Além de todos os limites da violência no futebol

Morte em confronto de torcidas organizadas em 2013

Morte no futebol. Morte ao futebol.

A primeira vez em que o futebol pernambucano viveu isso foi em 18 de março de 2001, num confronto entre integrantes da Torcida Jovem e da Fanáutico.

Numa briga generalizada no Túnel Chico Science, próximo à Ilha do Retiro, Daniel Ramos da Silva, de 17 anos, levou um tiro no peito e outro na cabeça. O rapaz, com a camisa da Jovem, foi socorrido no Hospital da Restauração, mas não resistiu. Foram inúmeras versões sobre o autor do disparo, sem prisão.

Aquela foi a primeira morte atrelada de forma direta à violência no futebol pernambucano. Doze anos depois, mais um duro episódio, trazendo à tona pela enésima vez a cruel realidade da insegurança dos jogos no estado.

Antes e depois das partidas, nas imediações. Parece não haver mais tolerância alguma pelo fato de outro cidadão estar vestido com a camisa de um clube diferente. Desta vez, papéis invertidos na vítima.

Lucas de Freitas Lyra, 19 anos, membro da Fanáutico, levou um tiro na nuca em um confronto envolvendo as mesmas uniformizadas de doze anos atrás. Na confusão, um segurança armado em um coletivo disparou à revelia no jovem. A vítima foi socorrida em estado grave ao mesmo hospital (veja aqui).

Nesse tempo todo, a formação da tabela local mudou bastante. Acredite, era comum jogos no mesmo horário nos três principais estádios do Recife, Arruda, Ilha e Aflitos. Na saída, no máximo a provocação. Difícil imaginar isso hoje, né?

Com o aumento exponencial da violência, das brigas, assaltos e pedradas, passou a ser liberado apenas dois jogos no mesmo horário. Pouco depois, nem isso. No máximo, dois jogos na capital, desde que fossem realizados em horários diferentes, tudo para evitar o choque das principais uniformizadas.

Essa foi a agenda desse já fatídico 16 de fevereiro de 2013.

Sport x Campinense às 16h e Náutico x Central às 19h.

Entre o fim do jogo na Ilha e o apito inicial nos Aflitos, uma hora de intervalo. Foi o suficiente para o estrago. Na dispersão da maior organizada rubro-negra, o simples trajeto de um ônibus pela Avenida Rosa e Silva foi suficiente para provocações, agressões e o tiro.

De Daniel Ramos a Lucas Lyra, o futebol pernambucano ruiu em uma década, com uma violência sem limite, diante de uma passividade organizacional.

Fim das organizadas? Mais policiamento? Mais investigação? Ações no Ministério Público? Sempre na mesma e improdutiva tecla. Relembre aqui.

Chegou a hora da voz da principal autoridade do estado entender que essa situação há muito foge do campo esportivo e se pronunciar.

É questão de segurança pública, governador. De todos.

29 Replies to “Além de todos os limites da violência no futebol”

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  3. Givanildo Santiago:PERFEITO!e dizer o q já q tem muitos desses fazendo sucesso nas rádios locais cantando musicas de”novinhas”.exemplos:danilo do trio ternura(inferno coral),cego da torcida jovem.culpa nossa tambem!

  4. Velho acho que você precisa lembrar mais dos fatos, No ano que você falou que houve a morte no tunel do Sport foi mostrado que quem atirou no rapaz foi um policial que estava a paisana. Todos sabem disso só você não. acho que realmente as torcidas devem ser contidas mas informação errada não e outra coisa todos já sabem que foi um segurança de empresa de ônibus que atirou no rapaz. A Policia já parou para analisar o trabalho desses seguranças ? que estão distribuindo agressão pra todo lado! daqui a pouco vai existir mais um conflito entre torcida e seguranças de ônibus.

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