Olimpíadas das mulheres

Vôlei feminino campeão olímpico em 2008Em Atenas, o Brasil conquistou cinco medalhas de ouro – melhor desempenho do país -, todas elas vencidas pelos homens. Das 10 medalhas brasileiras quatro anos atrás, apenas duas (de prata) foram alcançadas pelas mulheres. Agora, vimos em Beijing a campanha verde amarela sendo puxada pelas nossas meninas, que ganharam duas das três medalhas de ouro do país, e encantaram a nação com vitórias históricas. Essa medalha dourada estava em falta para as mulheres desde 1996, quando Jaqueline e Sandra Pires, no vôlei de praia, subiram no alto do pódio pela primeira vez na história do país, iniciada pela nadadora Maria Lenk, nos Jogos de 1932. As seis medalhas deste ano também superaram as 4 de 1996 e 2000.

Ao todo, 132 brasileiras foram para os Jogos da China, e 35 delas estão voltando com a medalha no peito. Isso corresponde a 26,51% de toda a delegação feminina (neste ponto, o melhor ano foi em 1996, quando 42,42% da equipe ganhou medalha). Em Beijing, vimos finalmente as primeiras medalhas individuais, com destaque absoluto para Maurren Maggi, que ganhou o ouro no salto em distância. A medalha dourada recebida no Ninho de Pássaro foi a primeira da modalidade desde 1984! Também saíram os primeiros pódios na vela, no judô e no taekwondo. E, é claro, o título olímpico no vôlei, para enterrar qualquer rótulo de “amarelonas”.

O reconhecimento do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em relação a esse desempenho das meninas veio na festa de encerramento das Olimpíadas de 2008. Se o velejador Robert Scheidt teve a honra de levar a bandeira nacional na abertura do Jogos, coube a Maurren Maggi ser a porta-bandeira na festa de encerramento. Encerramento dos Jogos, mas um possível começo de uma forte presença feminina do Brasil em Londres, daqui a 4 anos.

Mulheres brasileiras nos Jogos

2008 – 132 atletas (35 com medalhas – 26,51% da delegação feminina)
2 ouros, 1 prata e 3 bronzes

2004 – 122 atletas (20 com medalhas – 16,39% da delegação feminina)
2 pratas

2000 – 94 atletas (28 com medalhas – 29,78% da delegação feminina)
1 prata e 3 bronzes

1996 – 66 atletas (28 com medalhas – 42,42% da delegação feminina)
1 ouro, 2 pratas e 1 bronze

1992 – 51 atletas
Nenhuma medalha

Brasil em Beijing
277 atletas
145 homens (medalhistas: 18 no futebol, 12 no vôlei, 2 na vela, 4 no vôlei de praia, 3 no judô e 1 na natação = 40  / 27,58%)
132 mulheres (medalhistas: 18 no futebol, 12 no vôlei, 2 na vela, 1 no atletismo 1 no judô, 1 no taekwondo = 35 / 26,51%)

Nº de finais olímpicas do Brasil (homens e mulheres)
38 em Beijing
30 em Atenas
22 em Sydney
20 em Atlanta

Maurren Maggi saltando para a história:

Foto: COB

Cubo D’Água e Ninho de Pássaro dominados

Antes dos Jogos, os chineses fizeram questão de falar sobre o avanço tecnológico da piscina do Cubo D’Água e da arena do atletimo no Ninho de Pássaro. Alguns centésimos a menos na água e 1% de melhora no desempenho nas pistas. Isso tudo deve ser verdade mesmo, porque as Olimpíadas de 2008 ficarão marcadas para o Brasil com duas das medalhas douradas mais importantes que o país já conquistou. Ambas nos dois maiores palcos dos Jogos.

A primeira medalha veio com César Cielo, nos 50 metros nado livres. Vitória triunfal na prova mais rápida da natação, com direito a recorde olímpico (21s30). Foi simplesmente a 1ª medalha verde e amarela em toda história olímpica nas piscinas. E na manhã desta sexta-feira, outro ouro inesquecível, histórico. O primeiro em 24 anos no atletismo. O primeiro pódio feminino em provas individuais (que demorou 76 anos, desde a nadadora Maria Lenk, em Los Angeles, em 1932). Um ouro que encerra um drama iniciado em 2003, quando a saltadora Maurren Higa Maggi foi flagrada no exame antidoping.

Mas a paulista de São Carlos não desistiu e retornou em 2006, em grande forma. Ela foi ouro no salto em distância no Pan do Rio no ano seguinte e agora escreve de vez o seu nome no esporte nacional, por causa do salto de 7m04, que rendeu a única medalha brasileira no atletismo até agora. O nome de Maurren – campeã olímpica aos 32 anos – agora entrará no mesmo capítulo do triplista Adhemar Ferreira e do corredor Joaquim Cruz. O capítulo que mostra que o importante até pode ser competir, mas que também é sim possível vencer.

Ouros brasileiros no Atletismo

1952 – Adhemar Ferreira (salto triplo)
1956 – Adhemar Ferreira (salto triplo)
1984 – Joaquim Cruz (800 metros rasos)
2008 – Maurren Maggi (salto em distância)