Luiz Felipe Scolari, uma velha novidade na Seleção Brasileira.
Campeão mundial em 2002, o técnico volta ao comando da Canarinha uma década depois. Rodado, aos 64 anos e com experiência europeia, entre clubes e seleções.
Mas chega também com a desconfiança de seu último trabalho, que culminou no rebaixamento do Palmeiras, já sob outras ordens no fim da competição.
Confiança ou desconfiança… Para Felipão, indiferente. A pressão também não foi das menores antes da primeira Copa do Mundo na Ásia.
Aquela conquista, por sinal, o credencia a algo histórico em 2014, aqui no Brasil.
Até hoje, apenas o treinador italiano Vittorio Pozzo conquistou dois títulos mundiais comandando um país. No caso, a sua amada Azzurra, em 1934 e 1938.
Na ocasião, Pozzo levantou o seu segundo troféu, ainda a Taça Jules Rimet, com 52 anos. Treinou a Itália de 1929 a 1948, tornando-se um ícone no país da bota.
No Brasil, Vicente Feola foi campeão em 1958, mas em 1966 foi eliminado na primeira fase. Aymoré Moreira ergueu a taça do bi em 1962, mas não teve outra oportunidade.
Mário Jorge Lobo Zagallo, tricampeão em 1970, 4º colocado em 1974 e vice em 1998. Carlos Alberto Parreira, tetracampeão em 1994, caiu nas quartas em 2006.
Entre os gringos a situação não é diferente.
No vizinho Uruguai, Juan Lopez parou na semi de 1954 após o Maracanazo em 1950.
Os alemães Sepp Herbergerg (campeão em 1954 e semi em 1958), Helmut Schoen (campeão em 1974 e eliminado em 1978) e Franz Beckenbauer (vice em 1986 e campeão em 1990) também viveram altos e baixos. Só Beckenbauer perdeu antes de vencer.
A lista segue com o inglês Alf Ramsey (no único título britânico, em 1966, parandonas quartas em 1970), e com o argentino Carlos Bilardo (no topo em 1986 e vice em 1990).
Para completar, Vittorio Pozzo teve concorrência interna. Enzo Bearzot e Marcello Lippi, campeões em 1982 e 2006, fracassaram em 1986 e 2010, respectivamente.
Nota-se que a pressão sobre um campeão não é das menores.
Obviamente, existe uma expectativa sobre o desempenho brasileiro em “sua” Copa, por mais que o rendimento da equipe nos últimos anos seja bem mediano.
Em sua última cartada, a CBF deixou a missão a cargo do técnico gaúcho. De olho na marca de um certo técnico italiano, ainda o único privilegiado bicampeão.
Até hoje, apenas o uruguaio Alberto Suppici (1930), o brasileiro Aymoré Moreira (1962) e o francês Aimé Jacquet (1998) não tentaram repetir o feito. O espanhol Vicente del Bosque, atual campeão campeão, também irá se arriscar, como Felipão…