Tarde de quinta-feira. Eu havia acabado de chegar redação do Diario. Logo na portaria, o recado de que tinham deixado um livro para mim. Sem texto nem nada. Apenas o livro.
Quando peguei a publicação (“O Futebol Como Linguagem”), caiu uma ficha que na verdade demorou demais… Meses!
Por que não criar no blog uma seção de livros sobre esportes? Com resenhas sobre livros novos, antigos, almanaques, romances etc. A partir de agora, tem. A cada duas semanas.
A seção começará justamente com o presente.
Nascido há 80 anos em Vitória de Santo Antão e criado no Recife, David Azoubel Neto se tornou psicanalista em 1972, com uma ideia fixa: associar o esporte de milhões à psicanálise. Ele conseguiu, em 300 páginas.
O livro “O Futebol Como Linguagem – Da Mitologia à Psicanálise” foi lançado neste ano pela Funpec Editora. Na capa, o quadro “Futebol”, de Portinari, numa tela de 1935.
Logo no início, a evolução da simbologia, com a comemoração de Bebeto na Copa de 1994, quando ele saiu balançando os braços, como se estivesse embalando um bebê. O seu filho havia nascido dois dias antes. Nesta década, a homenagem ganhou novas versões, com o polegar na boca (chupeta) e a bola por dentro da camisa (gravidez).
O livro passeia também em outros simbolismos, como o sinal da cruz a cada lance, como numa véspera de batalha. Ou o fato de entrar no gramado com o pé direito, mania estentida inclusive àqueles que são canhotos…
Passagens da infância do autor se confundem com alguns capítulos, mas sem perder o traço da revolução social causada pelo futebol. Vale a leitura.