As crianças estão andando menos e se tornando cada vez mais obesas

Obesidade infantil Foto - Laís Telles/DP.D.A.Press

Nas últimas quatro décadas, a restrição à mobilidade das crianças vem se tornando cada vez maior. Um hábito antigo de caminhar de casa para a escola está dando lugar aos transportes escolares nas diversas classes sociais, e a questão da segurança é o principal fator.

De acordo com o consultor em educação de trânsito, o sociólogo Eduardo Biavati, o fenômeno também é visto em países desenvolvidos como Estados Unidos, Inglaterra e Austrália. E o Brasil caminha na mesma direção. “O próprio Ministério da Educação dispõe do Programa Caminho da Escola, que oferece ônibus escolar em todo o país para reduzir as distâncias percorridas pelas crianças. Se por um lado isso é positivo, por outro traz problemas em relação à restrição do caminhar”, comparou.

Segundo Biavati, as crianças têm hoje mais acesso a alimentos gordurosos, com açúcar e à base de farinha, e ao mesmo tempo fazem menos exercícios. “Será preciso redobrar o esforço do gasto energético das crianças. Nós tiramos a mais tradicional delas, que era o caminhar para a escola”, reforçou. Na classe média, ele diz que a situação é ainda pior. “As crianças não andam nem até a esquina. Aliás, a ordem é não andar mesmo”, disse.

A segurança também foi destacada pelo pesquisador da OMS, Carlos Dora. Segundo ele, os pais, que optam pelo transporte individual a fim de garantirem um deslocamento seguro aos seus filhos, ajudam a tornar o sistema como um todo inseguro. “Os lugares que têm mais espaço dedicado aos pedestres e bicicletas são aqueles que têm menos acidentes”, explicou.

Como os americanos se deslocam para o trabalho?

Ao contrário do que temos acompanhado no mundo em geral, os norte americanos ainda utilizam muito seus “veículos particulares” para se deslocarem ao trabalho, contrariando uma tendência mundial de maior uso de meios de transporte públicos e/ou alternativos.

Segundo recente pesquisa do “EUA Census Bureau”, além do número de deslocamentos por carros ter aumentando substancialmento nos últimos 50 anos, as bicicletas ainda são tão irrelevantes que nem possuem uma categoria própria, sendo consideradas como “outros”, juntamente com táxis e etc!

Mesmo com eventos para promover o uso da bicicleta como meio de transporte, tais como o “Bike to Work”, o americano médio ainda não se animou a “pensar fora da caixa”, alegando muitas vezes dificuldades relativas a distância a ser percorrida, ou a altimetria elevada do percurso como motivos principais para não deixar seu carro em casa.

Talvez a comutação seja a solução para estes casos, misturando os modais, dependendo do trajeto a ser percorrido.

Não sabemos se serve de consolo ou não, mas por aqui a situação não é muito diferente. Temos casos isolados espalhados pelo país, mas no geral ainda somos extremamente conservadores com as nossas políticas e incentivos públicos relativos aos meios de transporte, onde claramente a tendência maior é incentivar os meios de transporte privados, tais como os carros e afins.

Parece um cenário desolador, mas na verdade não é, pois cidades como Paris e Nova Iorque mudaram seus paradigmas num espaço de tempo bem curto, cerca de cinco anos em média, privilegiando as bicicletas em seus modais de transporte.

O que falta para nós na maioria dos casos é visão e planejamento de futuro e principalmente a vontade de mudar.

Nós por aqui estamos fazendo a nossa parte. E você? o que tem feito?

Fonte: Eu vou de Bike

 

Alargamento da Avenida Dois Rios no Ibura, Zona Sul do Recife

 

Projeto alargamento Avenida Dois Rios - PCR/Divulgação
A Avenida Dois Rios, no Ibura, terá um alargamento de 17 metros em um trecho  290 metros de extensão, entre as ruas Pintor Agenor Albuquerque César e a Rua Jornalista Édson Régis. O projeto da Prefeitura do Recife faz parte de uma reivindicação antiga dos moradores locais. De cordo com o secretário de Infraestrutura e Serviços Urbanos, Nilton Mota as sugestões dos moradores serão incluídas no projeto.“Estamos aqui para uma conversa. Queremos abrir este canal de diálogo para que sugestões e propostas de vocês sejam levadas em consideração na hora de concluir o projeto e executar a obra”, garantiu.

A previsão é que o projeto seja concluído nos próximos dias e o edital de licitação seja publicado até o dia 15 de agosto. Já as obras, orçadas em R$ 1,3 milhão, devem ser iniciadas no dia 9 de setembro, com duração de seis meses.O projeto prevê o alargamento de 290 metros da via, com oito metros de largura em cada um dos sentidos; melhoria nas calçadas, com largura regular de 2,5 metros; criação de canteiro central com largura de 1 metro, facilitando a travessia de pedestre; melhoria da drenagem; melhoria da sinalização horizontal e vertical; e implantação de rampas de acessibilidade e colocação  de piso de alerta.

Fonte: Prefeitura do Recife

 

Conheça as empresas que apresentaram menor preço para a licitação dos corredores de BRT no Recife

 

Terminal da Macaxeira - Foto - Hélder Tavares DP/D.A.Press
Os lotes 1 e 2 da licitação dos corredores de ônibus do BRT (Bus Rapid Transit) da Região Metropolitana do Recife já estão com as empresas classificadas com o critério de menor preço. O lote 1, que corresponde ao corredor Norte/Sul, entre Igarassu e Recife com 33,2 km de extensão e 33 estações de embarque e desembarque, deve ficar nas mãos do consórcio Conorte, formado pelas empresas de ônibus: Itamaracá, Cidade Alta e Rodotur.

Já o lote 2 referente ao corredor Leste/Oeste, entre Camaragibe e Recife com 12 km de extensão, teve como menor proposta de preço, segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, a empresa Rodoviária Metropolitana.

Dentro de 15 dias haverá análise das propostas técnicas e no dia 13 de agosto ocorrerá a classificação provisória e a abertura da habilitação propriamente dita.

Os outros cinco lotes devem ser licitados em uma segunda etapa, prevista para o dia 30 de agosto deste ano, sendo eles o corredor da José Rufino e Abdias de Carvalho; Mascarenhas de Moraes; Rosa e Silva, Rui Barbosa e Avenida Norte; Beberibe e Presidente Kennedy; Domingos Ferreira e BR-101 Cabo/Ipojuca. Segundo o governo, o custo estimado para a prestação de serviço nos sete lotes é de R$ 15 bilhões, sendo que os dois primeiros têm uma previsão de R$ 4,5 bilhões ao ano.

A licitação passou por mudanças também em seu modelo, que passa a se basear apenas na menor remuneração, seguindo sugestão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), embora sejam exigidos a comprovação de capacidade técnica operacional das empresas. Os vencedores do edital terão direito de exploração de 15 anos, renováveis por mais cinco.

Os requisitos e indicadores de qualidade foram mantidos no novo edital, que coloca a idade média máxima da frota em três anos e meio para ônibus convencionais e oito anos para os articulados e TROs, sendo que cada veículo convencional só poderá rodar por até sete anos, enquanto os articulados, por dez anos.

O processo licitatório exige ainda que as linhas de TRO atuem com ar-condicionado até junho de 2014 e que as linhas ‘troncais’ contem com o equipamento até junho de 2015. O Grande Recife Consórcio de Transporte ainda estuda como estender para o resto da frota o benefício. O edital pode ser conferido na página do Grande Recife.

Sistema de monitoramento
O Grande Recife abriu também licitação para o Sistema Inteligente de Monitoramento da Operação (Simop), publicado no Diário Oficial no dia 14 de junho. Estimado em R$ 53,7 milhões, o processo deve ser concluído até agosto.

A licitação prevê a implantação de computadores de bordo em toda a frota do Sistema, a fim de otimizar a gestão e conseguir passar à população uma previsão real dos horários dos ônibus. As informações do processo também podem ser consultadas na página do Grande Recife

Abertura das propostas da licitação das linhas de ônibus do Grande Recife

Ônibus Conde da Boa Vista - Foto - Annaclarice Almeida /DP.D.A.Press

A abertura das propostas da licitação das linhas de ônibus do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP) está sendo feita neste momento na sede do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano. Ao contrário da primeira licitação que foi deserta, dessa vez várias empresas estão levando as suas propostas. O número de empresas concorrendo à licitação só será divulgado no início da tarde. A homologação está marcada para o dia 30 de setembro e no dia 10 de outubro está prevista a assinatura dos contratos e início da operação em 2014.

O edital passou por mudanças após o fracasso da primeira licitação em janeiro passado. Uma das mudanças foi a decisão de dividir a licitação em duas etapas. A primeira conta com dois lotes, referentes aos corredores de ônibus Norte/Sul e Leste/Oeste, que juntos correspondem a 115 linhas, o que equivale a 30% da frota, já incluindo os veículos do Transporte Rápido por Ônibus (TRO) ou BRT (Bus Rapid Transit).

Os outros cinco lotes devem ser licitados em uma segunda etapa, prevista para o dia 30 de agosto deste ano, sendo eles o corredor da José Rufino e Abdias de Carvalho; Mascarenhas de Moraes; Rosa e Silva, Rui Barbosa e Avenida Norte; Beberibe e Presidente Kennedy; Domingos Ferreira e BR-101 Cabo/Ipojuca. Segundo o governo, o custo estimado para a prestação de serviço nos sete lotes é de R$ 15 bilhões, sendo que os dois primeiros têm uma previsão de R$ 4,5 bilhões ao ano.

A licitação passou por mudanças também em seu modelo, que passa a se basear apenas na menor remuneração, seguindo sugestão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), embora sejam exigidos a comprovação de capacidade técnica operacional das empresas. Os vencedores do edital terão direito de exploração de 15 anos, renováveis por mais cinco.

Os requisitos e indicadores de qualidade foram mantidos no novo edital, que coloca a idade média máxima da frota em três anos e meio para ônibus convencionais e oito anos para os articulados e TROs, sendo que cada veículo convencional só poderá rodar por até sete anos, enquanto os articulados, por dez anos.

O processo licitatório exige ainda que as linhas de TRO atuem com ar-condicionado até junho de 2014 e que as linhas ‘troncais’ contem com o equipamento até junho de 2015. O Grande Recife Consórcio de Transporte ainda estuda como estender para o resto da frota o benefício. O edital pode ser conferido na página do Grande Recife.

Sistema de monitoramento
O Grande Recife abriu também licitação para o Sistema Inteligente de Monitoramento da Operação (Simop), publicado no Diário Oficial no dia 14 de junho. Estimado em R$ 53,7 milhões, o processo deve ser concluído até agosto.

A licitação prevê a implantação de computadores de bordo em toda a frota do Sistema, a fim de otimizar a gestão e conseguir passar à população uma previsão real dos horários dos ônibus. As informações do processo também podem ser consultadas na página do Grande Recife

Transporte público faz bem à saúde

ônibus engarrafamento Recife - Foto - Júlio Jacobina DP/D.A.Presss

Por

Tânia Passos

Quem enfrenta todos os dias metrô e ônibus lotados e perde tempo preso nos engarrafamentos dificilmente vai acreditar que o transporte público faz bem ao corpo. Mas um estudo científico da Organização Mundial de Saúde (OMS) defende a priorização de corredores exclusivos como uma política de saúde pública. Segundo a entidade, o uso majoritário de coletivos impacta diretamente na qualidade do ar que respiramos e reduz o número de acidentes de trânsito.

Caminhar até a parada do ônibus também é mais saudável que dar um passo para entrar no carro. A estimativa é que uma pessoa que se desloca de ônibus pode gastar por dia 350 calorias a mais do que quem faz o mesmo percurso de carro. Equivale a uma hora de caminhada.

O recorte feito  pelo pesquisador Carlos Dora, coordenador do Departamento de Saúde e Meio Ambiente da OMS, que realizou o levantamento, foi baseado em mais de 300 pesquisas em todo o mundo sobre saúde, mobilidade, planejamento e gestão urbana. Para ele, o transporte coletivo priorizado não é apenas uma necessidade urbana, mas, sobretudo, humana. “A inatividade física ocasiona doenças como a diabetes e a hipertensão.

A poluição do ar é um problema muito grave nas grandes cidades, e o carro é o principal responsável por isso. No Brasil, as estatísticas são assustadoras: 40 mil pessoas morrem no trânsito por ano”, ressaltou Carlos Dora, que também defende a melhoria de outras formas de deslocamento não motorizado, com mais incentivo para bicicleta e caminhadas.

O auxiliar de serviços gerais Cristiano Marinho, 36 anos, voltou a usar o transporte público depois que teve sua moto roubada há dois meses no Recife. Com 1,65 de altura e 80 kg, ele conta que perdeu cinco quilos desde que voltou a usar o ônibus. Além de mais magro, ainda passou esse tempo bem distante do risco de ser mais um nas estatísticas de acidentes de moto no estado, que somam 30% do total de acidentes de trânsito registrados.

Apesar disso – e em decorrência das más condições do transporte público local – ele não vê a hora de voltar à moto. “ Caminho mais de 20 minutos de casa para a parada de ônibus e muita coisa tenho que resolver a pé. Uma coisa é perder peso. Outra é sofrer todo dia. Prefiro ter minha moto de volta”, revelou.

Aos 58 anos, a empresária Ana Carolina Caldas não faz a menor ideia de como é andar de ônibus. Aos 18, ganhou o primeiro carro dos pais. “Nunca andei de ônibus na minha vida. Antes de ter o meu próprio carro, sempre tinha alguém para me levar ou buscar nos lugares”, revelou. Com 1,60 de altura e 83kg, ela está acima do peso que gostaria. Mas perder calorias no ônibus, nem pensar. “O nosso transporte público é muito ruim. Prefiro a dieta”, afirmou.

A professora do Departamento de Nutrição da UFPE Fernanda Lima chama a atenção para os hábitos alimentares. “Quanto mais atividade física, melhor, e isso inclui até mesmo a caminhada ao ônibus. Mas é importante os cuidados com a alimentação”, ponderou.

Saiba mais

Relação transporte público e saúde

Obesidade

300 milhões de pessoas são obesas no mundo, sendo 1/3 nos países em desenvolvimento
350 calorias são gastas a mais por dia para quem se desloca no transporte público se comparar o mesmo percurso feito de carro
19 milhões de pessoas morrem por ano por inatividade física com doenças como diabetes e hipertensão: 3,2 milhões estavam aparentemente saudáveis

Poluição do ar

2 milhões de pessoas morrem por ano por causa da poluição do ar
68% dos poluentes na atmosfera são despejados pelos automóveis
90% da poluição do ar em áreas urbanas têm como fator poluidor os automóveis

Acidente

1,2 milhão de pessoas morrem por ano em acidente de trânsito em automóveis. Quanto mais corredores de transportes de massa, menos carros nas ruas
66% dos empréstimos no Banco Mundial entre 2002 e 2004 foram para investimentos de vias para o trânsito comum, que não privilegiam o transporte público

Fonte: Pesquisa do coordenador do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da Organização Mundial de Saúde (OMS), Carlos Dora

Relógio no lugar do cartão VEM

Relógio Vem - Foto - Tânia Passos/DP.D.A. Press

O Vale Eletrônico Metropolitano (VEM), o tradicional cartão magnético de recarga do transporte público da Região Metropolitana do Recife, seja no modelo trabalhador, estudante, comum, infantil ou especial,poderá ser substituído por um relógio. Isso mesmo. A rede Ponto Certo pretende oferecer o produto ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE). O chip que fica localizado dentro do cartão poderá ser inserido no relógio.

Relógio Vem - Tânia Passos DP.D.A.Press

A tecnologia já existe há oito anos e está sendo trazida para o Brasil pela Rede Ponto Certo. A estimativa é que até setembro cerca de 180 unidades sejam trazidas para o Recife para medir o interesse do mercado local. “A pessoa pode fazer a opção de não mais carregar o cartão magnético e utilizar o relógio. Será uma opção, ficará a critério do consumidor”, detalhou Eduardo Muniz, diretor geral da Ponto Certo.

O relógio no modelo watch2pay ainda não tem preço definido. Hoje, o cartão do Vem sai por R$ 2,00. O  relógio ainda não está disponível para comercialização em nenhuma região. Ele está  em teste somente no  Recife e em Ribeirão. Em São Paulo e Rio de Janeiro ele não está nem disponível e nem em teste.

Projeto de desoneração do transporte coletivo foi adiado para agosto

 

Passageiros ônibus/Recife - Foto - Roberto Ramos /DP/D.A. Press

O projeto que visa reduzir o preço das passagens de ônibus urbanos (PL 1927/03, do ex-deputado Fernando de Fabinho) com a desoneração de uma série de impostos pagos pelas empresas concessionárias já foi aprovado, com alterações, pelo Senado e está pronto para voltar à Câmara. A proposta foi aprovada originalmente na Câmara em outubro de 2009.

O prazo para apresentação de recurso contra votação terminativa da proposta na Comissão de Assuntos Econômicos daquela Casa terminou no dia 19 de julho. Como não houve recurso, a matéria seguirá direto para a Câmara no início de agosto, sem passar pelo Plenário.

O projeto institui o Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano de Passageiros (Reitup). Com o Reitup, a União, que já promoveu por medidas provisórias e decreto algumas das providências previstas no projeto, ampliaria esses benefícios fiscais com a redução a zero do PIS/Pasep e da Cofins na aquisição de óleo diesel para ônibus, de energia elétrica para operação de metrôs e de veículos, chassis/carrocerias e pneus.

Licitações
Estados e municípios poderão aderir ao Reitup, desde que desonerem as empresas de impostos de sua competência, como o ICMS e o ISS. Deverão adotar ainda as seguintes providências: realizar licitações para conceder os serviços, implantar regime de bilhete único, instalar conselhos de transporte com a participação da sociedade civil e elaborar laudos demonstrando o impacto dos incentivos concedidos e determinando os valores máximos das tarifas. Para tanto, terão prazo de dois anos, conforme emenda da senadora Kátia Abreu (PSD-TO).

Além dos benefícios tributários, o projeto propõe um desconto mínimo de 75% nas tarifas de energia elétrica consumida pelos metrôs, trens metropolitanos e trólebus. A redução da receita das concessionárias de energia elétrica em decorrência desse desconto será compensada pela União – foi alterada a versão original do substitutivo do relator, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que transferia ao consumidor de energia elétrica o pagamento desse ônus.

Transparência
O substitutivo incorporou, total ou parcialmente, muitas das 24 emendas apresentadas pelos senadores. Uma parte delas, por sugestão dos senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Roberto Requião (PMDB-PR), visa aumentar a transparência e o controle social sobre as planilhas de custos das empresas de transporte coletivo.

Municípios com mais de 200 mil habitantes, por exemplo, deverão contratar auditoria externa para auxiliar na elaboração de laudo para o cálculo da tarifa, que serão publicados na internet.

A exigência de elaboração de planilha detalhada de custos e receitas foi estendida, no substitutivo, às empresas que não aderirem ao Reitup. Com a obrigação de que cada município institua um conselho de transporte, o projeto visa a maior participação social no cálculo das tarifas.

O projeto assegura a aplicação da Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/11) aos dados das empresas de transporte coletivo, em razão da existência de contrato de concessão com o poder público.

Todos esses mecanismos de transparência têm como objetivo assegurar que os benefícios concedidos – pelas desonerações e redução dos custos de insumos – convertam-se integralmente em descontos nas tarifas. Inácio Arruda disse que se pretende evitar apropriação indevida de receita por parte das empresas de transporte coletivo.

Visando prevenir disparidades nos preços das passagens, o relator acatou emenda do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) que estabelece planilha nacional de referência para o cálculo dos custos de empresas de transporte coletivo.

Por sugestão do senador Aníbal Diniz (PT-AC), o relator excluiu do texto de seu substitutivo a redução da contribuição patronal à seguridade para 0,5% – as empresas continuarão recolhendo à Previdência 2% do faturamento, como determina a legislação vigente.

Compensação
A emenda que causou maior polêmica, apresentada pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), prevê que os recursos efetivamente aplicados na melhoria do transporte por estados e municípios serão aceitos como pagamento da dívida que esses entes federados têm com a União, até o limite de 30%.

A mudança teve parecer contrário do relator, que temia inviabilizar o projeto com o acréscimo dessa compensação. Colocada em votação, a emenda obteve 17 votos favoráveis e apenas três contrários.

Ao fim da votação, Lindbergh Farias disse que a aprovação do projeto foi uma vitória e que a aceitação da emenda do senador Aloysio Nunes fazia “parte do jogo democrático”. De acordo com o relator, o projeto que seguirá à Câmara é “muito consistente”.

Fonte: Agência Câmara (Com informações da Agência Senado)

Viena reutilizou trilhos de bondes e o Recife tem alguma chance?

Fellipe Castro/Esp. Aqui PE/D.A O Recife que já teve uma malha viária de bondes de quase 200km, acabou perdendo quando optou pelo transporte rodoviário. Os trilhos ficaram como memória de um passado, pelo menos por enquanto. Confira o exemplo de Viena.

Em alguns lugares do Brasil, como resquício do século 20, há diversos trilhos de bondes nos quais hoje não circula mais nenhum transporte e a infraestrutura serve apenas como vestígio do passado. Em Viena, capital da Áustria, esses mesmos trilhos estão sendo reutilizados para as linhas de ônibus elétricos.

A vontade de mudar o sistema de transporte público era maior que o orçamento em Viena. Foi então que os governantes resolveram adaptar a infraestrutura deixada pelos bondes para os veículos que usam baterias. Sem uso de gasolina e dotados de bateria elétrica, doze ônibus já estão em serviço – eles reduzem a emissão de CO2, o barulho comum dos veículos convencionais e aproveitam a mobilidade de linhas exclusivas para o transporte público.

Cada ônibus transporta 40 passageiros. A cidade não precisou criar uma infraestrutura para o novo modal, o que seria inviável financeiramente, uma vez que o orçamento de Viena encontra-se restrito ainda devido à crise europeia, segundo informou o New York Times.

A tecnologia foi fornecida pela Siemens e deve ser utilizada em cinco cidades da Europa e duas da América do Sul, cujos nomes não foram divulgados. De modo pioneiro, as linhas de bonde permitem o carregamento das baterias enquanto os ônibus circulam sobre os trilhos. A emissão de dióxido de carbono tende a ser redzida em 300 toneladas ao ano.

Os ônibus adotados por Viena custaram à cidade 400 mil euros (1,2 milhão de reais), o dobro de uma frota movida a gás ou gasolina, mas quando compensada a economia com os trilhos e com a saúde pública, percebeu-se que valeria o investimento.

Brasil atrasado

Embora não seja novidade no resto do mundo, o Brasil está entrando atrasado no terreno dos veículos elétricos. A opinião é do presidente do conselho consultivo da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Jaime Buarque de Holanda.

Há cerca de 13 anos, a entidade chama a atenção de que seria importante o país se preparar para essa transição tecnológica. “De modo geral, essa coisa não foi bem percebida aqui no Brasil”, apontou Holanda.

A capital do Paraná, Curitiba, foi pioneira no país na produção de ônibus elétricos para transporte coletivo. No município já estão em operação 30 veículos hibribus, ônibus movidos por dois motores, um deles abastecido por energia elétrica e outro, por biodiesel.

Esse é o primeiro ônibus híbrido produzido pela Volvo no Brasil, por encomenda da prefeitura de Curitiba. O investimento, porém, foi feito pelas empresas privadas do setor de transporte urbano e não incluem a reutilização de trilhos.

Abaixo o viaduto. Concurso quer propor alternativas a um elevado em Fortaleza

concurso viaduto

Um grupo de estudantes de arquitetura da Universidade Federal do Ceará (UFC) se mobilizaram para propor alternativas de mobilidade para a cidade de Fortaleza. A primeira ação foi lançar o “Concurso de Alternativas ao Viaduto” que será construído no Parque do Cocó.

O grupo “Direitos Urbanos – Fortaleza” foi criado com base em fóruns de mesmo nome em outros estados e como resultado das manifestações nacionais que buscam melhorias para o país, destaca um dos membros, Victor Rocha, 20, que cursa o quinto semestre de Arquitetura na UFC. Para o estudante, existe carência de discussão para as obras que são feitas em Fortaleza e que o objetivo do grupo é fomentar debates fundamentados sobre o assunto.

Os estudantes organizaram uma assembleia, que contou com a participação de outros movimentos, e definiram as pautas mais importantes para a cidade no momento: a construção do Acquário do Ceará e a obra dos viadutos no Cocó.

Concurso de alternativas a viaduto

Da assembleia, foram definidas as primeiras ações do grupo. Nesta quarta-feira, 17, foi lançado o Concurso de Alternativas para o Viaduto (Antônio Sales/Engenheiro Santana Jr.). A proposta é destinada a arquitetos e urbanistas, mas aberto a participações de pessoas envolvidas com a melhoria dos espaços públicos e da mobilidade urbana, diz o cartaz de divulgação.

As propostas devem ser enviadas até o dia 10 de agosto para o e-mail cacau@arquitetura.ufc.br, em uma prancha de tamanho A3 em formato PDF. Não existe comissão técnica para análise das propostas. Elas serão apresentadas no fórum e as melhores serão reunidas em um arquivo que será enviado para as secretárias de Infraestrutura e a de Urbanismo e Meio Ambiente.

“A proposta do concurso, veio da necessidade de não só reclamar, mas também de propor – o que a prefeitura não faz – buscar que as pessoas mostrem ideias”, disse Victor.

Petição pela mobilidade

O grupo também divulgou uma carta direcionada à prefeitura de Fortaleza e ao governo do Estado do Ceará. “O que a carta critica é um modelo de mobilidade urbana que tem sido feita no Ceará e em outros estados que é muito atrasada em relação a outros lugares do mundo, com grandes rodovias, com o modelo de uso dos carros”, afirma Luna Lyra, 23, que cursa o último semestre de arquitetura. “As cidades que já fizeram isso estão revendo os espaços e adotando outras formas de mobilidade”, ressalta.

O objetivo do grupo é criar uma petição pública para que as pessoas possam apoiar a carta, que será entregue a autoridades políticas juntamente ao resultado do concurso.

A próxima meta é divulgar um vídeo educativo para esclarecer as pessoas que ainda têm a mentalidade de que o tipo de obra que os governos propõe não é uma boa solução, afirma Victor.