Foi uma transição lenta, iniciada logo nos primeiros toques de bola nos campos do Recife, mas consumada somente em 1937. Até ali, vários atletas pagavam para jogar…
Sim, até 10 mil réis. Mensalidade de sócio. Muitos compravam os próprios uniformes. Houve até quem não aceitasse a profissionalização e abandonasse o futebol.
Pois em 1937 a então Federação Pernambucana de Desportos (FPD) registrou o primeiro contrato profissional de um atleta no estado. O clube pioneiro não foi da capital, mas sim de Caruaru. O Central foi buscar no Atlético-MG o zagueiro central Zago.
Aquele ato marcou para sempre o nosso futebol, que já vivia um amadorismo camuflado, pois vários atletas atuavam em troca de empregos em empresas no Recife. Clubes como América, Sport e Tramways já haviam flertado com o profissionalismo.
Em todo o país, o processo transcorreu durante toda a década de 1930. Em vários estados, como Rio e São Paulo, ligas paralelas (amadoras e profissionais) realizaram campeonatos estaduais oficiais. Na contramão – ainda bem -, Pernambuco conseguiu evitar o desmembramento do certame.
Abaixo, os campeões estaduais nas duas eras. Entre parênteses, o último título. Confira a imagem acima, criada por Pedro Melo, em uma resolução maior clicando aqui.
Amador – De 1915 a 1936, com 22 edições.
7 – Sport (1928)
5 – América (1927)
4 – Santa Cruz (1935)
3 – Torre (1930)
1 – Flamengo (1915)
1 – Náutico (1934)
1 – Tramways (1936)
Profissional – De 1937 de 2012, com 76 edições.
32 – Sport (2010)
22 – Santa Cruz (2012)
20 – Náutico (2004)
1 – Tramways (1937)
1 – América (1944)
Confira as finais envolvendo Náutico, Sport e Santa Cruz em todas as edições.
Clássico das Multidões (22)
Sport (12)- 1916, 1917, 1920, 1949, 1953, 1962, 1980, 1996, 1999, 2000, 2003 e 2006
Santa Cruz (10)- 1940, 1957, 1969, 1971, 1973, 1986, 1987, 1990, 2011 e 2012
Clássico das Emoções (16)
Náutico (9) – 1934, 1960, 1974, 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Santa Cruz (7) – 1946, 1959, 1970, 1976, 1983, 1993 e 1995
Clássico dos Clássicos (16)
Sport (10) – 1955, 1961, 1975, 1977, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994 e 2010
Náutico (6) – 1951, 1954, 1963, 1965, 1966 e 1968
desses 32, 10 coloca na conta do clube dos 13.
Rodrigo,
Enumerar os supercampeonatos foi, sim, uma missão difícil… Também avaliei isso. No entanto, em todos eles o campeão acabou decindo justamente no 3º jogo, tendo o rival como vice.
Honestamente…
SuperCampeonato é balela!!!
Da mesma forma, aliás, os títulos de 1957, 1976 e 1983 do Santa Cruz, que não foram disputados em finais diretas contra Sport, Náutico e Náutico, respectivamente. Acho que os supercampeonatos deveriam ser tratados em seção à parte.
Cassio,
Você poderia explicar por que considera o Campeonato Pernambucano de 1981 como se envolvesse uma final entre Náutico e Sport? Até onde sei, a decisão foi um supercampeonato entre os três grandes, vide: http://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Pernambucano_de_Futebol_de_1981.
Acho, então, que não seria de boa técnica dizer que a final foi entre Sport e Náutico apenas porque o último dos três jogos do supercampeonato foi entre essas duas equipes. Afinal, o sistema de pontuação é outro. Do contrário, todos os campeonatos em que a conquista dois dois turnos foi conseguida em cima de um determinado time vai ser considerada uma final entre eles.
O que você acha?