Que a saudade não dure 14 anos

Cheguei no Arruda antes das 19h. Fui com Ana Paula Santos, repórter do Diario, e antes de entrar na cabine de imprensa, demos uma volta completa no lado de fora do estádio. Faltavam 3 horas para começar o jogo da Seleção Brasileira, mas as ruas já estavam cheias, movimentadas. Um mar verde e amarelo.

Nas ruas no entorno do Arruda, blocos de carnaval animavam o público. Confesso que nunca tinha visto isso, e achei a ideia bacana. Sem dúvida, um clima muito diferente dos grandes jogos no estado, especialmente os clássicos. Em nenhum momento houve um temor por alguma confusão. Torcedores de Santa Cruz, Sport e Náutico caminharam lado a lado, muitos deles com as camisas dos respectivos times.

Apesar dos vários esquemas VIPs (com direito a camisas diferenciadas do público geral), o povão, aquele apertado nas arquibancadas e que se molhou todo no toró que caiu antes do início da partida, se divertiu demais.

Pôde curtir, após um hiato de 14 anos, os melhores jogadores do país reunidos num mesmo time. Apoio do começo ao fim, literalmente.

A torcida pernambucana mereceu uma nota 10 na noite desta quarta. Um exemplo simples, mas válido: o hino do Paraguai foi respeitado e aplaudido pelos brasileiros… Alguém já viu algo parecido?! 😯

Mesmo com o placar adverso, não teve uma única vaia no estádio. Nenhuma. Pelo contrário… Tanta dedicação nas arquibancadas emocionou o elenco da Canarinha. No final, o zagueiro Lúcio foi até a sala de imprensa, onde os repórteres aguardavam a coletiva de Dunga, e disse:

“Em nome do grupo, eu queria agradecer a torcida, que foi fundamental para a nossa vitória, com o estádio lotado. Saímos atrás no marcador e pensamos que ficaria difícil, mas recebemos muito apoio. Comentamos isso no vestiário, e acho que deveria haver mais jogos aqui. Hoje nos sentimos em casa. Obrigado”

A torcida pernambucana também gostaria de ver a Seleção novamente, Lúcio… E que dessa vez não demore 14 anos. 😎

Fotos: Heitor Cunha/DP e Ricardo Fernandes/DP