O Túnel da Abolição, aberto para o tráfego, desde o último domingo, ainda apresenta infiltrações nas paredes internas, que preocupam especialistas. Uma comissão formada por três órgãos: Instituto Tecnológico de Pesquisa de Pernambuco (Itep), Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) e ainda a Empresa de Limpeza e Manutenção do Recife (Emlurb) recomendou a injeção de resinas de poliuretano nos vazios das paredes internas, por onde a água está escorrendo. Até agora cerca de 800 litros de resina de poliuretano foram injetados para estancar a água, mas o trabalho de impermeabilização ainda não foi concluído e deverá continuar mesmo com a liberação do tráfego.
A vedação dos pontos de infiltração foi apenas uma das recomendações da comissão criada há um mês por determinação do governador do estado. De acordo com a Secretaria das Cidades todas as recomendações estão sendo cumpridas. No local também foi feito o diagnóstico da área do entorno do túnel por meio de um ensaio com GPR (Ground Penetrating Radar), uma espécie de ultrassonografia do terreno. “O GPR não indicou nenhuma anormalidade de fuga de material no subsolo do entorno do túnel, que poderia trazer algum risco”, explicou o secretário executivo de Mobilidade, Marcelo Bruto.
De acordo com o engenheiro do Itep Carlos Wellington Pires, a vedação ou obturação do concreto nas paredes internas do túnel é uma tecnologia já bastante utilizada em obras desse tipo. “É necessário fazer essas correções para entregar a obra e depois continuar com a manutenção. Não nenhum risco a curto prazo, mas a longo prazo a estrutura pode ficar comprometida se não forem feitas as correções”, afirmou o engenheiro, que fez parte do estudo para diagnóstico dos prédios-caixão da Região Metropolitana do Recife.
A previsão da Secretaria das Cidades é que a obra completa esteja concluída até fim de maio. Ainda faltam a instalação do elevador e da escada fixa, que dão acesso à avenida Caxangá e a praça, além da própria impermeabilização. O túnel possui um sistema de drenagem, realizado por duas bombas, também recomendas pela comissão e já testadas.
Saiba Mais
Problemas detectados no túnel
– Infiltrações nas paredes
– Lençol freático
– Drenagem
Soluções apontadas pela comissão formada pelo Itep, Cehab e Emlurb
– Injeção de resina para estancar as infiltrações
– 800 litros de resina já foram injetados nas paredes internas do túnel
– três bombas instaladas para ajudar na drenagem do túnel
– Raio X do terreno por GPR ( Ground Penetrating Radar)
Fonte: Secretaria das Cidades e Itep