O Google Maps mapeou todo o mundo via satélite, disponibilizando imagens, mapas, tudo detalhado, com zoom. A atualização é semestral – ainda que parcial em algumas regiões. Na nova versão do site, enfim surgiu a Arena Pernambuco, isolada, cercada por muito verde. A versão anterior só mostrava o terreno acidentado em São Lourenço da Mata (veja aqui).
Na nova versão, o estádio ainda estava na reta final das obras. Somente na próxima, em 2014, o estádio irá aparecer na versão definitiva.
“Ficam chamando a gente de comedor de farinha. Tem que respeitar”.
Frase do goleiro Flávio, da equipe júnior do Sport, após a vitória nos pênaltis contra o Grêmio, nas quartas de final da Taça Belo Horizonte da categoria.
O camisa 1 do time Sub 20 da Ilha acusou atletas adversários de terem exagerado nas provocações durante a partida.
No futebol, no calor das partidas, alguns jogadores usam a provocação como artifício para desestabilizar o adversário. O flerte com o preconceito é constante, quase inerente. A partir disso vale uma reflexão mais sociológica…
Em que momento da história brasileira comer farinha se tornou algo depreciativo para o nordestino, na visão de algumas de pessoas do Sudeste-Sul?
Certamente, não é de hoje. Recue algumas décadas na história.
Há tempos, existe esse preconceito, possivelmente acompanhado da migração de cidadãos da região para estados abaixo da Bahia.
No Rio de Janeiro não é incomum um nordestino ser chamado de “Paraíba”, tampouco em São Paulo, com a denominação de “baiano” para qualquer um.
Obviamente, não é generalizado. E vem caindo a cada ano.
Mas não há como negar. Ainda existe. Ainda é uma tentativa de diminuir um povo a partir de sua culinária, entre outra série de fatores.
Vai do convívio no dia a dia, no trabalho e até mesmo num jogo de futebol.
Uma pena para quem acha isso, pois farinha no almoço é uma delícia…
O projeto da arena em São Lourenço foi anunciado pelo governador do estado em 15 de janeiro de 2009. O isolado terreno a 19 quilômetros de distância do Marco Zero seria integrado a uma série de ações de mobilidade.
Duplicação da rodovia BR-408, criação do corredor Leste/Oeste e a ampliação do metrô. A linha metroviária já passava próximo ao local, mas havia a necessidade de uma estação. Em uma obra arrastada, a Estação Cosme e Damião foi criada. A justificativa pioneira de sua existência foi, sim, o estádio.
O tempo passou, o estádio também foi erguido, a estação foi testada, veio a Copa das Confederações e, enfim, o primeiro clássico pernambucano…
Marcado para as 21h50 de uma quarta-feira. O jogo acabará, em situações normais, por volta de meia-noite. Qualquer atraso ou decisão por pênaltis e o duelo entrará pela madrugada. Pois bem. O Metrorec, a companhia pública responsável pela coordenação do metrô na região metropolitana, confirma que o trabalho no dia será encerrado no tempo padrão, às 23h.
Acredite, o principal modal para o estádio, segundo o próprio governador do estado há quatro anos, no pomposo anúncio, não funcionará plenamente.
Num clássico, numa demanda de organização bem maior, e o metrô só irá operar na ida? O Metrorec alega que o horário da partida é justamente o da manutenção. Só “esqueceram” do novo estádio de R$ 650 milhões, que dependerá dos trilhos por muitos anos. Inclusive nos jogos à noite…
Creio que até o jogo o esquema será modificado. Ou será uma desmoralização.