Cota de público na Série A

Estádio vazio

Se tem algo que um blog permite é a liberdade de lançar e discutir ideias. Mesmo seja algo totalmente incomum. Então vamos lá…

Santo André e Barueri.

Dois representantes da região metropolitana de São Paulo na Série A. Cidades homônimas. Os dois times têm largo apoio das prefeituras locais. O Barueri parece encaminhado para jogar a Primeirona em 2010, enquanto o ‘Ramalhão do ABC’ vem lutando bravamente para permanecer na elite.

No entanto, a presença dos dois no Brasileirão deste ano vêm sendo nociva para a imagem geral da competição. Não pela questão técnica, naturalmente. Mas sim pela movimentação nas arquibancadas.

O Santo André está na 19ª e penúltima posição em média de público, com 5.284 pessoas como mandante (16 jogos). O Barueri vem depois, na 20ª colocação, na lanterna, com 3.454 testemunhas em média na moderna Arena Barueri (15 partidas).

Os dois times têm os 10 piores públicos, sendo 6 do Santo André e 4 do Barueri.

Somando os públicos dos 31 jogos, o total é de apenas 136.343 torcedores. O Náutico, por exemplo, é o 13º lugar em público absoluto, com 206.574 alvirrubros presentes nos Aflitos. 😯

A média de público do Nacional, considerando os 301 jogos até esta sexta-feira, é de 16.592 pessoas. A menor dos últimos 3 anos. Caso os dois times paulistas não entrassem nessa conta (supostamente), a média seria de 17.992, em 270 jogos (aumento de 8,43%). Seria a maior dos últimos 25 anos (*)!

Em 1984, ano em que o Fluminense (sim, o Flu) conquistou o seu único título, a média foi de 18.523 (veja todas as médias AQUI).

E qual é a diferença que isso faz atualmente? Faz diferença no “produto Série A”.

O campeonato já vem sendo bem comercializado. Tanto que a Rede Globo pagou R$ 1,4 bilhão pelas edições de 2009/2010/2011 (veja AQUI). Mas poderia ser mais, principalmente para o exterior. A imagem dos estádios de Santo André e Barueri praticamente vazios (assim como o do Ipatinga/MG no ano passado) não colabora…

Sugestão – Após essa “introdução”, a ideia. Baseada num mal implantado projeto, é verdade. Mas com ajustes, quem sabe… Em 1996, a Federação Paulista de Futebol estipulou um público mínimo para os participantes.

O time só poderia receber a cota de televisão caso colocasse pelo menos 6 mil torcedores em casa. A competição, porém, iniciou com públicos pífios, e várias equipes do interior perderam a benesse em algumas rodadas.

Assim, começaram a fraudar os públicos. Mesmo com 500 pessoas em arquibancadas vazias, o borderô saía com “6.000 pagantes”. No fim, uma média falsa.

Isso poderia ser reeditado na Série A. Mas sem a ameaça de perda de cota. Santo André e Barueri fizeram por merecer a classificação à elite. No entanto, para não manchar um campeonato que vem crescendo desde 2003 (era dos pontos corridos), poderia ser criada uma espécie de “multa” caso o time não alcançasse o mínimo.

E a multa seria apenas ressarcir o organizador do campeonato (ou o seu patrocinador) com a diferença para o público mínimo. Exemplo: o Santo André tem uma defasagem de 716 ingressos por jogo (total de 11.456). E isso teria que ser quitado. Para não haver uma nova fraude, a conta seria feita com o público presente, girando a catraca.

Dessa forma, os clubes seriam estimulados a realizar promoções e eventos para pelo menos passar essa cota. Falei 6 mil puxando pelo Paulistão, mas na minha opinião um clube de Série A tem que colocar pelo menos 8 mil pessoas num estádio. É o mínimo aceitável para uma competição de alto nível…

Deixando claro que a ‘arquibancada’ não teria relação alguma com a classificação.

Agora é com você… Opine! 😎

* A CBF não tem os dados completos do Campeonato Brasileiro de 1987. O módulo verde, porém, teve uma media de 20.877.

One Reply to “Cota de público na Série A”

  1. Não sei ao certo se isso tb não geraria fraude, afinal podemos girar a catraca até atingir o numero mínimo exigido. Ou não?

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