior de seus reflexos noticiados pela imprensa; enquanto as ações da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado forem diferentes de seu discurso e continuar apontando problemas no fluxo dos motorizados para não implantar as soluções de segurança para pedestres e ciclistas, teremos uma cidade que mata seus cidadãos; enquanto não mudarmos, continuaremos morrendo na contramão, atrapalhando o tráfego. E neste cenário, fica difícil a cidade ser para as pessoas, como é veiculado pela gestãomunicipal.

Fonte: Ameciclo

Teste do BRT no Recife será feito sem passageiros no mês de abril

 

corredor obras leste oeste

Faltando dez dias para o início dos testes do sistema de BRT (Bus Rapid Transit) no Recife ainda há muitas pedras no caminho. O atraso no cronogama das obras obrigou, mais uma vez, uma mudança de tática na operação do sistema pelo Grande Recife Consórcio de Transporte.

A ideia de iniciar os testes no dia 4 de abril permanece, mas sem os passageiros e sem parte das paradas. Ontem, duas equipes técnicas do Grande Recife embarcaram para Belo Horizonte e Rio de Janeiro para verificar de que forma se deu a operação nas duas cidades. Mas já há duas definições antes mesmo da conclusão da visita: não haverá mais uma segunda fase, que estava prevista para o dia 26 de abril, e em maio não entrará todo o sistema em operação, mas apenas  uma linha.

As mudanças adotadas na operação têm relação direta com o ritmo das obras. Não há como os testes serem iniciados com os passageiros se o trecho previsto para a primeira etapa, no dia 4 de abril, entre o Hospital Getúlio Vargas, na Avenida Caxangá, e a Avenida Conde da Boa Vista, não dispõe, ainda, de todas as estações.

O terminal ao lado do Getulio Vargas não está concluído. No sentido Centro, a situação piora. A estação da Benfica ainda não tem sequer alicerce e, na Avenida Conde da Boa Vista, as seis estações estão sendo construídas fora do padrão BRT e de forma improvisada, enquanto o projeto do município não fica pronto. Segundo o Grande Recife, as seis estações da Boa Vista serão concluídas até o fim de abril.
A segunda etapa da operação que ocorrerá em maio com passageiros, sem data definida, será feita com apenas uma linha. A assessoria do Grande Recife não informou qual linha será escolhida para iniciar a operação do Leste/Oeste. A única informação é que as linhas restantes serão incorporadas aos poucos ao sistema. No corredor Norte/Sul, a situação não é diferente.

O trecho que entrará em testes no dia 4 de abril, também sem passageiros, entre o Terminal da PE-15 e a Avenida Dantas Barreto, também está com estações em obras no Parque Memorial Arcoverde, na Cruz Cabugá, na Rua Princesa Isabel e na própria Dantas Barreto, sem falar nas estações em outros pontos do Centro que serão usadas no retorno das linhas. O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano decidiu não dar mais datas para as inaugurações dos terminais da 3ª Perimetral, Joana Bezerra. O cronograma anterior previa que eles iriam entrar em operação no dia 26 de abril.

Saiba mais

1ª fase do Corredor Leste/Oeste
– Da estação do BRT em frente ao HGV (Caxangá) até a Conde da Boa Vista
– 13 ônibus do BRT vão iniciar os testes sem passageiros

Trecho ainda em obras da 1ª fase no Leste/Oeste:
– 1 estação do BRT na Benfica (início das obras)
– 6 estações do BRT na Avenida Conde da Boa Vista

1ª fase do Corredor Norte/Sul
– Do Terminal da PE-15 até a Avenida Dantas Barreto
– 14 ônibus vão operar na 1ª fase sem passageiros

Trecho ainda em obras da 1ª fase no Norte/Sul
– Estação do Parque Memorial Arcoverde
– Estações da Avenida Cruz Cabugá
– Estação da Rua Princesa Isabel
– Estações da Avenida Dantas Barreto

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Aplicativos simplificam a vida de caroneiros e motoristas, agregando economia e novas amizades ao dia a dia - Arte - Rafael Aderson/DP
Aplicativos simplificam a vida de caroneiros e motoristas, agregando economia e novas amizades ao dia a dia – Arte – Rafael Aderson/DP

Por

Carine Carvalho

Polegar apontado para o alto, braços estendidos, pés e horas na estrada. É assim ainda mas, agora, pegar carona ficou fácil e mais seguro. Aplicativos criativos e úteis estão saindo do forno dos inventores e simplificando a vida de caroneiros e motoristas. Mas as benesses dessa troca vão além da companhia, pois dá até para economizar um troco.

E aproveitando o slogan “imagine na copa”, pode servir até aos turistas, caso as pessoas vençam a desconfiança e adotem essa possibilidade de transporte. Apps, como o WeGo, podem ajudar nesse projeto. Os criadores dessa ferramenta estimam uma economia de, no mínimo, 40% nos gastos com transporte na adoção do carro compartilhado. Apesar do medo, é preciso conhecer o sistema, que oferece um mínimo de segurança para os adeptos. Vale arriscar?

Os apps são recomendados para pessoas que querem compartilhar a viagem de carro. A iniciativa vale para aliviar o trânsito, mas também fazer novos amigos para encarar a hora do rush. A segurança é uma preocupação constante entre os caroneiros, afinal é difícil saber as intenções do motorista que abre a porta.

Mas como a ideia das novas tecnologias é facilitar nossa rotina, as empresas criaram um sistema onde passageiro e motorista são avaliados. Assim, é possível escolher com quem você irá viajar de acordo com reputação dos candidatos. Também é feita uma análise dos cadastros.

Na Europa, os aplicativos de carona já são muito populares. Existem também páginas do Facebook que usam o mesmo esquema para oferecer carona universitária, como descreve a estudante Vanessa Eufrásio. “Na verdade isso não é novo por aqui, só existe sem a ajuda dos apps. Pago em torno de R$ 20 pra percorrer cerca de 200km.

Sai barato pra todo mundo além das amizades que faço com a galera. Pego carona faz dois anos e até hoje nunca tive nenhum problema, mesmo não conhecendo os caroneiros. As ofertas e pedidos de caronas são feitos através de um grupo de email e/ou Facebook”, comentou.

Como funciona
A maioria dos apps são gratuitos. É preciso fazer o download e se cadastrar. Geralmente quem dirige e quer oferecer uma vaga, cadastra o destino, hora de saída e chegada, além de uma sugestão de “doação” para as despesas da viagem. Quem busca a carona, encontra os carros disponíveis para a data e o destino desejado e contribui com o valor, o que pode ser feito com cartão de crédito por meio dos apps.

Saiba mais

Conheça os apps

Zaznu ( “partiu” em hebraico)
App estreou com mais de 6 mil motoristas interessados em dar caronas. É preciso preencher uma ficha, que será avaliada pela equipe, que saberá se candidato tem passagens pela polícia. A página do Facebook será checada. Uma atualização pretende unir passageiros e motoristas com gostos afins.

Wego
O aplicativo também controla os pagamentos que você fez ou recebeu e ajuda a organizar as contas com o transporte no final do mês.

Karona
Gratuito, o sistema funciona em todo Brasil, sugerindo candidatos para uma tomada de decisão mais segura de acordo com a reputação de cada usuário. Você também pode refinar suas buscas, através de filtros como idade, estado civil, sexo, fumante e até entrar em contato com os usuários.

Unicaronas
Iniciativa de dois ex-estudantes da Unicamp para ajudar os alunos. Facilita a comunicação entre estudantes que estão procurando caronas com aquelas que estão oferecendo. Pernambucanos: inspirem-se.

Fonte: Vrum

Pedestres podem ser multados?

Pedestre atravessando foram da faixa  Foto - Alcione Ferreira DP/D.A.Press
Pedestre atravessando foram da faixa Foto – Alcione Ferreira DP/D.A.Press

Sim. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê multa para o pedestre que desobedecer algumas determinações. De acordo com o Artigo 254, aquele que não atravessar a via na faixa, passarela ou passagem subterrânea pode ser multado. A legislação ainda estabelece que é proibido permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las onde for permitido. Também é passível de multa o pedestre que atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando houver sinalização para esse fim.

Mas é importante salientar que o pedestre sempre terá prioridade sobre os veículos, mesmo que não haja semáforo em uma faixa destinada à travessia. Havendo semáforo, a cor da luz determina a prioridade. Mas, se o sinal muda antes do fim da travessia, os motoristas devem aguardar que o pedestre conclua a passagem. A penalidade prevista para quem cometer uma dessas situações descritas é a aplicação de uma multa de 50% do valor de uma infração de natureza leve.

No entanto, as autoridades competentes nunca encontraram uma maneira para colocar isso em prática. A legislação prevê a punição para o pedestre infrator, mas a lei não é regulamentada. Há uma dificuldade dos agentes de trânsito formalizarem uma notificação para o cidadão que cometa uma infração. Segundo o Artigo 267 do CTB, a penalidade ao pedestre também pode ser convertida em advertência, sendo ela transformada na participação do infrator em cursos de segurança viária, depois de análise a critério da autoridade de trânsito.

Fonte: Vrum