Por Lucas Fitipaldi*
Na arte de lançar, ele foi rei. Não apenas mais um. O Rei. Se Mané Garrincha fez da arte de driblar sua magia, Gérson, o Canhotinha, lançou como nenhum outro jogador. Difícil não associar tal nome a qualquer lançamento milimétrico de 30, 40, 50 metros. O homem rotulado por gostar de “levar vantagem” completou, nesta terça-feira, 70 anos de uma vida expressiva. Dentro ou fora de campo, ele jamais passou despercebido.
A famosa Lei de Gérson nasceu de um polêmico comercial de cigarros veiculado na TV na década de 70. O slogan da marca Vila Rica era o de levar vantagem sobre todas as outras. “Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também”, dizia o craque, que costumava fumar no vestiário durante as partidas.
A Lei de Gérson virou jargão popular, sinônimo de falta de ética; mas, na verdade, deveria ser aplicada aos ex-companheiros de ataque, esses sim acostumados a levar vantagem sobre os adversários.
O Canhotinha faz parte de um grupo seleto. Até hoje é lembrado como referência de perfeição em um determinado – e importante – fundamento do futebol. Se futebol fosse só lançamento, Gérson seria nosso Pelé.
Desnecessário citar os outros atributos do craque. Ou alguém há de esquecer o golaço de fora da área na final da Copa de 70?
Parabéns, eterno Canhota.
* Lucas Fitipaldi é repórter do Diario e colaborador do blog