As torcidas uniformizadas tornaram-se um grande problema do futebol brasileiro nos últimos anos. Um problema “macro”, bem além do raio de atuação dos clubes. É algo que congrega polícia, políticas públicas e justiça.
No estado, temos o Juizado Especial do Torcedor (Jetep), que atua junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) no combate à violência no futebol. O órgão lançou o vídeo institucional “Futebol e Cidania” (saiba mais AQUI). Abaixo, veja 10 minutos do vídeo, que também está sendo distribuído em DVD, inclusive para o blog.
A peça foi (bem) desenvolvida pela Ateliê Produções, com direção de Cezar Maia, com direito a legendas em português e inglês. Descrição oficial do vídeo:
“O vídeo sobre o futebol pernambucano traz depoimentos de promotores de Justiça, delegados, juízes e diversos torcedores. Além da explicação sobre os detalhes do Estatuto do Torcedor, a responsabilidade de torcidas, times, dirigentes e até jogadores, o filme ressalta a beleza do futebol, resgata a magia da bola em campo, que as vezes, fica obscurecida pela violência.”
O tema relacionado às torcidas organizadas já havia sido abordado recentemente em outro post no blog, também com vídeo (confira AQUI).
Aos 25 anos, o volante Elias foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira.
O jogador do Corinthians, líder da Série A, foi chamado nesta quinta-feira por Mano Menezes, que já havia sido o seu treinador no próprio Timão.
O jogador é de uma regularidade impressionante, aliando técnica e força.
Há 5 anos, ele vestiu a camisa do Náutico. Alguém lembra de sua passagem?
Foi trazido pelo diretor Rubens Barbosa. Jogava no Palmeiras “B”.
Se você puxar pela memória o nome “Elias” não chegará em lugar algum. Em Rosa e Silva, a então promessa do Palmeiras chegou apelidada de “Robinho” (veja AQUI).
Desarmes? Nada disso. Ele era atacante! Não agradou tecnicamente. Foi dispensado.
Ficou menos de dois meses no clube. E ainda saiu reclamando de salários atrasados.
Hoje, já apontado como um dos melhores volantes do país, Elias tem uma multa rescisória de 10 milhões de euros, ou R$ 23 milhões.
De acordo com o site da CBF, existem 57 estrangeiros em atividade nas quatro divisões do Campeonato Brasileiro. Abaixo, a lista agregada, que tem 15 países (veja AQUI).
13 – Argentina
9 – Colômbia
8 – Uruguai
7 – Paraguai
5 – Equador e Chile
2 – Angola
1 – Bolívia, Camarões, Congo, Nigéria, Portugal, Sérvia, África do Sul e Estados Unidos
A única divisão sem representantes de fora do Brasil é a Série D.
A mão de obra estrangeira é apontada como mais barata no futebol do Brasil. Os melhores salários no Uruguai, semifinalista do Mundial, não passam de R$ 34 mil.
Além do valor, é posível encontrar jogadores de qualidade nos países vizinhos.
A Argentina, por exemplo, é uma fonte inesgotável de talento, como os meias argentinos Montillo (Cruzeiro), Conca (Fluminense) e D’Alessandro (Internacional).
Porém, outros países também geram bons atletas. Somados, os representantes de Colômbia, Uruguai e Paraguai correspondem a 42% dos gringos em gramados brasileiros.
Agora, uma constatação:
Nenhum jogador estrangeiro atua no futebol pernambucano…
Alguns até apareceram por aqui. Mas praticamente na base do DVD.
A mudança na distribuição de vagas na Taça Libertadores da América, “penalizando” o país do atual campeão, levantou uma polêmica grande no Brasil. É justo?
O post abaixo se propõe a mostrar alguns dados que apontam, na minha opinião, que a decisão não foi justa. Confira a nova distribuição das 38 vagas na Libertadores.
5 vagas – Brasil e Argentina.
3 vagas – Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia, Bolívia, Peru, Equador, Venezuela e México.
1 vaga – Copa Sul-americana.
Brasileiros e argentinos têm duas vagas a mais que os demais, ok.
Mas, comparando de forma mais crua, esse número de clubes é irrisório.
Em termos econômicos, o futebol brasileiro está muito acima dos outros 10 países (incluindo o México). Contratos de patrocínio ultrapassam a marca de R$ 30 milhões por ano a alguns times e acordos com a TV superam R$ 1,4 bilhão por três anos.
Tamanha pujança – considerando a América do Sul – é pontuada pelo aquecido produto interno bruto (PIB) do país, de aproximadamente 2 trilhões de dólares.
A nossa população já passa dos 192 milhões de habitantes. A população do Uruguai, por exemplo, é de 3,4 milhões. Número inferior ao Grande Recife.
Mas é possível argumentar que a seleção uruguaia chegou à semifinal da Copa do Mundo de 2010. De fato, a Celeste ficou em 4º lugar após 40 anos. Um lampejo.
Os clubes uruguaios, porém, pararam no tempo. O último título da Libertadores foi em 1988. Depois, o pentacampeão Peñarol chegou a ser eliminado na Pré-Libertadores.
O maiores salários em Montevidéu não passam dos 20 mil dólares (R$ 34 mil). Um patamar bem abaixo do padrão verde e amarelo. Mesmo o futebol da Série B, diga-se. É bom lembrar que o Sport paga R$ 100 mil mensais a Marcelinho Paraíba.
E o que dizer de Ronaldo, que ganha mais de R$ 1 milhão? Ronaldo. Só essa palavra já deixa claro a diferença em cifras. Essa comparação Brasil/Uruguai foi apenas um exemplo do abismo econômico – e futebolístico – que existe além das fronteiras do país.
Mesmo com um sistema forte, os principais clubes do Brasil gastam forturnas para chegar à Libertadores, tentando uma das quatro vagas na Série A ou na Copa do Brasil.
O esforço vale o status continental, mesmo que alguns adversários apresentem níveis baixíssimos, tanto em técnica quanto em estrutura. E até com um receita menor.
Eventualmente, os brasileiros, favoritos, conquistam a Libertadores.
Como prêmio, a vaga no Mundial de Clubes. Ao país, uma vaga extra na edição seguinte. Mas a Conmebol acabou com o “benefício” (veja AQUI).
A partir de agora, o país do campeão da Libertadores terá que abrir mão da última vaga. No nosso caso, o título do Internacional “tirou” a vaga do 4º lugar do Brasileirão.
Acredite, esse será o preço da vitória.
Ricardo Teixeira promete reagir, como já publicou a CBF (veja AQUI).
A CBF, que articulou até a Copa do Mundo de 2014, precisa reverter logo isso.
A briga vale uma nomenclatura já popular na Série A: G4. A mudança para “G3” vai implicar em perdas consideráveis no principal produto do nosso futebol. Reduzir o entusiasmo pela classificação continental limita ainda mais a disputa no Brasileirão.
Tudo por causa do sucesso local na Libertadores. Paradoxal e injusto.