Advogado tributário pós-Fifa e pós-PE2011

Direito tributárioSão Paulo – Numa rápida conversa que não durou um minuto, ouvi esta declaração:

“Ainda bem que não teve polêmica na final.”

Frase do árbitro Sálvio Spínola, num inusitado encontro no Instituto Internacional de Ciências Sociais, no bairro de Bela Vista, na capital paulista.

O árbitro da Fifa, que comandou a decisão do último Estadual – além da segunda semifinal no Clássico dos Clássicos -, também estava no prédio para aprender.

No meu caso, jornalismo em mídias móveis. No caso de Spínola, uma especialização em Direito Tributário.

Sim, o juiz (de futebol) de 41 anos é formado em Economia e Direito.

De óculos, terno e gravata, ele se mostrou aliviado pelo desfecho do Pernambucano sem lances capitais mal marcados…

Não houve tempo sequer para uma foto no celular. Ele estava correndo.

“Estou atrasado demais. Tenho que ir.”

O pior é que ele estava atrasado mesmo, 15 minutos.

Sálvio projeta ganhar mais dinheiro na futura função que na arbitragem, cuja carreira acabará dentro de 4 anos, com o limite da Fifa. Mas, por enquanto, ele vem bem.

Apenas pelos dois jogos no Pernambucano, com a taxa da FPF, ele ganhou R$ 6 mil, sendo R$ 2.500 por jogo e mais 20% por ter o emblema da Fifa.

Chamaram a Cavalaria… Trio importado da Fifa

Fifa

Para o epílogo, um quadro todo da Fifa.

No domingo, Santa Cruz e Sport vão decidir o título do Pernambucano com um trio de arbitragem do alto escalão nacional, e sem nenhum representante do quadro local.

A informação foi confirmada pela Federação Pernambucana de Futebol nesta segunda.

Árbitro
Sálvio Spínola Fagundes (Fifa-SP)

Assistentes
Alessandro Rocha de Matos (Fifa-BA)
Márcio Eustáquio Souza Santiago (Fifa-MG)

Acertou a FPF, aos 45 minutos do segundo tempo, após alguns vacilos…

Na minha opinião, toda a disputa da fase final do Estadual poderia ter sido assim. A prudência apontava para isso, após arbitragens polêmicas durante toda a competição, beneficiando e prejudicando todos os clubes.

Seria uma forma até de preservar o quadro local, apontado pela presidência da entidade como um dos melhores do país. Neste ano, não mostrou nada disso.

A exceção no Arruda será em relação aos árbitros-assistentes – atrás dos gols – , com Nielson Nogueiro e Ricardo Tavares. Que a bomba não exploda no colo de ninguém.

Spínola está livre de culpa domingo. Manolo, não

Sálvio Spínola, árbitro Fifa. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Sálvio Spínola Fagundes Filho, 41 anos.

Filho ilustre do município de Urandi, no sul da Bahia.

Localidade com apenas 16.499 moradores.

Economista. Advogado. E árbitro de futebol…

Não um juiz qualquer, mas um dos dez integrantes brasileiros do quadro da Fifa. Faz parte da escala internacional desde 2005.

Apesar da certidão baiana, Spínola se mudou para São Paulo com apenas um ano de idade. No motor do PIB do país, ele cresceu, estudou e constituiu a sua família.

Mesmo com a formação privilegiada em relação à educação nacional, Spínola optou por focar a arbitragem nos estádios de futebol, onde começou em 1993.

Como um economista/advogado foi parar nisso? Trabalhando no comércio paulista, certo dia Spínola caminhava na frente da Federação Paulista de Futebol. Tinha 22 anos.

Curioso, quis saber detalhes sobre a arbitragem. Pois, justamente naquele dia, havia sido lançado o edital para o curso de árbitros de 1992. Foi avisado pelo porteiro Manolo.

A inscrição ocorreu ali mesmo. Virou um árbitro extremamente técnico e disciplinador.

Em 2003, após a decisão do Paulistão vencida pelo Corinthians, ele voltou à sede da FPF e deu a camisa da final de presente a Manolo.

Se no domingo, nos Aflitos, a arbitragem do Clássico dos Clássicos for polêmica, já sabemos que o tal porteiro tem muita culpa na história…

Sálvio Spínola, árbitro Fifa. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco