Existem mais de 30 blocos de carnaval inspirados nos três grandes clubes pernambucanos, com desfiles no Recife, em Olinda e no interior do estado. Do Sábado de Zé Pereira à Terça-feira Gorda. Três dessas agremiações contam com apoio direto e indireto de Náutico, Santa Cruz e Sport, que divulgam os arrastões do frevo e a venda de camisas oficiais dos blocos – esta receita, aliás, ajuda no custeio das orquestras, bonecos gigantes e fantasias.
A seguir, detalhes do “Bloco Timbu Coroado”, da “Troça Carnavalesca Futebolística e Cervejeira Eternamente Sport” e da “Troça Carnavalesca Mista, Ofídica, Etílica e Erótica Minha Cobra”. Em todas, sob um sol danado, clubismo liberado e muitos frevos inspirados no Trio de Ferro. Bom carnaval a todos!
Timbu Coroado (desde 1934) Camisa: R$ 20 (sócio) e R$ 25 (não sócio) Data: domingo de carnaval Desfile: das 9h às 16h Saída: Aflitos
Eternamente Sport (desde 2016) Camisa: R$ 25 (sócio) e R$ 35 (não sócio) Data: domingo de carnaval Desfile: das 9h às 15h Saída: Largo do Amparo, Olinda
Minha Cobra (desde 2006) Camisa: R$ 30 Data: segunda-feira de carnaval Desfile: das 9h às 15h Saída: Bonsucesso, Olinda
O carnaval rubro-negro não tem um bloco oficial na capital pernambucana há bastante tempo. Desde o Leão Dourado, no início da década de 1990. Campo aberto para a própria torcida, que em 2016 criou a Troça Carnavalesca Futebolística e Cervejeira Eternamente Sport, para desfilar nas ladeiras da Cidade Alta. Acabou recebendo o apoio do clube. Por sinal, de forma espontânea, o Sport tem a maior quantidade de blocos em Pernambuco. O blog contabilizou quinze. Os frevos leoninos seguem em alto e bom som nos metais na Ilha, em Olinda, no Galo da Madrugada e pelo interior do estado.
Na arquibancada, a entrada da orquestra da Treme-Terra é um show à parte, puaxando o frevo-de-rua mais famoso do clube, numa composição do maestro Nelson Ferreira, um tricolor, diga-se. A música Cazá Cazá, ainda tocada nas rádios, foi composta a pedido de Eunitônio Edir Pereira em 1955, ano do cinquentenário do Leão. O mesmo Eunitônio compôs o hino oficial anos do clube depois. Seguindo o tom carnavalesco, há um frevo-canção ainda mais antigo, de 1936, também sob a batuta de Nelson Ferreira, em parceria com Sebastião Lopes, o “Pelo Sport Tudo”, o famoso dos brados. A música ficou conhecida como Moreninha, com vários elementos do carnaval, retratando bem a época.
Entre outros frevos do Sport, Haroldo Praça, autor do gol da vitória rubro-negra sobre o Santa Cruz por 6 x 5 na inauguração da Ilha do Retiro, em 1937, é citado no Frevo Nº 1 do Recife, de Antônio Maria, gravado em 1951 pelo Trio de Ouro. No carnaval, acredite, há espaço até para homenagem a um dirigente após uma conquista emblemática. Com Jarbas Guimarães assumindo a presidência, em 1975 o Sport acabou com o jejum de doze anos. Mereceu um frevo-canção de Rogério de Andrade, “Este ano, nosso time / vai ser mesmo campeão / todo mundo vai cantar e dizer / ninguém segura o Sport não”.
Pelo Sport tudo (Nelson Ferreira e Sebastião Lopes, 1936). Moreninha que estas dominando Desacatando agora pelo entrudo (2x) Chegou a hora de gritares loucamente Hip, Hip, Hip, Hurra Pelo Sport Tudo! Vejo no batom dos teus lábios E no teu cabelo ondulado As cores que dominam altaneira por morena Do meu glorioso estado Moreninha que estas dominando desacatando agora pelo entrudo (2x) Chegou a hora de gritares loucamente Hip, Hip, Hip, Hurra Pelo Sport Tudo! Ter passado o carnaval Pra que não te falte a boa sorte Tira da minha vida e te manter eternamente Tudo, tudo pelo Sport Cazá, cazá, cazá, cazá, cazá A turma é mesmo boa… É mesmo da fuzarca! Sport! Sport! Sport!
O mais querido (Jovino Falcão, 1974) Está comprovado Já foi conferido Que o mais amado O mais amado é que é, é que é É o mais querido É ele o maior em nosso Estado Destaca-se do remo ao futebol É o consagrado campeão do Norte O mais querido, o mais querido É o nosso Sport
Ninguém segura o Sport (Rogério Andrade, 1975) Este ano nosso time Vai ser mesmo campeão Todo mundo vai cantar e dizer Ninguém segura o Sport não Na Ilha vou ver, hei! A turma pular, hei! De alegria quando o time entrar E mostrar a bola no pé Meu Sport em ação Cazá, cazá, cazá Ninguém segura o Leão
Hino à Treme Terra (Renato Barros, 1979) Chegando lá na Ilha do Retiro Ô abre alas que o Sport vai jogar O rubro-negro, é cor de guerra É o super sport que estremece a terra Chegando lá na Ilha do Retiro Ô abre alas que o Sport vai jogar O rubro-negro, é cor de guerra É o super Sport que estremece a terra Vivendo com o Sport esta emoção A galera se engrandece muito mais Quem não fala no Sport é mudo Cazá, cazá, e pelo Sport tudo!
Pelo Sport Tudo / Moreninha (1936, Nelson Ferreira e Sebastião Lopes)