O constrangimento desnecessário do centenário Santa Cruz, sem CT

Santa Cruz treinando no CT do Náutico em 2014. Foto: Yuri de Lira/DP/D.A press

É um gesto de cordialidade entre as diretorias, sem dúvida.

Com um clube cedendo gratuitamente o seu centro de treinamento para uma atividade de outra agremiação.

A curiosidade surge quando o outro clube em questão é justamente o rival.

Em Pernambuco, tornou-se até comum ver o ônibus do Santa Cruz entrando no CT alheio. A primeira vez foi em 2011, quando o Expresso Coral foi à Guabiraba, até o CT Wilson Campos, do Náutico.

Em 7 de setembro de 2012 a situação beirou o inacreditável, com dois treinamentos. Pela manhã, movimentação no reduto alvirrubro. À tarde, os corais foram à Paratibe, no CT José de Andrade Médicis, do Sport. Na ocasião, o Arruda estava vetado para um amistoso da Seleção Brasileira.

Os anos passaram e o Tricolor chegou ao seu centenário. Nada mudou.

Projeto para o CT Rodolfo Aguiar, do Santa Cruz. Crédito: divulgação

O clube segue sem algo básico no futebol profissional, um centro de treinamento.

O CT Rodolfo Aguiar, ou “Ninho das Cobras”, foi lançado há dois anos, com uma previsão de investimentos na ordem de R$ 5 milhões.

Um projeto numa área de dez hectares em Aldeia, com três campos de futebol, vestiários, sala de imprensa e alojamento para até 128 pessoas. Ficou na pedra fundamental.

A construção dessa estrutura precisa ser prioridade na gestão coral, nem que seja executada em marcha lenta. Hoje, está no freio de mão.

Enquanto isso, o Santa Cruz segue passando pelo desnecessário constrangimento de frequentar o terreno rival para fazer algo simples: treinar.

Por mais que cordial que seja a relação entre os clubes…

Simplesmente não há uma segunda opção para preservar o gramado do Arruda.

Santa Cruz treinando no CT do Sport, em 2012. Foto: Santa Cruz/assessoria

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