Há tempos se espera um cadastramento detalhado dos integrantes das principais torcidas organizadas no futebol.
Não só no Recife como no restante do país, em centros ainda maiores.
Aqui, os números são altíssimos. Segundo levantamento do Ministério Público de Pernambuco, a Torcida Jovem, a Inferno Coral e a Fanáutico têm 90 mil, 80 mil e 20 mil membros, respectivamente.
Ao todo, uma projeção de 190 mil pessoas. Para se ter uma ideia, a soma dos sócios em dias nos três clubes chega a 30 mil, um dado irrisório.
O cadastro visa dar uma identidade a esses torcedores organizados, definindo aqueles de bem, porque, afinal, ainda são a maioria.
A ideia voltou a ser imposta pelas autoridades do estado após o último violento episódio na cidade. Trata-se de uma decisão conjunta da secretaria estadual de esportes, FPF, Polícia Militar e Ministério Público.
Dessa vez, com um prazo de execução definido. Serão 60 dias para colocar em prática o plano orçado em R$ 1,2 milhão. Vale lembrar que a burocracia emperrou a ideia num passado recente. Mais uma vez, repito, não foi só aqui.
Ao assumir o Ministério do Esporte, Aldo Rebelo acabou não dando continuidade ao projeto Torcida Legal, que cadastraria 500 mil pessoas país afora (veja aqui).
A princípio porque a verba foi repassada sem licitação. Contudo, acabou não se criando um processo público para uma nova empresa, que teria o papel de gerir o orçamento de R$ 6,2 milhões do governo federal.
Lançado em 2009, agendado para 2010 e paralisado desde 2011.
Coincidentemente, o ministro Aldo Rebelo fará uma rápida passagem no estado nos dias 23 e 24 de fevereiro. A visita deve servir para atualizar a opinião do ministro sobre a situação em evidência no futebol pernambucano.
À parte do Torcida Legal, o cadastramento local irá andar. E no resto do Brasil?