O contrato atual de transmissão do Campeonato Brasileiro vai de 2016 a 2016, com diversas castas de divisão, tanto na primeira quanto na segunda divisão. Como se sabe, 18 clubes tem aporte de elite mesmo em caso de rebaixamento. No Nordeste, apenas Sport, Bahia e Vitória. Para mostrar essa diferença nas cotas (tanto no cenário nacional quanto local), o blog compilou os últimos quatro contratos de televisão, todos assinados com a Rede Globo.
O Flamengo sempre fez parte do grupo 1. Até 2011, junto a Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco. Hoje, apenas na companhia do Timão. Enquanto o Sport faz parte do último degrau dos cotistas, os rivais Náutico e Santa recebem um montante ainda menor, e somente em caso de participação no Brasileirão. No quadro produzido pelo blog, os valores recebidos pelo Trio de Ferro e pelo principal expoente neste processo, já com 12 anos. Somados, alvirrubros e tricolores representam cerca de R$ 110 milhões, ou 48,9% do repasse ao Sport. No período, os leoninos jogaram a Série B quatro vezes, recebendo 50% nos três primeiros anos e 75% na última campanha, em 2013. Por outro lado, o Santa acabou passando seis anos entre as Séries C e D, que não contam (até hoje), com verba de televisionamento. Ah, os grandes clubes recifenses ganharam 334 milhões de reais, considerando as cotas fixas, ou 35,1% da cota do Mengo.
Espera-se uma reformulação na distribuição da receita de tevê no Brasileirão a partir de 2019. No caso, no contrato de seis temporadas, até 2024, com a Globo emulando o sistema da Premier League, com 40% (igualitário), 30% (audiência) e 30% (classificação anterior), em vez de 50%/25%/25%. Para isso, precisou ocorrer a concorrência do Esporte Interativo, que já firmou contrato com clubes como Santos, Inter, Bahia e Atlético-PR.
2006-2008
G1 – R$ 21 milhões (Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco
G2 – R$ 18 milhões/ano (Santos)
G3 – R$ 15 milhões/ano (Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Inter, Flu e Botafogo)
G4 – R$ 11 milhões/ano Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba e Goiás, Guarani e Portuguesa)
G5 – R$ 3,4 milhões/2006) e R$ 5,5 milhões/2007-2008 (demais clubes)
Série B – R$ 1,25 milhão (demais clubes)
Série C – sem cota (demais clubes)
Maior diferença entre cotas da elite (G1 x G5): R$ 17,6 milhões (6,1 x mais)
No período, o clube cotista rebaixado recebia 50% no primeiro ano na Série B. A partir do segundo ano seguido na segunda divisão, passava a ganhar 25% (norma posteriormente retirada, a pedido dos clubes). O valor dos não cotistas foi ampliado em 2007, se mantendo congelado por 5 anos.
2009-2011
G1 – R$ 36 milhões/ano (Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco)
G2 – R$ 20,6 milhões (Santos)
G3 – R$ 20 milhões (Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Inter, Flu e Botafogo)
G4 – R$ 13 milhões/ano (Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba e Goiás, Guarani e Portuguesa)
G5 – R$ 5,5 milhões (demais clubes)
Série B – R$ 1,8 milhão (demais clubes)
Séries C e D – sem cota (demais clubes)
Maior diferença entre cotas da elite (G1 x G5): R$ 30,5 milhões (6,5 x mais)
O novo contrato, outra vez, num triênio, manteve o mesmo formato anterior, com ajustes nas cotas. O grupo 1 subiu 71%, enquanto o grupo 4 subiu 18%.
2012-2015
G1 – R$ 110 milhões/ano (Flamengo e Corinthians)
G1 – R$ 80 milhões/ano (São Paulo)
G3 – R$ 70 milhões/ano (Palmeiras e Vasco)
G4 – R$ 60 milhões/ano (Santos)
G5 – R$ 45 milhões/ano (Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Inter, Flu e Botafogo)
G7 – R$ 27 milhões/ano (Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba e Goiás)
G8 – R$ 18 milhões/ano (demais clubes)
Série B – R$ 3 milhões (demais clubes)
Séries C e D – sem cota (demais clubes)
Maior diferença entre cotas da elite (G1 x G8): R$ 92 milhões (6,1 x mais)
O novo acordo, de quatro anos, foi apelidado de supercota, com Fla e Timão no primeiro escalão. Foi o primeiro negócio após a implosão do Clube dos 13. Em relação aos cotistas rebaixados (Guarani e Lusa deixaram de ser, diga-se), o valor 75% da cota no primeiro ano, 50% e 25% no terceiro.
2016-2018
G1 – R$ 170 milhões/ano (Flamengo e Corinthians)
G1 – R$ 110 milhões/ano (São Paulo)
G3 – R$ 100 milhões/ano (Palmeiras e Vasco)
G4 – R$ 80 milhões/ano (Santos)
G5 – R$ 60 milhões/ano (Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Inter, Flu e Botafogo)
G7 – R$ 35 milhões/ano (Sport, Bahia, Vitória, Atlético-PR, Coritiba e Goiás)
G8 – R$ 23 milhões/ano (demais clubes)
Série B – R$ 5 milhões (demais clubes)
Séries C e D – sem cota (demais clubes)
Maior diferença entre cotas da elite (G1 x G8): R$ 147 milhões (7,3 x mais)
No novo modelo, retomando o triênio, os rebaixados passam a ter cota integral mesmo em caso de participação na Série B
Pingback: Fim do Clube dos 13 abriu rombo de R$ 370 milhões entre Corinthians e Palmeiras – Blog do Allan Simon
Pingback: Com Tirone, Palmeiras ignorou C13 e Record para fechar com Globo antes do Flamengo – Blog do Allan Simon
Podia rolar uma coluna com a razão entre o ganho do flamengo e o que cada um do trio de ferro ganhou, pra destacar quantas vezes mais foi ganho.
Grande Cassio Zirpoli,
Gostaria de dar os parabéns pela cobertura diferenciada que você faz do futebol pernambucano/brasileiro que acompanho daqui da Inglaterra.
Este caso das cotas do Brasileirão é um verdadeiro absurdo… Como podem Corinthians e Flamengo ganhar 5 vezes a mais que Sport/Bahia/Vitória etc… ou até mais do que os clubes de menor expressão…
Aqui envio o exemplo de como é feita a distribuição da Premier League:
http://www.totalsportek.com/money/premier-league-tv-rights-money-distribution/
Veja como é mais justo. 50% dividido igualmente entre todos, 25% por mérito (posição no campeonato) e os 25% de acordo com os jogos televisados. Note que a diferença é bem menor….
Obrigado e continue o bom trabalho!
Dylan
Nota do blog
Dylan, obrigado pela atenção. Gosto do tema, pouco abordado (ou de maneira rasa, focada num conhecido eixo) e de vital importância para a compreensão do atual futebol brasileiro. Sobre a Premier League, fiz um post projetando como ficariam as cotas do Brasileirão 2017 neste modelo: http://tinyurl.com/zx6qfeo
Abraço.