De torcedor a presidente

Náutico

A presidência de um clube é o ponto máximo que um torcedor pode alcançar.

Primeiro, é necessário virar sócio. Alguns optam por escrever uma carreira no Conselho Deliberativo, com ações mais amplas do que o futebol.

Outros se associam a departamentos do Executivo. São vários. Financeiro, Administrativo, Engenharia, Social e, obviamente, Futebol.

Todos com a mesma vontade de colaborar, de se sentir efetivamente um “vencedor”, parte da história. Alguns conseguem. Outros vão além. Conseguem repassar esse caminho para as gerações seguintes.

São anos e anos em busca de um espaço no clube. Sempre com o objetivo de ajudar a própria paixão clubística.

No Náutico, esse caminho para a cadeira principal em Rosa e Silva parece parece um portal difícil de ultrapassar para o biênio 2010/2011. A transformação de um desejo em realidade acabou pesando. E muito!

Primeiro, Toninho Monteiro. Mesmo cercado por quase todas as lideranças do Alvirrubro, o publicitário sentiu a pressão de tocar reformas estruturais no Timbu. Não queria ficar marcado como o “homem que tirou o Náutico dos Aflitos”. Mesmo que isso seja algo positivo. O suposto lastro financeiro também não o seduziu. Refugada.

Depois, Francisco Dacal. Surreal. A chance da minoria numa disputa majoritária sem adversário algum. O rombo financeiro minou qualquer desejo de assumir a presidência. Paixão sim, mas com um pingo de razão. Refugada – Parte II.

A eleição do Náutico não aconteceu. Ninguém quis.

Deixar de ser “torcedor” não é tão simples…

Veja a matéria do diariodepernambuco.com.br sobre a “eleição” do Náutico AQUI.

Cofre timbu está secando

DinheiroO repórter Márcio Cruz, do DP, trouxe números interessantes do Náutico na edição desta quinta-feira. Deles, destaco a diferença absurda na receita mensal da cota de TV pelo Brasileiro.

Em 2009, o Timbu recebeu R$ 700 mil por mês na Série A do Brasileiro.

Na Série B deste ano, cada clube que não faz parte do Clube dos 13 recebeu R$ 100 mil. Nesta conta, então, não entraram Vasco, Bahia, Guarani e Portuguesa, todos do C-13.

Um número 7 vezes menor. Caixa pra lá de apertado, secando. Em 2010, o Sport terá 50% da cota (cerca de R$ 6,25 milhões, boa parte já antecipada pelo Rubro-negro). Numa conta rápida, os times que estavam na Segundona desta temporada receberam apenas 14,2% da receita alvirrubra.

Mesmo arrecadando R$ 23 milhões 2009, recorde na história do clube, o Náutico ainda terminou com um déficit de R$ 3 mi. Fica complicado organizar o futebol. Ainda mais com a nova realidade, das “terças e sextas”.

“Se vira nos 30”, Náutico…

Veja a reportagem completa do Diario sobre o cofre timbu AQUI.

Exército sem capitão

Durval, tetracampeão pernambucano pelo Sport, de 2006 a 2009Paraibano de Cruz do Espírito Santo, Durval chegou no Sport no início de 2006, aos 25 anos. O zagueirão havia sido vice-campeão da Taça Libertadores do ano anterior, quando defendia o Atlético-PR.

Mas chegou por baixo na Ilha, por causa de uma falha na decisão da competição. No Recife, sob o comando de Dorival Júnior, ganhou uma vaga no time principal rapidamente. Canhoto, o defensor passou a vestir a camisa número 4, emblemática.

Da estreia em 8 de janeiro de 2006 até a última rodada da Série A deste ano foram 226 jogos. De “refugo” do Furacão ao status de ídolo do Sport. O capitão da Copa do Brasil. 😈

Nestes quatro anos na Ilha do Retiro, o jogador escreveu uma história rara no atual futebol brasileiro, no qual atletas trocam de clube a cada seis meses.

Foram quatro temporadas de soberania no Rubro-negro. Foi tetra no Estadual – o último de maneira invicta. Nos 2 primeiros anos, a braçadeira de capitão ficou com o meia Geraldo (2006) e com o volante Éverton (2007).

E olhe que foi difícil achar uma foto do zagueiro segurando a taça no primeiro título. Em cerca de 50 fotos, Durval aparece atrás dos destaques daquele time em quase todas.

Sinal claro de que ainda estava buscando o seu espaço no grupo. Depois disso, ele cansou de levantar taça na Ilha. Só de turnos foram 7!

Mais. Veio também a fama de zagueiro-artilheiro. Fez 25 gols pelo clube, com vários gols nos clássicos contra o Náutico.

Foram quatro anos tendo o nome gritado na arquibancada da Ilha, com aquele início impublicável e que termina com a célebre frase “É o melhor zagueirodo Brasil!” .

Este segundo semestre em 2009 foi o seu pior momento no Leão, no qual o tal grito de guerra não fez tanto sentido, mas que continuou sendo ecoado no estádio por respeito a um dos jogadores mais vitoriosos nos 104 anos do Sport.

Durval ergue a Copa do Brasil de 2008Apesar da proposta feita pelo clube para tentar uma renovação, o seu empresário e o presidente leonino não chegaram a um acordo. Durval vai seguir a sua vida, provavelmente em um time na Série A. Ele tem mercado e futebol pra isso.

Aos torcedores do Sport, vai ficar uma lembrança eterna. O gol de falta contra o Internacional, no dificílimo confronto das quartas de final da Copa do Brasil de 2008, na Ilha.

O relógio marcava 33 do 2º tempo. Um jogo tenso. O Leão, com 1 jogador a menos, vencia por 2 x 1, mas precisava de um gol, diante do fortíssimo Colorado de Alex, Fernandão e Nilmar.

Falta para o Leão. Durval se aproximou e chamou a responsabilidade. O capitão acertou um míssil contra a meta de Clemer. Há quem diga que aquele foi um dos gols mais comemorados da história do estádio rubro-negro…

A fotomontagem no lado direito reproduz as 4 voltas olímpicas no Pernambucano, entre 2006 e 2009, de cima para baixo. Acima, a maior de todas as taças na “Era Durval”. O troféu que valeu a 2ª estrela dourada. É cacete! 😯

Números: Inaldo Freire, fisiologista do Sport.