É um gesto de cordialidade entre as diretorias, sem dúvida.
Com um clube cedendo gratuitamente o seu centro de treinamento para uma atividade de outra agremiação.
A curiosidade surge quando o outro clube em questão é justamente o rival.
Em Pernambuco, tornou-se até comum ver o ônibus do Santa Cruz entrando no CT alheio. A primeira vez foi em 2011, quando o Expresso Coral foi à Guabiraba, até o CT Wilson Campos, do Náutico.
Em 7 de setembro de 2012 a situação beirou o inacreditável, com dois treinamentos. Pela manhã, movimentação no reduto alvirrubro. À tarde, os corais foram à Paratibe, no CT José de Andrade Médicis, do Sport. Na ocasião, o Arruda estava vetado para um amistoso da Seleção Brasileira.
Os anos passaram e o Tricolor chegou ao seu centenário. Nada mudou.
O clube segue sem algo básico no futebol profissional, um centro de treinamento.
O CT Rodolfo Aguiar, ou “Ninho das Cobras”, foi lançado há dois anos, com uma previsão de investimentos na ordem de R$ 5 milhões.
Um projeto numa área de dez hectares em Aldeia, com três campos de futebol, vestiários, sala de imprensa e alojamento para até 128 pessoas. Ficou na pedra fundamental.
A construção dessa estrutura precisa ser prioridade na gestão coral, nem que seja executada em marcha lenta. Hoje, está no freio de mão.
Enquanto isso, o Santa Cruz segue passando pelo desnecessário constrangimento de frequentar o terreno rival para fazer algo simples: treinar.
Por mais que cordial que seja a relação entre os clubes…
Simplesmente não há uma segunda opção para preservar o gramado do Arruda.