Existem mais de 30 blocos de carnaval inspirados nos três grandes clubes pernambucanos, com desfiles no Recife, em Olinda e no interior do estado. Do Sábado de Zé Pereira à Terça-feira Gorda. Três dessas agremiações contam com apoio direto e indireto de Náutico, Santa Cruz e Sport, que divulgam os arrastões do frevo e a venda de camisas oficiais dos blocos – esta receita, aliás, ajuda no custeio das orquestras, bonecos gigantes e fantasias.
A seguir, detalhes do “Bloco Timbu Coroado”, da “Troça Carnavalesca Futebolística e Cervejeira Eternamente Sport” e da “Troça Carnavalesca Mista, Ofídica, Etílica e Erótica Minha Cobra”. Em todas, sob um sol danado, clubismo liberado e muitos frevos inspirados no Trio de Ferro. Bom carnaval a todos!
Timbu Coroado (desde 1934) Camisa: R$ 20 (sócio) e R$ 25 (não sócio) Data: domingo de carnaval Desfile: das 9h às 16h Saída: Aflitos
Eternamente Sport (desde 2016) Camisa: R$ 25 (sócio) e R$ 35 (não sócio) Data: domingo de carnaval Desfile: das 9h às 15h Saída: Largo do Amparo, Olinda
Minha Cobra (desde 2006) Camisa: R$ 30 Data: segunda-feira de carnaval Desfile: das 9h às 15h Saída: Bonsucesso, Olinda
É a torcida mais apressada para o carnaval. Desde cedinho já está acordada, mudando o humor da cidade, fazendo abrir o sorriso alvirrubro a cada esquina. O domingo é do Timbu Coroado desde 1934, quando os atletas de remo criaram o bloco, saindo pela Rua da Aurora, onde fica até hoje a garagem do remo do clube. A tradição se mantém viva, com o Timbu Coroado dando uma volta no bairro dos Aflitos. O bloco mais tradicional entre os grandes clubes pernambucanos reúne anualmente dez mil pessoas atrás da Frevioca.
No som , o Come e Dorme é imbatível. O frevo-de-rua do compositor coral Nelson Ferreira não tem nem letra, mas se confunde com o próprio hino alvirrubro. Os metais levantam a timbuzada em outra composição de Nelson, o frevo-canção Hino do Timbu Coroado, de autoria de Edvaldo Pessoa, Turco e Jair Barroso. Essas músicas ficaram ainda mais populares no rádio, na execução a cada gol alvirrubro, sobretudo na era de ouro do Náutico, no hexacampeonato estadual. Naquela época, aliás, a segunda-feira de carnaval reservava espaço para o desfile do maracatu do Timbu Coroado.
Nos anos 1980, o carnaval vermelho e branco ganhou o Bonzão da Timbucana, sempre presente nas sociais dos Aflitos. Após um tempo tido como “azarado”, o boneco de olhos vermelhos voltou na Arena. O Náutico tem um repertório superior a 50 versões de frevo-canção, suficiente para um carnaval temático.
Hino do Timbu Coroado (Nelson Ferreira, década de 1930) O nosso bloco é mesmo enfezado É o Timbu, é o Timbu Coroado Desde cedinho já está acordado É o Timbu, é o Timbu Coroado Entre no passo Que o frevo é de amargar Pois a turma é muito boa E no frevo quer entrar Não queira bancar o tatu Conheço seu jeito, você é Timbu Esse negócio de casá, casá, casá É negócio pra maluco Pois ninguém quer se amarrar Timbu sabe isso de cor Casá pode ser bom, não casá é melhor N – Á – U – T – I – C – O Todo mundo vai saber isso de cor
Timbuate (Aldemar Paiva e maestro Luiz Caetano, década de 1950) Timbu, no céu, no lar Timbu, meu sol, meu ar Ene-a-u-tê-i-cê-o Sou de verdade teu fã Mais do que ontem Menos que amanhã (2x) Timbuate é um sonho Encantamento Carnaval, delícia de cores Movimento Ene-a-u-tê-i-cê-o Sou nos esportes teu fã Sou nos esportes teu fã Mais do que ontem Menos que amanhã Timbu no céu no lar Timbu, meu sol, meu ar
Timbuzinho (Jorge Gomes, 1964) Sou timbuzinho Sou timbuzinho Gosto do frevo E gosto de carinho (2x) As minhas cores são Encarnado e branco O Náutico é bicampeão Nino dá a Nado Nado a Geraldo Gol, que sensação
Papai do Nordeste (Jocemar Ribeiro, 1966) Ene-a-u-tê-i-cê-o A garra do leão Baixou de cotação O homem do boné Levou um grande olé O feitiço, meu amigo, deu azar Foi cinco a um, na tabuleta o placar Sou da cidade o tetracampeão Vou gargalhar, ai, ai, ai A vitória vai ficar Para toda geração Do Nordeste sou o papai
Hino do Timbu Coroado (letra de Edvaldo Pessoa, Turco e Jair Barroso e composição de Nelson Ferreira)