Suape na mira das bolas falsificadas da Copa e mapeada pela receita federal

Apreensão de bolas Brazucas falsificadas. Crédito: Receita Federal/divulgação

O fluxo de bolas falsificadas da Copa do Mundo passa por Suape…

Ou passaria pelo porto no Cabo de Santo Agostinho, para ser mais exato.

Em Santos, no processo de alfândega, um navio da China foi interceptado pela receita federal, que encontrou 3,8 mil bolas Brazuca, falsificadas.

Na mercadoria estavam 1.800 bolas do modelo Glider (R$ 69) e 2.000 do modelo Mini (R$ 39). Caso fossem originais, seriam avaliadas em R$ 202 mil.

O objetivo era abastecer o mercado “paralelo” do Nordeste durante o Mundial. Um navio caiu na malha fina. Será que outros passaram? Saberemos em junho.

Vale lembrar que a Glider é um modelo básico, mais voltado para “peladas”.

Já a réplica da bola produzida pela Adidas para a Copa do Mundo de 2014, a Brazuca Official Match Ball, conta com superfície sem costuras para trajetória e toque mais precisos, com o salgado preço de R$ 399.

Antes da Arena Pernambuco, algum modelo genérico pode surgir em Suape…

De porto a porto, a Arena Pernambuco

Embarque da cobertura metálica da Arena Pernambuco, na Espanha. Foto: Odebrecht/divulgação

Haja trabalho na zona portuária de Suape por causa de um estádio de futebol…

Vários navios já atracaram no complexo em Ipojuca com materiais pesados e equipamentos para serviços de infraestrutura, importados do exterior pela Odebrecht.

Pelo menos três países fora da América do Sul contam com empresas ligadas ao projeto.

Todas as navegações com o mesmo destino, a Arena Pernambuco.

Os oito elevadores e as treze escadas rolantes, já guardados sob uma lona no canteiro em São Lourenço da Mata, vieram da China.

O revestimento lateral da arena, que dará forma ao design definitivo do projeto, está sendo produzido na Alemanha. O material plástico ainda será enviado da Europa.

Outro produto que já chegou foi a cobertura metálica, cujo início da montagem é a novidade neste mês na execução do palco esportivo do estado para o Mundial de 2014.

No post, o registro do embarque da estrutura metálica, que terá ao todo 20 mil metros quadrados, no porto de San Sebastián, na Espanha, onde foi fabricado.

Saiba mais sobre o andamento das obras da arena multiuso clicando aqui.

Embarque da cobertura metálica da Arena Pernambuco, na Espanha. Foto: Odebrecht/divulgação

Revertendo o crescimento econômico do estado ao futebol

PDVA, Fiat e Atlântico Sul

Antes do futebol, um pouquinho de economês da terrinha.

De acordo com as projeções, o produto interno bruto de Pernambuco irá dobrar até o fim desta década, batendo na casa dos 140 bilhões de reais.

Apenas os três logotipos acima representam R$ 32 bilhões em investimentos, com previsão de 13 mil empregos diretos quando os três estiverem operando no grau máximo.

Atualmente, apenas o estaleiro Atlântico Sul funciona, em Suape. A obra da Refinaria Abreu e Lima, numa parceria Petrobras/PDVSA, no mesmo complexo, está em 35%, enquanto a fábrica de veículos da Fiat ainda será erguida em Goiana.

Esses números, contudo, confirmam o crescimento da economica local, que chegou a 8,3%, acima da média nacional, de 6,5%, nos dados do último ano do IBGE.

Considerando que este blog foca o futebol pernambucano, então é necessário traçar um cruzamento dessas informações com a realidade de Santa Cruz, Sport e Náutico.

Na verdade, o post alerta para a falta deste cruzamento, pois nenhuma grande indústria que se instalou por aqui nos últimos tempos se articulou para qualquer parceria.

É possível canalizar isso? O que falta, então, para que esse desenvolvimento alcance, de alguma forma, o futebol profissional, com patrocínios e parcerias?

Inércia dos clubes, falta de interesse das indústrias ou negociações arrastadas?

São empresas de grande porte à parte do futebol e, de certa forma, da visibilidade. A fonte de receita estampada no uniforme está mais perto do que se imagina, na BR-101…

A “marca” do futebol pernambucano

Jogo dos 7 erros: "O Senhor dos Pastéis". “Futebol é business”.

Já dizia um dirigente do Corinthians. Não por acaso, o Timão foi o 4º clube do mundo em patrocínios em 2010, segundo o estudo de uma consultoria alemã (veja AQUI). O clube paulista somou 22 milhões de euros em marcas no seu unifome alvinegro. Ou R$ 50 milhões.

Ainda que em uma escala muito, mas muito menor, eis o futebol pernambucano.

O entendimento de que o símbolo do clube é suficiente para mantê-lo  financeiramente parece ficar cada vez mais claro para os gestores locais.

Em entrevista ao blog, o presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, ponderou de forma interessante sobre o assunto. Para ele, o “produto” clubístico deve ser medido independentemente dos resultados no campo.

“Nós (Pernambuco) estamos um pouco atrás em relação aos contratos, mas nota-se uma evolução. No Santa, evoluímos na gestão passada (com FBC), porque, mesmo sem conquistas, conseguimos patrocínios que viram a marca do clube, e não o status atual. Mostramos os resultados que o produto ‘Santa Cruz’ traz. O nosso futebol tem que fazer o mesmo, porque é a marca mais forte da região. Nós precisamos reconquistar a credibilidade. O trabalho tem que ser independente dos resultados.”

Na sua opinião, como está a “credibilidade” da marca do futebol pernambucano?

Cabense quer entrar na onda

Porto de SuapeRefinaria, estaleiro, pólo petroquímico… O Porto de Suape não pára de receber investimentos de grande porte. Uma gama de projetos que deverá fazer o PIB de Pernambuco passar dos atuais R$ 66 bilhões para R$ 147 bilhões em 2020 (veja AQUI).

O porto fica encravado no limite entre Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, a menos de 40 quilômetros do Recife. Com tanto investimento assim, é bem razoável que o presidente da Cabense, José Laelcio, diga que o clube está “aberto a negociações” para parcerias com empresas instaladas em Suape.

“Seria muito bom contar com o apoio de pelo menos uma dessas empresas. A Cabense formaria um time muito forte. Estamos aguardando propostas”. 😎

Durante a conversa com Laelcio, o mandatário do 4° representante da Região Metropolitana do Recife disse que um patrocínio desse porte daria estabilidade ao time. Um sonho justo. Afinal, Cabense foi rebaixada em 2007 logo após conseguir o acesso na Segundona (como agora).

O grupo atual, que conta com 11 jogadores que disputaram a última 2ª divisão do Pernambucano, terá uma folha de aproximadamente R$ 70 mil, o que já o deixa acima da média dos times considerados pequenos.

Foto: DNIT