Prendendo a respiração

Série B-2010: Náutico 1 x 1 Ponte Preta. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

É claro que o foco era a vitória na noite desta terça-feira.

Apenas os três pontos afastariam o Náutico da zona de rebaixamento da Série B.

Pelo menos o fôlego seria maior para a reta final do Brasileiro.

Mas a vitória não veio nos Aflitos. E a derrota passou raspando.

No fim, com dez jogadores desde o 1º tempo, o Timbu, que balançou as redes com Bruno Meneghel, segurou o 1 x 1 com a Ponte Preta, mais forte tecnicamente.

A reação da torcida alvirrubra?

Presente em bom número novamente, a galera timbu aplaudiu o time.

Aplaudiu o empenho de uma equipe a apenas dois pontos do terrível Z4.

Faltam três rodadas para o fim da Série B.

O próximo jogo?

Contra o Brasiliense, no Distrito Federal. O adversário, em 17º lugar, tem 40 pontos. O Náutico, em 16ºª, tem 42.

Prenda a respiração, torcedor. O próximo jogo pode decidir o futuro em 2011.

O aplauso pode ocorrer na viagem de volta ao Recife…

Equação do acesso

Matemática

A matemática joga mais que o time…

Como já virou praxe nas últimas rodadas, o post do Sport não está atrelado somente ao jogo do Leão, mas também ao do América/MG, foco maior neste sonho do acesso.

E assim segue a rotina de cálculos para tentar chegar ao G4 do Brasileiro.

Numa noite de rodada cheia na Série B, o Rubro-negro abriu a série de dez partidas desta terça-feira com um empate frustrante no Serra Dourada.

Contra o Vila Nova, um empate em 1 x 1 que poderia ter sido, francamente, uma goleada. Foram cinco chances inacreditáveis desperdiçadas pelos leoninos.

Todas elas cara a cara com o goleiro Max. Livre para marcar.

Foram duas com Wilson – sendo que uma delas a torcida não irá esquecer tão cedo – e outras com Marcelinho Paraíba, Eliandro e Elton.

Foi inacreditável! Nenhuma delas resultou em gol. Técnica, ansiedade, desgaste físico, o gramado, a bola… Faltou algo.

Com um mísero ponto somado, bastava ao Sport secar, e muito, o América, que jogaria minutos depois contra o Bahia, em Sete Lagoas.

Apesar do mando de campo, o Coelho tropeçou. Foi derrotado por 1 x 0.

Até aquele momento, os rubro-negros presentes na redação do Diario de Pernambuco já demonstravam um desânimo grande. Acho que isso refletia nos demais torcedores, inconformados nos fóruns da web e bares da cidade. Mas eis que soltaram essa pérola:

“Esse empate do Sport e a derrota do América acabou sendo uma situação melhor do que se os dois tivessem vencido.”

Sabe a verdade desta declaração…? Ela faz sentido.

Equações de 2º grau para o acesso: América/MG, 58; Portuguesa, 56; Sport, 55.

Vale lembrar que, só para ser ainda mais complicado, o Sport não pode empatar em pontos com nenhum dos dois, pois tem menos vitórias…

América/MG – São Caetano (fora), Sport (casa), Ponte Preta (fora).
Portuguesa – Bahia (fora), Ipatinga (casa) e Sport (fora).
Sport – Santo André (casa), América/MG (fora) e Portuguesa (casa).

  • 3 vitórias do Sport e 1 tropeço do América nos dois jogos como visitante.
  • 2 vitórias do Sport e 1 empate. Abaixo, as variáveis do empate

1) Se for contra o Santo André, o América precisaria ser derrotado uma vez como visitante, enquanto a Lusa teria que empatar um jogo. Pontuação máxima: Sport 62, América 61, Lusa 60.
2) Se for contra o América, o Coelho teria que somar, no máximo, dois pontos nos dois jogos como visitante. Já  Portuguesa teria que empatar um. Pontuação máxima: Sport 62, América 61, Lusa 60.
3) Se for contra a Portuguesa, o América teria que somar, no máximo, três pontos nos dois jogos como visitante. A Portuguesa teria que empatar um. Pontuação máxima: Sport 62, Lusa 61, América 61.

  • 1 vitória do Sport e 2 empates. Sim, acredite, é possível… Variáveis:

1) Caso a única vitória leonina seja contra a Portuguesa, o América teria que perder do São Caetano e da Ponte, enquanto a Portuguesa teria que perder pelo menos um jogo ou empatar os dois. Pontuação máxima: Sport 60, América 59, Lusa 59.
2)
Caso a única vitória leonina seja contra o Santo André, o América teria que perder os dois jogos como visitante, enquando a Lusa só poderia somar até 2 pontos nos jogos restantes. Pontuação máxima: Sport 60, América 59, Lusa 59.
3) Caso a única vitória leonina seja contra o América, o Coelho só poderia somar 1 ponto como visitante. Já a Portuguesa só poderia somar 2. Pontuação máxima: Sport 60, América 59, Lusa 59.

Na teoria é possível subir até perdendo um jogo, para o Santo André… Deixa pra lá.

Malandro pré-NFL

Um “gaiato” no futebol americano.

Assista ao vídeo abaixo e imagine uma confusão como essa em uma partida do “nosso” futebol = soccer para os Estados Unidos.

A regra permite? Sim.

Então, mérito do quarterback Jason Garza, do Driscoll Middle School, que disse que a jogada seria mais cinco jardas à frente e foi caminhando com o reinício autorizado…

O vídeo foi postado há apenas dois dias no Youtube, mas já foi acessado mais de 3,2 milhões de vezes mundo afora, se tornando mais um hit da web! De acordo com o jornal NY Daily News, a jogada foi batizada de “The Penalty Play” (veja AQUI).

O treinador Ar Rodriguez afirmou que essa foi a primeira vez que a jogada foi treinada.

Mas que daria “M” no nosso futebol, daria…

Gerações pernambucanas no Brasileirão

Pernambuco destacado no mapa do BrasilO Brasileirão completará 40 anos de história em 7 de agosto de 2011. Nesta data, em 1971, aconteceu a primeira rodada da Série A, batizada na época de “Campeonato Nacional de Clubes”. Fica uma dúvida em âmbito estadual. Como Pernambuco entrará nesta nova década do futebol do país?

Antes, relembre como foi o pontapé inicial do estado nas décadas anteriores.

1971
O futebol local tinha como maior feito o vice na Taça Brasil de 1967, com o Náutico, que disputou a Taça Libertadores em 1968.

Na primeira edição oficial do Campeonato Brasileiro – que substituiu competições como a Taça Brasil (1959-1968) e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970) – , o estado teve dois clubes entre os 20 participantes: Sport e Santa Cruz. O Náutico disputou a Segundona, também debutando no calendário, mas sem apoio algum.

A montagem das duas competições atendeu a critérios políticos e econômicos da época, em plena ditadura militar, além da tradição do futebol nos estados.

1981
O Santa Cruz havia sido o maior expoente nos anos 70, com a construção do Arruda, ainda sem o anel inferior, e as boas campanhas na Série A, como a semifinal em 1975.

A Série A, chamada de Taça de Ouro até então, vivia uma era na qual os estaduais eram classificatórios. Pernambuco teve três times entre os 44 daquele Nacional – os grandes do Recife. O futebol pernambucano teve, ainda, três na segunda divisão. Entre eles, o próprio Náutico, que conseguiu o acesso à elite do mesmo ano.

Também participaram América e Central. Neste ano foi realizada a primeira Terceirona (Taça de Bronze). O Santo Amaro, que teve outros nomes, como Vovozinhas e Recife, foi o vice-campeão brasileiro, mas sem direito ao acesso em 1982.

1991
O Sport começava a se destacar em relação aos rivais em termos nacionais, com a conquista da Série A (87), da Série B (90) e o vice na Copa do Brasil (1989).

Com a implantação do sistema de acesso e descenso em 1988, os estaduais foram 100% dissolvidos da engrenagem do campeonato brasileiro. Permanecer, subir ou cair de divisão se tornou um fundamento exclusivo do Brasileirão, por mais óbvio que isso possa parecer hoje em dia. Naquele ano, o estado teve duas torcidas na elite: rubro-negros e alvirrubros. E por pouco isso não mudou para pior, já que o Sport acabou na 18ª colocação, uma acima da zona de rebaixamento. Dinheiro da TV ainda era escasso.

Na Série B, que agregou todos os times da Série C do ano anterior – já que em 1991 o torneio foi cancelado -, Pernambuco teve quatro clubes: Santa Cruz, Central, América e Estudantes de Timbaúba. O Tricolor do Arruda acabou em 5º lugar e quase subiu – o clube acabou se classificando no ano seguinte, quando ficou em 4º.

2001
A década de 90 foi de amplo do domínio do Sport, que entrou no Clube dos 13 em 1997. Com 8 Estaduais e boas campanhas no Brasileiro, o Leão firmava seu território.

Após a Copa João Havelange no ano anterior, que reuniu 114 times de todas as divisões em um só torneio, em consequência ao “Caso Gama” (veja AQUI), a Série A foi retomada. Lá estavam Sport e Santa Cruz. A competição, iniciada em agosto, foi uma das últimas antes da era dos pontos corridos, implantada em 2003.

Os rivais das multidões ainda se recuperavam do Estadual, vencido pelo Náutico, com uma folha mensal de R$ 250 mil e na Série B. Ambos acabaram sendo rebaixados, deixando o estado pela primeira vez na história sem um representante na elite, já que o Timbu não subiu. Na Série C, o solitário Central acabou longe da briga pelo acesso.

2011
O estado encerra uma década marcada pela constante presença na segunda divisão e em níveis ainda mais obscuros. A Copa do Brasil de 2008 “salvou” o período.

O mapa local ainda está sendo desenhado. Mas já existem algumas certezas neste esboço. Com a criação da famigerada Série D, Pernambuco tem duas vagas. Santa Cruz e Central, outrora em divisões menos encardidas, vão em busca dessas vagas para entrar na 4ª divisão. O ascendente Salgueiro está garantido na Série B.

Sport e Náutico, no entanto, seguem numa luta imprevisível. Os dois ficarão na Segundona? Um sobe e o outro fica? Um fica e o outro cai? Ou um sobe e o outro cai… Faltam quatro rodadas para completar o novo mapa de Pernambuco no futebol brasileiro na abertura da próxima década. Nunca estivemos tão mal…

Década de taças

Torcidas de Santa Cruz, Sport e Náutico

O Campeonato Pernambucano de 2011 abre uma nova década no futebol local. Com a conquista do pentacampeonato neste ano, o Sport “venceu” também a década que está se encerrando. Foram seis títulos ao todo, ultrapassando o Náutico, que chegou a ganhar três Estaduais nos quatro primeiros anos (veja a lista de campeões AQUI).

Aproveitando o gancho do Conselho Arbitral desta terça-feira, na sede FPF, eis abaixo os campeões das décadas desde o primeiro Pernambucano, em 1915. Assim, obviamente, a primeira década, iniciada em 1911, teve apenas seis edições.

1915/1920 – Sport (3)
1921/1930 – Sport (4)
1931/1940 – Santa Cruz (5)
1941/1950 – Sport (5)
1951/1960 – Sport e Náutico (4)
1961/1970 – Náutico (6)
1971/1980 – Santa Cruz (6)
1981/1990 – Santa Cruz (4)
1991/2000 – Sport (8)
2001/2010 – Sport (6)

As décadas de 1931/1940 e 1941/1950 foram os períodos com o maior número de clubes campeões: quatro. Já a década passada (1991/2000) teve apenas dois.

Mais uma década rubro-negra ou os rivais podem retomar a hegemonia?