Os troféus conquistados em um século estão bem guardados nos museus no Arruda, Aflitos e Ilha. Nem sempre, porém, abertos à visitação. Daí, a importância das ações pontuais realizadas pelos três clubes em uma mesma semana, coincidência pura. O primeiro foi o Santa, campeão pernambucano de 2015, que levou o troféu às redações dos jornais e ao Palácio do Campo das Princesas, em 7 de maio. Lá, a direção, contando com o zagueiro Alemão e o presidente da FPF, foi recebida pelo governador do estado, Paulo Câmara.
Tradicionalmente, o governador recebe o campeão da temporada. No embalo disso, a mídia espontânea (jornais, tevê, redes sociais etc) deve ter agradado aos parceiros tricolores. Dois dias depois, o Náutico fez uma promoção com o seu mascote e o volante William Magrão em um supermercado em Casa Forte. No estande, chamou a atenção uma relíquia prateada, a taça do hexa em 1968. O objetivo timbu era chamar a torcida para tirar foto e, consequentemente, conferir o painel de descontos da Ambev, patrocinadora do Alvirrubro.
Por fim, o Sport, que em sua estreia na Série A, contra o Figueirense, expôs quatro taças no saguão da sede. Como é restrito o acesso à sala de troféus cuidada pelo ex-jogador Baixa, a torcida teve a oportunidade de conferir de perto algumas peças raras, como a do Estadual de 1975, que deu fim ao jejum de doze anos sem títulos locais, o Nordestão de 1994, o primeiro do Leão, a Copa do Brasil de 2008, e o mais recente, a disputa amistosa da Taça Ariano Suassuna. Quem foi ao clube, inevitavelmente passou pela exposição.
Indiretamente, o trio apresentou possibilidades ao alcance de uma ação simples de marketing com apelo junto aos seguidores. O Rubro-negro já adiantou que deverá expor mais taças nos jogos do Brasileirão, assim como o Alvirrubro poderá montar estandes em outros mercados. Ou vice-versa. E o Tricolor, este mais do ninguém, precisa surfar na onda da conquista mais recente.
Museu inacessível? Basta um pouco de criatividade para resolver…