Um torneio internacional para abrir a temporada, da Europa para Pernambuco

Troféus Joan Gamper (Barcelona) e Santiago Bernabéu (Real Madrid)

A abertura da temporada de futebol na Europa é marcada pela realização de inúmeros torneios amistosos. Como exemplo, os dois maiores times da atualidade, Barcelona e Real Madrid. Há décadas os rivais organizam copas regulares em seus estádios. Desde 1966 o Barça disputa o Troféu Joan Gamper, enquanto o clube merengue é o anfitrião do Troféu Santiago Bernabéu, instituído em 1979. Ambas em homenagens a ex-presidentes, as taças são disputadas em agosto, antes da abertura da liga espanhola. Outra particularidade é o fato de que as duas copas iniciaram com quatro participantes (semifinal e final), mas acabaram reduzidas para apenas duas equipes pela falta de datas. Ainda assim, estão sempre presentes no calendário.

Maiores campeões:
Joan Gamper: Barcelona (37) e Colônia (2)
Santiago Bernabéu: Real Madrid (24), Bayern de Munique (3) e Milan (2)

No Brasil, essa cultura nunca teve muito espaço. Primeiramente pela falta de calendário mesmo, mas também pela falta de times europeus interessados em vir até o Brasil. É rara a presença. Nem mesmo os sul-americanos costumam viajar para cá. Assim, até hoje foram realizados apenas torneios intermitentes. Contudo, com o novo calendário da CBF, a partir de 2015, incluindo uma pré-temporada completa em janeiro, haverá tempo para isso.

O Sport pretende abrir o ano disputando um amistoso internacional. A ideia pode ir além, instituindo um troféu em homenagem a algum ex-dirigente ou ex-jogador. Caso se concretize, o troféu seria apenas o quarto desde 1980.

Alguma sugestão para os nomes de torneios amistoso que poderiam ser organizados por Náutico, Santa ou Sport? Quais seriam os melhores formatos?

Jogos do triangular válido pelo Torneio Leopoldo Casado, de 1980, com Sport, Náutico e Seleção da Romênia. Fotos: Arquivo/DP

Torneio Internacional Leopoldo Casado – 1980

Um torneio internacional já abriu o ano em Pernambuco. Com a passagem da seleção romena no país, os pernambucanos convidaram a delegação para um triangular, com Sport e Náutico. O torneio marcaria a reabertura da Ilha do Retiro, após dez meses de obras na estrutura. Num regulamento bem incomum, sem saldo de gols, todos os times ganharam um jogo e perderam outro. Porém, o título – em homenagem a um dirigente rubro-negro – ficou em disputa no tradicional Clássico dos Clássicos. O Timbu tinha a vantagem do empate. Derrotado na estreia, o Leão precisava vencer no tempo normal e nos pênaltis. Dito e feito, com o triunfo duplo diante de 15.560 pagantes.

Triangular
08/02 -Sport 0 x 2 Seleção da Romênia
10/02 – Náutico 1 x 0 Seleção da Romênia
13/02 – Sport 2 (3) x (0) 1 Náutico

Torneio Internacional da Amizade de 1995, com jogos entre Náutico, Santa Cruz, Sport e Porto. Fotos: Edvaldro Rodrigues e Carlos Teixeira/DP/D.A Press

Torneio Internacional da Amizade – 1995

Campeão português na temporada 1994/1995, o Porto foi convidado para um rápido torneio, aproveitando o intervalo do meio do ano no Velho do Mundo. O time já havia disputado uma partida no Recife em 1975, quando venceu o Sport por 2 x 1. E acabou repetindo o placar na partida principal da rodada de abertura na Ilha, que na preliminar teve a vitória do Santa sobre o Náutico nos pênaltis. Dois dias depois, com 4.410 torcedores no Arruda, portugueses e tricolores disputaram o título. Liposei abriu o placar para os visitantes aos 31 do segundo tempo. Os corais chegaram ao empate aos 46 minutos, com Celinho. Nos pênaltis, porém, falharam bastante, com a taça voltando na bagagem do Porto.

Semifinais (Ilha do Retiro)
08/08 – Santa Cruz 0 (4) x (3) 0 Náutico
08/08 – Sport 1 x 2 Porto-POR

Disputa do 3º lugar (Arruda)
10/08 – Sport 1 x 0 Náutico

Final (Arruda)
10/08 – Santa Cruz 1 (2) x (4) 1 Porto-POR

Copa Renner de 1997, Sport 3x3 Bahia e Nacional-URU 5x2 Cerro Porteño-PAR. Fotos: Léo Caldas/DP/D.A Pres

Copa Renner/Torneio Internacional de Verão – 1997

A indústria de tintas Renner realizou em 1996 um torneio amistoso em Cidreira, no Rio Grande do Sul, reunindo quatro de seus clubes patrocinados: Grêmio, Sport, Cerro Porteño de Assunção e Nacional de Montevidéu. A ideia deu tão certo que em 1997 foi a vez do Recife receber o mata-mata. Em vez do Grêmio – o primeiro campeão -, o Bahia. Em dois dias seguidos quatro jogos foram disputados na Ilha. Na abertura, paraguaios e uruguaios foram despachados pelos nordestinos, que foram à decisão. Num empate de seis gols, com 6.892 espectadores presentes, o Baêa ficou com a tala nos pênaltis. Apenas uma cobrança foi desperdiçada, a do meia rubro-negro Wallace.

Semifinais
25/01 – Sport 2 x 0 Cerro Porteño-PAR
25/01 – Bahia 4 x 1 Nacional-URU

Disputa de 3º lugar
26/01 – Nacional-URU 5 x 2 Cerro Porteño-PAR

Final
26/01 – Sport 3 (4) x (5) 3 Bahia