Montadoras deixarão de vender carros para vender mobilidade. Essa é boa!

Diretor da PwC afirma que automóvel é solução de transporte para parcela da população, e que trânsito caótico das grandes cidades se deve mais à infraestrutura deficiente do que à quantidade de veículos

Fabricantes de veículos se reuniram na capital paulista na segunda-feira (28) para discutir a sustentabilidade do automóvel. Representantes da Fiat, Volkswagen, Honda e GM, entre outras, demonstraram em números e slides como as montadoras estão se esforçando para aumentar a eficiência dos motores, reduzir emissões de gases estufa, melhorar processos industriais, minimizar resíduos e ampliar a reciclagem dos veículos.

No entanto, o impacto do carro sobre o trânsito das grandes cidades não fez parte do debate. Por isso, a Rede Brasil Atual conversou com Ernesto Cavasin, diretor da empresa de consultoria PwC, que abriu o seminário da indústria automobilística lembrando a importância da sustentabilidade e apontando tendências do mercado. “No futuro, as montadoras deixarão de vender veículos para vender mobilidade”, diz o analista. “Há limites no quanto você pode crescer.” Só que no curto prazo, segundo ele, dificilmente as empresas deixarão de mirar o volume de vendas como objetivo a ser alcançado.

Ernesto Cavasin acredita que combater o trânsito caótico das metrópoles brasileiras dificultando a produção de automóveis é “tampar o sol com a peneira”. Por isso, elogia a recente desoneração fiscal concedida pelo governo federal à compra de veículos. O problema da mobilidade descansa sobre a infraestrutura e o sistema de transportes públicos, que devem ser melhorados independentemente do desempenho da indústria automobilística. “A mobilidade é uma necessidade das pessoas”, lembra. “Elas devem ter o direito e condições de escolher como satisfazê-la, individual ou coletivamente.”

Você propõe que, no futuro, as montadoras deixem de vender veículos para vender mobilidade. Na prática, o que você quer dizer?

A indústria do automóvel passará por mudanças. Uma das soluções de transporte que pode ser um bom negócio é a mobilidade. Há limites no quanto você pode vender e crescer. Esse limite está longe de ser alcançado, mas existe. Não acredito que vamos deixar de vender carros, até porque o carro, em diversas sociedades, é um símbolo de status. Mas soluções diferenciadas e serviços serão agregados ao negócio. Um dos nichos que está surgindo é o que se chama de zipcar: você pega o carro num ponto da cidade, deixa em outro ponto duas horas depois e, ali, outra pessoa vai pegar o carro, levar pra outro canto e assim por diante. O próprio carro tem uma mobilidade e você buscará o mais próximo de você.

Isso supõe uma mudança no modelo de negócios das montadoras? Deixar de pautar-se por vendas cada vez maiores?

Não acredito que no curto prazo migraremos para um modelo diferenciado, mas parte do crescimento das montadoras e da indústria virá de soluções diferenciadas. As montadoras continuarão produzindo e vendendo e tendo seus consumidores fiéis. O que vai agregar valor são novos tipos de serviços que façam crescer o negócio. Isso vai depender da estratégia de cada empresa.

As montadoras têm se dedicado a reduzir o impacto ambiental de seus veículos, mas evitam discutir o impacto da venda cada vez maior de carros no trânsito das cidades.

Você não vai resolver o problema do engarrafamento tentando não vender mais carros. Pode até ajudar, mas não é a melhor maneira. A mobilidade é uma necessidade do ser humano, e o usuário irá buscá-la de uma maneira ou de outra. Daí que o problema esteja na falta de políticas públicas para sanar os problemas de mobilidade, e não na venda de carros. Há dez anos, Londres teve de restringir o acesso de veículos e cobrar taxas altas de pedágio. Em Berlim e Munique, se reduziu a oferta de estacionamentos no centro. Mas, ao mesmo tempo, elaboraram políticas eficientes de transporte público.

A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a venda de carros não acabará piorando o trânsito?

Com mais carros, há mais problemas. Mas a questão principal é a infraestrutura. O que o governo está fazendo ao reduzir o IPI é estimular a economia, e com a economia estimulada você consegue recursos para melhor executar políticas públicas. A mobilidade urbana é resultado de melhores estrutura viária e transporte público. Não adianta achar que a solução é diminuir ou restringir o acesso da população ao carro. Isso é tampar o sol com a pereira. O que se tem de fazer é dar condições para a população ter acesso a bens de consumo e a uma melhor qualidade de vida, ao mesmo tempo criando infraestrutura para que o bem comum seja preservado.

Como a indústria encara o desinteresse dos jovens pelo carro, que já é realidade em alguns países desenvolvidos?

O gosto vai de cada pessoa. Já o transporte e a mobilidade são necessidades básicas da sociedades, em qualquer lugar do mundo. Quando você traz um sistema público eficiente, você resolve parte do problema da mobilidade. Quando o transporte público não é eficiente, a pessoa tem de buscar soluções para sua mobilidade. É o caso do Brasil. Em São Paulo, temos uma malha de transporte público razoável, mas que necessita melhorias. Enquanto elas não vêm, as pessoas buscam alternativas. As motos, por exemplo. É um veículo automotor mais barato, mais acessível e que atende às necessidades de muita gente. Para algumas pessoas, o veículo acaba se tornando uma necessidade. A indústria automobilística acaba exercendo um papel importante ao viabilizar a mobilidade. E o governo facilita reduzindo impostos.

É equivocado o uso diário que se faz do carro em São Paulo?

O dono do carro tem toda a liberdade para escolher se usará seu veículo semanalmente ou diariamente. Em geral, quando a pessoa opta por um veículo próprio, ela leva em conta diversas questões. Primeiro, conforto e facilidade. É mais confortável você ir no seu carro do que, por ventura, num ônibus lotado. Depois, tem a economia de tempo e a praticidade. Mesmo com os problemas de trânsito que temos em São Paulo, ainda é mais rápido e confortável ir de carro na maioria dos casos. Porém, há pessoas que acham mais confortável ir de ônibus ou metrô, tranquilo, lendo um livro. A pessoa tem direito a optar, e deve haver infraestrutura para que ela possa exercer esse direito.

É sustentável todo mundo ter um carro em São Paulo?

Não podemos misturar sustentabilidade com praticidade. Não é prático e aplicável todo mundo ter um carro em São Paulo, porque não temos infraestrutura pra isso. Sustentabilidade é outra coisa. Pra saber se não é sustentável precisaríamos fazer análises maiores. O carro traz problemas hoje por falta de infraestrutura. Mas, o carro é um problema? Não. As decisões, a infraestrutura, o modelo de crescimento e desenvolvimento sem planejamento adequado é o que traz um problema – não o produto.

Fonte: Rede Brasil Atual

 

Para driblar o trânsito, carro na garagem e moto na rua

Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

Não importa se o trânsito está parado. A moto abre espaço e consegue imprimir sua própria velocidade. A autonomia do veículo de duas rodas no trânsito é uma realidade que vem sendo percebida, principalmente, por quem está sendo deixado para trás no carro. Não por acaso, é cada vez maior o número de motoristas que estão optando em migrar para a motocicleta nos deslocamentos diários e deixando o carro para outras ocasiões, como os finais de semana, por exemplo. Essa, na verdade, deveria ser a lógica para o transporte público. Mas é a moto que está ganhando terreno.
Em Pernambuco, cerca de 34,3% dos condutores têm habilitação para carro e moto e se reunirmos todas as outras categorias, incluindo caminhões, ônibus ou mesmo trailler, esse percentual sobe para 54,5% dos condutores, que se habilitaram também para pilotar moto, uma espécie de plano “B” do trânsito. E elas vieram mesmo para ficar. Dos 2 milhões de veículos no estado, quase 800 mil são motos. Na década de 1990, tínhamos pouco mais de 30 mil em todo o estado. Até 2000, o número era de 144 mil.
O técnico em produção Rodrigo Silva, 26 anos, não pensou duas vezes antes de comprar uma moto para fazer os serviços externos e deixou o seu Corsa na garagem. “Além de mais econômica, eu consigo ganhar tempo. O carro eu só uso nos finais de semana”, revelou.
O psicólogo Armando Oliveira, 45 anos, também trocou o carro pela moto. “A diferença de tempo é absurda. Eu uso basicamente a moto nos deslocamentos. O carro apenas para viajar ou fazer feira”, explicou. O professor e membro da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP) César Cavalcanti fala com preocupação dessa migração para as motos. “Na verdade as pessoas optam pela percepção que elas têm de que a moto é mais veloz. E, de fato, ela é. Se não fosse tão suscetível a acidentes, eu também faria essa escolha”, revelou o professor.

Acidentes

E a preocupação com a segurança é um ponto que precisa ser levado em conta pelos motociclistas. Em 2010, o estado computou 644 mortes em acidentes com moto. De acordo com o coordenador do Comitê de Prevenção de Acidentes de Moto em Pernambuco, o médico João Veiga, cerca de 25% dessas mortes poderiam ter sido evitadas com o uso correto do capacete. “Cerca de 25% das lesões eram na cabeça e o motociclista ou não usava o capacete ou usava sem fechar corretamente”, revelou.
No primeiro balanço das ações do comitê, referente aos primeiros seis meses (segundo semestre/2011), houve uma queda na redução dos acidentes. Segundo o médico João Veiga foram analisados dois pontos: Hospital da Restauração (HR) e Instituto de Medicina Legal (IML). “No HR houve uma redução de 21% no número de atendimentos na emergência e uma redução de 12,7% das mortes registradas no IML em decorrência de acidente de moto”, afirmou o médico. De acordo com o João Veiga, os avanços ainda são tímidos. “Com essa migração de quem tem carro e agora está comprando moto, as nossas preocupações só aumentam”, revelou.

 

Porto Alegre melhor acessibilidade para cadeirantes

 

 

O entorno dos domicílios particulares de Porto Alegre (RS) é o que possui maior acessibilidade para cadeirantes do País. A informação é de estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgado na última sexta-feira (25). De acordo com o levantamento, as áreas ao redor de 23,3% dessas casas possuem rampas para cadeirantes. Número bem superior a média nacional, que é de 4,7%.

O estudo levou em consideração apenas as cidades com mais de 1 milhão de habitantes. Assim, o segundo município com mais acessibilidade no entorno das casas é Brasília, com 16,5%; seguida por Curitiba, com 12,2% e Goiânia, com 10,2%.

Na contramão, Fortaleza (CE) teve o menor índice, com 1,6%. Em seguida, São Luís (MA) registrou apenas 1,9% das casas com rampas para cadeirantes no entorno.

O estudo do IBGE analisou 47.264.208 dos 48.759.012 domicílios urbanos do Brasil — o que representa 96,9% do total de imóveis particulares em área urbana. Segundo o Instituto, não foi investigado o entorno das casas que ficam em aglomerados irregulares como favelas e outras comunidades de baixa renda.

 

Fonte: Mobilize

Para as montadoras ainda há espaço para motorização no Brasil

 

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) espera vender 3,77 milhões de carros novos em 2012. Isso graças às reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciadas pelo Ministério da Fazenda na última segunda-feira (21), em Brasília.

A medida foi comemorada pelo setor. Em teoria, a desoneração fiscal pretende incentivar o consumo interno e segurar o crescimento econômico do país. Um de seus efeitos práticos e imediatos, porém, será desafogar o estoque das montadoras. Nos pátios, atualmente, há 366 mil automóveis parados, esperando compradores. Mas não foram só os empresários que ficaram felizes com o anúncio do ministro Guido Mantega. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC também festejou a iniciativa. A indústria automobilística brasileira emprega diretamente 145 mil trabalhadores, e o empurrãozinho nas vendas – que iam mal – deverá evitar demissões em massa.

Em entrevista à Rede Brasil Atual, a Anfavea, por meio de sua assessoria de comunicação, defendeu a ideia de que há espaço para uma maior “motorização” do Brasil. Se comparamos a quantidade de carros por habitante circulando no país com outras nações do mundo desenvolvido ou emergente, as vendas poderiam dobrar facilmente. Em 2020, as montadoras estimam que o mercado automobilístico brasileiro – que já é o quarto maior do mundo – deverá atingir a marca de 6 milhões de vendas ao ano. De acordo com levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), existem 35 milhões de veículos acelerando pelas ruas e estradas brasileiras.

 

Em quantos dias está o estoque das montadoras? Com a redução do IPI e IOF, em quanto tempo a Anfavea acredita que será liquidado?

O estoque de veículos nas fábricas e nas concessionárias em 30 de abril era de 366 mil veículos, equivalente a 43 dias de vendas. As novas medidas de estímulo ao setor automotivo, válidas até 31 de agosto próximo, deverão impactar positivamente no mercado de veículos, com redução direta dos preços dos produtos ao consumidor e disponibilização de maior volume e maior acessibilidade de crédito para o financiamento das compras. Mais do que reduzir estoques, as medidas objetivam a retomada do ritmo de mercado e do crescimento nos próximos meses.

A soma das reduções de IPI e dos descontos sobre os preços de lista oferecidos pelas montadoras como contrapartida representará redução de aproximadamente 10% nos preços dos veículos 1.0; de 7% nos preços dos veículos flex com motor entre 1.0 e 2.0;  e redução de 4% para os veículos comerciais leves. A disponibilização de recursos de depósito compulsório dos bancos para a comercialização de veículos, a redução do IOF nas operações financeiras, bem como a flexibilização dos financiamentos concorrerão para destravar o crédito ao consumidor final.

A expectativa da Anfavea é de que, com as novas medidas, possa ser revertido o atual momento de queda e de indefinição do mercado de veículos, restabelecendo-se a dinâmica do consumo e da produção automotiva no país. As previsões iniciais para este ano são de um mercado interno de 3,8 milhões de veículos e produção de 3,49 milhões de unidades.

 

O presidente Cledorvino Belini fala que ainda há espaço para a “motorização” do Brasil? Por quê? Como isso se daria?

A afirmação de que ainda há espaço para o incremento da taxa de motorização no Brasil tem a ver com a relação habitantes/veículo no país. Enquanto nos países da Europa Ocidental e no Japão essa relação gira em torno de dois (um veículo para cada dois habitantes), e nos Estados Unidos tende a uma relação de um por um, temos no Brasil uma relação da ordem de 6,5.

Podemos comparar tal relação com a de países de status econômico e social equivalente ao nosso, como, por exemplo, com Argentina,4, e México, 3,6.  Dessa forma, e considerando a população brasileira e as perspectivas de desenvolvimento econômico e social do país, projeta-se um potencial do mercado brasileiro em 2020 da ordem de 6 milhões de veículos/ano. Ou seja, o Brasil deve continuar como um dos maiores mercados automotivos do mundo no futuro (hoje somos o quarto). Mas não queremos ser apenas um grande mercado, mas também um destacado produtor automotivo global.

 

A Anfavea previa demissões caso o IPI não fosse reduzido? Com a redução do IPI, as demissões ou férias coletivas estão suspensas?

A Anfavea não faz previsões sobre emprego, assunto restrito a cada empresa. A entidade registra o número de emprego, o que faz em caráter regular, com ritmo mensal. Hoje estão empregados nas montadoras 145 mil pessoas. Considerando-se os empregos nas empresas fornecedoras de autopeças, na rede de concessionárias, centros de serviços etc., mais de 1,5 milhão de pessoas têm seus empregos ligados ao setor automotivo.

 

Como a redução do IPI impactará nas vendas? Quantos veículos mais a Anfavea prevê que serão vendidos?

Certamente, a redução do IPI e demais medidas de destravamento de crédito, considerando ainda os descontos de preços ofertados pelos fabricantes, terão impacto positivo nas vendas. Ainda é cedo para quantificar tal impacto favorável, mas se pode dizer que é certo que venha a ocorrer. As projeções da Anfavea para 2012 são de vendas internas de 3,77 milhões de veículos, crescimento de 4% a 5% sobre 2011.

 

As medidas de incentivo do consumo darão tão certo como em 2008/2009?

Os precedentes de medidas dessa natureza permitem sustentar que a estrutura do incentivo terá impacto favorável nas vendas e, em consequência, na produção.

 

Quais as consequências do aumento de veículos particulares circulando pelas cidades brasileiras?

A questão da mobilidade urbana não deve ser vista a partir de um ou outro aspecto isoladamente, como a quantidade de veículos nas ruas, que são apenas a parte mais visível do problema. A mobilidade urbana deve ser vista a partir de um conjunto de fatores: quantidade de veículos, transporte individualizado, transporte público eficiente, adensamento residencial e populacional, infraestrutura viária, engenharia de trânsito, planejamento urbano e o uso racional do automóvel, além da educação do consumidor.

O veículo dos anos futuros será muito mais avançado na performance, design, dirigibilidade, conectividade, funcionalidade, eficiência energética, emissões baixas ou zeradas, segurança, acessibilidade, manutenção e reciclabilidade no descarte. A equação automóvel – meio ambiente – mobilidade urbana será construída com produtos corretos e avançados por parte da indústria, com legislações, planejamento urbano e políticas públicas, pelo poder de Estado, e com disciplina e respeito às leis por parte do consumidor.

Fonte: Mobilize (www.mobilize.org.br)

 

Um paraciclo simples e prático

 

Para uma cidade ser considerada boa e adaptada aos ciclistas, ela precisa ter boa estrutura para o estacionamento das bicicletas.

Pensando nisso,a empresa britância CycleHoop criou um paraciclo bem simples e fácil de ser instalado em qualquer poste de iluminação, sem a necessidade de grandes obras de infraestrutura para a ampliação das vagas de bicicleta na cidade.

A empresa faz uma série de modelos de paraciclos, desde os mais tradicionais até os  paraciclos em formato de carro, que ocupam uma vaga e mostram o espaço que várias bicicletas economizam nas ruas.

Mas o paraciclo mais legal é o que leva o nome da empresa, CycleHoop. A vantagem deste tipo de paraciclo é sua facilidade de instalação, ele pode ser conectado a qualquer poste e comporta duas bicicletas estacionadas sem problemas.

Fonte: Eu Vou de Bike

O trânsito e a drenagem

 

 

Coluna Mobilidade Urbana – publicada no dia 28.05.12 no Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

Uma situação recorrente no período chuvoso é que o trânsito fica muito pior do que em dias normais. A primeira impressão é que os motoristas não sabem dirigir em vias alagadas. De fato, a velocidade fica mais lenta, mas a quantidade de água, em muitos casos, impede realmente o desempenho do carro eé comum muita gente ficar no “prego”. Se é ruim para quem está no carro,imagine então para o pedestre que é obrigado a por o pé na “lama”.

O Recife é uma cidade onde a drenagem das águas pluviais já é,normalmente, complicada devido o baixo nível em relação ao nível do mar, mas há outros complicadores que nunca foram levados em conta e ajudam a fazer jus à “Veneza brasileira”. A impermeabilização do solo é uma delas. Não apenas das vias, mas dos prédios, das casas, dos estabelecimentos que não dispõem de um sistema de drenagem e despejam toda a água nas ruas.

O sistema de drenagem do Recife é antigo e ultrapassado. Nossas galerias de águas pluviais não suportam a quantidade de água e lixo queacumulam. O resultado é que as ruas ficam intransponíveis. A Prefeitura do Recife ensaiou, há dois anos, a realização de um plano diretor de drenagem, o primeiro a ser feito em quase 500 anos de história. Mas o governo municipal já está na reta final e o plano nunca ficou pronto.

Embora pareça que estamos fadados a passar pelos mesmos problemas a cada inverno, os engenheiros são unânimes em dizer que qualquer problema de drenagem tem solução técnica. A questão é a relação custo benefício. Algumas intervenções têm soluções mais baratas, outras não. Eu diria que, se levarmos em conta os prejuízos causados pelas vias alagadas, essa conta já teria sido paga muitas vezes. Basta lembrar que o município gasta mais de um R$ 1 milhão por ano em operações tapa-buraco e não há nada que prejudique mais o asfalto do que á água. E, se formos contabilizar os prejuízos dos motoristas e comerciantes, toda vez que o trânsito trava, o crédito estaria algumas centenas de vezes acima de qualquer investimento que já tivesse sido feito.

Estamos a dois anos da Copa de 2014 e corremos um sério risco de afogar nossos visitantes. É bom também lembrar que daqui a dois anos, a nossa frota de veículos não será mais a mesma. A essa altura já teremos, comcerteza, os corredores exclusivos de ônibus em funcionamento, mas essa é só uma parcela do público que utiliza o transporte público, a outra terá que continuar a dirigir em meio aos alagamentos, como sempre fez.

Dirigir por ruas alagadas pode dar prejuízos de até R$14 mil para motoristas


Alguns motoristas insistem em trafegar em ruas alagadas, correndo risco de causar danos elétricos no automóvel. O prejuízo pode chegar até R$ 4 mil – em carros nacionais- e R$ 14 mil para carros importados.

De acordo com o mecânico Luciano Rodrigues, especializado em injeção eletrônica, ao passar em uma rua alagada, um carro corre o risco de sofrer diversos danos por conta do ‘cauchy hidráulico’ – choque-térmico. Os problemas podem ser entre entortar/quebrar a viela ou manivela do carro, danificar a caixa de marcha, e até a perda total do motor.

Ele contou que a água também pode fundir o motor do carro, além de outros problemas hidráulicos. “É muito perigoso passar por por áreas alagadas, a não ser que o carro esteja frio, pois se ele já estiver ‘rodando’ a muito tempo, os danos serão grandes, e os prejuízos também”, recomendou Luciano.

Passar em baixa velocidade reduz os riscos de danificar o automóvel, segundo o mecânico. “É bom passar devagar, esse é o certo, pois o carro possui alguns componentes que não podem molhar, se passar com muita velocidade o pneu vai fazer pressão na água, e pode molhar algum componente eletrônico e comprometer o veículo”, informou.

Segundo ele, nas últimas semanas o número de casos de “falhamento” aumentou na oficina onde trabalha. “Falhamento é quando uma bobina ou vela falham. Nessas últimas semanas, por conta da cheia, muitos clientes chegaram aqui com esse problema, e eles tiveram sorte de ter sido só falhamento, pois poderia ter danificado o motor”, contou o mecânico.

Segundo ele, nos casos de ‘choque térmico’, é comum a perfuração do ‘carter’ do carro. Em carros populares, como o Gol, Ford, Corsa, Palio e Fiat, os valor do conserto fica em até R$ 4 mil. Já os mais caros, da marca Honda, Toyota, entre outros importados que utilizem blocos de alumínio, o conserto pode custar até R$ 15 mil.

Como evitar problemas no motor
O mecânico de carros Alonso Veras, deu algumas dicas ao Portal D24AM de como evitar problemas com o automóvel nesta cheia. “Se o local tiver muito alagado, é necessário procurar um desvio. Evitar o caminho é o certo a fazer, pois, mesmo que o motor esteja frio, corre o risco de molhar algum componente eletrônico do carro”.

Caso não exista um caminho alternativo, Alonso recomenda que o motorista fique atento e reduza a velocidade. “Não sabemos o que tem em baixo da água, pode ter até um buraco, então é bom que o motorista passe devagar por essas ruas, e o certo mesmo é que espere o motor dar uma ‘esfriada’ antes de entrar na água”.

Alonso informou que carros grandes como pick-ups, ou caminhões não correm o risco de sofrer problemas hidráulicos, mas mesmo assim é preciso atenção. “Os carros maiores podem passar tranquilamente, mas tem que ter um cuidado dobrado para não passar por um buraco, pois se furar um pneu fica difícil fazer a troca no alagado, principalmente de um carro grande”, recomendou.

Fonte: Portal do Trânsito

 

 

Tecnologia pode aumentar segurança no trânsito

Por

Mariana Czerwonka

Alta tecnologia, sistema Wi-Fi, aumento da percepção de risco e antever situações para prevenir acidentes. Estas são características que serão cada vez mais comuns nos automóveis daqui para frente. E muitos testes já estão sendo feitos para que a utilização deste sistema esteja disponível o mais breve possível. “Segundo estudos, os números de mortes no trânsito dos EUA vêm caindo ano a ano devido aos investimentos em componentes de segurança dos automóveis”, afirma Elaine Sizilo, especialista em trânsito e consultora do Portal.

Lá, o National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) e o Research and Innovative Technology Administration (RITA) têm trabalhado em parceria com a indústria automobilística para pesquisar a eficácia e a viabilidade de sistemas de conexão entre veículos, com o objetivo de prevenir acidentes. Os recursos podem alertar os motoristas para possíveis colisões ao se aproximar de um cruzamento, em mudanças de faixas e em pontos-cegos.

Pesquisa realizada pelos dois órgãos, entre agosto de 2011 e janeiro de 2012, nos EUA, com 688 motoristas que participaram de testes com veículos que já possuem essa tecnologia, mostra que a maioria esmagadora – 82%- dos motoristas gostaria de ter os recursos incluídos em seus veículos, e mais, acreditam que a tecnologia seria útil para melhorar a segurança do condutor.

Os estudos já comprovam que além de contribuir para a prevenção de acidentes, a tecnologia de conectividade entre veículos também pode reduzir os congestionamentos e aumentar a eficiência de consumo de combustível.

Oito grandes fabricantes de automóveis estão trabalhando em parceria com o Departamento americano, investindo em pesquisa: Ford, General Motors, Honda, Hyundai-Kia, Mercedes-Benz, Nissan, Toyota e Volkswagen.

Do Portal do Trânsito

Frente parlamentar das ciclovias

 

Será lançada na quinta-feira (24) a Frente Parlamentar em Defesa das Ciclovias, que tem como objetivos debater políticas públicas de mobilidade urbana e atuar pela implantação de ciclovias nas cidades brasileiras. O ato de lançamento será realizado às 9 horas, no Plenário 13. Antes disso, às 8h30, haverá um passeio ciclístico da Catedral até a Câmara.

A iniciativa de criação da frente parlamentar é das deputadas Marina Santanna (PT-GO) e Rebecca Garcia (PP-AM) e dos deputados Márcio Macêdo (PT-SE), Policarpo (PT-DF) e Vicentinho (PT-SP). Rebecca Garcia, que será coordenadora da frente na região Norte, disse que pretende viabilizar propostas alternativas e sustentáveis para aumentar a quantidade de ciclovias, principalmente na Amazônia.

Entre as metas da frente parlamentar estão também a discussão de medidas de integração entre a bicicleta e os modos coletivos de transporte, e o incentivo à adoção de políticas e ações para implementação de infraestrutura do sistema cicloviário brasileiro.

Além de parlamentares que integram a frente, participarão da solenidade de lançamento representantes dos ministérios dos Transportes, da Saúde, do Meio Ambiente e das Cidades; do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran); e das entidades União dos Ciclistas do Brasil Rodas da Paz e Pedal Goiano.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

 

Multas não pagas podem ser cobradas judicialmente

 

O Detran do Paraná vai notificar, a partir da semana que vem, 36.616 motoristas  paranaenses que não pagaram multas vencidas até dezembro de 2010. São 67 mil infrações, que somam um valor aproximado de 19 milhões de reais. Caso não sejam pagas, as multas serão executadas judicialmente, o que pode resultar em bloqueio de bens e acarretar consequências, como dificuldade de obtenção de crédito, por exemplo.

De acordo com o diretor-geral do Detran, Marcos Traad, o objetivo da multa é punir e educar os motoristas que desrespeitam as leis de trânsito. A inscrição das multas não pagas no Cadastro de Dívida Ativa é feita anualmente pelo Detran e representa a última oportunidade para que os devedores regularizem a situação antes da abertura de processo judicial.

De acordo com o diretor Administrativo Financeiro do Detran, Ivaldo Patrício, só são inscritos no cadastro, os débitos dos devedores que já tiveram a oportunidade de defesa e esgotaram todos os recursos disponíveis nas esferas administrativas. O diretor disse ainda que todo o valor recolhido com as multas será destinado para melhorias de trânsito.

No site www.detran.pr.gov.br, no menu Dívida Ativa, é possível consultar o extrato para saber se há débito inscrito e imprimir a guia de recolhimento para efetuar o pagamento. As dívidas não sofrem reajustes nesta fase. Já no caso de execução judicial, os valores são corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor mais reajuste de 0,5% ao ano sobre o valor da multa.

Fonte: Agência Estadual de Notícias (Via Portal do Trânsito)