O Campeonato Pernambucano de futebol está com um regulamento diferente pelo 3º ano seguido, ferindo sem pena o Estatuto do Torcedor, que prevê pelo menos dois anos para cada fórmula aprovada nas competições.
O novo formato, com uma fase classificatória e a disputa de uma fase decisiva, com semifinal e final, foi aprovada por 11 dos 12 participantes. O Sport votou contra.
Na teoria, uma disputa para tornar o Estadual mais emocionante, já que o Rubro-negro ganhou 3 dos seus 4 títulos seguidos sem sequer disputar uma decisão.
Mas, aos poucos, a edição deste ano vai mostrando toda a sua limitação. 😯
1º) O formato dos mata-matas. Terminar como líder após 22 rodadas e ter como única vantagem apenas jogar a segunda partida em casa é quase uma ideia insana.
Na maioria das competições, a vantagem de jogar por resultados iguais (2 empates ou um vitória pra cada lado com a mesma diferença no saldo de gols) é quase uma regra!
Em Pernambuco, pra completar, o confronto terá o esquema da Copa do Brasil. Emocionante? Sim. Mas, esportivamente falando, muito injusto. Desnecessário.
2º) Como já foi dito pelo Diario (veja AQUI), um time do interior poderá ser campeão pernambucano, mas mesmo assim pode ficar de fora da Série D, já que a classificação para o Brasileiro não engloba toda a competição, mas apenas a 1ª fase do Estadual.
É difícil de acontecer? É. Mas existe a possibilidade, correto? Pois é. Isso basta para ser mais uma falha. Central campeão pernambucano de 2010, classificado à Copa do Brasil de 2011 e fora da Série D deste ano… Que beleza seria um cenário assim!
3º) Ficou provado mais uma vez que um Pernambucano com 12 times é uma overdose. Dez clubes é um número mais do que suficiente. Por causa do inchaço, o Estadual de 2010 foi o primeiro a começar, entre os mais tradicionais, e será o último a acabar.
O Paulistão, com 20 clubes (mas com potencial econômico para isso), está a uma rodada do fim de sua fase classificatória. Aqui ainda faltam 3…
Uma tabela local que ultrapassa o limite imposto pela CBF. Segundo o calendário da entidade que o comanda o futebol do país, os regionais deveriam ter, no máximo, 23 datas. O Paulistão irá cumprir isso (19 + 4 das finais). Em Pernambuco serão 26.
Com 10 clubes e o mesmo formato, teríamos uma competição com 22 datas. Nas regras do jogo. Com um mínimo de tempo de preparação, tanto para o Estadual quanto a semaninha de descanso para a Série B, prioridade de rubro-negros e alvirrubros.
4º) Para completar… Ficou a sensação de que a FPF não cogitou a possibilidade que algum time do Recife conseguisse se classificar às oitavas de final. Mesmo tendo a consciência de que quase sempre pelo menos um time da capital avança até esta fase… Tem sido assim desde 2003 (veja AQUI)! E olhe que neste ano foram dois.
O que era pra acabar em maio pode se estender até junho… E no meio daquela papelada toda do regulamento, fica parecendo que 11 times assinaram sem ler.
Não é o Frankenstein de 2008, mas é uma competição injusta e desarrumada.