Há uma confusão histórica acerca da famosa Taça das Bolinhas.
O clube campeão tem ou não a posse do troféu?
Que taça é aquela ainda guardada no cofre de um banco no Rio de Janeiro?
Voltemos um pouco no tempo para esclarecer essas dúvidas…
O tradicional troféu, oficialmente chamado de “Copa Brasil”, foi criado em 1975, num oferecimento da Caixa Econômica Federal. Obra do artista plástico Maurício Salgueiro, com 60 centímetros e 156 esferas, sendo uma de ouro.
O troféu tinha um regulamento próprio para a posse. No caso, o clube precisaria ser tricampeão, com conquistas seguidas, ou penta, de forma alternada.
E assim durou a história da taça das bolinhas até 1992. No período, todos os times ergueram o belo troféu ainda no gramado, após as grandes decisões.
Após toda a festa, era preciso devolver o troféu à CBF, que a cada ano dava outro em troca. Uma réplica da taça das bolinhas, em dimensões menores.
Em fevereiro de 1988, todo o elenco do Sport se reuniu no Recife Antigo, na beira do Rio Capibaribe, para mais uma foto do título sobre o Guarani. Na cena, uma raridade no arquivo do Diario de Pernambuco, os dois troféus nas mãos dos leoninos, o original e a réplica oficial. O menor, como se sabe, segue na Ilha.
Já o troféu original saiu de cena em julho de 1992, quando o Flamengo foi campeão brasileiro mais uma vez, superando o Botafogo. O Rubro-negro carioca alegava ter sido aquela a sua quinta conquista.
Como o notório imbróglio de 1987 seguia no tribunal – a decisão da Justiça Federal, por exemplo, só viria em 1994 -, a CBF resolveu instituir um novo troféu no ano seguinte. E a taça das bolinhas, a maior de todas elas, foi esquecida.
Por isso, em discussões como “o troféu está na Ilha”, “o troféu está na Gávea”, ou “o troféu está no Morumbi”, saiba que todos os torcedores estão certos. Só resta saber quantas réplicas cada um ganhou entre 1975 e 1992…