Gerações pernambucanas no Brasileirão

Pernambuco destacado no mapa do BrasilO Brasileirão completará 40 anos de história em 7 de agosto de 2011. Nesta data, em 1971, aconteceu a primeira rodada da Série A, batizada na época de “Campeonato Nacional de Clubes”. Fica uma dúvida em âmbito estadual. Como Pernambuco entrará nesta nova década do futebol do país?

Antes, relembre como foi o pontapé inicial do estado nas décadas anteriores.

1971
O futebol local tinha como maior feito o vice na Taça Brasil de 1967, com o Náutico, que disputou a Taça Libertadores em 1968.

Na primeira edição oficial do Campeonato Brasileiro – que substituiu competições como a Taça Brasil (1959-1968) e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970) – , o estado teve dois clubes entre os 20 participantes: Sport e Santa Cruz. O Náutico disputou a Segundona, também debutando no calendário, mas sem apoio algum.

A montagem das duas competições atendeu a critérios políticos e econômicos da época, em plena ditadura militar, além da tradição do futebol nos estados.

1981
O Santa Cruz havia sido o maior expoente nos anos 70, com a construção do Arruda, ainda sem o anel inferior, e as boas campanhas na Série A, como a semifinal em 1975.

A Série A, chamada de Taça de Ouro até então, vivia uma era na qual os estaduais eram classificatórios. Pernambuco teve três times entre os 44 daquele Nacional – os grandes do Recife. O futebol pernambucano teve, ainda, três na segunda divisão. Entre eles, o próprio Náutico, que conseguiu o acesso à elite do mesmo ano.

Também participaram América e Central. Neste ano foi realizada a primeira Terceirona (Taça de Bronze). O Santo Amaro, que teve outros nomes, como Vovozinhas e Recife, foi o vice-campeão brasileiro, mas sem direito ao acesso em 1982.

1991
O Sport começava a se destacar em relação aos rivais em termos nacionais, com a conquista da Série A (87), da Série B (90) e o vice na Copa do Brasil (1989).

Com a implantação do sistema de acesso e descenso em 1988, os estaduais foram 100% dissolvidos da engrenagem do campeonato brasileiro. Permanecer, subir ou cair de divisão se tornou um fundamento exclusivo do Brasileirão, por mais óbvio que isso possa parecer hoje em dia. Naquele ano, o estado teve duas torcidas na elite: rubro-negros e alvirrubros. E por pouco isso não mudou para pior, já que o Sport acabou na 18ª colocação, uma acima da zona de rebaixamento. Dinheiro da TV ainda era escasso.

Na Série B, que agregou todos os times da Série C do ano anterior – já que em 1991 o torneio foi cancelado -, Pernambuco teve quatro clubes: Santa Cruz, Central, América e Estudantes de Timbaúba. O Tricolor do Arruda acabou em 5º lugar e quase subiu – o clube acabou se classificando no ano seguinte, quando ficou em 4º.

2001
A década de 90 foi de amplo do domínio do Sport, que entrou no Clube dos 13 em 1997. Com 8 Estaduais e boas campanhas no Brasileiro, o Leão firmava seu território.

Após a Copa João Havelange no ano anterior, que reuniu 114 times de todas as divisões em um só torneio, em consequência ao “Caso Gama” (veja AQUI), a Série A foi retomada. Lá estavam Sport e Santa Cruz. A competição, iniciada em agosto, foi uma das últimas antes da era dos pontos corridos, implantada em 2003.

Os rivais das multidões ainda se recuperavam do Estadual, vencido pelo Náutico, com uma folha mensal de R$ 250 mil e na Série B. Ambos acabaram sendo rebaixados, deixando o estado pela primeira vez na história sem um representante na elite, já que o Timbu não subiu. Na Série C, o solitário Central acabou longe da briga pelo acesso.

2011
O estado encerra uma década marcada pela constante presença na segunda divisão e em níveis ainda mais obscuros. A Copa do Brasil de 2008 “salvou” o período.

O mapa local ainda está sendo desenhado. Mas já existem algumas certezas neste esboço. Com a criação da famigerada Série D, Pernambuco tem duas vagas. Santa Cruz e Central, outrora em divisões menos encardidas, vão em busca dessas vagas para entrar na 4ª divisão. O ascendente Salgueiro está garantido na Série B.

Sport e Náutico, no entanto, seguem numa luta imprevisível. Os dois ficarão na Segundona? Um sobe e o outro fica? Um fica e o outro cai? Ou um sobe e o outro cai… Faltam quatro rodadas para completar o novo mapa de Pernambuco no futebol brasileiro na abertura da próxima década. Nunca estivemos tão mal…

2 Replies to “Gerações pernambucanas no Brasileirão”

  1. Gostei do texto. Rico em informações. Mostra de maneira clara a grande queda do futebol pernambucano nesta década. O que salvou foi  a Copa do Brasil mesmo. E como tricolor me sinto envergonhado de estar no subsolo do futebol brasileiro. É uma vergonha. Acorda, diretoria.

  2. 2001.o ano em q as”torres gemeas(Santa e Sport)”cairam para a segundona.nunca se viu um futebol ser tão humilhado em todo Brasil,como foi o nosso.a”Globo”do sul”comandou a campanha”.mas,os caras daqui,não aprenderam e acharam pouco.repetiram a dose no ano passado,e pior:os 2 piores times do Brasil com as duas piores defesas do Brasileiro(71 gols sofridos cada).esse é o retrato do futebol pernambucano na”brilhante”gestão carlos alberto oliveira.nem o irmão dele conseguiu esse”feito”.enquanto isso,vamos falando da casa dos outros(rico teixeira)e esquecendo(propositalmente)da nossa!

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