Um conselho arbitral extraordinário, raro e decisivo no futebol. Em 1987 e 2015

Conselho arbitral extraordinário do Pernambucano de 2015. Foto: João de Andrade Net/DP/D.A Press

Um conselho arbitral extraordinário, como o próprio nome deixa implícito, só pode ser convocado para debater casos ‘omissos’ em um campeonato de futebol. Um ajuste na fórmula, a interpretação definitiva de um texto confuso no regulamento etc. É algo raro, mas sempre decisivo, na base do voto.

Vamos a dois exemplos locais e suas semelhanças. Em ambos foi marcado um segundo arbitral com os torneios em andamento. No Brasileiro de 1987, 22 x 7 a favor da exclusão do quadrangular envolvendo os melhores dos módulos amarelo e verde. No Estadual de 2015, 11 x 1 a favor a realização de clássicos na Arena Pernambuco com o Náutico sendo visitante diante de Santa e Sport.

No entanto, a minoria saiu vencedora nas duas votações. É a lei. O quadrangular do Brasileirão foi mantido e os clássicos vetados com timbu visitante.

Explicação: somente a unanimidade aprovaria as mudanças..

No primeiro caso, a votação extraordinária só ocorreu em 15 de janeiro de 1988, na antiga sede da CBF, no Rio. Apenas Sport, Guarani, Náutico, Criciúma, Joinville, CSA e Treze votaram contra. O Santa, suspenso, se absteve. Já na versão estadual, na sede da FPF, na Boa Vista, só o Alvirrubro foi contra. Exerceu o seu direito. Na prática, só o seu voto estava em dúvida. Os intermediários estavam juntos à federação, enquanto tricolores e rubro-negros votariam em benefício próprio. Portanto, cabia a Glauber Vasconcelos a decisão.

Os dois fatos extraordinários tiveram validade efêmera, de um ano.

Em 1988, os módulos foram fundidos em um campeonato onde todos os times se enfrentaram. Assim como em 2016 o presidente da FPF já adiantou que o mando de campo nos clássicos será da própria federação.

Nas decisões dos conselhos arbitrais ordinários, a maioria vence. É a lei.

Conselho arbitral extraordinário do Pernambucano de 2015. Foto: João de Andrade Net/DP/D.A Press

Torcida na Timemania define a receita de um clube de R$ 960 mil a R$ 3,6 milhões

Timemania

A Timemania irá distribuir em 2015 de R$ 960 mil a R$ 3,6 milhões, por clube. Respectivamente, os dois patamares anuais levam em conta o ranking de apostas da loteria federal, do 21º ao 80º lugar, incluindo Náutico e Sport, e do 1º ao 20º, com o Santa presente. Essa renda extra vem a partir da movimentação da própria torcida, marcando o clube do coração nas cartelas a cada sorteio.

Iniciando o 8º ano de operação, a loteria enfim atrai a atenção dos clubes locais, com o objetivo de estimular os seus torcedores. Nas redes sociais oficiais de alvirrubros, tricolores e rubro-negros, imagens vêm sendo postadas.

Abaixo, as campanhas do trio no facebook. Saiba mais: Náutico, Santa e Sport.

Do faturamento absoluto da Timemania em um ano, 22% é repassado para os 80 clubes inscritos – apenas três pernambucanos -, em uma verba destinada para abater dívidas com o poder público. Deste montante, 65% vai para os vinte primeiros lugares do ranking de apostas. Os demais dividem 35%.

O objetivo de qualquer time, claro, é fazer parte do primeiro escalação, e que a Timemania arrecade ainda mais, aumentando as parcelas distribuídas em 2016.

Em 2014, o trio da capital teve 7,2 milhões de apostas. Confira os dados aqui.

Timemania do Náutico

Timemania do Santa Cruz

Timemania do Sport

Duas montadoras e duas cervejarias na briga pelo Pernambucano, de 2016 a 2019

Candidatas ao naming rights do Campeonato Pernambucano

O Campeonato Pernambucano foi “rebatizado” pela primeira vez em 2011. No contrato de naming rights, a FPF cedeu os direitos sobre a nomenclatura. Durante quatro anos, rendendo R$ 600 mil por edição, o nome oficial virou Campeonato Pernambucano Coca-Cola. Com o fim, a indústria de refrigerante não demonstrou interesse em renovar. Mesa livre para novas tratativas.

Em entrevista ao blog, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, disse que quatro empresas estão na disputa, mas com uma particularidade. O acordo seria de 2016 a 2019. A ausência do naming rights no Estadual de 2015 deve-se à demora na votação sobre consumo de cerveja nos jogos no estado.

Nesta disputa, estão Ambev e Itaipava, ambas com história no futebol local. Por pouco, em 2009, a Ambev não se tornou a primeira parceira. Ofereceu um contrato de R$ 800 mil, mas acabou desfeito porque naquele ano começou a proibição de bebidas alcoólicas. Já a Itaipava tem um contrato de R$ 100 milhões na Arena Pernambuco, por dez anos, para rebatizá-la de “Itaipava Arena Pernambuco”. Além disso, fechou um contrato para operar os bares do Arruda.

Paralelamente, há outra disputa entre duas montadoras, ambas mirando o campeonato somente a partir do ano que vem. A Fiat, com uma fábrica em operação no estado, pretende consolidar a sua marca. Já a Chevrolet controla mais de 20 estaduais. No Nordeste, somente o Pernambucano ficou fora. Uma consultoria contratada pela FPF deve ajudar na escolha do futuro patrocinador.

Abaixo, alguns contratos de naming rights em competições e estádios.

O Brasileirão, por exemplo, passou de R$ 18 milhões para R$ 21 milhões por ano no novo contrato. Em relação às arenas, a do Palmeiras custou R$ 300 milhões à seguradora, que também dá nome ao estádio do Bayern de Munique.

Campeonatos (naming rights)

Campeonato Pernambucano
Coca-Cola (2011-2014)

Copa do Brasil
Kia (2009-2012)
Perdigão (2013)
Sadia (2014-2015)

Campeonato Brasileiro
Visa (2002)
Nestlé (2005)
Petrobrás (2012-2013)
Chevrolet (2014-2017)

Copa Sul-Americana
Nissan (2003-2010)
Bridgestone (2011-2012)
Total (2013-2015)

Taça Libertadores da América
Toyota (1998-2007)
Santander (2008-2012)
Bridgestone (2013-2017)

Estádios brasileiros (naming rights)

Arena Pernambuco
Itaipava (2013-2023)

Fonte Nova
Itaipava (2013-2023)

Arena do Palmeiras
Allianz (2014-2034)

Arena do Atlético-PR
Kyocera (2005-2008)

Podcast 45 minutos (96º) – Impasse Arena/Náutico e jogos de Santa e Sport

O 45 minutos traz o debate sobre o conselho arbitral convocado apra validar (ou não) o mando de campo de Santa e Sport contra o Náutico na Arena Pernambuco. Inversão? Discussão por relação comercial? O podcast foi quente.

Também analisamos os jogos dos grandes times locais no último fim de semana da pré-temporada de 2015. Vitórias do Tricolor e do Rubro-Leão sobre Campinense e Nacional e derrota timbu na final da Supercopa do Maranhão.

Estou nesta edição (1h21min) ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!