Em 2016, o Sport colecionou vários insucessos no campo. No Estadual, no Nordestão e na Copa Sul-Americana. Na Série A, só escapou na última rodada, embora ainda tenha sido premiado com outra vaga na Sula. Esse desempenho não bate com a receita operacional do clube, a maior da história, superando o recorde anterior, vejam só, de 2015. Mais do que isso, o faturamento rubro-negro aumentou em 47,8%. Segundo o balanço financeiro de 2016, publicado na Folha de Pernambuco, o montante chegou a R$ 129,5 milhões, ultrapassando pela primeira vez a barreira centenária. E por pouco não foi a maior da história da região, com R$ 253 mil a menos que o Bahia.
Apesar de ter disputado a Série B, o tricolor soteropolitano teve o caixa turbinado pelas luvas de R$ 40 milhões pelo contrato junto ao Esporte Interativo, visando o Brasileiro na tevê por assinatura, a partir de 2019. O mesmo ocorreu com o Sport, através da Rede Globo, apesar de o relatório não ser bem detalhado (praxe, infelizmente). Esse solavanco financeiro lembra a temporada 2012, no ciclo anterior de renovações com a televisão, o que indica que 2017 não tende, necessariamente, a seguir com receita tão alta. Se no cenário regional Sport e Bahia estão bem à frente, no nacional o hiato é proporcional, com o Flamengo já passando de meio bilhão.
Voltando leão, o carro-chefe do clube, o futebol, gerou uma despesa de R$ 58,6 milhões. Quase a mesmo do ano passado, R$ 58,2 mi. Contudo, em 2016 esse gasto só representou 45,2% da receita. Mais fôlego? Não, pois o clube teve outras despesas pesadas, como administrativo (10 mi), obrigações sociais e trabalhistas (6,2 mi) e inúmeros parcelamos de acordos tributários. Por sinal, considerando todos os parcelamentos (não só tributários), a dívida é de R$ 62 milhões. Ou seja, mesmo com a receita ascendente – bem acima dos rivais -, o clube ainda tem muitas contas a pagar.
Este arrocho pode ser visto na soma dos passivos circulante e não circulante, que seguiu em alta mesmo após o considerável aumento em 2015, devido às “dívidas antigas que faltavam ser reconhecidas”, segundo a própria direção do Sport. Neste contexto, o passivo aumentou em 3,9 milhões. Porém, pela primeira vez em três anos ficou abaixo da receita. Vale destacar ainda que esse passivo não é sinônimo de dívida bruta, pois existem outros fatores contáveis. O principal deles é que o clube considera como “dívida” os R$ 18 milhões adiantados pela Globo, como luvas, para a cessão dos direitos de transmissão do Brasileiro de 2019 e 2020 – e olhe que o contrato foi, posteriormente, estendido a 2024. Tal verba só será utilizada em 2019.
Receita operacional
2011 – R$ 46.875.544
2012 – R$ 79.807.538 (+70%)
2013 – R$ 51.428.086 (-35%)
2014 – R$ 60.797.294 (+18%)
2015 – R$ 87.649.465 (+44%)
2016 – R$ 129.596.886 (+47%)
Passivo
2011 – R$ 45.278.851
2012 – R$ 27.381.926 (-39%)
2013 – R$ 22.751.467 (-16%)
2014 – R$ 73.396.626 (+222%)
2015 – R$ 121.167.577 (+65%)
2016 – R$ 125.080.279 (+3%)
Superávit/déficit
2011 (+321.305)
2012 (+22.541.556)
2013 (-4.963.656)
2014 (-8.627.606)
2015 (-26.528.983)
2016 (-566.411)
Abaixo, o relatório de 2017. Você também pode ver aqui.
Confira a postagem sobre o balanço anterior do rubro-negro aqui.
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O que a globo faz poderia ser considerado um dopping financeiro? não existe mais competitividade em Pernambuco, Sport 130 milhões e Náutico menos de 20, embora em divisões diferentes é muito dispare, não existe competição nestes termos.
Se manter na serie A é que da faturamento e visibilidade ,novos patrocinios.
Campeonato Pernambucano se ganhar 100 vezes nao adianta de nada!!!
os adversarios ficam se babando com um campeonatozinho de Pe ,Quando ganham adoram Migalhas!!!
Esse relatório saiu hoje? A imagem tá bem ruim, se saiu hoje vou ver se compro a Folha PE pra ler direitinho. Parabéns pelas análises, pena que o balanço não detalha quase nada.
Nota do blog
Sim, Felipe, o balanço saiu na edição de 28/04 da Folha. Já solicitei uma reprodução melhor da imagem. Obrigado.