Política de sucessão na CBF ao vivo e a cores

Ricardo Teixeira e Andrés Sanches na sede da CBF, no Rio. Foto: CBF/divulgação

Para quem vinha acompanhando as últimas ações na CBF, a notícia até que não surpreendeu. Foi mais um passo numa longa costura na cúpula do futebol brasileiro.

Ricardo Teixeira acaba de nomear Andrés Sanhez como novo diretor de Seleções da Confederação Brasileira de Futebol, a partir de janeiro de 2012 (veja aqui).

O atual mandatário da entidade vai seguir no comando até 2015. Depois, mira a presidência da Fifa ou, num plano B, a Conmebol.

Sanchez, por sua vez, vai se despedir da presidência do Corinthians em dezembro.

Ambos se tornaram amigos inseparáveis nos últimos anos.

Benesses para os dois lados. Apoio político de um, com a vital aproximação do ex-presidente Lula, e caminho aberto para a construção de um novo estádio do outro, em Itaquera/SP e já com status de palco de abertura da Copa do Mundo de 2014.

O que fica cada vez mais evidente é a articulação gradativa do sucessor de Teixeira, desde 1989 na cadeira máxima da CBF…

Nike no Nordeste, Just do it

Nike

Com um lucro de 1,9 bilhão de dólares em 2010 e valor de mercado de US$ 37 bi, a Nike é, sem dúvida alguma, uma das maiores empresas de material esportivo do mundo.

Fornecedora do uniforme da Seleção Brasileira desde 1996, a marca agora deverá investir pesado nos clubes do país, inclusive no litoral nordestino…

Inicialmente, os alvos foram os dois times mais populares do Brasil, Corinthians e Flamengo. O clube paulista, por exemplo, recebe R$ 16,5 milhões anuais.

O Timão ainda mantém o contrato, enquanto o Mengão mudou para a Olympikus.

Visando o mercado internacional em 2014, ano da Copa do Mundo, a Nike já não esconde mais o projeto de patrocinar pelo menos um clube de cada subsede do Mundial.

Santos e Internacional acabam de se juntar ao Corinthians. O próprio Fla voltou a ser procurado pela fabricante. Para ver a lista atual de clubes, clique aqui.

Como o foco da postagem é o Nordeste, vale lembrar que a região terá quatro subsedes na maior competição do futebol, todas com sol, praia e clubes de massa.

Recife, Salvador, Fortaleza e Natal.

Nos bastidores, as três primeiras cidades já teriam clubes em articulação.

Sem alarde, eis os possíveis candidatos da investida: Sport, Bahia e Ceará.

Exigência? Participar da Série A. Atualmente, os dois primeiros vestem Lotto, sendo que o contrato rubro-negro vai até o fim de 2013, enquanto o Ceará utiliza Penalty.

Como o projeto da Nike é uma realidade, nada impede que a mira mude de direção…

Palco das piores lembranças de 1998

Paris – Mais um grande estádio europeu desbravado na rota das férias.

Confira algumas fotos da visita ao Stade de France, cuja opção de passeio, ao contrário do Real Madrid e do Barcelona, é realizada necessariamente com uma guia. Em francês…

Confira os detalhes do Stade de France em outra postagem, com vídeo, clicando aqui.

Stade de France, sozinho e auto-suficiente

Vestiário do Stade de France. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Paris – O Stade de France custou uma fortuna. Em 1995, o governo francês começou a gastar o orçamento de 290 milhões de euros para construir o moderno e belíssimo palco da final da Copa do Mundo que ocorreria três anos depois.

Localizado no subúrbio da capital do país, na região de Saint-Denis, o estádio jamais foi adotado pelos clubes locais…

O Paris Saint-Germain, o principal da cidade, segue jogando no Parque dos Príncipes.

Desta forma, o Stade do France recebe, basicamente, a seleção nacional (de futebol e rugby), as decisões das Copas da França e da Liga Francesa e shows musicais…

Teoricamente, um prejuízo? Acredite, nem só de futebol vive uma arena.

Um estudo sobre a Arena Pernambuco, por exemplo, mostra que caso nenhum time mandasse seus jogos por lá, o faturamento anual seria de R$ 5,7 milhões, contra R$ 86,2 milhões com os três. Com o Náutico certo, o valor está em R$ 27,3 mi (veja aqui).

Voltando ao Stade de France, obviamente seria melhor ter um clube de ponta mandando as suas partidas por lá, mas, ainda assim, o estádio é auto-suficiente.

A sua agenda já está praticamente pronta até o fim de 2013. Em junho do próximo ano, por exemplo, haverá o show da banda de rock Red Hot Chili Peppers.

Outros esportes, como corridas de superbikes e patinação no gelo, também tem espaço por lá, com a montagem de pistas especiais.

Dinheiro e estrutura à parte, a verdade é que é impossível pisar no Stade de France e não lembrar dos gols de cabeça de Zidane em 1998… O nosso abandono foi o da taça.

Os hermanos levaram olé várias vezes

Capas do Olé de 29/09/2011 e 30/06/2005

Perder um título para a Argentina, seja ele com o time principal ou não, é chato.

Do lado de lá, idem. O Olé, o periódico esportivo mais popular do país vizinho, praticamente ignorou o resultado final do Superclássico das Américas, após o vice.

O fato lembrou a histórica capa – naquele caso, num toque de genialidade jornalística – de 30 de junho de 2005, no dia seguinte à decisão da Copa das Confederações.

Na ocasião, o Brasil deu show e goleou por 4 x 1… Com direito a “olé”, como em Belém.

Neste caso de 2011 teria sido mesmo desinteresse pelo torneio ou bossa?

Confira as duas capas acima numa resolução maior clicando aqui.

Abaixo, outras duas capas após o clássico, nas quais os rivais acusaram o golpe…

Primeiro, em 3 de junho de 2004, sobre o 3 x 1 brasileiro nas Eliminatórias da Copa do Mundo, no mesmo dia em que o tenista Gustavo Kuerten foi eliminado pelo argentino David Nalbandian no grand slam de Roland Garros.

À direita, a capa pós-final da Copa América de 2007, em 16 de julho, com um categórico 3 x 0 da Canarinha, com a sigla QEPD: “Que en paz descanse“, como num túmulo.

Perceba que nas quatro edições não aparece sequer um jogador brasileiro.

Os argentinos perdem bastante, mas perdem com muito estilo…

Capas do Olé de 03/06/2004 e 16/07/2007

Serviço extra para o capitão da Seleção

Superclássico das Américas: Brasil 2 x 0 Argentina. Foto: CBF/divulgação

Dois anos e três meses de espera…

O último grito de campeão havia sido em 28 de junho de 2009, quando a Seleção venceu os EUA por 3 x 2, de virada, conquistando a Copa das Confederações.

Depois, fiasco na Copa do Mundo, na Copa América, em amistosos…

Nesta quarta-feira, ainda que em uma disputa mais modesta, um lampejo de glória.

Em um duelo sem as estrelas internacionais, o Brasil venceu a Argentina por 2 x 0, diante de 43 mil pessoas no Mangueirão, em Belém.

Assim, levou o primeiro título do Superclássico das Américas.

Nada de Messi, Kaká, Tevez ou Robinho. Espaço no gramado, então, para candidatos a novos ídolos, nos dois lados, diga-se.

No primeiro gol, um pique de 85 metros, de uma área até a outra. Em 12 segundos, Lucas armou o contragolpe e ainda concluiu a jogada, com categoria.

Depois, o meia Diego Souza observou bem e cruzou para Neymar empurrar para as redes. Gol merecido para um jogador que cansou de driblar os hermanos.

Lucas e Neymar, diferenciados. Garantidos no time “principal” do Brasil, comandado por Mano Menezes, agora com um pouco de oxigênio para trabalhar.

A vitória sobre o tradicional rival foi justa, com um futebol bem superior ao apresentado no insosso empate sem gols em Córdoba, no jogo de ida da nova copa.

Agora capitão, o meia Ronaldinho Gaúcho precisou de todas as suas forças para erguer o troféu de 17,2 quilos.

Certamente, o capitão brazuca já estava com saudades desse serviço extra.

Superclássico das Américas 2011: Brasil 2 x 0 Argentina. Foto: CBF/divulgação

Dezoito marcas em 2010. Quantas em 2014?

Patrocinadores da Fifa

Haja patrocínio no grande show do futebol…

A Copa do Mundo, como modelo de excelência em infraestrutura e visibilidade, é o grande trunfo da Fifa para obter receitas regulares em números exorbitantes.

Basta dizer que nos últimos quatro anos, 87% do faturamento da entidade, de US$ 4,19 bilhões, foi através de contratos relacionados diretamente ao Mundial da África do Sul.

Em 2010, a Fifa chegou a um acordo com 18 empresas (veja aqui).

Acima, os patrocínios já garantidos para a edição de 2014. A três anos da próxima Copa do Mundo, o número já foi igualado. Lembrando que a cota ainda não está fechada…

Sempre cabe mais uma cifra.

O primeiro título de nossas vidas

Mano Menezes e Alejandro Sabella, técnicos do Brasil e da Argentina. Foto: CBF/divulgação

Nos bastidores do estádio Mangueirão, em Belém, um encontro de pura rivalidade.

Mano Menezes, o contestado técnico da Seleção Brasileira, de 49 anos.

Alesandro Sabella, o treinador da Argentina, de 56 anos, mais conhecido por ter sido assistente de Daniel Passarella. Virou técnico somente há dois anos.

Entre o treino da Canarinha e a movimentação dos hermanos, na véspera, uma conversa rápida em portunhol, com um “boa sorte” mandrake para cada lado e pronto.

Agora, a decisão do primeiro Superclássico das Américas.

Em jogo, na noite desta quarta-feira, o primeiro título de Mano e Sabella no comando de duas das principais seleções do futebol mundial.

Para o brasileiro, o vice pode representar o limite da tolerância. Para o argentino, a sequência de resultados adversos desde o seu antecessor, na Copa América.

Duas escolas em crise, a três anos de uma Copa do Mundo na América do Sul.

A nova taça poderá amenizar o sufoco… De Mano Menezes ou Alejandro Sabella. E só.

1.000 dias para gerar confiança na Copa do Mundo

Logotipo da Copa do Mundo de 2014

Faltam exatamente 1.000 dias para começar a Copa do Mundo de 2014.

Certamente, será uma sexta-feira festiva. Mas esconderá a apreensão latente?

Ainda não se sabe nem onde será o jogo de abertura, com a presença da Seleção Brasileira, obviamente. Na verdade, ainda não se sabe de muitas coisas…

O segundo Mundial de futebol da história do Brasil segue com um cronograma apertado, numa contagem regressiva cada vez mais acelerada.

Assusta o aumento no custo do torneio, maior a cada semana, a cada avaliação…

Inicialmente, a previsão de investimentos em infraestrutura era de R$ 23 bilhões, já altíssimo. Agora, o preço da copa subiu, batendo nos R$ 64 bilhões, quase o triplo.

Esse novo valor projetado – no embalo das 12 arenas, estradas, aeroportos, telecomunicações etc – já é superior à soma das últimas três edições. Sim, à soma!

Tudo isso faz parte da Matriz de Responsabilidades, assinada em janeiro de 2010 pelos governos federal, estadual e municipal, sob condição máxima da Fifa.

Ao Brasil, os governantes respondem com o impacto econômico da competição no país.

Acredita-se em R$ 183 bilhões.

Esse seria o total de recursos investidos e gerados no Brasil (antes e durante o Mundial), de forma direta ou indireta, desde a matéria-prima de todas as obras ao consumo da população, passando por novos empregos e tributos ao país.

Uma hora, no entanto, vai chegar a fatura, caso o trabalho não seja bem administrado.

Estrutura (preocupante) à parte, vale comentar também sobre a seleção nacional.

O planejamento de Mano Menezes caminha de forma lenta, sem resultados práticos. Falta até algo básico numa seleção pentacampeã mundial: confiança.

Talvez essa seja a palavra mais importante nos próximos 1.000 dias…

Confiança.

Está faltando isso no torcedor e no cidadão. Ainda dá tempo de mudar.

O prazo expira em 12 de junho de 2014.