Os presidentes do Trio de Ferro que já conquistaram títulos oficiais no futebol

Camisas retrô de Santa Cruz, Sport e Náutico. Crédito: camisasdefutebolretro.com

Atualizado até 28/03/2018

Centenários, os três grandes clubes pernambucanos somam 100 títulos oficiais no futebol, sendo 48 do Sport, 31 do Santa e 21 do Náutico. Neste levantamento do blog, considerando as conquistas mais expressivas, entraram as seguintes competições: Estadual (1915-2017), Nordestão (1994-2017), Torneio Norte-Nordeste (1968-1970), Série C (1981-2017), Série B (1971-2017), Série A (1959-2017) e Copa do Brasil (1989-2017), com a discussão aberta sobre outros torneios, claro. Aqui, porém, o viés é sobre o presidente à frente em cada um desses títulos. Até hoje, 60 mandatários conseguiram títulos em suas gestões, à parte da análise administrativa, com ampliação estrutural e redução de dívidas (ou o contrário!). Alguns múltiplos campeões se beneficiaram de vários mandatos, enquanto outros conseguiram uma taça expressiva para a respectiva galeria mesmo com apenas um ano.

No Náutico está o maior campeão pernambucano. O nome não traz surpresa alguma: Eládio de Barros Carvalho, que há tempos empresta o nome ao estádio dos Aflitos. Foram seis campeonatos, e não exatamente o “hexa”, embora tenha comandado o timbu no início da sequência exclusiva. No Santa, curiosamente os presidentes executivos com mais títulos são os da década mais recente, quando o clube engatou uma série de cinco estaduais em seis anos e ainda conquistou os seus primeiros títulos oficiais fora do âmbito local. Sem contar o fato de ALN e Alírio terem tido mandatos maiores, uma vez que num período de 40 anos (1973-2013) somente um tricolor teve uma gestão superior a dois anos – José Neves, com três mandatos.

Já no Sport, quatro presidentes tem um histórico superior a três títulos, com o polêmico Lucano Bivar, que renunciou em 2011 e se licenciou em 2013, sendo o maior vencedor (entre todos listados abaixo), embora não tenha conquistado nenhuma das duas estrelas douradas – na verdade, ganhou a prateada.

Sport – 25 presidentes campeões

7 títulos
Luciano Bivar (PE em 1997, 1998, 1999, 2000 e 2006, NE em 2000 e Série B em 1990)

5 títulos
Wanderson Lacerda (PE em 1991, 1992, 1994 e 1996, NE em 1994)

3 títulos
Adelmar da Costa Carvalho (PE em 1955, 1956 e 1958) e Milton Bivar (PE em 2007 e 2008, Copa do Brasil em 2008)

2 títulos
Manoel José Guimarães (PE em 1916 e 1917), Hermenegildo da Silva Loyo (PE em 1923 e 1924), Luiz da Rosa Oiticica (PE em 1941 e 1942), Severino Pereira de Albuquerque (PE em 1961 e 1962), Jarbas Guimarães (PE em 1975 e 1977), José Antônio Alves de Melo (PE em 1981 e 1982), Homero Lacerda (Série A em 1987 e PE em 1988), Silvio Guimarães (PE em 2009 e 2010) e João Humberto Martorelli (PE em 2014 e NE em 2014)

1 título
Arnaldo da Silva Loyo (PE em 1920), Roberto Rabello (PE em 1925), Raphael Addobati (PE em 1928), José de Andrade Médicis (PE em 1938), Renato Silveira (PE em 1943), João Elysio de Lauria (PE em 1948), José Lourenço Meira de Vasconcelos (PE em 1949), José Dhália da Silveira (PE em 1953), Eduardo Cardoso (N-NE em 1968), José Moura (PE em 1980), Severino Otávio (PE em 2003) e Arnaldo Barros (PE em 2017)

Santa Cruz – 21 presidentes campeões

4 títulos
Antônio Luiz Neto (PE em 2011, 2012 e 2013, Série C em 2013)

3 títulos
Alírio Moraes (PE em 2015 e 2016, NE em 2016)

2 títulos
Carlos Afonso de Melo (PE em 1931 e 1932), Odivio Duarte (PE em 1957 e 1959), Aristófanes de Andrade (PE em 1969 e 1970), James Thorp (PE em 1971 e 1972) e José Neves (PE em 1986 e 1987)

1 título
Alcides Lima (PE em 1933), Virgílio Borba Júnior (PE em 1935), Jaime Galvão (PE em 1940), José Fulgino (PE em 1946), Edgar Beltrão (PE em 1947), Gastão de Almeida (PE em 1973), José Nivaldo de Castro (PE em 1976), Mariano Pedro Mattos (PE em 1978), Rodolfo Aguiar (PE em 1979), Vanildo de Oliveira Ayres (PE em 1983), Dirceu Menelau (PE em 1990), Alexandre Mirinda (PE em 1993), Luiz Arnaldo (PE em 1995) e Romerito Jatobá (PE em 2005).

Náutico – 14 presidentes campeões

6 títulos
Eládio de Barros Carvalho (PE em 1950, 1951, 1952, 1954, 1960 e 1963)

2 títulos
Luiz Carneiro de Albuquerque (PE em 1967 e 1968) e Josemir Correia (PE em 1984 e 1985)

1 título
Victorino Maia (PE em 1934), Aroldo Fonseca (PE em 1939), Neto Campelo Júnior (PE em 1945), Wilson Campos (PE em 1964), Fernando Wanderley (PE em 1965), Manuel Cesar de Moraes (PE em 1966), João de Deus (PE de 1974), Antônio Amante (PE em 1989), André Campos (PE em 2001), Sérgio Aquino (PE em 2002) e Ricardo Valois (PE em 2004)

Os maiores públicos do Náutico como mandante na Arena Pernambuco

Pernambucano 2018, semifinal: Náutico 1 x 0 Salgueiro. Foto: Mário Mawad/cortesia, via twitter (@mariomawad)

O público na semifinal do Estadual 2018, com 20 mil alvirrubros (o 6º maior)

O Náutico foi o primeiro mandante da história da Arena Pernambuco, literalmente, pois a inauguração foi marcada por um amistoso do timbu diante do Sporting de Lisboa, em 2013. Naquela mesma época, o clube assinou um contrato de 30 anos com o consórcio-operador, então existente, para mandar os seus jogos em São Lourenço. A parceria público-privada acabou em 2016, após decisão do governo do estado, devido ao alto custo, mas o alvirrubro seguiu mandando as suas partidas na arena até 2018. Por necessidade, já que o estádio dos Aflitos estava sem condições – tanto na questão estrutural quanto na legal. Portanto, entre idas e vindas por lá, foram seis temporadas do Náutico, até o retorno de fato para o já centenário Eládio de Barros Carvalho.

O período no palco da Copa do Mundo de 2014 foi marcado pela queda do clube da Série A para a Série C e também pelo fim do subsídio estatal nos ingressos através do ‘Todos com a Nota’. Ainda assim, num contexto frágil técnica e financeiramente, o clube conseguiu registrar públicos interessantes, – oito deles superiores aos Aflitos após a reforma, com 19.600 lugares.

Lista atualizada, com o público total, até 25/03/2018

Os maiores públicos do Náutico na Arena Pernambuco (+15 mil)
30.061 – Náutico 0 x 1 Sport, em 23/04/2014 (Estadual)
26.803 – Náutico 1 x 1 Sporting (POR), em 22/05/2013 (amistoso)
25.602 – Náutico 0 x 2 Oeste, em 26/11/2016 (Série B)
25.257 – Náutico 1 x 0 Ceará, em 01/10/2016 (Série B)
20.661 – Náutico 1 x 4 Cruzeiro, em 06/10/2013 (Série A)
20.446 – Náutico 3 x 2 Salgueiro, em 25/03/2018 (Estadual)
20.413 – Náutico 1 x 3 Ponte Preta, em 06/07/2013 (Série A)
19.997 – Náutico 0 x 0 Atlético-MG, em 10/08/2013 (Série A)
19.541 – Náutico 1 x 1 Sport, em 23/04/2017 (Estadual)
19.488 – Náutico 3 x 0 Internacional, em 28/07/2013 (Série A)
18.136 – Náutico 1 x 0 Afogados, em 18/03/2018 (Estadual)
16.774 – Náutico 0 x 2 Flamengo, em 15/07/2015 (Copa do Brasil)
16.583 – Náutico 0 x 1 Fluminense, em 17/08/2013 (Série A)
16.502 – Náutico (5) 1 x 0 (3) Salgueiro, em 13/04/2014 (Estadual)
15.683 – Náutico 3 x 5 Santa Cruz, em 23/03/2014 (Estadual)
15.596 – Náutico 1 x 2 Santa Cruz, em 24/04/2016 (Estadual)
15.003 – Náutico 0 x 0 Flamengo, em 22/09/2013 (Série A)

As diferenças organizacionais nas Séries A, B e C de 2018, competitividade à parte

Os troféus das Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro

Os regulamentos oficiais das três principais divisões do Campeonato Brasileiro foram publicados pela CBF. As normas envolvem 60 clubes em 2018, com algumas mudanças organizacionais, à parte da competitividade no futebol, naturalmente. Abaixo, as principais diferenças observadas pelo blog. Caso queira conferir os regulamentos, eis os links: Série A, Série B e Série C.

Série A
Nº de clubes: 20* (sendo 4 nordestinos)
Nº de jogos: 38 (para todos os times)
Duração da competição: de 14/04 a 02/12
Preço mínimo do ingresso: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Capacidade mínima do estádio: 12.000 lugares
Limite de jogadores inscritos: não tem
Prazo de inscrição de jogadores: até 04/09
Limite de jogos para transferência dentro da divisão: 6 por jogador 
Passagens e hospedagens: cada clube é responsável por sua despesa

* América-MG, Atlético-MG, Atlético-PR, Bahia, Botafogo, Ceará, Corinthians, Chapecoense, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Paraná, Santos, São Paulo, Sport, Vasco e Vitória

Série B
Nº de clubes: 20** (sendo 4 nordestinos)
Nº de jogos: 38 (para todos os times)
Duração da competição: de 13/04 a 24/11
Preço mínimo do ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Capacidade mínima do estádio: 10.000 lugares
Limite de jogadores inscritos: 40 atletas
Prazo de inscrição de jogadores: até 10/09
Limite de jogos para transferência dentro da divisão: 6 por jogador
Passagens e hospedagens: CBF banca até 30 pessoas a cada jogo fora

** Atlético-GO, Avaí, Boa Esporte, Brasil-RS, Coritiba, CRB, Criciúma, CSA, Fortaleza, Figueirense, Goiás, Guarani, Juventude, Londrina, Oeste, Paysandu, Ponte Preta, Sampaio Corrêa, São Bento-SP e Vila Nova

Série C
Nº de clubes: 20*** (sendo 8 nordestinos)
Nº de jogos: de 18 (para todos os times) a 24 (para os finalistas)
Duração da competição: de 14/04 a 23/09
Preço mínimo do ingresso: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Capacidade mínima do estádio: não tem (apenas na final, com 10.000)
Limite de jogadores inscritos: 35 atletas (sendo 5 do Sub 23)
Prazo de inscrição de jogadores: até 15/06
Limite de jogos para transferência dentro da divisão: 3 por jogador
Passagens e hospedagens: CBF banca até 30 pessoas a cada jogo fora

***ABC, Atlético-AC, Botafogo-PB, Botafogo-SP, Bragantino, Confiança, Cuiabá, Globo-RN, Joinville, Juazeirense, Luverdense, Náutico, Operário-PR, Remo, Salgueiro, Santa Cruz, Tombense-MG, Tupi, Volta Redonda e Ypiranga-RS

A cota de TV da Série B 2018, com R$ 169 milhões. Na divisão, 36% para dois clubes

As cotas de TV da Série B de 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Ao todo, a Globo pagará R$ 169,79 milhões pelos direitos de transmissão da Série B de 2018. Entretanto, somente os dois cotistas presentes (Coritiba e Goiás) correspondem a 36% de toda a receita. Os demais times vão dividir um bolo de R$ 108 milhões, negociado para esta edição. Em relação à edição passada, que contou com o Inter, um cotista ainda maior, a queda geral foi e 5,6%. Confira como fica a divisão da televisão para a Segundona.

Grupo 1: Coritiba (R$ 35.000.000)
O clube é um dos 18 do país com o status ‘cotistas da tevê’, garantindo uma cota de Série A mesmo disputando a segunda divisão. Como esta é a sua primeira participação após o rebaixamento, o clube paranaense tem direito à cota integral. E vale lembrar que o Coxa ainda recebe um adicional pelo pay-per-view, à parte desta cota fixa (idem com o Goiás).

Grupo 2: Goiás (R$ 26.250.000)
O Goiás também faz parte dos ‘cotistas’. Porém, o contrato firmado pelos 18 cotistas com a emissora, com cláusulas válidas de 2012 a 2018, prevê a redução de 25% no valor anual a partir da segunda temporada ao descenso – e o Goiás já está indo para a terceira. Portanto, assim como já havia ocorrido em 2017, o alviverde goiano deixa de receber R$ 8,75 milhões.

Grupo 3: demais clubes* (R$ 6.030.000, cada)
Os outros 18 participantes não possuem contratos duradouros com a Globo, tendo que negociar anualmente a situação – o Guarani já fez parte na ‘nata’, mas foi deixado de lado em 2012. Neste ano, o bolo para esses clubes foi de R$ 108.540.000, com aumento de R$ 14,74 milhões em relação à edição anterior. Porém, o formato mudou. Em 2017, no arbitral, foi decidido que os times recém-rebaixados e os dois melhores que não haviam conseguido o acesso receberiam cotas maiores, escalonadas. Enquanto isso, os quatro oriundos da Série C receberiam menos. No arbitral de 2018, por 10 x 8 na votação, os clubes decidiram dividir igualitariamente, como era até 2016.

* Atlético-GO, Avaí, Boa Esporte, Brasil de Pelotas, CRB, Criciúma, CSA, Figueirense, Fortaleza, Guarani, Juventude, Londrina, Oeste, Paysandu, Ponte Preta, Sampaio Corrêa, São Bento e Vila Nova

A tabela da Série B de 2018, com 4 clubes do Nordeste. A menor representatividade

O troféu da Série B. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A CBF divulgou a tabela básica da Série B de 2018, agendada entre 13 de abril e 24 de novembro. Esta é a 13ª edição da competição na era dos pontos corridos, sempre com o mesmo formato: 20 clubes, 38 rodadas, 4 acessos e 4 rebaixamentos. Terá a menor representatividade do Nordeste neste período, com apenas quatro clubes (CRB, CSA, Fortaleza e Sampaio Corrêa).

A representatividade nordestina (e de PE) nos pontos corridos da Série B
2006 – 5 clubes (Náutico e Sport), 2 acessos
2007 – 5 clubes (Santa Cruz), 1 acesso e 1 descenso
2008 – 6 clubes (nenhum pernambucano), 1 descenso
2009 – 7 clubes (nenhum pernambucano), 1 acesso e 3 descensos
2010 – 6 clubes (Náutico e Sport), 1 acesso e 1 descenso
2011 – 7 clubes (Náutico, Salgueiro e Sport), 2 acessos e 2 descensos
2012 – 6 clubes (nenhum pernambucano), 1 acesso e 1 descenso
2013 – 6 clubes (Sport), 1 acesso e 1 descenso
2014 – 7 clubes (Náutico e Santa Cruz), 2 descensos
2015 – 8 clubes (Náutico e Santa Cruz), 2 acessos e 1 descenso
2016 – 5 clubes (Náutico), 1 acesso e 1 descenso
2017 – 5 clubes (Náutico e Santa Cruz), 1 acesso e 3 descensos
2018 – 4 clubes (nenhum pernambucano), a conferir

Total: 13 acessos à Série A e 17 rebaixamentos à Série C

Raio x dos 24 mil jogadores profissionais em atividade nos 722 clubes do Brasil

Registros e transferências de jogadores, segundo a CBF

Pelo terceiro ano consecutivo, a CBF detalha os jogadores profissionais em atividade no país, através da diretoria de registro e transferências. Em relação à última temporada foram 3.098 contratos a mais, num aumento de 14%. Em 2017, portanto, 24.841 jogadores de futebol firmaram algum tipo de acordo, incluindo 134 gringos, com a grande maioria entrando em campo somente nos quatro primeiros meses, durante os campeonatos estaduais. Embora a entidade não tenha atualizado o dado de contratos ativos durante todo o ano, o número de 2016 deixa isso claro, com apenas 8.938 atletas chegando até janeiro – na ocasião, isso representou 41% do total de profissionais.

Ao todo, foram quase 17 mil transferências nacionais, entre empréstimos, vendas de diretos econômicos e jogadores livres. Inicialmente, o balanço tinha três pilares (registro, transferências e salários), mas nos últimos dois relatórios a confederação não divulgou a divisão de salários dos atletas. No quadro pioneiro, 82% recebiam até R$ 1 mil e 95% no máximo R$ 5 mil. A dura realidade comum. Salário acima de R$ 100 mil? No Brasil, apenas 114.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Segundo o novo balanço, de janeiro a dezembro vigoraram contratos envolvendo 722 clubes profissionais – no viés pernambucano, 22 times disputaram competições oficiais na temporada, a partir das Séries A1 e A2. Além disso, o relatório da confederação também inclui os clubes amadores e formadores, adicionando 397. A seguir, a evolução de clubes filiados.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Entre as transferências nacionais, apenas 40 via compensação financeira, totalizando R$ 81 mi – Raniel, por exemplo, foi do Santa para o Cruzeiro por R$ 2 milhões. Já no âmbito internacional foram 657 saídas, com 130 ocorrendo via empréstimos ou cessão dos direitos econômicos, movimentando quase R$ 1 bilhão (!), com média de R$ 7,0 mi – Erick foi negociado pelo Náutico junto ao Braga por R$ 2,8 mi. No sentido inverso foram 527 nomes, dos quais 40 com valores. E o investimento foi de R$ 227 milhões, com média de R$ 5,6 mi – André veio do Sporting para o Sport ao custo de R$ 5,2 mi.

O balanço dos atletas registrados no Brasil, segundo a CBF. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Os orçamentos do G7 do Nordeste em 2018, com previsão de R$ 437 milhões

As projeções orçamentárias dos maiores clubes do Nordeste em 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A cada ano, as direções executivas dos clubes de futebol precisam aprovar os orçamentos previstos junto aos respectivos conselhos deliberativos. Trata-se de uma estrutura histórica dos times tradicionais do país. No balanço, entram receitas e despesas, projetando cenários com superávit ou até mesmo déficit. Os cálculos para o faturamento contam cotas de televisão, renda dos jogos, patrocínios, mensalidade de sócios etc. São muitas variáveis, incluindo premiações em competições e negociação de jogadores. Mas, ainda assim, é preciso estabelecer um norte para a gestão seguinte. Portanto, considerando as estimativas dos sete maiores clubes da região, chega-se a R$ 437.813.882, com 75,4% concentrado no trio de cotistas da TV. Se os dados finais desta temporada serão maiores ou menores do que as previsões, saberemos apenas em abril de 2019, na divulgação dos sete balanços fiscais.

Em tempo: no Rio, os conselheiros do Flamengo aprovaram R$ 477 milhões.

Previsões do G7 em 2018 (atualizadas em 05/03, após aprovação do Vitória):

R$ 119.759.757 – Bahia (aprovado em 20/12/2017)
R$ 108.382.297 – Sport (aprovado em 09/01/2018)
R$ 102.000.000 – Vitória (aprovado em 01/03/2018)
R$ 55.000.000 – Ceará (aprovado em 27/12/2017)
R$ 24.000.000 – Fortaleza (aprovado em 06/12/2017)
R$ 14.671.828 – Náutico (aprovado em 15/01/2018)
R$ 14.000.000 – Santa Cruz (em discussão, com votação até 31/03/2018)

Abaixo, observações e dados sobre cada uma das previsões de orçamento. Curiosamente, os dois clubes com as maiores previsões orçamentárias também consideraram déficit no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro, sendo R$ 15,91 mi no Sport e R$ 14,94 mi no Bahia.

Bahia (119 milhões) – O tricolor soteropolitano deve se manter no patamar entre 110 e 120 milhões de reais pelo terceiro ano seguido. Na previsão de 2018, surpreende o repasse pelos direitos de transmissão na tevê, com R$ 69,1 milhões – incluindo todas as plataformas, com o pay-per-view cada vez mais importante. Com bilheteria, o clube projeta cerca de R$ 16 milhões, valor ainda modesto se comparado a clubes do mesmo porte em outras regiões. Com cinco torneios no ano, o Baêa considerou campanhas bem modestas para a proposta, com quartas de final do Nordestão (basta passar da fase de grupos), oitavas da Copa do Brasil (já estreia nesta fase, diga-se), 16º lugar na Série A (a última posição acima do Z4) e a primeira fase da Sul-Americana (onde enfrenta o Blooming, da Bolívia). O clube também considerou para a receita a venda de jogadores, R$ 7 milhões. Porém, o dado já foi alcançado nas transações de Jean (9 mi), Juninho Capixaba (6 mi) e Rômulo (1 mi).

Sport (108 milhões) – Inicialmente, a proposta do executivo leonino foi rechaçada pelo conselho deliberativo. Previa um déficit de R$ 15 milhões. Numa segunda reunião, o orçamento previa o mesmo saldo negativo, assim como a antecipação de parte da cota de 2019, mas foi aprovado pelos conselheiros. A diferença está na venda de jogadores (Diego Souza e Régis, já confirmados), equalizando a situação caso o time não obtenha resultados significativos nos campeonatos nacionais, as duas únicas fontes de receita via competitividade. E as metas foram bem elevadas durante a apresentação – ainda que as campanhas não sejam determinantes para o dado bruto. O Sport projeta as quartas na Copa do Brasil – ou seja, disputaria seis fases, acumulando R$ 10,8 milhões – e a 6ª colocação na Série A (2,7 mi). Neste século, o clube só alcançou duas vezes as quartas da copa nacional e uma vez o patamar da classificação almejada no Brasileirão. Meta fora da curva.

Vitória (102 milhões*) – No fim de 2017, a direção do leão da barra, encerrando a gestão, apresentou uma previsão de R$ 94 milhões paro ano seguinte, vetada pelo conselho. Embora o clube já tenha arrecadado mais (R$ 111 milhões em 2016), o valor foi considerado fora da realidade na ocasião, a partir dos contratos existentes. Um novo plano orçamentário ficou agendado para março, já com o novo presidente. De forma emergencial, o conselho aprovou um orçamento de R$ 16 milhões para janeiro e fevereiro. Com vendas milionárias (David e Tréllez), o resultado foi enfim aprovado, saltando para R$ 102 mi, como informou o jornal Correio*.

Ceará (55 milhões) – O contrato do vozão com a Rede Globo, visando a Série A, é de R$ 28 milhões, o que corresponde a 50,9% de todo o orçamento anual. Por sinal, o valor é recorde considerando os ‘não cotistas’ da região – com 55 mi, dado apurado pelo jornal O Povo, o clube superaria os 48 milhões faturados pelo Náutico em 2013. Com isso, prevê uma folha de R$ 2,2 milhões no Brasileirão, também recorde no clube.

Fortaleza (24 milhões) – O tricolor alencarino também projeta uma receita recorde, embora seja menos da metade do maior rival, mas sem premiações, pois não tem qualquer benesse do tipo no Estadual e na Série B – seus únicos torneios no ano. Com os 19 jogos como mandante no Brasileiro, projeta a sua maior bilheteria na década, além de receitas mensais extras, segundo o Diário do Nordeste, como o sócio-torcedor (R$ 350 mil), Caixa (R$ 200 mil – ainda não confirmada) e Timemania (R$ 200 mil – apenas para tributos fiscais).

Náutico (14 milhões) – Em dezembro, o alvirrubro aprovou parcialmente o orçamento de 2018, agendando para 15 de janeiro a deliberação completa, com receitas e despesas. Pela apresentação original, a receita ficaria entre 15,0 mi e 16,2 mi, mas o dado aprovado pelo conselho fiscal acabou sendo menor, 14,6 mi. Com a confirmação da agenda do clube (Estadual, Nordestão, Copa do Brasil e Série C), a folha do futebol foi estipulada em R$ 200 mil, a menor do G7 – tendo a possibilidade de um leve aumento na terceirona.

Santa Cruz (14 milhões) – Dois anos após o maior faturamento de sua história (R$ 36 milhões, sendo o 4º da região em 2016), o tricolor projeta o menor orçamento de 2018 entre os principais clubes nordestinos. Contudo, é o único clube cujo valor ainda não foi discutido no conselho. A direção executiva tem o prazo mais longo até a aprovação do CD (fim de março), até mesmo pelo início do novo triênio (2018-2020). Em elaboração, a planilha é baseada nos mesmos números de 2017, tendo como grande variável a campanha na Copa do Brasil, uma vez que no último ano o Santa estreou já nas oitavas (o que corresponde à 5ª fase). A folha deve ficar entre 200 mil e 250 mil reais, a menor do Arruda em cinco anos.

Confira os dados dos balanços fiscais do G7 de 2014 a 2017 clicando aqui.

O balanço dos clássicos na Arena PE de 2013 a 2017, com média de 10 mil pessoas

Náutico 1 x 1 Santa (29/01), Náutico 2 x 1 Sport (05/03) e Náutico 1 x 0 Santa (12/03); Náutico 1 x 1 Sport (23/04), Náutico 1 x 2 Santa (06/05) e Náutico 0 x 0 Santa (15/07). Fotos: Ricardo Fernandes e Paulo Paiva, ambos do DP

Desde abertura oficial da Arena Pernambuco, em junho de 2013, já foram realizados 22 clássicos pernambucanos no local, considerando o período até 2017. Os duelos ocorreram em quatro competições distintas: Pernambucano, Nordestão, Série B e Copa Sul-Americana, com públicos entre 2,5 mil (ou 5,6% de ocupação da capacidade) e 30 mil (65,5%). Precisamente, o borderô registrou a entrada de 235.200 torcedores. Em cinco temporadas de clássicos, portanto, a média é de 10.690 – 23,3% de ocupação. Em relação à bilheteria bruta, os dados são levemente melhores (por causa do preço aplicado no estádio), com R$ 5.145.815, registrando um índice de R$ 233.900.

Para 2018, apenas um clássico está garantido, com mando do Náutico. Jogo válido pelo Estadual, contra o rubro-negro (24/01). Caso avance ao mata-mata local, o timbu deverá continuar na arena. A partir de abril, porém, deve voltar aos Aflitos, com a reforma em andamento. Assim, ocorreriam lá o Clássico das Emoções pela Série C e os possíveis jogos pelo Nordestão e Copa do Brasil. Ou seja, o governo do estado passa a negociar a agenda pontual do empreendimento com o Sport, o Santa e, também, o Náutico.

A seguir, um resumo de cada clássico no local entre 2013 e 2017.

Santa Cruz x Náutico
Com oito gols, o primeiro duelo, vencido pelos corais, é o recorde de tentos na arena, considerando os clássicos. Apesar da média menor em comparação a Náutico x Sport, O Clássico das Emoções tem uma média menor em comparação a Náutico x Sport, mas é o duelo com mais jogos acima de 10 mil espectadores (6). Por outro lado, três partidas não chegaram sequer a 5 mil, incluindo a menor assistência num clássico. Apenas 2.592 pessoas presenciaram a decisão de 3º lugar do Estadual 2017.

11 jogos (10 mandos alvirrubros e 1 tricolor)
4 vitórias do Santa Cruz (36%)
4 empates (36%)
3 vitórias do Náutico (27%)

110.303 torcedores, média de 10.027
R$ 2.310.910 de renda absoluta, média de R$ 210.082

Os clássicos das Emoções na Arena Pernambuco entre 2013 e 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Náutico x Sport
O primeiro clássico da história da Arena foi logo um inédito confronto internacional, pela Copa Sul-Americana de 2013. Apesar da derrota, os leoninos avançaram nos pênaltis. Embora tenha sido mandante só uma vez, o rubro-negro venceu a maioria dos jogos. Sobre os públicos, cinco foram abaixo de 10 mil, com a média se mantendo acima disso graças à final do campeonato estadual 2014, com 30 mil, ainda recorde em clássicos.

9 jogos (8 mandos alvirrubros e 1 rubro-negro)
3 vitórias do Náutico (33%)
2 empates (22%)
4 vitórias do Sport (44%)

112.810 torcedores, média de 12.534
R$ 2.660.980 de renda absoluta, média de R$ 295.664

s clássicos dos Clássicos na Arena Pernambuco entre 2013 e 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Sport x Santa Cruz
O inédito Clássico das Multidões pela Sula, no centenário do confronto, em 2016, acabou ocorrendo integralmente na Arena depois que os dois rivais se acertaram com o governo do estado. Ou seriam os dois jogos ou nenhum. Se salvou apenas a festa tricolor, avançando às oitavas, pois a presença das torcidas foi frustrante nos dois jogos, com os menores públicos do clássico nesta década. Desde então, mais cinco clássicos, nenhum em São Lourenço.

2 jogos (1 mando 1 rubro-negro e 1 tricolor)
0 vitória do Sport (0%)
1 empate (50%)
1 vitória do Santa Cruz (50%)

12.087 torcedores, média de 6.043
R$ 173.925 de renda bruta, média de R$ 86.962

Os clássicos das Multidões na Arena Pernambuco entre 2013 e 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/D

As projeções de cotas dos clubes do Nordeste nas competições de 2018

A projeção de cotas dos maiores clubes nordestinos em 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP (via infogram)

Em 2018 o Nordeste terá quatro clubes na Série A, a maior representatividade da região na era dos pontos corridos, já na 16ª edição. Além disso, pela primeira vez, neste formato, a competição tem as maiores metrópoles: Salvador (Bahia e Vitória), Recife (Sport) e Fortaleza (Ceará). Sem surpresa, o quarteto concentra a receita do futebol da região nesta temporada, a partir das cotas de tevê. Dimensionando este quadro, o blog projetou as cotas do ‘G7’, entre verba de transmissão e o repasse por classificação – obviamente, existem outras fontes, como bilheteria, patrocínios, sócios, Timemania etc.

No levantamento estão todos os campeonatos oficiais, com os respectivos valores já divulgados. No caso do Brasileirão foi considerada a premiação do último ano, idem com a cota da Série B, com o montante ainda em negociação. As receitas de cada clube estão divididas em quatro colunas nos quadros abaixo, com o cenário mais pessimista na primeira, considerando o valor-base da televisão e a pior colocação possível na competição. Em seguida, duas colunas com campanhas acessíveis, passando uma fase nos respectivos torneios, ou, no caso do Brasileiro, nas primeiras posições acima da zona de rebaixamento, o mínimo esperado por qualquer participante.

No fim, considerando até o hipotético título da Copa do Brasil, com R$ 50 milhões de premiação apenas na decisão (!), chega-se a uma equação entre mercado e meritocracia esportiva, embora também exista uma enorme disparidade local, ainda mais acentuada após o duplo rebaixamento de Náutico e Santa. Na contramão dos rivais alencarinos, que subiram de divisão, alvirrubros e tricolores largam desta vez sem receita de tevê no nacional.

No mínimo, um apurado de R$ 188,5 milhões, com 78% com os três ‘cotistas’.

Cotas e premiações: Estaduais, Nordestão, Copa do Brasil, Série A e Sula.

Projeção de cotas do Náutico nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Náutico por mês: R$ 141.666
Variação sobre o mínimo absoluto de 2017: – R$ 5.214.200 (-75,4%)
Calendário: de 31 a 66 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 7.656.666

Após bater na trave na Série B durante dois anos seguidos, ambos em 5º lugar, o Náutico acabou desabando para a Série C, onde viverá o seu pior momento financeiro em quase duas décadas. Na terceirona, a princípio, tem apenas as despesas pagas (viagens, hospedagens e arbitragens), o máximo possível com o atual aporte da tevê. Pelo calendário, o timbu é o primeiro dos maiores clubes a entrar em campo, já em 8 de janeiro, num jogo vital pela fase preliminar da Lampions – caso elimine a Itabaiana, garante R$ 500 mil. Como na maioria dos casos, tem como maior ‘fonte de captação’ a turbinada Copa do Brasil, com R$ 600 mil caso avance à 2ª fase – o que não conseguiu em 2016 e 2017. A escassez fica clara na folha, com o clube projetando uma folha de R$ 200 mil. Pelas cotas garantidas, tem 70% disso.

Projeção de cotas do Santa Cruz nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Santa Cruz por mês: R$ 204.166
Variação sobre o mínimo absoluto de 2017: – R$ 5.094.200 (-67,5%)
Calendário: de 35 a 64 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 9.803.703

O segundo rebaixamento consecutivo tirou o Santa de um faturamento de R$ 36 milhões, aí considerando todas as receitas possíveis, para uma temporada estimada entre 12 e 14 milhões de reais. Para tudo, futebol, administrativo, dívidas e manutenção estrutural. Ainda assim, o tricolor, de volta à Série C após cinco anos, larga numa condição levemente melhor que o rival vermelho e branco devido à presença assegurada na fase de grupos do Nordestão – o que aconteceu após a desistência do Sport, o que também condicionou a própria entrada do Náutico, é verdade. O clube também enxerga na turbinada Copa do Brasil a oportunidade de capitalizar a temporada – e neste contexto há a possibilidade de um Clássico das Emoções na 2ª fase valendo R$ 1,4 milhão ao vencedor.

Projeção de cotas do Sport nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Sport por mês: R$ 3.662.500
Variação sobre o mínimo absoluto de 2017: – R$ 831.375 (-1,8%)
Calendário: de 49 a 66 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 54.030.320

O Sport chega ao 5º ano seguido na elite, recorde na região nos pontos corridos. Com isso, vai sustentando a integralidade da cota de transmissão bancada pela Globo. E além da cota fixa de R$ 35 milhões há um importante acréscimo pelo pay-per-view. Embora haja a previsão de um novo cálculo do PPV para 2018, considerando o cadastro de assinantes no Premiere (algo que já deveria ter sido feito há tempos), o blog manteve a projeção de 2017 (R$ 7 mi) por não existir mais informações a respeito. Sobre o calendário, desta vez será mais enxuto, ainda que por caminhos distintos. Se em 2017 o clube jogou 80 vezes, abaixo apenas do Flamengo, agora pode nem chegar a 60. De cara, o leão tem dois torneios a menos: Nordestão (desistiu) e Sula (não se classificou). Só por participar das duas o clube teria direito a R$ 1,8 mi.

Projeção de cotas do Bahia nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Bahia por mês: R$ 4.725.208
Variação sobre o mínimo absoluto de 2017: + R$ 3.162.500 (+5,9%)
Calendário: de 57 a 83 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 57.692.335

O tricolor da Boa Terra terá cinco competições na temporada, num cenário vivido pelo rubro-negro pernambucano no último ano, que chegou a jogar todos os torneios simultaneamente. Como estamos em ano de Copa do Mundo, a agenda do Baêa também deve ser apertada, restando poucas datas no meio de semana. Por outro lado, o clube vai colher as benesses (esportiva e financeira) das boas campanhas em 2017, largando nas oitavas da Copa do Brasil devido ao título do Nordestão e retornando à Sul-Americana após a vaga obtida no Brasileirão. Para completar, tem a maior receita da Globo na região, considerando a última divisão do pay-per-view, numa projeção a partir da pesquisa Ibope/Datafolha. No geral, larga com R$ 8,6 milhões a mais que o Vitória e R$ 12,7 mi a mais que o Sport.

Projeção de cotas do Vitória nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Vitória por mês: R$ 4.006.666
Variação sobre o mínimo absoluto de 2017: + R$ 840.000 (+1,7%)
Calendário: de 54 a 77 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 51.374.030

Já são dois anos com o rubro-negro baiano encerrando o Brasileirão em 16º lugar, escapando por triz. Mantido na elite e com quatro competições a disputar, o Vitória é o segundo da região considerando a projeção mínima de cotas, só abaixo do arquirrival. Há oito anos sem levantar a Copa do Nordeste, o clube mira o pentacampeonato como preferência em relação ao Baiano, onde é o atual campeão, num torneio sem premiação – por sinal, isso acontece na BA, PE e CE. E de fato precisa corresponder competitivamente, não só no regional, pois em 2017 acabou tendo menos receita que o Sport justamente por causa dos mata-matas, com o time do Recife disputando nove mata-matas entre Copa do Brasil e Sula – tirando 5 milhões de reais de diferença entre os clubes.

Projeção de cotas do Ceará nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Ceará por mês: R$ 2.556.666
Variação sobre ao mínimo absoluto de 2017: + R$ 23.825.800 (+347,6%)
Calendário: de 54 a 82 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 6.311.111

Sem dúvida, é a maior transformação (positiva) da temporada entre os principais clubes do Nordeste. A volta à elite já renderia um aporte milionário ao vozão, ainda que seja o ‘piso’ da competição, mas o clube conseguiu negociar junto à Globo um aumento da cota, passando de R$ 23 milhões, o valor recebido pelo Santa em 2016, para R$ 28 milhões – válido só para 2018 e já incluindo o PPV. E o ano marca também a volta à Copa do Nordeste, já como cotista principal, na condição de cabeça de chave – em 2017, quando não se classificou ao regional e disputou a Primeira Liga, como convidado, não recebeu nada na fase de grupos. Mesmo que o alvinegro não avance em nenhum torneio, o mínimo estabelecido já é suficiente para quebrar o recorde de faturamento – neste caso, contando todas as receitas.

Projeção de cotas do Fortaleza nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Fortaleza por mês: R$ 414.074
Variação sobre o mínimo absoluto de 2017: + R$ 3.318.888 (+201,1%)
Calendário: de 47 a 56 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 1.700.000

Foram oito longos anos jogando na Série C, sem cota de televisão e dependendo basicamente da bilheteria proporcionada por sua torcida, que até fez a sua parte, enchendo o Castelão várias vezes na fase decisiva. Após finalmente passar das quartas de final, o tricolor alencarino voltou a ter uma cota de tevê à parte das despesas pagas. Pelo modelo implantado em 2017, o clube fica com a menor cota da Série B, junto aos outros três times que ascenderam. Ainda assim, triplicou a sua receita mensal – o que deixa claro a situação anterior -, além de aumentar o seu calendário, de 24 para 38 jogos no Brasileiro. Mas as boas notícias param aí, com o clube fora tanto do Nordestão quanto da Copa do Brasil, torneios com cotas fortalecidas – pela simples participação, teria embolsado R$ 1,3 milhão.

Os 5.067 jogos do Sport de 1905 a 2017

Números do Sport. Arte: Maria Eugênia Nunes/DP

O Sport disputou o primeiro jogo de futebol da história de Pernambuco, diante de um combinado de trabalhadores ingleses residentes na capital. Um evento social à época. Ao longo de 113 temporadas, o clube tornou-se o mais vitorioso do estado, com números robustos comprovados a partir da pesquisa de Carlos Celso Cordeiro. O blog deu sequência ao levantamento, atualizando o retrospecto geral nas principais competições oficiais, nos âmbitos estadual, regional, nacional e internacional. Entre os dados, a colocação no ranking (quando possível) e o aproveitamento em cada torneio, sempre considerando 3 pontos por vitória, para padronizar o cálculo. Na sequência, o rendimento leonina atuando na Ilha do Retiro, os maiores artilheiros, quem mais vestiu a camisa vermelha e preta e os maiores públicos.

Em 2018: Estadual, Copa do Brasil e Série A.

Do 1º ao 5.067º jogo…
Primeiro:Sport 2 x 2 English Eleven (22/06/1905), no Derby (amistoso)
Último: Sport 1 x 0 Corinthians (03/12/2017), na Ilha do Retiro (Série A)

Ranking Nacional de Clubes da CBF: 15º lugar (8.770 pontos)

Total (competições oficiais e amistosos*) 1905-2017
5.067 jogos (9.418 GP e 5.492 GC, +3.926)
2.625 vitórias (51,8%)
1.192 empates (23,5%)
1.240 derrotas (24,4%)
10 jogos com placar desconhecido
Aproveitamento em pontos: 59,6%

Estadual 1915-2017 (ranking: 1º)
2.211 jogos (4.941 GP e 2.050 GC, +2.891)
1.396 vitórias (63,1%)
435 empates (19,7%)
380 derrotas (17,2%)
101 participações (entre 1916 e 2017)
Melhor campanha: campeão, 41 vezes (entre 1916 e 2017)
Aproveitamento em pontos: 69,6%

Copa do Nordeste 1994-2017 (ranking: 3º)
124 jogos (215 GP e 117 GC, +98)
62 vitórias (50,0%)
33 empates (26,6%)
29 derrotas (23,4%)
12 participações (entre 1994 e 2017)
Melhor campanha: campeão em 1994, 2000 e 2014
Aproveitamento em pontos: 58,8%

Brasileirão unificado 1959-2017
913 jogos (1.068 GP e 1.119 GC, -51)
313 vitórias (34,2%)
255 empates (27,9%)
345 derrotas (37,8%)
39 participações (entre 1959 e 2017)
Melhor campanha: campeão em 1987
Aproveitamento em pontos: 43,6%

Série A 1971-2017 (ranking: 17º)
896 jogos (1.036 GP e 1.100 GC, -64)
305 vitórias (34,0%)
250 empates (27,9%)
341 derrotas (38,0%)
36 participações (entre 1971 e 2017)
Melhor campanha: campeão em 1987
Aproveitamento em pontos: 43,3%

Série B 1971-2017
295 jogos (419 GP e 323 GC, +96)
126 vitórias (42,7%)
84 empates (28,4%)
85 derrotas (28,8%)
11 participações (entre 1980 e 2013)
Melhor campanha: campeão em 1990
Aproveitamento em pontos: 52,2%

Copa do Brasil 1989-2017
112 jogos (180 GPC e 117 GC, +63)
53 vitórias (47,3%)
25 empates (22,3%)
34 derrotas (30,3%)
60 confrontos; 38 classificações e 22 eliminações
23 participações (entre 1989 e 2017)
Melhor campanha: campeão em 2008
Aproveitamento em pontos: 54,7%

Taça Libertadores da América 1960-2017 (ranking oficial: 108º)
14 jogos (18 GP e 14 GC, +4)
7 vitórias (50,0%)
2 empates (14,2%)
5 derrotas (35,7%)
2 participações (1988 e 2009)
Melhor campanha: oitavas de final, em 2009
Aproveitamento em pontos: 54,7%

Copa Sul-Americana 2002-2017
20 jogos (18 GP e 25 GC, -7)
5 vitórias (25,0%)
3 empates (15,0%)
12 derrotas (60,0%)
10 confrontos; 5 classificações e 5 eliminações

5 participações (2013, 2014, 2015, 2016 e 2017)
Melhor campanha: quartas de final, em 2017
Aproveitamento em pontos: 30,0%

Histórico em decisões no Estadual
Sport 12 x 12 Santa Cruz
Sport 11 x 6 Náutico

Sport na Ilha do Retiro* (1937/2017)
2.150 jogos
1.320 vitórias (61,4%)
473 empates (22,0%)
357 derrotas (16,60%)
Aproveitamento em pontos: 68,7%
* Competições oficiais e amistosos

Maiores artilheiros
202 gols – Traçaia
161 gols – Djalma Freitas
136 gols – Leonardo
108 gols – Luís Carlos
105 gols – Naninho

Quem mais atuou
Magrão – 673 jogos

Clássico das Multidões (1916-2017)
556 jogos
231 vitórias do Sport (41,5%)
158 empates (28,4%)
167 vitórias do Santa (30,0%)
Último: Santa 0 x 2 Sport (03/05/2017, Nordestão)

Clássico dos Clássicos (1909-2017)*
548 jogos
210 vitórias do Sport (38,3%)
157 empates (28,6%)
180 vitórias do Náutico (32,8%)
Último: Náutico 1 x 1 Sport (23/04/2017, Estadual)
*Um jogo disputado em 29 de março de 1931, no Torneio Abrigo Terezinha de Jesus, possui resultado desconhecido.

Maiores públicos

Top 5 nos Clássicos
80.203 – Náutico 0 x 2 Sport, no Arruda (Estadual, 15/03/1998)
78.391 – Santa Cruz 1 x 1 Sport, no Arruda (Estadual, 21/02/1999)
75.135 – Santa Cruz 1 x 2 Sport, no Arruda (Estadual, 03/05/1998)
74.280 – Santa Cruz 2 x 0 Sport, no Arruda (Estadual, 18/07/1993)
67.421 – Santa Cruz 0 x 1 Sport, no Arruda (Estadual, 20/05/1990)

Top 5 como mandante contra outros adversários
56.875 – Sport 2 x 0 Porto, na Ilha do Retiro (Estadual, 07/06/1998)
53.033 – Sport 0 x 2 Corinthians, na Ilha do Retiro (Série A, 12/09/1998)
48.564 – Sport 1 x 1 Cruzeiro, na Ilha do Retiro (Série A, 27/09/1998)
48.328 – Sport 5 x 0 Grêmio, na Ilha do Retiro (Série A, 20/09/1998)
46.018 – Sport 1 x 1 Grêmio, na Ilha do Retiro (Série A, 03/12/2000)