Causo de 1987. Abaixo, a história secreta do título brasileiro do Sport, revelada com exclusividade ao blog por Homero Lacerda. O arquivo empoeirado da briga infindável.
Em 15 de janeiro de 1988 foi realizado o histórico Conselho Arbitral do Brasileirão de 1987. Na pauta, a votação para modificar o formato da competição, excluindo o cruzamento dos Módulos Verde e Amarelo.
Dos 32 clubes, 29 mandaram representantes. Na votação, 24 x 5 a favor da proposta de Márcio Braga, presidente do Flamengo, que queria homologar o seu título da Copa União. Apenas Sport, Guarani, Náutico, Fluminense e Vasco votaram contra.
Apesar disso, a eleição favoreceu o Sport, já que apenas a unanimidade dos participantes poderia mudar o regulamento, baseado no artigo 5º da Resolução nº 16/86 do extinto (em 1993) Conselho Nacional de Desportos.
Na articulação do Clube dos 13, porém, o contragolpe estava pronto. O presidente do CND, Manoel Tubino, enviaria uma retificação na resolução da entidade ao ministro da Educação, Hugo Napoleão, cuja pasta englobava o órgão.
Uma assinatura do ministro piauiense, tirando a necesidade de unanimidade na votação, e a vaca iria para o brejo, como diz o próprio Homero Lacerda.
Na Ilha do Retiro, todos foram pegos de surpresa. A cavalaria dos adversários avançou com força pelos flancos diante de uma barreira frágil.
Daí, a correria pernambucana nessa guerra campal. Nos bastidores, na verdade. Ou arrumava uma solução rápida ou, então, fim do pleito. Fim do sonho.
De cara, era preciso marcar um encontro com o ministro, em Brasília. Dissuadi-lo da ideia. Mas a assessoria do ministério alegou que o titular da Educação não poderia receber mais ninguém pelos próximos 30 dias. A sua pauta estava lotada.
“Eu estava perdido lá Brasília”, lembra Homero, que viajou mesmo sem direção. Sem eira nem beira, o então mandatário leonino já aguardava o desfecho. Com a assinatura que estava por vir. A decisão seria irrevogável.
Perdendo cada vez mais terreno, Homero contatou o senador Marco Maciel. O tricolor Marco Maciel. Solidário com a causa rubro-negra (e pernambucana), o político costurou o encontro em Brasília.
Maciel conversou bastante com Napoleão, seu colega de longa data no Senado, e que só havia deixado a cadeira após ser nomeado ministro pelo presidente José Sarney.
Encontro marcado.
Depois do agendamento, o perdido Homero achou até o elevador privativo do ministro para chegar ao seu gabinete. Havia pressa naquele agitado dirigente. Ao lado dele, o paciente Marco Maciel, profundo conhecedor das entranhas da capital federal.
Esguio e com a linguagem sempre pausada, o senador pernambucano se aproximou da mesa do ministro. E lá estava o documento na mesa… Venal.
Maciel olhou diretamente para o interlocutor e começou a argumentar sobre o peso daquela mudança, que rasgaria todo o regulamento. Ao mesmo tempo em que usava a sua oratória em tom baixo, ele colocou a mão na mesa, exatamente em cima da ata.
Foi arrastando levemente o papel pela mesa, com um sorriso aberto… Sarcástico.
“Não tem a mínima necessidade de assinar isso aqui, ministro…”
Napoleão também abriu um sorriso, evasivo. O recado já estava dado. Mesmo assim, a assinatura “Hugo Napoleão” naquele documento de poucas páginas seria o fim.
Mas o ministro não assinou.
Hugo Napoleão ponderou e optou por ficar à parte do processo e manteve o artigo 5º da Resolução nº 16/86. Manteve a necessidade de unanimidade.
O ato referendou a decisão do Conselho Arbitral. A favor do Sport.
Enquanto Homero Lacerda vibrava no sala, Maciel e Napoleão já davam continuidade à vida pública, com um rápido bate-papo sobre projetos e votações na Casa.
Práticos.
Munido de uma garantia essencial no processo pela manutenção da disputa original do Campeonato Brasileiro, Homero voltou ao Recife.
Fortaleceu o elenco e a torcida. A disputa da Série A estava aberta. O quadrangular final seria realizado. O troféu de campeão era um sonho possível!
E o título veio. Contra tudo e contra todos.
Mas a briga estava apenas começando. Aquele dirigente, então com 39 anos, não fazia ideia da luta homérica (com o perdão do trocadilho) que teria que enfrentar.
Já são 23 anos de batalha. Mais de 8 mil dias. Mas um deles foi o Dia D… Aconteceu na surdina, naquela saleta em Brasília. Quem garante é o próprio Homero.
“Ali eu senti que o Sport perderia a chance de ser campeão brasileiro. Eu tremi.”
Mas ele não assinou, Homero…
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Estourem os fogos,soltem os balões,acendam as velas,tirem as crianças da sala porque uma verdade vira a tona,.papai noel existe. isso mesmo o bom velhinho existe mesmo para os torcedores e dirigentes do flamengo. Nessa semana foi vinculado que existe um documento assinado por Luciano Bivar aceitando dividir o título de 1987 com o flamengo. Gente uma sentença transitada e julgada não cabe recursos e além do mais se realmente o Luciano assinou foi uma estrategia politica sabedor ele que nada alteraria o tramite dos fatos.,amigo esse documento tem a mesma validade que tem o documento assinado pelo clube dos pais separados de recife que diz que Jô soares é o novo presidente do Brasil,que legitimidade teria tal documento. O clube dos treze cuida da negociação entre a TV e os clubes no tocante a cotas de transmissão ou seja a parte financeira e jamais tem ou terá o poder de legislar. Outro fato que tem de ser lembrado é que se o flamengo fosse declarado também campeão de 1987 o mesmo poderia entrar com um ação por perdas e danos já que o título foi computado apenas ao sport,.Amigo sem mais termino esse a-mail não sem antes deixar de parabenizar aos cariocas torcedores do flamengo pela bela conquista do penta campeonato em 2009,realmente um presentão que não foi dado pelo papai noel.rsrs
Não chora, não chora, não chora … não chora, não chora, não chora …
Como é bom ser Sport e ter dois títulos nacionais – Campeão Brasileiro de 1987 e da Copa do Brasil de 2008.
Chora mundiça, isso não te pertençe!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Jandir, voce está errado. Voce precisa da um olhada no post “É preciso ler”, nesse próprio blog. Sem isso cara, não dá. Sobre a colocação, entre no wikipédia, pois o Sport aparece em 28º (e se classificaria mesmo que ficasse em 32º).
Luzo, voce está pensando de maneira totalmente parcial, veja que o conselho arbitral data de 1988, e estava tentando mudar uma regra já aceita pelo C13 (e assinada por Eurico Miranda, e que precisava, pois se nao o camp. não seria reconhecido pela CBF – que havia garantido aos 32 melhores times participação na 1º divisão e que por isso teriam que ter a chance de ganha-la – e por consequencia pela FIFA, resultando em um camp ilegal e que poderia ameaçar até a participação brasileira na copa de 90). Tenho certeza que como eu, voce deve achar justo que para mudar uma regra num camp. ja em andamento deve-se ter unanimidade, e era justamente isso que o C13 queria mudar.
Manda outra.
Outra coisa. Essa balela de campeão de fato é o flamengo pois jogou contra os “times grandes” do “brasileirão” de 87. Mas esquecem que na libetadores de 81, salvo engano, não jogaram com nenhuma equipe Uruguaia ou Argentina que são os tradicionais junto com nós, brasileiros, são os tradicionais das américas. Sendo assim, não seria um farsa, usando argumentos flamenguistas, o título da liberta desse ano?
A não ser que, por não conhecimento meu do futebol chileno, o cobreloa seja uma unanimidade no país andino.
Esse Jandir é uma onda!!! Luciano assinou sim, uma ata, mas nesta mesma ata, TINHA ESCRITO EM LETRAS GARRAFAIS que ele não concordava com a divisão. Ele assinou uma ata de reunião, não um documento de partilha de um título. Tem um post neste mesmo blog que vc critica que incentiva a leitura. Que tal vc passar lá e ler a ATA?!
Jandir, se você tivesse parado para ler a ata do C13 que está disponível em vários SITES, veria claramente que Luciano Bivar não aceitou dividir o título de forma alguma. Mas em vez de ler a ata, tu prefere acreditar no que andam espalhando. Santa ignorância! O pior foi que neste mesmo blog o Gustavo alertou para isso.
O que não té dito aí é que o Sr. Luciano Bivar, certamente visando ao luicro pessoal, se vendeu ao clube dos 13 em 1997, aceitando dividir o título com o Flamengo, em troca da entrada da coisa no clube dos 13. Os que os bajulam – e são todos dessa crônica pernambucana – deviam expor esses fatos aos leitores. A ata dessa reunião está em diversos saites na rede. Clara e cristalina, com a assinatura do Sr. Bivar. Vale ressaltar que o Sport entrou no módulo amarelo pela janela, pois não estava entre os 28 melhores clubes do Brasil na oportunidade. Basta consultar a wikipédia. Um bando de pallhaços, tudo farinha do mesmo saco, querendo encontrar dignidade no alheio sem enxergar a imundíce da sua própria casa.
E se for da minhoca colorida, não merece nem resposta…
Vai levar uma lapada dos reservas, domingo….
Deve ser barbie, que não ganha nada há muitos anos e não tem nenhum título nacional…
Só queria saber se fosse teu time, picareta de uma figa…
Quanto mais mexe nesta história, mas fica claro o perfil desta corja do IXPÓ… pela massa de picaretas, corruptos e capachos; só deve perder mesmo para o Aníbal Bruno.
Desculpem, quis dizer campeonato brasileiro de 2009, o qual o Sport foi 20º colocado.
Com certeza o Sport Club do Recife é o campeão brasileiro de 1987. Esse torneio foi um tanto quanto mal organizado, mas a culpa não é de qualquer que seja o time, muito menos o Sport ou Flamengo. Ficou decretado que os módulos se cruzariam e ponto. O Flamengo, por sua vez, não aceitou e perdeu o direito de lutar pelo título. Assunto acabado. Eu ainda não entendo como eles, flamenguistas, ainda se dizem campeões. Até porque, do jeito que me parece, eles quiseram mudar as regras do torneio. Se fosse assim tão fácil, o Sport poderia querer mudar também para que o 20º colocado no campeonato brasileiro de 2010 fosse eleito melhor time, campeão. Pronto, não é como eles querem? Felizmente isso é impossível e, sem mais delongas, o SPORT CLUB DO RECIFE é o CAMPEÃO DE 87, portanto merece respeito de tudo e de todos.
A disputa de penaltis foi na final do módulo amarelo, que só serviria pra classificar para a próxima fase e ambos já estavam classificados, na final do Campeonato Brasileiro o Sport venceu por 1×0 gol de Marco Antonio. O Sport é campeão de fato e de direito, o regulamento previa o cruzamento, o Flamengo e o Inter não quiseram jogar, o Sport jogou contra o Guarani, venceu e foi campeão. Não há o que se discutir. Caso uma situação dessa acontecesse em qualquer outro país do mundo, os brasileiros seriam unânimes em declarar o Sport campeão. Infelizmente a manipulação midiática, principalmente por parte da Rede Globo, faz com que as pessoas prefiram rasgar os regulamentos e comemorar um titulo que não existe.
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Ah, sim. Belo post nunca soube desse jogo de bastidores. Este Blog sempre trás uma visão diferente sobre o futebol e fatos que não se encontram em outros lugares.
Esse post só confirma que o Sport pode até ser campeão de direito, mas de fato é o Flamengo, e o fim do mundo vai chegar e só quem vai considerar esse título será a lápide de Homero Lacerda. Quanto a mudar a regra do torneio, já havia sido mudada antes, a CBF nem campeonato queria organizar, só entrou na parada por dinheiro, qua foi trazido pelo C13 para disputar a COpa união. Mas que seja: Sport campeão brasileiro de 87 e Flamengo campeão do torneio nacional mais importante do ano a COpa União. Sem falar naquela disputa de penaltis entre Guarani e Sport que pararam no meio, que ridículo.