Uma vitória alvirrubra e o primeiro turno do Estadual estaria definido.
Com o artilheiro Kieza de volta, o Náutico tinha o cenário a favor para sacramentar a vaga na Copa do Brasil de 2014, único objetivo desta fase.
Ao Central, era preciso vencer pela primeira vez fora do Lacerdão, palco dos quatro triunfos anteriores. Nem mesmo o empate agradaria ao torcedor de Caruaru, que pegou a estrada até o Recife na noite deste sábado.
Somente com a vitória a Patativa continuaria com chance de voltar ao mata-mata nacional, onde esteve em 2008 e 2009.
Valente, o time alvinegro surpreendeu, voltando a ganhar do Náutico em Rosa e Silva depois de nove longos anos.
Venceu por 1 x 0, gol de Talys, aos sete minutos do segundo tempo, pegando um rebote do goleiro Felipe após a falta cobrada com violência por Júlior César.
O Timbu bem que tentou reagir, com Kieza acertando a trave, mas os nove mil torcedores presentes acabaram sem a comemoração antecipada. Surgiram no embalo as primeiras críticas ao técnico Vágner Mancini.
Contudo, vale destacar que, apesar do tropeço em casa, o Alvirrubro segue favorito e na liderança da competição, com 16 pontos. Agora ao lado do Central, mas com um golzinho a mais no saldo.
A última rodada promete. Enfim, emoções no Campeonato Pernambucano…
A primeira vez em que o futebol pernambucano viveu isso foi em 18 de março de 2001, num confronto entre integrantes da Torcida Jovem e da Fanáutico.
Numa briga generalizada no Túnel Chico Science, próximo à Ilha do Retiro, Daniel Ramos da Silva, de 17 anos, levou um tiro no peito e outro na cabeça. O rapaz, com a camisa da Jovem, foi socorrido no Hospital da Restauração, mas não resistiu. Foram inúmeras versões sobre o autor do disparo, sem prisão.
Aquela foi a primeira morte atrelada de forma direta à violência no futebol pernambucano. Doze anos depois, mais um duro episódio, trazendo à tona pela enésima vez a cruel realidade da insegurança dos jogos no estado.
Antes e depois das partidas, nas imediações. Parece não haver mais tolerância alguma pelo fato de outro cidadão estar vestido com a camisa de um clube diferente. Desta vez, papéis invertidos na vítima.
Lucas de Freitas Lyra, 19 anos, membro da Fanáutico, levou um tiro na nuca em um confronto envolvendo as mesmas uniformizadas de doze anos atrás. Na confusão, um segurança armado em um coletivo disparou à revelia no jovem. A vítima foi socorrida em estado grave ao mesmo hospital (veja aqui).
Nesse tempo todo, a formação da tabela local mudou bastante. Acredite, era comum jogos no mesmo horário nos três principais estádios do Recife, Arruda, Ilha e Aflitos. Na saída, no máximo a provocação. Difícil imaginar isso hoje, né?
Com o aumento exponencial da violência, das brigas, assaltos e pedradas, passou a ser liberado apenas dois jogos no mesmo horário. Pouco depois, nem isso. No máximo, dois jogos na capital, desde que fossem realizados em horários diferentes, tudo para evitar o choque das principais uniformizadas.
Essa foi a agenda desse já fatídico 16 de fevereiro de 2013.
Sport x Campinense às 16h e Náutico x Central às 19h.
Entre o fim do jogo na Ilha e o apito inicial nos Aflitos, uma hora de intervalo. Foi o suficiente para o estrago. Na dispersão da maior organizada rubro-negra, o simples trajeto de um ônibus pela Avenida Rosa e Silva foi suficiente para provocações, agressões e o tiro.
De Daniel Ramos a Lucas Lyra, o futebol pernambucano ruiu em uma década, com uma violência sem limite, diante de uma passividade organizacional.
Fim das organizadas? Mais policiamento? Mais investigação? Ações no Ministério Público? Sempre na mesma e improdutiva tecla. Relembre aqui.
Chegou a hora da voz da principal autoridade do estado entender que essa situação há muito foge do campo esportivo e se pronunciar.
É questão de segurança pública, governador. De todos.
Sem dúvida, o primeiro grande vexame do futebol pernambucano em 2013.
Diante de 20 mil torcedores na tarde deste sábado, na Ilha do Retiro, o Sport foi eliminado da Copa do Nordeste pelo Campinense, mesmo após empatar sem gols no jogo de ida, na Paraíba. O caldeirão esfriou.
Essa foi a sexta eliminação dentro de casa desde que o Rubro-negro ganhou a Copa do Brasil. Palmeiras, Atlético-MG, Sampaio Corrêa, Paysandu, Santa Cruz e Campinense. A simbiose entre time e torcida fez falta mais uma vez.
De fato, o time de Vadão não esteve bem nesta jornada, pelas quartas de final do Nordestão, gerando uma pressão natural de sua própria torcida.
No primeiro tempo, o Leão viu adversário de Campina Grande com mais posse de bola, mais firme nas divididas. Como o ataque dos visitantes não acertava o pé, o placar seguia inalterado, porque se dependesse do mandante…
Só mesmo num lance fortuito, como no finzinho da primeira etapa, após boa trama iniciada por Marcos Aurélio. Felipe Azevedo finalizou nas redes, na única jogada que deu certo. Aos 42! O lance calou as críticas por um instante.
Tempo para Bismarck se aproveitar de um cochilo da defesa pernambucana e mandar da entrada da área. Àquela altura, o empate com gols dava a vaga ao Campinense. As vaias da torcida no intervalo não acordaram o Rubro-negro.
No início da etapa final, aos 7 minutos, Zé Paulo recebeu livre entre os zagueiros e bateu sem chances para Magrão. Era a senha para o desespero. Da torcida, pois no campo a preguiça na marcação era algo irritante. Combate zero.
No abafa, Cicinho ainda foi derrubado na área, aos 32 minutos. Na cobrança do pênalti, Felipe Azevedo deu ao Sport mais treze minutos de sobrevida. Um gol e a vaga viria. Não veio. Duro golpe na Ilha, acabando o sonho do tri, 2 x 2.
Mesmo invicto na competição, o Sport sai de forma precoce sem apresentar um bom futebol. Três vitórias e cinco empates jogando contra Sousa, Confiança, Fortaleza e Campinense. Não tem como deixar de criticar. Fora de casa, não vinha agradando. Dessa vez, sequer fez o seu papel como mandante…