Até quando?

Coringa

Chocante, inaceitável, revoltante.

A agressão sofrida por um (pré) adolescente de 12 anos, na saída do estádio dos Aflitos, por integrantes da uniformizada Fanáutico, é um dos casos mais absurdos da história do futebol pernambucano. Morador de Toritama, o torcedor realizava no sábado o sonho de assistir ao jogo Timbu pela primeira vez em Rosa e Silva.

A história foi revelada pelo médico alvirrubro Roberto Vieira, em seu blog (veja AQUI).

Na saída do estádio, o menino foi atacado com seu irmão por um bando de marginais vestidos com as cores do Náutico. Náutico que é seu clube de coração. Como estava entre torcedores do Ypiranga, foi tomado como inimigo da raça, alvo de fúria e ressentimento, objeto a ser destruído.

Seu corpo foi espancado selvagemente, chutado no chão, sacudido com terror contra o asfalto, esfacelado na noite da capital pernambucana, o mesmo Recife que comemorava aniversário da Revolução de 1817.

Jogaram-lhe pedras. Sacudiram-lhe paus. Gritaram-lhe palavras de guerra. Adolescentes e adultos cujo ritual no futebol consiste em ferir, agredir, aterrorizar e matar. Jovens que não têm nada a ver com o clube de Bita e Salomão, Ivan Brondi e Kuki. Jovens que se disfarçam de torcedores e são marginais.

O garoto sofreu várias fraturas. Está hospitalizado, em choque. Outros três jovens que estavam com ele (todos de uma caravana do Agreste) também foram agredidos.

Foram massacrados sem motivo algum. Apenas pelo nefasto prazer de agredir.

O prazer de ser covarde.

Por algo sem controle, chamado de “torcida organizada”. Faz a festa dentro do estádio e fora dele sofre uma metamorfose. Os marginais com as camisas desses grupos sempre são apontados como “invasores”. Então, que seja feito um controle. Ou então que se acabe mesmo… Cada vez mais o caminho aponta para a solução radical.

Antes, o fim das batucadas das torcidas Fanáutico, Jovem e Inferno Coral, do que um menino de 12 anos internado. A Polícia Militar precisa fechar o cerco de vez. Todos os limites já foram ultrapassados. No estádio, só quem gosta de futebol mesmo… No estádio, só quem é civilizado. Algo básico. Mas apenas na teoria.

Esse episódio foi revoltante. Está na capa do Diario (veja AQUI).

É o caos no futebol.

3 Replies to “Até quando?”

  1. Se prendessem os meliantes e cumprissem o que já existe na lei já estaria de bom tamanho. Mas, no Brasil, nem isso acontece. Os caras já devem estar planejando as próximas ações.
    Por isso que não piso em estádio. Prefiro ver pela TV! 

  2. Fala Cássio, beleza?
    É o seguinte.. sou membro de um fórum do Sport, e foi discutido por nós a questão das torcidas organizadas. Escrevi isso lá, e autorizo a reprodução dele, caso seja considerado interessante.

    Acabar com torcidas organizadas é impossível. Afinal de conta, nós aqui somos uma torcida organizada, se formos afundo no conceito da expressão. Somos torcedores de um mesmo time que nos unimos e nos organizamos com objetivos e gostos em comum. Então se a gente for por essa linha, é impossível.A questão que deve ser feita e pensada é: o que fazer para impedir o acesso dos marginais aos estádios? Só o simples fato de baixar uma resolução impedindo que torcedores entrem nos estádios com camisas de torcidas organizadas e bandeiras e faixas não resolverá. Eles continuarão entrando com outras camisas, ficarão no mesmo local e cantarão as mesmas músicas, ou seja, só estarão descaracterizados. Impedir que diretorias contribuam, como acontece hoje, é um meio, mas não resolve. Quem garante? Aqui é o Brasil, sempre tem-se um jeitinho pra dar. Teria que haver muita fiscalização, muito rigor e muito controle, além de muita ética – coisas que não são comuns. E mesmo com tudo isso, de novo nada impediria que os mesmos marginais entrassem nos jogos. A diferença é que teriam que pagar o ingresso. Pra quem rouba, R$ 10 não é nada.A única coisa que eu consigo pensar é em cadastramento de torcedores, ingressos e assentos numerados e ação conjunta de Polícia, Governo e clubes. Como funcionaria? Todo o estádio teria assentos, numerados, e o torcedor compraria os ingressos escolhendo exatamente qual assento se sentaria. Poderia ser através da internet, de preferência, ou no próprio club ou bilheterias descentralizadas. Desse modo o torcedor se sentiria valorizado, prestigiado. Todos os ingressos teriam nome, RG e CPF do torcedor impresso para facilitar a identificação, e só seria permitido acesso do torcedor às arquibancadas mediante apresentação de tais documentos.Com todo esse aparato tecnológico, entraria em ação a Polícia e o Governo. Fora do estádio, fez bagunça, fez arruaça, arrastão, qualquer coisa fora da lei, aquele torcedor fica impedido de comparecer ao estádio por um período de tempo de acordo com sua infração. Nos dias de jogos do seu time, seja em Recife ou qualquer outra cidade, teria que se apresentar numa delegacia mais próxima da sua casa durante toda a sua pena, além de pagar multa, e em caso de recorrência, prisão. Ficaríamos com esse panorama: o marginalzinho comprou seu ingresso, foi ao estádio, saiu, fez um arrastão, é preso. Digamos que pegue uma ‘pena’ de 6 meses por isso. Durante esses 6 meses, ele terá que comparecer numa delegacia no horário do jogo do Sport, sem poder estar no estádio durante esses 6 meses além de pagar uma multa de, digamos, R$ 200. Acabou os 6 meses, tá liberado pra voltar pro estádio. Fez ……. de novo? PRESO. CADEIA. A lei tem que ser dura, e cumprida à rigor. Por isso falo em integração entre clubes (não só o Sport), Polícia e Governo. Desse modo, não precisaria nem proibir as uniformizadas. Continuariam fazendo o belo papel que fazem DENTRO DA ILHA, e fora dela, se comportariam e teriam que se adequar à lei e às normas do convívio social. Com o ingresso tendo identificação e os clubes mantendo registro dos torcedores que compareceram em cada jogo, digamos que um cara completamente descaracterizado foi pego roubando em Paulista, 2h após o fim do jogo. Chegou na delegacia, puxou o CPF e constatou que ele esteve no jogo, a lei é aplicada do mesmo jeito. Não só nos arredores do estádio, mas em qualquer canto.Eu acredito que só assim a gente conseguiria moralizar, educar o marginal e trazer segurança e conforto ao torcedor comum.

    Um abraço!

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