Por Rafael Soares*
Caldeirão, Bombonilha, Ilha de Lost, ou simplesmente Ilha do Retiro, estádio Rubro-negro, construído em 1937, que já teve o privilégio de sediar jogo de Copa do Mundo, de assistir a várias finais históricas, como a de 1987, 1989, 1990, 2000, 2008 ou tantas outras finais de Campeonatos Pernambucanos.
A fama da Ilha do Retiro ultrapassou fronteiras e hoje todo o país reconhece a dificuldade de jogar no caldeirão Rubro-negro. Marcos (Palmeiras), Abel Braga (ex-Internacional), Alex (ex-Internacional), Mano Menezes (Corinthians) e tantos outros nomes consagrados no futebol nacional comentaram a dureza que é enfrentar o Sport em seu reduto.
E a que se deve tamanha dificuldade? As arquibancadas muito próximas do campo? Uma arquitetura que faz ecoar mais ainda os gritos das arquibancadas? Ou de uma torcida apaixonada que lota o estádio?
Lógico que é principalmente por causa da torcida, uma legião de seguidores espalhados pelo mundo, mas que tem sua concentração maciça no estado de Pernambuco.
Na Copa do Brasil vencida pela equipe rubro-negra, a torcida foi realmente o 12° jogador, talvez o mais importante na campanha do Sport. Sabendo da força dessa torcida, é natural que qualquer presidente, diretor, conselheiro, torcedor queira ver o estádio lotado para o Sport repetir a boa campanha em casa, que por sinal teve 100% de aproveitamento.
Porém, não é assim que pensa o presidente e a diretoria do Sport, colocando preços extremamente caros na Libertadores, fora da realidade brasileira, muito mais ainda da realidade pernambucana. Só pra se ter uma idéia do absurdo, no jogo de volta entre Palmeiras x Sport no Palestra, o ingresso vai ser R$ 30 e R$ 15.
Vale lembrar que a população de São Paulo é quase 10 vezes maior que a de Recife e também tem o fato de São Paulo ser a cidade mais rica do Brasil, e do Recife ficar na região mais pobre do Brasil. Sem contar que o estádio do Palmeiras é menor que a Ilha, logo mais fácil lotar. Mas ninguém pode negar uma coisa: a diretoria do Sport conseguiu uma “façanha” que era praticamente impossível, ao esvaziar boa parte da Ilha, na competição mais importante do Sport nos últimos 20 anos.
*Rafael Soares, 26 anos, rubro-negro e analista de suporte
Foto: Helder Tavares/DP