O retorno do goleiro Aranha ao estádio do Grêmio surpreendeu. Negativamente.
Após o jogo pela Copa do Brasil, Santos e Grêmio se enfrentaram pela Série A.
E a noite foi de muitas vaias a um jogador. Não, não vamos nem discutir a falácia hipócrita de que eram vaias a um adversário, algo comum no futebol.
O foco foi bem além, dirigido a Aranha e repleto de ironias, com gritos de “alemão”, “branca de neve”. Um racismo velado, difícil de compreender.
Ainda há um outro ponto nessa questão do goleiro, de uma lucidez incrível neste episódio, mais até do que Pelé, que deveria ser um ícone neste combate. Está havendo uma tentativa de a espetacularização do caso de racismo.
Atleta mediano, Aranha não vem conseguindo escapar dos microfones, num volume de perguntas que ignora há dias a questão esportiva.
São seguidas tentativas de reaproximar o goleiro de Patrícia Moreia, a única identificada no duelo anterior entre Grêmio e Santos. Sobre Patrícia, vale dizer que ela deu “azar”. Culpada, mas não era a única xingando na arena.
Como os demais presentes no jogo anterior, pensava estar protegida pelo escudo de um estádio de futebol, onde tudo seria válido pela pressão campal.
Infelizmente, o pensamente parece enraizado em tantos outros torcedores. A vaia da torcida gremista foi de reprovação à queixa de Aranha.
Um prato cheio para alimentar um caso… e somente este caso.
O problema é muito maior.