Uma vida de leilões e penhoras nos Aflitos, Arruda e Ilha

Náutico, Santa e Sport na Justiça

Leilão, o fantasma do futebol. Há décadas assombra os clubes brasileiros, atolados em dívidas trabalhistas. Além da bola de neve em alguns casos milionários, outros são associados diretamente aos bens dos times, através de penhoras. Vale qualquer coisa, do refletor ao estádio completo.

Em Pernambuco, os três rivais somam R$ 61 milhões de dívidas entre encargos trabalhistas e sociais. A divisão é de R$ 30 milhões (Santa Cruz), R$ 25 milhões (Náutico) e R$ 6 milhões (Sport).

No fim das contas, quase sempre é feito um acordo às pressas entre as partes e o patrimônio do clube não vira objeto para a execução dos processos.

Vale lembrar alguns casos complicados e o que já foii penhorado no Recife…

Em tempo: a dívida de cada clube é a soma dos passivos com obrigações trabalhistas e sociais de cada um, segundo os balanços de 2013.

Náutico (R$ 29.837.402)

A sede do Náutico, tombada como patrimônio histórico, foi avaliada pela justiça em R$ 45 milhões e ameaçada de leilão por conta de dívidas várias vezes. Entre ex-jogadores e outros ex-funcionários, nomes como Nikita (2009), Guilherme Ferreira (2009) e Luis Cláudio (2012) já tiveram seus nomes atrelados à sede. O estádio dos Aflitos também já entrou na mira. Os locais nunca foram arrematados no leilão. Há três anos, o Timbu tinha a menor dívida trabalhista do trio. Hoje, é a maior e já representa 33,9% de todo o passivo do clube.

Sede do Náutico, na Avenida Rosa e Silva. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Santa Cruz (R$ 25.437.284)

Leiloar o Arruda, o maior estádio particular da região, não seria a coisa mais fácil do mundo. Assim, a Justiça do Trabalho optou por dividir o empreendimento em setores. O objeto mais comum em ações do tipo são os refletores. Entende-se as torres metálicas e todos os refletores. Darci (2002), Washington (2006) e Neto (2009) já tiveram por pouquíssimo tempo a penhora. O ônibus Expresso Coral, avaliado em R$ 600 mil, também já foi penhorado. Hoje, a dívida trabalhista dos corais representa 35,6% de todo o passivo.

Estádio do Arruda. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Sport (R$ 5.965.693)

Técnico do Sport em 2000, Emerson Leão deixou o clube para dirigir a Seleção, mas sem receber tudo o que tinha direito. No ano seguinte, conseguiu na justiça o primeiro bloqueio das contas do clube. A direção do Sport ofereceu o Ginásio Marcelino Lopes como penhora, o que o técnico não aceitou. Posteriormente, foi penhorado, numa longa pendenga. A dívida girava em R$ 4 milhões, em 2009, quando as duas partes chegaram a um acordo. Hoje, ginásio está “livre” e a dívida trabalhista leonina corresponde a 26,2% de todo o passivo rubro-negro.

Ginásio Marcelino Lopes, do Sport. Foto: Site Oficial do Sport

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