O perfil exportador do futebol nordestino é bem antigo, com craques negociados desde o início do profissionalismo no país, como Ademir Menezes, do Sport para o Vasco em 1942. E do clube carioca para a Copa do Mundo. Caminhos para o Sul-Sudeste e também para o exterior. Ainda bem, há o caminho inverso. Mais recente e numa rotação menor, o clubes da região também vêm contratando jogadores com cifras milionárias. O blog reuniu as negociações (divulgadas) no Plano Real, em circulação desde 1º de julho de 1994 – considerando ao menos R$ 1 milhão independentemente do percentual adquirido sobre os direitos.
À parte da década atual, surpreende o Vitória em 1997, com quatro compras seguidas, no embalo da parceria com o Banco Excel, que bancou R$ 10,8 milhões nos reforços, além de mediar o empréstimo de Túlio Maravilha, então no Corinthians, também patrocinado pelo banco. Na temporada seguinte, também respaldado por um banco (o Opportunity), o Bahia entrou na estatística. A partir de 2012, no início da era das supercotas da televisão, no Brasileirão, quatro clubes da região conseguiram realizar transações neste porte, até o Náutico, o único ‘não cotista’, mas presente na elite no ano da vinda de Kieza.
Número de jogadores comprados (20 nomes até 11/01/2018*):
8 – Sport
7 – Vitória
4 – Bahia*
1 – Náutico
* O Bahia também comprou 55% de Hernane Brocador e 50% de Edgar Junio, mas com valores desconhecidos
Número de jogadores comprados por estado:
11 – Bahia
9 – Pernambuco
O ranking é apresentado tanto em reais quanto em dólares. Isso porque, em mais de duas décadas, o valor da moeda nacional já flutuou bastante. Se no início chegou a valer mais que o dólar, em determinado momento caiu para 1/4 da moeda americana. Por sinal, apesar de o euro ser a versão mais utilizada, hoje, no futebol internacional, o blog opta pelo dólar uma vez que a moeda europeia só foi criada em 1999, sendo impossível calcular valores anteriores.
A pesquisa engloba valores oficiais e extraoficiais, esses divulgados na imprensa (jornais e sites), uma vez que os clubes raramente revelam os números oficiais – nem em seus balanços financeiros. Na maioria dos casos, cada compra foi informada em um valor (real, dólar ou euro), com o blog convertendo nas duas colunas abaixo de acordo com o câmbio de cada época, precisamente no dia da notícia.
Ah, existe a possibilidade de alguns nomes terem sido esquecidos. Por isso, caso lembre, pode deixar o seu comentário no post, que a lista será atualizada.
Essa compra de André + Bebeto em 97 foram valentes, hein?
Quase 8M de dólares, isso devia dar praticamente o valor da cota do time no campeonato brasileiro. PS: Eu sei que as transações foram por um banco, mas ainda assim são números bem expressivos.
Nota do blog
De fato, Bruno. O Excel-Econômico injetou milhões nos seus clubes. Se foi assim no Vitória, imagine no Corinthians naquela época…
Complemento do post
Percentuais dos direitos econômicos comprados:
André, Sport (Sporting, 2017), 70% dos direitos
Jackson, Bahia (Internacional, 2016), 70%
Lenis, Sport (Argentinos Juniors, 2016), 50%
Marinho, Vitória (Cruzeiro, 2016), 50%
Rogério, Sport (São Paulo, 2016), 25%
Régis, Sport (Chapecoense, 2014), 50%
Kieza, Náutico (grupo de investidores, 2012), 30%
Agenor, Sport (Joinville, 2016), 50%