Aos 20 anos, o brasileiro Gabriel Medina conquistou o inédito título mundial de surfe para o país. Uma vitória espetacular, numa espera longa, desde 1976. O surfista de Maresias também quebrou uma barreira histórica no circuito mundial, se tornando o primeiro campeão sem ter o inglês como língua oficial.
A conquista de Medina deve alavancar o esporte no Brasil. Foi assim como outras modalidades, como vôlei e tênis. A onda virá.
Uma prancha e uma praia movimentada, ponto.
No Recife, por motivos óbvios, essa nova onda talvez seja uma marola.
À parte dos praticantes em outras praias, como Maracaípe, Cupe e Serrambi, na capital há a séria questão dos ataques de tubarão.
São 59 registros desde o início da contagem, em 1992, sendo 31 surfistas.
De todas essas vítimas, 24 não resistiram aos ferimentos.
E o combate a esse problema é lento, lento…
Só em 2012 o governo do estado apresentou a ideia de colocar uma tela de 200 metros de largura no mar, em frente ao Castelinho. Era a nova tentativa das autoridades para evitar a aproximação e/ou ataques dos tubarões.
Depois, mais dois anos de muita conversa e pouca prática.
Em julho de 2014, o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) enfim aprovou o teste com a rede, que poderá ter até 400 metro numa área sem arrecifes.
No entanto, a novidade veio acompanhada de uma má notícia ao esporte.
Proibido desde 1995, o surfe continuará ausente da praia mais famosa da capital, mesmo com as redes de proteção, segundo a presidente do Cemit, Rosângela Lessa.
“Não há mais essa perspectiva, porque não há segurança para isso”.
Assim, continuaremos vendo as famosas plaquinhas em português e inglês.
Há dois anos, os dirigentes locais chagram a sonhar com a realização de um campeonato em Boa Viagem. Porém, o circuito estadual continuará afastado, com ou sem a empolgação da glória alcançada por Medina…